fap

Eleições 2024: Curso Online para Candidatos e Assessores registra 1.500 inscrições

Comunicação FAP

O Curso Online para Candidatos e Assessores, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em parceria com o Cidadania23, atingiu a marca de 1.500 inscritos nesta terça-feira (16/4), dia em que será iniciado o segundo módulo da capacitação para as eleições deste ano de 2024. As inscrições continuam abertas, gratuitamente. Basta clicar no link abaixo. As aulas semanais são ministradas às terças-feiras e ficam disponíveis para os alunos no canal da entidade no Youtube.

A aula magna do segundo módulo começará às 19 horas desta terça-feira e tem a presença confirmada do presidente nacional do partido, Comte Bittencourt, do diretor executivo da entidade e economista pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Henrique Dau, e do vereador reeleito como o mais votado de Blumenau (SC) nas últimas eleições, Bruno Cunha. O parlamentar vai explicar como fazer campanha eleitoral com pouco dinheiro.

https://youtu.be/HLBXr3ceUD0

Para mais informações sobre o Curso Online para Candidatos e Assessores, entre em contato com a FAP, das 9h às 18h, por ligação ou WhatsApp no seguinte número: 61983305359. O curso é ministrado na modalidade de formação continuada, por meio da sala virtual do Zoom. O link é enviado diretamente para a turma antes de cada aula. Os interessados ainda podem se inscrever no site da entidade, gratuitamente.

O presidente do Conselho Curador da FAP, médico Luciano Rezende, que foi prefeito de Vitória (ES) por dois mandatos consecutivos, disse que o curso vai garantir capacitação para a vitória das campanhas dos líderes inscritos. “Chegamos à marca dos 1.500 inscritos em um curso aplicado às necessidades dos candidatos e suas equipes”, afirmou.

Rezende ressaltou que o curso abordará temas importantes para que as pessoas possam fazer as campanhas vencedoras e sem consequências em relação à legislação eleitoral, de forma tranquila. “O número grande mostra a assertividade do curso, que vai ajudar muito os candidatos da federação PSDB e Cidadania e seus assessores”, disse ele.

O diretor-geral da FAP, advogado Marco Aurélio Marrafon, destacou que a marca de 1.500 inscritos reflete o constante trabalho da fundação e do Cidadania23 com a formação de líderes comprometidos com a boa política no Brasil. “A FAP e o partido atuam incansavelmente na busca pela melhoria da política brasileira e na defesa intransigente da democracia. Por isso, cada vez mais, tem desenvolvido cursos com excelência, aliando conteúdo relevante e boas práticas, para gerar impacto positivo nas campanhas dos candidatos, sempre com foco na vitória”, ressaltou.

Este é o quarto curso de capacitação focado em formação política realizado pela FAP, em parceria com o Cidadania23.

Para mais informações sobre o Curso Online para Candidatos e Assessores, entre em contato com a FAP, das 9h às 18h, por ligação ou WhatsApp no seguinte número: 61983305338. As inscrições continuam abertas.


Luiz Inácio Lula da Silva | Foto: Isaac Fontana/Shutterstock

Revista online | Governabilidade do governo Lula no Congresso

Antônio Augusto de Queiroz*, mestre em Políticas Públicas e Governo, especial para a revista Política Democrática online (52ª edição)

A governabilidade, entendida como a existência de condições políticas para implementar um programa de governo, é um fenômeno multifacetado, que depende de vários fatores. Dentre esses fatores, o apoio no Poder Legislativo – lócus onde se forma a vontade normativa do Estado e foro legítimo e apropriado para a solução das demandas da sociedade – é crucial para qualquer governo.

Historicamente, são duas as formas de construção da base de apoio aos governantes: a) uma no processo eleitoral, por meio das alianças ou coligações eleitorais, e b) a outra após a eleição, mediante a coalizão. No Brasil, raramente os governantes elegem uma base de apoio suficiente para garantir a governabilidade, havendo a necessidade de formação de coalizão para assegurar votos suficientes para aprovar sua agenda legislativa ou seu programa de governo.

Clique aqui e veja outros artigos da 52ª edição da revista online

Clique aqui e veja edições anteriores da revista em flip

Entretanto, a forma mais eficaz de identificar a correlação de forças no parlamento é classificando os partidos em três categorias: apoio consistente, apoio condicionado, ou independentes, e oposição.  De acordo com essa classificação: o apoio consistente reúne 139 deputados, sendo 81 da Frente Brasil (PT-68, PCdoB-7 e PV-6), 17 do PDT, 14 do PSB, 7 do Avante, 4 do Solidariedade, 2 do Pros e 14 da Federação PSol-Rede (PSol-13 e Rede-1); o apoio condicionado ou independentes, 223 deputados (Parcela do PP e até do PL pode migrar para esse grupo), sendo 59 do União, 42 do PSD, 42 do MDB, 42 do Republicanos, 18 da Federação (PSDB-14  e  Cidadania-4) 12 do PODE, 4 do  PSC, e 4 do Patriota;  e oposição 151 (PSDB – 14 deputados – pode migrar para esse grupo), sendo 99 do PL, 49 do PP e 3 do Novo. 

No Senado, por sua vez, estão 16 senadores no apoio consistente, sendo PT (8), PSB (4), PDT (3) e Rede (1); 35 no apoio condicionado/independente, sendo PSD (16), MDB (10), e União (9); e 30 na oposição, sendo PL (12), PP (6), Republicanos (4), Podemos (4), PSDB (3), e Novo (1). 

Um parâmetro para medir a base do atual governo é o resultado da eleição das mesas diretoras das Casas do Congresso. Na Câmara, a melhor referência é a votação dada à deputada Maria do Rosário (PT/RS) para o cargo de segundo secretário da mesa, e no Senado, a votação dada a Rodrigo Pacheco (PSD/MG).

A deputada Maria do Rosário, que integrava uma chapa com os três grupos (situação, independentes e oposição), expressa e representa o PT e o governo Lula. Ela recebeu 371 votos a favor e 134 votos em branco. Os votos a favor sinalizam o potencial de apoio ao governo na Casa e os votos brancos, a oposição radical ao governo ou o bolsonarismo.

Já a votação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que teve 49 votos, fica aquém do potencial da base de apoio do governo no Senado. Pelo menos dez dos 32 votos dados a Rogério Marinho (PL/RN) não foram de oposição ao governo, mas de rejeição à postura de Pacheco, contrário à investigação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A coligação Brasil da Esperança, formada pelas federações PT/PV/PCdoB, PSol/Rede e pelos partidos PSB, PROS, Solidariedade, Avante e Agir elegeu apenas 120 deputados federais e 12 senadores, mas com a coalizão a base poderá chegar até 346 deputados e 56 senadores, como decorrência: a) do modo como o governo se relaciona com o Congresso, b) do conteúdo das políticas públicas, e c) da vocação governista da atual oposição.

Nesse cenário, o desafio do presidente Lula na relação com o Congresso – classificado como liberal, do ponto de vista econômico; fiscalista, do ponto de vista de gestão; conservador, em relação aos valores; e à direita, do ponto de vista político – será assegurar governabilidade e puxar o pêndulo da atual legislatura para o centro. Para tanto, é preciso ter calibragem nas propostas e compromisso com a defesa da democracia, da justiça e da inclusão social. 

Saiba mais sobre o autor

*Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista e consultor político, mestre em Políticas Públicas e Governo pela FGV, sócio-diretor da Consillium Soluções Institucionais e Governamentais. 

** Artigo produzido para publicação na Revista Política Democrática Online de fevereiro de 2023 (52ª edição), editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.

*** As ideias e opiniões expressas nos artigos publicados na Revista Política Democrática Online são de exclusiva responsabilidade dos autores. Por isso, não reflete, necessariamente, as opiniões da revista.

Leia também

Revista online | Inteligência artificial: o difícil desafio de enfrentar as ambiguidades

Revista online | Muito além da Selic

Revista online | Carnaval da democracia

Revista online | Lula e Banco Central: charge destaca impasse

Revista online | Regulação das mídias digitais: o que fazer?

Revista Online | Cinema = Arte + Tecnologia – Uma fórmula esquecida?

Acesse todas as edições (Flip) da Revista Política Democrática online

Acesse todas as edições (PDF) da Revista Política Democrática online


Novo colegiado da FAP afirma compromisso com a manutenção do cenário democrático

Nívia Cerqueira, coordenadora de Mídias Sociais

Na última segunda-feira (7/11), membros da Diretoria e dos Conselhos Curador, Consultivo e Fiscal da Fundação Astrojildo Pereira (FAP) elegeram o novo quadro de colegiados. A solenidade aconteceu na modalidade on-line e foi presidida por Luciano Rezende, presidente do Conselho Curador da FAP, que iniciará seu segundo mandato.

Ex-prefeito de Vitória (ES), Rezende comenta que os partidos têm uma importância muito grande neste momento. “Temos uma eleição presidencial que foi vencida por uma disputa política mínima que não foi e não será resolvida facilmente. As expectativas para o governo Lula e as cobranças serão intensas. É um grande desafio poder refletir por meio da Fundação Astrojildo, com o partido Cidadania23, como iremos  avançar e nos portar nesse período", declara.

Confira a nova relação dos diretores e conselheiros da FAP

Membro do novo quadro da Diretoria Executiva, Maria Dulce Reis Galindo comentou sua satisfação em poder estar mais próxima da FAP, sobretudo num momento de destruição da política e de polarização. “Mais do que nunca, a Fundação Astrojildo Pereira - de forma suprapartidária - pode enfrentar temas que a nossa sociedade precisa: ganhar maior capilaridade; sair um pouco de Brasília e chegar às cidades onde vivem as pessoas; atingir a nossa bancada de vereadores e nossa militância; falar com cada um, ajudando a formar, refletir e discutir principalmente democracia”, ressalta.

Assista ao vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=ytnIC805l7A

Diretor-geral da FAP no biênio 2020-2022 e nomeado vice-presidente do Conselho Curador para esse novo mandato, Caetano Araújo explica que a eleição do novo colegiado tenta assegurar um mínimo de renovação e também manter uma certa continuidade para que a FAP persiga nos mesmos projetos e diretrizes. “Nós temos uma regra estatutária que visa garantir ao mesmo tempo um percentual mínimo de renovação a cada dois anos e também continuidade, e, por essa regra, nenhum dos conselheiros ou diretores podem permanecer no cargo ou no mesmo colegiado por mais do que dois mandatos”, explica o sociólogo.

Caetano destaca que a ideia é fazer uma composição plural e, a partir desses colegiados, criar grupos que sejam capazes de cooperar, discutir e de atender as finalidades da fundação, seja no que se refere à preservação do passado e da tradição do partido, seja no que se refere à formulação e prospecção dos grandes temas da política no futuro. 

“A nossa perspectiva é manter a pluralidade. Os nossos conselheiros não são necessariamente filiados ao partido Cidadania23, que é o mantenedor da FAP. Temos, inclusive, conselheiros que são filiados a outros partidos e essa já é uma tradição nossa e temos conselheiros que não são filiados a nenhum partido e achamos que é uma contribuição positiva que esses não filiados podem dar e têm dado às nossas discussões”, completa Araújo.

Doutor em Direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) , Marco Aurelio Marrafon foi eleito novo diretor-geral da Fundação Astrojildo Pereira para o biênio 2022-2024. Ele agradeceu a Caetano, Luciano, ao diretor financeiro, Raimundo Benoni, e a todos que construíram o diálogo para a formação dessa nova chapa. Marrafon apontou como principal compromisso da gestão que se inicia a manutenção do cenário democrático. 

“Precisamos avançar no público universitário, é preciso ter um olhar e precisamos falar com esses jovens. A nossa tradição sempre olhou para a juventude. É um espaço que não podemos deixar de lado para a gente poder expandir e construir uma base de formação”, afirma o professor, que também preside a Academia Brasileira de Direito Constitucional – ABDConst.


Relatório secreto que denunciou crimes de Stálin é tema de livro lançado pela FAP

Nívia Cerqueira*, Coordenadora de Mídias Sociais

Na próxima terça-feira (18/10), às 17h, a Fundação Astrojildo Pereira, sediada em Brasília, fará o lançamento virtual do livro Khruschov denuncia Stálin: revolução e democracia. A obra, produzida pela entidade, tem coordenação editorial da jornalista e editora Beth Cataldo.

“Com esse convite da FAP, eu tive a oportunidade de mergulhar em acontecimentos marcantes, que ainda hoje repercutem no ambiente político”, relata a jornalista. Ela explica que livro convida os leitores a refletir sobre os valores democráticos que permeiam a discussão acerca dos rumos do socialismo.

Khruschov denuncia Stálin: revolução e democracia apresenta o relatório do discurso que foi pronunciado em Moscou em 1956, além da resolução do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética. O livro é composto também por artigos de pesquisadores que trazem esclarecimentos sobre o contexto desses documentos, assim como o impacto desses acontecimentos no movimento comunista internacional e brasileiro.

Para Cataldo, o desafio de analisar esses fatos à luz da realidade atual foi enfrentado com sucesso pelos articulistas. “Eles abordam no livro os desdobramentos do Relatório Secreto, como ficou conhecido o pronunciamento em que Nikita Khruschov denunciou, em 1956, os crimes cometidos por Stálin”, avalia a editora.

A obra reúne documentos históricos originais, que foram traduzidos pelo historiador e tradutor Rodrigo Cosenza. Ele também selecionou imagens de arquivos russos que são inéditas no Brasil. A capa é de autoria do designer Sérgio Luz.

O organizador da publicação, Caetano Araújo, ressalta sua relevância para o momento político atual e revela que a obra não se resume apenas ao resgate histórico de um momento complicado que o PCB viveu.

“O livro é muito mais do que isso! O tema central é a democracia. Nós estamos vivendo hoje um momento em que a nossa democracia está sob risco, ameaça. Então, mais do que nunca, este é um texto oportuno para a situação política do momento”, destaca o sociólogo e diretor-geral da Fundação Astrojildo Pereira.

Resultado do trabalho de múltiplos interlocutores, o livro conta com a participação do historiador José Antônio Segatto; do professor e pesquisador de História Contemporânea Gianluca Fiocco; do jornalista e historiador Ivan Alves Fiilho; do historiador Rodrigo Cosenza; do historiador e professor Daniel Araão; do historiador e tradutor Rodrigo Ianhez e do tradutor e ensaísta Luiz Sergio Henriques. Eles confirmaram presença no debate virtual que acontecerá durante o lançamento e terá mediação de Beth Cataldo.

O evento será transmitido ao vivo pelo Facebook e YouTube da Fundação Astrojildo Pereira.

https://www.youtube.com/watch?v=MXOhxUVzAxI

Serviço

Lançamento virtual do livro Khruschov denuncia Stálin: revolução e democracia

Dia: 18/10/2022

Horário: 17 horas

Onde: transmissão ao vivo pelo Facebook YouTube da FAP

Realização: Fundação Astrojildo Pereira (FAP)


Em torno de 22: quarto concerto | Arte: Washington Reis/FAP

“A música me inspira, me dá força e propósito de vida”, diz pianista

Luciara Ferreira*, com edição do coordenador de Audiovisual, João Rodrigues

A mestre em música pela University of Wyoming (EUA) Larissa Paggioli, de 38 anos, conta que a sua trajetória musical teve início ainda na infância. “Meus pais estudavam música como hobby e sempre incentivaram os filhos a participarem de atividades artísticas. Quando criança fiz aulas de ballet, participei de corais e comecei a aprender piano”, acrescenta.

Paggioli ressalta ainda que esses eventos são muito importantes para a sociedade por proporcionarem oportunidades para que as pessoas vivenciem a cultura. A música ao vivo toca as pessoas de uma outra maneira, muito mais direta. “Além disso, nessas ocasiões, o público tem a oportunidade de aprender mais sobre um algum aspecto da arte, estilos, compositores”.

Com a curadoria de Augusto Guerra Vicente, o concerto Obras de música de Câmara de Villa - Lobos para violoncelo constitui a série de cinco apresentações. O evento é uma celebração da Fundação Astrojildo Pereira (FAP) aos cem anos de modernismo na música brasileira.

“A vida seria muito difícil sem música”, diz curador de concertos da FAP

“Quando ouvi pela primeira vez o violão clássico, me apaixonei”, afirma Álvaro Henrique

Violinista: Executar músicas de grandes compositores é o mais gratificante

O evento acontece neste sábado (13/8), a partir das 16h, na Biblioteca Salomão Malina, mantida pela FAP, ambas sediadas em Brasília. O concerto terá a participação do flautista Thales Silva, da violoncelista Norma Parrot, da pianista Larissa Paggioli e do violinista Daniel Cunha. A entrada é gratuita.

Para o professor da Escola de Música de Brasília (EMB) Thales Silva, de 38 anos, música é vibração, é vida. “A sensação de tocar um instrumento como a flauta complementa a minha percepção sobre o ser músico. Me sinto privilegiado em poder emitir sons com meu próprio fôlego, afirma”.

Juntamente com os demais artistas, Norma Parrot, violoncelista da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, é mais uma presença aguardada no concerto. Para a mestre em performance, Villa Lobos foi o único representante da música durante a Semana de Arte Moderna e começou sua vida profissional como violoncelista. “Ele contribuiu para o desenvolvimento técnico e musical do violoncelo com peças que são importantíssimas para o repertório do instrumento”, diz.

Veja, abaixo, galeria de fotos:

Augusto Guerra Vicente e Fernando Calixto na Biblioteca Salomão Malina | Foto: Nívia Cerqueira/FAP
Orquestra | Shutterstock/ Igor Bulgarin
Augusto Guerra Vicente |  Foto: Arquivo Pessoal
Orquestra | Shutterstock/Stokkete
Fernando Calixto no piano do primeiro concerto | Foto: Nívia Cerqueira/FAP
Fernando Calixto | Imagem: Facebook
Orquestra | Shutterstock/Friends Stock
Fernando Calixto | Foto: Arquivo pessoal
Orquestra | Shutterstock/ Igor Bulgarin
Augusto Guerra Vicente | Foto: Arquivo pessoal
Augusto Guerra Vicente e Fernando Calizto na Biblioteca Salomão Malina
Orquestra
Augusto Guerra Vicente
Orquestra
Fernando Calixto no piano do primeiro concerto
Fernando Calixto
Orquestra
Fernando Calixto
Orquestra
Augusto Guerra Vicente
previous arrow
next arrow
 
Augusto Guerra Vicente e Fernando Calizto na Biblioteca Salomão Malina
Orquestra
Augusto Guerra Vicente
Orquestra
Fernando Calixto no piano do primeiro concerto
Fernando Calixto
Orquestra
Fernando Calixto
Orquestra
Augusto Guerra Vicente
previous arrow
next arrow

O quarto convidado a compor o espaço musical é o violinista Daniel Cunha, de 49 anos, que começou na EMB aos 8 anos. Desde então a música tornou-se parte de sua vida, até virar profissão.” Música é a combinação de sons com propósito de tocar a sensibilidade humana. O violino é um meio físico para atingi-la. Parabéns à Biblioteca Salomão Malina pela iniciativa de homenagear a Semana de 22. A cultura agradece”, ressalta.

A série de concertos que teve início em junho é composta por cinco musicais, com o objetivo principal de homenagear os artistas Osvaldo Lacerda, Heitor Villa-Lobos, Glauco Velásquez, Aurélio Melo, entre outros. O último encontro terá a participação da violeira Mariana Costa e do pianista Fernando Calixto, representando obras do compositor Cláudio Santoro.

Programação

Veja abaixo a agenda da série de concertos “Em torno de 22: Cem Anos de Modernismo na Música Brasileira”, que acontece na Biblioteca Salomão Malina, localizada Conic, em Brasília (DF).

Data: 13/8

Concerto 4:  Obras de música de Câmara de Villa-Lobos para violoncelo

Obras de Heitor Villa-Lobos com:

Violoncelo: Norma Parrot

Violino: Daniel Cunha

Flauta: Thales Silva

Piano: Larissa Paggioli

27/08, 16h Em torno de 22: Cem Anos de Modernismo na Música Brasileira

Concerto 5:  Desdobramentos do modernismo: Cláudio Santoro em Brasília

Obras de Cláudio Santoro com:

Viola: Mariana Costa Gomes

Endereço da biblioteca: SDS, Bloco P, ED. Venâncio III, Conic, loja 52, Brasília (DF). CEP: 70393-902

WhatsApp: (61) 98401-5561. (Clique no número para abrir o WhatsApp Web)

*Integrante do programa de estágio da FAP, sob supervisão do coordenador de Audiovisual, João Rodrigues.


(crédito: Arquivo Nacional)

Editora resgata extensa obra literária de Astrojildo Pereira

A editora Boitempo e a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) lançam amanhã, às 16h, na Biblioteca Salomão Malina, no Conic, a Coleção Astrojildo Pereira, com as obras completas do jornalista, ensaísta e fundador do Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1922, do qual seria expulso em 1930, por ordens de Moscou, no período stalinista marcado pelo chamado “obreirismo”. Na programação, haverá um debate seguido de sessão de autógrafos.

Astrojildo somente seria reintegrado ao partido em 1946. Dedicou-se ao jornalismo, com destaque para a atuação como diretor da revista Estudos Sociais, que circulou de 1958 a 1964. Foi um dos intérpretes do processo de urbanização e industrialização do Brasil e revelou-se excepcional crítico literário. Destacou-se também como biógrafo de Machado de Assis, de quem foi admirador desde a adolescência e personagem de sua despedida, no leito de morte, testemunhada por Coelho Neto, Graça Aranha, Mário de Alencar, José
Veríssimo, Raimundo Correia e Rodrigo Otávio, grandes intelectuais da época.

Conheça a história da visita de Astrojildo Pereira a Machado de Assis

FAP realiza debate em lançamento da Coleção Astrojildo Pereira, em Brasília

Conheça a trajetória do Partido Comunista do Brasil, fundado há 100 anos

Evento em Niterói (RJ) celebra os 100 anos do Partido Comunista Brasileiro

Euclides da Cunha descreveu, no Jornal do Commercio de 30 de setembro de 1908, o encontro do jovem e ainda anônimo intelectual com o escritor já moribundo. “Qualquer que seja o destino desta criança, ela nunca mais subirá tanto na vida. Naquele momento, o seu coração bateu sozinho pela alma de uma nacionalidade. Naquele meio segundo — no meio segundo em que ele estreitou o peito moribundo de Machado de Assis, aquele menino foi o maior homem de sua terra.”

Somente em 1936, o nome do adolescente foi revelado pela escritora Lúcia Miguel Pereira. O episódio serviu de roteiro para um curta-metragem de Zelito Vianna, com Marcos Palmeira no papel do autor de Os Sertões.

Livros raros

Os livros Crítica Impura, Formação do PCB, Interpretações, Machado de Assis e URSS Itália Brasil compõem a coleção, além da biografia Um revolucionário cordial, de autoria do professor e historiador Martim Cézar Feijó, que participará do encontro, ao lado do jornalista Carlos Marchi, biógrafo de Carlos Castello Branco
e Teotônio Vilela. O debate será aberto ao público, na auditório da biblioteca, mediado pelo sociólogo Caetano Araújo, diretor geral da FAP, e transmitido pelas redes sociais.

O lançamento torna acessível ao grande público e aos pesquisadores da história das ideias políticas no Brasil e da literatura brasileira a matriz de uma vertente de pensamento que influenciaria a esquerda brasileira até os dias de hoje e, também, toda uma geração de romancistas que protagonizou a crítica social na nossa literatura, inclusive Jorge Amado. Dentre as obras agora reeditadas, destaca-se Interpretações, publicada pela Casa do Estudante do Brasil, em 1944.

Com prefácio de Flávio Aguiar, professor de Letras aposentado da Universidade de São Paulo, Interpretações analisa as obras de Machado de Assis, Lima Barreto, Manoel Antônio de Almeida, Joaquim Manuel de Almeida, Gastão Cruls e Graciliano Ramos, além de Populações meridionais do Brasil, de Oliveira Viana.

Confira debate sobre Astrojildo Pereira no 7º Salão do Livro Político

Veja vídeo de lançamento da Coleção Astrojildo Pereira, em Brasília

Paz e democracia

Surpreendem, ao final da obra, dois textos sobre a II Guerra Mundial. No primeiro, Astrojildo faz uma interessante leitura das referências bíblicas às guerras, com claro objetivo de confrontar as atitudes de Hitler e o antissemitismo nazista; no segundo, escrito quando a Força Expedicionária Brasileira (FEB) já lutava nos campos da Itália e a ditadura de Getúlio Vargas estava com os dias contados, debate o papel dos intelectuais na luta contra as ideias fascistas e a importância da consolidação da democracia no pós-guerra.

Textos de Florestan Fernandes dialogando com Astrojildo sobre o papel dos intelectuais, e de Nelson Werneck Sodré, sobre a trajetória política e intelectual de seu amigo, completam a nova edição de Interpretações, que também pode ser adquirida separadamente.

*Texto publicado originalmente em Correio Braziliense


Coleção Astrojildo Pereira lançamento em Brasília | Foto: Cleomar Almeida/FAP

FAP realiza debate em lançamento da Coleção Astrojildo Pereira, em Brasília

Cleomar Almeida, coordenador de Publicações da FAP

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) iniciará, na terça-feira (28/6), a série de três lançamentos presenciais da Coleção Astrojildo Pereira, que leva o nome de um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e que morreu aos 75 anos, no Rio de Janeiro, em 1965. O primeiro evento será realizado no Espaço Arildo Dória, auditório da Biblioteca Salomão Malina, em Brasília, a partir das 16 horas, com transmissão ao vivo pela TV FAP e redes sociais da entidade. A entrada é gratuita.

Confira debate sobre Astrojildo Pereira no 7º Salão do Livro Político

Veja vídeo de lançamento da Coleção Astrojildo Pereira, em Brasília

A coleção foi lançada recentemente pela FAP e Boitempo, que comercializa, em seu site, os seis títulos em uma caixa especial ou avulsos. Confirmaram presença no primeiro evento de lançamento da coleção o diretor-geral da fundação, o sociólogo e consultor do Senado Caetano Araújo; o jornalista e escritor Carlos Marchi e o historiador Martin Cezar Feijó, autor do livro O revolucionário cordial, que é a biografia de Astrojildo Pereira.

Aberto ao público em geral, o primeiro evento da FAP de lançamento da coleção será realizado no auditório, com espaço climatizado, dentro da Biblioteca Salomão Malina. O endereço é SDS, Bloco P, ED. Venâncio III, Conic, loja 52, Brasília (DF). Interessados podem buscar informações por meio do WhatsApp (61 984015561). 

Coleção Astrojildo Pereira é lançada com nova edição de seis obras

Outros lançamentos estão previstos para serem realizados em São Paulo e no Rio de Janeiro, nos meses de julho e agosto, com participação de intelectuais e admiradores da história de Astrojildo Pereira. Os eventos serão realizados pela FAP, em parceria com a Boitempo.

A coleção

Na nova coleção, Astrojildo Pereira (1890-1965) teve seus cinco livros revistos, ampliados e reunidos na nova coleção batizada com o seu nome, lançada em celebração aos 100 anos da história do PCB, do qual ele foi um dos fundadores e primeiro secretário-geral. A obra do historiador Martin Cezar Feijó completa o conjunto de seis títulos.

Astrojildo Pereira é considerado um dos grandes intelectuais e entusiastas de uma política cultural pioneira para o Brasil. Com obras de sua autoria, a coleção chega ao público, com nova padronização editorial e atualização gramatical. 

Martin Cezar Feijó faz sessão de autógrafos no 7º Salão do Livro Político

Gilberto Maringoni: entre a análise e a militância

Coleção Astrojildo Pereira é recomendada, ao vivo, para mais de mil internautas

Merval Pereira: Machadiano

Obras

Confira, abaixo, a relação de seis títulos da Coleção Astrojildo Pereira.

URSS Itália Brasil (1935);

Interpretações (1944);

Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos (1959);

Formação do PCB: 1922-1928 (1962);

Crítica impura (1963); 

O revolucionário cordial, de Martin Cezar Feijó

URSS Itália Brasil

URSS Itália | Arte: FAP

“Em suma, a realidade brasileira é a da exploração econômica e da opressão política em que vivem as classes laboriosas, operários da indústria e da lavoura, colonos e pequenos lavradores, artesãos e intelectuais pobres, todos sem exceção jungidos ao capitalismo estrangeiro — ou diretamente nas empresas imperialistas, ou indiretamente por intermédio do capitalismo ‘nacional’. Realidade axiomática, que dispensa demonstração, porque é sentida e sofrida por 99,9% da população brasileira. Realidade-mater, de cujos flancos nascem todas as realidades de um país riquíssimo habitado por uma gente pobríssima”. (Trecho da obra)

Publicada pela primeira vez em 1935, com textos lançados na imprensa de 1929 a 1934, a primeira obra de Astrojildo foi URSS Itália Brasil. O livro é imprescindível para estudiosos dos anos de 1930. Naquela época, o Brasil passava por uma fase de consolidação do Estado centralizado após a chamada Revolução de 30. O comunismo e o fascismo eram poderosas forças que se contrapunham no contexto geopolítico.

Os textos de Astrojildo Pereira registram importantes depoimentos do período e levam ao leitor um rico material de informação e análise sobre a formação do Estado soviético, as condições do fascismo italiano e as contradições intelectuais e políticas do Brasil da primeira metade do século 20.

Interpretações

Interpretações | Arte: FAP
Interpretações | Arte: FAP

“Sem dúvida, nem tudo são misérias e desgraças no Nordeste; nem é só no Nordeste que existem misérias e desgraças. Elas existem em todas as regiões do Brasil, de Norte a Sul; existem igualmente em todos os países do mundo, em grau menor ou maior. Já sabemos disso. Mas o de que se trata, nessa questão dos romancistas do Nordeste, é que eles são por vezes acusados de nos seus livros só retratarem a cara feia e dolorosa da miséria nordestina. Demais de injusta, semelhante acusação a meu ver peca pela insensatez e pelo pedantismo”. (Trecho da obra)

A obra Interpretações inclui textos redigidos entre 1929 e 1944, ano em que foi lançada. Com positiva repercussão pela crítica e pelas instituições culturais, o livro foi incluído no Summary of the History of Brazilian Literature, programa de divulgação cultural que colocava Astrojildo ao lado de autores consagrados como Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.

Interpretações está dividido em três partes: Romances BrasileirosHistória política e social e Guerra após Guerra. Obras de diversos romancistas nacionais estão abordadas na primeira parte. Entre eles estão Machado de Assis, Manuel Antonio de Almeida, Joaquim Manuel de Macedo, Lima Barreto e Graciliano Ramos.

A segunda parte analisa as mudanças históricas da formação brasileira, como o debate sobre a abolição da escravatura, durante o Segundo Reinado. Na terceira e última parte, Astrojildo aborda as questões internacionais, como a ascensão do nazismo e a Segunda Guerra Mundial, além de refletir sobre os deveres do intelectual brasileiro diante do conflito mundial.

Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos

Machado de Assis | Arte: FAP
Machado de Assis | Arte: FAP

“Assim como o coração tem razões que a razão desconhece, poderíamos talvez dizer que a razão ou o gênio tem sentimentos que o coração desconhece. E nisto reside, ao que suponho, a essência do problema do ‘bom’ e do ‘mau’ Machado de Assis. Era Machado de Assis um homem bom, um homem mau? O ponto preliminar a esclarecer neste caso é o seguinte: o fato de botar a nu a crueldade, a dissimulação, a hipocrisia, as pequenas vaidades e os secretos apetites de homens e mulheres observados na sociedade, e revividos em contos e romances, significa que o psicólogo, que estuda e desnuda o caráter alheio, seja ele próprio portador das taras e defeitos que analisa?” (Trecho da obra)

Lançado pela primeira vez em 1959, o livro Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos é considerado um dos trabalhos mais importantes e conhecidos de Astrojildo Pereira. Nelas, o intelectual analisa a vida e obra de um dos maiores nomes da literatura brasileira, revelando um escritor perspicaz, crítico atento e sensível e um romancista com forte sentido político e social.

No ano do centenário de fundação do PCB, a obra é relançada, também, com a inclusão de alguns textos. As introduções das edições passadas foram suprimidas, e novos foram incorporadas, com exceção no caso do escrito de José Paulo Netto.

Quase 30 anos depois da redação de Astrojildo: política e cultura, Paulo Netto retomou o seu texto e preparou uma nova versão que abre a presente edição como seu prefácio. O historiador Luccas Eduardo Maldonado assina a orelha. As ilustrações de Claudio de Oliveira utilizadas na terceira edição foram mantidas na atual.

Alguns anexos foram incorporados, como a crônica A última visita, de Euclides da Cunha (1866-1909), na qual relata a visita de Astrojildo Pereira ao leito de morte de Machado de Assis. Outro incremento foi Machado de Assis é nosso, é do povo, do fundador do PCB, publicado em novembro de 1938 na ocasião dos 30 anos do falecimento do Bruxo do Cosme Velho.

O texto apareceu originalmente na Revista Proletária, periódico vinculado ao PCB que tinha uma circulação extremamente restrita devido à ditadura do Estado Novo. Um artigo do militante comunista Rui Facó (1913-1963), intitulado Em memória de Machado de Assis, foi anexado.

Esse texto apareceu originalmente em 27 de setembro de 1958 no Voz Operária, jornal oficial do comitê central do PCB, e fazia uma homenagem ao fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL) no cinquentenário de sua morte. Por fim, inclui-se também uma resenha de Machado de Assis de Astrojildo, escrita por Otto Maria Carpeaux, intitulada Tradição e Revolução

Formação do PCB

Formação do PCB | Arte: FAP
Formação do PCB | Arte: FAP

“O Congresso de fundação do Partido não foi coisa realizada de improviso, mas resultou de um trabalho de preparação que durou cerca de cinco meses. Por iniciativa e sob a direção do Grupo Comunista instalado no Rio a 7 de novembro de 1821, outros grupos se organizaram, nos centros operários mais importantes do país, com o objetivo precípuo de marchar para a fundação do Partido. Tinha-se em vista estabelecer certos pontos de apoio nas regiões onde havia alguma concentração de massa operária. Compreendia-se, por outro lado, que o Partido devia ter desde o início um caráter definido de partido político de âmbito nacional” (Trecho da obra)

Principal articulador da fundação do PCB em março de 1922, Astrojildo Pereira escreveu, ao longo dos anos, para jornais e revistas, uma série de textos sobre os fatos que marcaram a fundação do partido. Em 1962, quando se comemorava os 40 anos da fundação do partido, reuniu os melhores artigos e notas sobre a história da legenda e os publicou com o título Formação do PCB 1922/1928.

Nesse conjunto de textos, Astrojildo Pereira apresenta as lutas operárias desde os últimos anos do século 19 e a criação das bases que possibilitaram a fundação do partido. Reúne também muitas de suas memórias daqueles anos e uma série de contribuições às revistas Movimento ComunistaA Classe Operária A Nação, veículos dos quais ele esteve à frente e com que colaborava regularmente.

Crítica impura

Crítica impura | Arte: FAP
Crítica impura | Arte: FAP

“Lima Barreto não era um marxista, longe disso, e nem se pode vislumbrar nos seus escritos nenhum pendor para trabalhos e estudos teóricos que o levassem a uma adesão plena às concepções filosóficas do marxismo. Desde jovem se afizera ao trato dos livros, mas sua formação sofria do mal muito comum do ecletismo, uma certa mistura de materialismo positivista, de liberalismo spenceriano, de anarquismo kropotkiniano e de outros ingredientes semelhantes. Nascido, no entanto, de família pobre, vivendo sempre na pobreza e no meio de gente pobre, fez-se escritor por vocação — escritor honesto e consciente da sua condição”. (Trecho da obra)

Editado originalmente, em 1963, Crítica impura foi o último livro publicado por Astrojildo. É uma das cinco novas edições de obras lançadas em vida pelo fundador do PCB. A obra reúne textos publicados originalmente em diferentes jornais e revistas e selecionados para compor três eixos temáticos.

A primeira parte é dedicada à literatura, com estudos sobre a vida e obra de autores como Machado de Assis, Eça de Queiroz, Monteiro Lobato, José Veríssimo e outros. Nesse momento, pode-se ver a produção que colocou Astrojildo Pereira entre os principais críticos literários brasileiros.

A segunda parte aborda a China comunista. Nela, Astrojildo Pereira analisa uma série de relatos de viagens sobre o país asiático feitos durante os anos 1950 e 1960. Apresenta-se, então, um militante comunista atento ao processo revolucionário chinês que havia ocorrido há pouco. O último eixo aborda as vinculações entre política e cultura, contextos de intervenção pública que marcaram a trajetória política do intelectual em diversos debates centrais do Brasil na metade do século 20.

O revolucionário cordial

O revolucionário cordial | Arte: FAP
O revolucionário cordial | Arte: FAP

“Astrojildo, aos 37 anos de idade, atravessou de trem o centro do país até a cidade de Corumbá, no Mato Grosso, para depois então, de automóvel, se encontrar nas proximidades da fronteira com o líder tenentista – na verdade capitão que havia em pouco tempo se transformado em general – Luís Carlos Prestes, também conhecido como o ‘Cavaleiro da Esperança’. Astrojildo foi bem recebido pelo revolucionário, que queria notícias do Brasil, e deu uma entrevista para o jornal tenentista que promoveu o encontro. Prestes também ficou com os livros sobre teorias revolucionárias que o líder trazia em suas bagagens. O revolucionário exilado, após ter atravessado o país com uma coluna de soldados dispostos a transformarem o quadro de miséria e atraso do Brasil, leu com atenção aqueles livros todos, e considerou aquele visitante um mensageiro que trazia uma nova possibilidade para seu anseio de transformar o mundo e não apenas derrubar um governo. E este encontro levou Astrojildo a receber uma das maiores e mais fortes críticas dentro do partido, de ser “prestista”. Esta foi uma das justificativas de sua expulsão do PCB, depois de ter sido destituído do cargo de secretário-geral, em 1931”. (Trecho da obra)

A obra O revolucionário cordial é uma tentativa de interpretação da trajetória do intelectual Astrojildo Pereira por meio de seus escritos e sua comunicação, principalmente aquela impressa em livros. O trabalho do historiador Martin Cezar Feijó busca apresentar os escritos militantes do fundador do PCB, marcados por profunda tensão entre a revolução e a modernidade, no período que compreende a Primeira Grande Guerra (1914-1918) e o fim da Segunda Guerra (1939-1945).

O livro analisa a proposta de construção de uma política cultural levantada por Astrojildo Pereira. O projeto de alfabetização proposto por ele levava em conta a cultura popular e preferia chamar à luta um setor da sociedade civil rebelde às imposições do Estado: os intelectuais. Investimento na formação intelectual, moral e estética de todas as pessoas, em condições iguais e democráticas. É a origem de um projeto de política cultural de um revolucionário que leva em conta a memória dos afetos e das dores do país, apontando para um futuro melhor, apesar das adversidades.


Arte: FAP

FAP e ITV realizam formatura do curso de formação política na quarta-feira (8/6)

João Vítor*, com edição do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV) realizam, na quarta-feira (8/6), a partir das 19 horas, a primeira formatura dos concluintes do curso online de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes, organizado em conjunto pelas duas instituições. Dos 1.503 matriculados, 508 alunos já estão aptos para a formatura. Os demais vão receber certificados, após concluírem as aulas da capacitação, que segue em andamento.

Curso de formação política ultrapassou 1,5 mil inscritos, em parceria da FAP com ITV

A cerimônia será realizada de forma virtual. O público poderá acompanhar a solenidade pelo aplicativo Zoom. O acesso será enviado, previamente, aos alunos aptos à formatura. Para filiados ao Cidadania, o certificado está disponível na plataforma Somos Cidadania. Integrantes do PSDB devem solicitar o certificado pelo WhatsApp [61 983301402].

De 23 a 27 de julho, 1.220 alunos responderam à pesquisa sobre o perfil dos participantes. Desse total, 584 inscritos (48%) informaram que serão candidatos nas eleições de 2022. As equipes dos candidatos representam 52% do público, com 636 respostas ao questionário. No grupo de futuros candidatos, 73% afirmaram que vão concorrer a uma cadeira nas Assembleia Legislativas espalhadas pelo Brasil. Outros 27% querem ser eleitos para a Câmara dos Deputados.

As informações completas estão disponíveis em relatório neste link.

Veja dados em imagens:

Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Qual cargo vai disputar
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
previous arrow
next arrow

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirma que o curso demonstra a força da federação PSDB-Cidadania e reforça a luta em defesa da democracia e do desenvolvimento, com foco na realidade do povo brasileiro. “Temos pré-candidatos, equipes e militâncias verdadeiramente engajados em nosso projeto de transformação do Brasil”, ressalta ele.

Além de apontar o curso como “o primeiro grande marco da federação com o PSDB”, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, destaca a capacitação como forma de garantir eficiência à formação política. “Os palestrantes estão na linha de frente da política nacional e, certamente, agregaram bastante conhecimento a todos. Só temos de comemorar o êxito do curso e desejar sucesso nas campanhas dos candidatos e candidatas”, afirma.

Presidente do Conselho Curador da FAP e ex-prefeito de Vitória (ES) por dois mandatos consecutivos, o médico Luciano Rezende agradece aos profissionais das duas entidades e dos partidos, ressalta a qualidade do curso e lembra que a boa política é feita com o talento, além de capacitação e boas técnicas de gestão para que as pessoas eleitas cumpram mandato de excelência no Legislativo ou no Executivo. “Parabenizo aos alunos participantes e, também, um agradecimento muito especial aos professores e professoras que foram sensacionais, com aulas inesquecíveis”, acentua.

Presidente do Conselho Curador do ITV, o economista Marcus Pestana afirma que o curso “obteve êxito enorme”, foi “uma injeção de ânimo” e já conquistou “qualidade muito grande”. “Creio que foi um passo decisivo. O Cidadania e o PSDB estão de parabéns por proporcionar, aos seus candidatos e às suas candidatas, uma oportunidade de se qualificar para elevar o nível do debate nesta eleição que parece que será tão tensa e radicalizada”, diz.

O diretor-geral da FAP, Caetano Araújo, lembra que o curso dá continuidade ao objetivo de formação política que vem sendo fortalecido, nos últimos anos, sempre com crescimento no número de inscritos em anos eleitorais. “Ao longo dos próximos meses, outros alunos irão concluir este curso porque ficará disponível na plataforma on-line para quem tiver interesse. O resultado é excepcional”, assevera.

Inclusão Política

Uma das mediadoras do curso, a ativista trans Mariana Valentim diz que o curso aumentou a importância da formação política ao mostrar aos participantes formas reais e práticas de elevar a representatividade e inclusão na política. “Por isso, tanto o ITV quanto a FAP estão de parabéns”, ressalta ela.

Advogado especialista em direito eleitoral e um dos professores do curso, Marcelo Nunes destaca a relevância do curso, principalmente em virtude da complexidade das regras eleitorais. “Estimamos expressivo rigor na fiscalização dos recursos públicos que serão destinados nas eleições 2022, e esse curso de formação foi essencial para dirimir dúvidas nesse sentido”, explica.

A Presidente do Tucanafro, o movimento negro do PSDB, Gabriela Cruz, ressaltou a importância do recorte étnico-racial da formação política. “É um objetivo muito central para a militância possa ter uma visão para a promoção equidade racial e promover políticas públicas de igualdade. É importante para que a gente possa ter representatividade e fazer um pacto de humanidade, uma ação conjunta de combate ao racismo e preparação dos candidatos e candidatas dessa agenda tão relevante para o debate nacional”, observou.

Pré-candidata à deputada federal pelo Cidadania do Paraná, Eleangela Cervilha afirma que o curso foi um divisor de águas para seu projeto. “O nível dos palestrantes surpreendeu, e o conteúdo das aulas, muito dinâmico, me motivou ainda mais nesta caminhada. Só tenho a agradecer à FAP, ao ITV, ao PSDB e ao Cidadania23”, diz.

As aulas foram transmitidas, de forma online, de 23 a 31 de maio, na plataforma Somos Cidadania, onde continuam disponíveis para todas as pessoas interessadas.

Confira vídeos do curso:



Serviço

Formatura do curso de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes

Data: 8/6/2022 (quarta-feira)

Transmissão: a partir das 19 horas

Onde: https://us02web.zoom.us/j/6612599807

Realização: Fundação Astrojildo Pereira e Instituto Teotônio Vilela

*Integrante do programa de estágio da fundação, sob supervisão do jornalista, editor de conteúdo e coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida


Senadora Eliziane Gama analisa participação feminina no Congresso

Em entrevista à Revista Política Democrática Online, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) fala sobre a participação das mulheres no Parlamento.

Confira o vídeo!




Lançamento | Arte: FAP

Coleção Astrojildo Pereira é lançada com nova edição de seis obras

Cleomar Almeida, coordenador de Publicações da FAP

Um dos grandes intelectuais e entusiastas de uma política cultural pioneira para o Brasil, Astrojildo Pereira (1890-1965) teve seus cinco livros revistos, ampliados e reunidos na nova coleção batizada com o seu nome, lançada neste mês em celebração aos 100 anos da história do Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual ele foi fundador e primeiro secretário-geral. Outra obra do historiador Martin Cezar Feijó completa o conjunto de seis títulos.

A coleção foi lançada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e editora Boitempo, com nova padronização editorial e atualização gramatical. As obras são: URSS Itália Brasil (1935), Interpretações (1944), Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos (1959), Formação do PCB: 1922-1928 (1962) e Crítica impura (1963). A biografia O revolucionário cordial, de Martin Cezar Feijó, completa o conjunto de obras.

Martin Cezar Feijó faz sessão de autógrafos no 7º Salão do Livro Político

Gilberto Maringoni: entre a análise e a militância

Coleção Astrojildo Pereira é recomendada, ao vivo, para mais de mil internautas

Merval Pereira: Machadiano

Confira debate sobre Astrojildo Pereira no 7º Salão do Livro Político

Veja vídeo de lançamento da Coleção Astrojildo Pereira, em Brasília

URSS Itália Brasil

URSS Itália | Arte: FAP

“Em suma, a realidade brasileira é a da exploração econômica e da opressão política em que vivem as classes laboriosas, operários da indústria e da lavoura, colonos e pequenos lavradores, artesãos e intelectuais pobres, todos sem exceção jungidos ao capitalismo estrangeiro — ou diretamente nas empresas imperialistas, ou indiretamente por intermédio do capitalismo ‘nacional’. Realidade axiomática, que dispensa demonstração, porque é sentida e sofrida por 99,9% da população brasileira. Realidade-mater, de cujos flancos nascem todas as realidades de um país riquíssimo habitado por uma gente pobríssima”. (Trecho da obra)

Publicada pela primeira vez em 1935, com textos lançados na imprensa de 1929 a 1934, a primeira obra de Astrojildo foi URSS Itália Brasil. O livro é imprescindível para estudiosos dos anos de 1930. Naquela época, o Brasil passava por uma fase de consolidação do Estado centralizado após a chamada Revolução de 30. O comunismo e o fascismo eram poderosas forças que se contrapunham no contexto geopolítico.

Os textos de Astrojildo Pereira registram importantes depoimentos do período e levam ao leitor um rico material de informação e análise sobre a formação do Estado soviético, as condições do fascismo italiano e as contradições intelectuais e políticas do Brasil da primeira metade do século 20.

Interpretações

Interpretações | Arte: FAP
Interpretações | Arte: FAP

“Sem dúvida, nem tudo são misérias e desgraças no Nordeste; nem é só no Nordeste que existem misérias e desgraças. Elas existem em todas as regiões do Brasil, de Norte a Sul; existem igualmente em todos os países do mundo, em grau menor ou maior. Já sabemos disso. Mas o de que se trata, nessa questão dos romancistas do Nordeste, é que eles são por vezes acusados de nos seus livros só retratarem a cara feia e dolorosa da miséria nordestina. Demais de injusta, semelhante acusação a meu ver peca pela insensatez e pelo pedantismo”. (Trecho da obra)

A obra Interpretações inclui textos redigidos entre 1929 e 1944, ano em que foi lançada. Com positiva repercussão pela crítica e pelas instituições culturais, o livro foi incluído no Summary of the History of Brazilian Literature, programa de divulgação cultural que colocava Astrojildo ao lado de autores consagrados como Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.

Interpretações está dividido em três partes: Romances Brasileiros, História política e social e Guerra após Guerra. Obras de diversos romancistas nacionais estão abordadas na primeira parte. Entre eles estão Machado de Assis, Manuel Antonio de Almeida, Joaquim Manuel de Macedo, Lima Barreto e Graciliano Ramos.

A segunda parte analisa as mudanças históricas da formação brasileira, como o debate sobre a abolição da escravatura, durante o Segundo Reinado. Na terceira e última parte, Astrojildo aborda as questões internacionais, como a ascensão do nazismo e a Segunda Guerra Mundial, além de refletir sobre os deveres do intelectual brasileiro diante do conflito mundial.

Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos

Machado de Assis | Arte: FAP
Machado de Assis | Arte: FAP

“Assim como o coração tem razões que a razão desconhece, poderíamos talvez dizer que a razão ou o gênio tem sentimentos que o coração desconhece. E nisto reside, ao que suponho, a essência do problema do ‘bom’ e do ‘mau’ Machado de Assis. Era Machado de Assis um homem bom, um homem mau? O ponto preliminar a esclarecer neste caso é o seguinte: o fato de botar a nu a crueldade, a dissimulação, a hipocrisia, as pequenas vaidades e os secretos apetites de homens e mulheres observados na sociedade, e revividos em contos e romances, significa que o psicólogo, que estuda e desnuda o caráter alheio, seja ele próprio portador das taras e defeitos que analisa?” (Trecho da obra)

Lançado pela primeira vez em 1959, o livro Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos é considerado um dos trabalhos mais importantes e conhecidos de Astrojildo Pereira. Nelas, o intelectual analisa a vida e obra de um dos maiores nomes da literatura brasileira, revelando um escritor perspicaz, crítico atento e sensível e um romancista com forte sentido político e social.

No ano do centenário de fundação do PCB, a obra é relançada, também, com a inclusão de alguns textos. As introduções das edições passadas foram suprimidas, e novos foram incorporadas, com exceção no caso do escrito de José Paulo Netto.

Quase 30 anos depois da redação de Astrojildo: política e cultura, Paulo Netto retomou o seu texto e preparou uma nova versão que abre a presente edição como seu prefácio. O historiador Luccas Eduardo Maldonado assina a orelha. As ilustrações de Claudio de Oliveira utilizadas na terceira edição foram mantidas na atual.

Alguns anexos foram incorporados, como a crônica A última visita, de Euclides da Cunha (1866-1909), na qual relata a visita de Astrojildo Pereira ao leito de morte de Machado de Assis. Outro incremento foi Machado de Assis é nosso, é do povo, do fundador do PCB, publicado em novembro de 1938 na ocasião dos 30 anos do falecimento do Bruxo do Cosme Velho.

O texto apareceu originalmente na Revista Proletária, periódico vinculado ao PCB que tinha uma circulação extremamente restrita devido à ditadura do Estado Novo. Um artigo do militante comunista Rui Facó (1913-1963), intitulado Em memória de Machado de Assis, foi anexado.

Esse texto apareceu originalmente em 27 de setembro de 1958 no Voz Operária, jornal oficial do comitê central do PCB, e fazia uma homenagem ao fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL) no cinquentenário de sua morte. Por fim, inclui-se também uma resenha de Machado de Assis de Astrojildo, escrita por Otto Maria Carpeaux, intitulada Tradição e Revolução

Formação do PCB

Formação do PCB | Arte: FAP
Formação do PCB | Arte: FAP

“O Congresso de fundação do Partido não foi coisa realizada de improviso, mas resultou de um trabalho de preparação que durou cerca de cinco meses. Por iniciativa e sob a direção do Grupo Comunista instalado no Rio a 7 de novembro de 1821, outros grupos se organizaram, nos centros operários mais importantes do país, com o objetivo precípuo de marchar para a fundação do Partido. Tinha-se em vista estabelecer certos pontos de apoio nas regiões onde havia alguma concentração de massa operária. Compreendia-se, por outro lado, que o Partido devia ter desde o início um caráter definido de partido político de âmbito nacional” (Trecho da obra)

Principal articulador da fundação do PCB em março de 1922, Astrojildo Pereira escreveu, ao longo dos anos, para jornais e revistas, uma série de textos sobre os fatos que marcaram a fundação do partido. Em 1962, quando se comemorava os 40 anos da fundação do partido, reuniu os melhores artigos e notas sobre a história da legenda e os publicou com o título Formação do PCB 1922/1928.

Nesse conjunto de textos, Astrojildo Pereira apresenta as lutas operárias desde os últimos anos do século 19 e a criação das bases que possibilitaram a fundação do partido. Reúne também muitas de suas memórias daqueles anos e uma série de contribuições às revistas Movimento Comunista, A Classe Operária e A Nação, veículos dos quais ele esteve à frente e com que colaborava regularmente.

Crítica impura

Crítica impura | Arte: FAP
Crítica impura | Arte: FAP

“Lima Barreto não era um marxista, longe disso, e nem se pode vislumbrar nos seus escritos nenhum pendor para trabalhos e estudos teóricos que o levassem a uma adesão plena às concepções filosóficas do marxismo. Desde jovem se afizera ao trato dos livros, mas sua formação sofria do mal muito comum do ecletismo, uma certa mistura de materialismo positivista, de liberalismo spenceriano, de anarquismo kropotkiniano e de outros ingredientes semelhantes. Nascido, no entanto, de família pobre, vivendo sempre na pobreza e no meio de gente pobre, fez-se escritor por vocação — escritor honesto e consciente da sua condição”. (Trecho da obra)

Editado originalmente, em 1963, Crítica impura foi o último livro publicado por Astrojildo. É uma das cinco novas edições de obras lançadas em vida pelo fundador do PCB. A obra reúne textos publicados originalmente em diferentes jornais e revistas e selecionados para compor três eixos temáticos.

A primeira parte é dedicada à literatura, com estudos sobre a vida e obra de autores como Machado de Assis, Eça de Queiroz, Monteiro Lobato, José Veríssimo e outros. Nesse momento, pode-se ver a produção que colocou Astrojildo Pereira entre os principais críticos literários brasileiros.

A segunda parte aborda a China comunista. Nela, Astrojildo Pereira analisa uma série de relatos de viagens sobre o país asiático feitos durante os anos 1950 e 1960. Apresenta-se, então, um militante comunista atento ao processo revolucionário chinês que havia ocorrido há pouco. O último eixo aborda as vinculações entre política e cultura, contextos de intervenção pública que marcaram a trajetória política do intelectual em diversos debates centrais do Brasil na metade do século 20.

O revolucionário cordial

O revolucionário cordial | Arte: FAP
O revolucionário cordial | Arte: FAP

“Astrojildo, aos 37 anos de idade, atravessou de trem o centro do país até a cidade de Corumbá, no Mato Grosso, para depois então, de automóvel, se encontrar nas proximidades da fronteira com o líder tenentista – na verdade capitão que havia em pouco tempo se transformado em general – Luís Carlos Prestes, também conhecido como o ‘Cavaleiro da Esperança’. Astrojildo foi bem recebido pelo revolucionário, que queria notícias do Brasil, e deu uma entrevista para o jornal tenentista que promoveu o encontro. Prestes também ficou com os livros sobre teorias revolucionárias que o líder trazia em suas bagagens. O revolucionário exilado, após ter atravessado o país com uma coluna de soldados dispostos a transformarem o quadro de miséria e atraso do Brasil, leu com atenção aqueles livros todos, e considerou aquele visitante um mensageiro que trazia uma nova possibilidade para seu anseio de transformar o mundo e não apenas derrubar um governo. E este encontro levou Astrojildo a receber uma das maiores e mais fortes críticas dentro do partido, de ser “prestista”. Esta foi uma das justificativas de sua expulsão do PCB, depois de ter sido destituído do cargo de secretário-geral, em 1931”. (Trecho da obra)

A obra O revolucionário cordial é uma tentativa de interpretação da trajetória do intelectual Astrojildo Pereira por meio de seus escritos e sua comunicação, principalmente aquela impressa em livros. O trabalho do historiador Martin Cezar Feijó busca apresentar os escritos militantes do fundador do PCB, marcados por profunda tensão entre a revolução e a modernidade, no período que compreende a Primeira Grande Guerra (1914-1918) e o fim da Segunda Guerra (1939-1945).

O livro analisa a proposta de construção de uma política cultural levantada por Astrojildo Pereira. O projeto de alfabetização proposto por ele levava em conta a cultura popular e preferia chamar à luta um setor da sociedade civil rebelde às imposições do Estado: os intelectuais. Investimento na formação intelectual, moral e estética de todas as pessoas, em condições iguais e democráticas. É a origem de um projeto de política cultural de um revolucionário que leva em conta a memória dos afetos e das dores do país, apontando para um futuro melhor, apesar das adversidades.


Imagem mil inscritos curso | Arte: FAP

Curso de formação política ultrapassou 1,5 mil inscritos, em parceria da FAP com ITV

Cleomar Almeida, coordenador de Publicações da FAP, (atualização do número de inscritos)

Mais de 1,5 mil pessoas se inscreveram no curso inédito de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV). Sem custo para os matriculados e totalmente online, a qualificação foi a primeira a ser realizada pelas duas instituições, vinculadas ao Cidadania e ao PSDB, após a federação partidária.

Inscreva-se no curso de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes

Veja, abaixo, vídeo de apresentação do curso:

https://youtu.be/aSQI-mi-eC0

O curso foi realizado, de 23 a 27 deste mês, com a últimas aulas marcada para os dias 30 e 31 seguintes, das 19h às 20h30, por meio da plataforma Somos Cidadania, totalmente interativa, moderna e com design responsivo. No primeiro dia, as aulas inaugurais foram ministradas pelos presidentes nacionais do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o diretor financeiro da FAP, Raimundo Benoni, vice-prefeito de Salinas (Cidadania-MG), afirmou que “esse curso é imperdível". Ele ressaltou que as aulas abordarão análise de conjuntura política, atividade parlamentar, estratégias de campanha, comunicação e redes sociais, legislação eleitoral, arrecadação, contabilidade e finanças, além da importância das mulheres na política.

Confira, abaixo, vídeo de Benoni:

https://youtu.be/cvhtl2pQL_s

Diretor financeiro do ITV, o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG) também destacou a relevância da formação política para capacitação de candidatos e candidatos, além de suas equipes, com o objetivo de que, durante o mandato, todos desempenhem o seus papéis de forma eficiente, com foco na população e no desenvolvimento do Brasil.

“Buscar o êxito nas eleições, consolidar a federação entre os partidos e se comprometer com os ganhos sociais e econômicos do nosso país é defender a democracia. Esse é o espírito desse curso dirigido a todos que desejam exercer a representatividade política”, disse o deputado federal.

O diretor executivo da FAP, Marco Aurélio Marrafon, parabenizou as duas instituições e os partidos pelo sucesso no curso já na fase de inscrição. “Para que um time seja vitorioso, precisa de formação, dedicação, empenho e muita energia para alcançar a vitória. E é isso que nossos candidatos, nossas candidatas, as suas assessorias e suas equipes estão demonstrando ao alcançar, em pouquíssimo tempo, mais de 1 mil inscrições”, disse ele.

https://open.spotify.com/episode/5Fpkn5HGQy6W8SQocDdeUX?si=f0e9b7f055b54d25

No lançamento das inscrições, realizado no dia 5 deste mês, o presidente do Conselho Curador do ITV, o economista Marcus Pestana, que foi deputado federal pelo PSDB-MG, destacou o objetivo do curso e a expectativa para que a qualificação resulte no exercício de mandatos com excelência.

“Esse curso visa qualificar, preparar e treinar nossos candidatos, e nossas candidatas, além de suas equipes, para que consigam cumprir sua missão: conseguir processo eficiente de comunicação com a população levando conteúdo, a discussão do futuro do país, a defesa da democracia”, asseverou Pestana.

O presidente do Conselho Curador da FAP e ex-prefeito de Vitória (ES) por dois mandatos consecutivos, o médico Luciano Rezende disse que o foco deve ser sempre “juntar o talento político à boa técnica de gestão”. “Esse talento político, que é inerente aos candidatos que vão disputar a eleição em outubro, terá uma potencialização com a formação política porque o curso tem um programa espetacular aplicado”, observou ele. 

Veja, abaixo, vídeos das aulas:



Saiba mais sobre os palestrantes

Análise da conjuntura política23/5

Bruno Araújo: formado pela Faculdade de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi eleito duas vezes deputado estadual e deputado federal por Pernambuco durante três mandatos consecutivos. Foi ministro das Cidades entre 2016 e 2017. Atualmente é o presidente nacional do PSDB.

Roberto Freire: presidente nacional do Cidadania 23, atuou como deputado estadual e federal por Pernambuco e São Paulo; senador por Pernambuco; líder do governo Itamar Franco; ministro da Cultura e candidato a presidente da República em 1989 pelo PCB.

O mediador será o deputado federal do PSDB/SP Samuel Moreira.

Atividade parlamentar: 24/5

Carlos Sampaio: procurador de Justiça do Estado de São Paulo, é formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Foi vereador (1993 a 1997), deputado estadual (1999 a 2023) e, desde 2003, é deputado federal por São Paulo.

Rubens Bueno: professor de formação, vice-presidente nacional do Cidadania, exerce o seu quinto mandato de deputado federal pelo Paraná, sendo o terceiro consecutivo.

A mediadora será a senadora do Cidadania Eliziane Gama.

Estratégias de campanha, comunicação e redes sociais: 25/5

Paulo Vasconcelos: natural de Belo Horizonte (MG), o publicitário Paulo Vasconcelos do Rosário Neto liderou a coordenação do marketing da campanha de Aécio Neves à presidência da República de 2014. Em 1995, assumiu a Secretaria de Comunicação do Governo de Minas Gerais. Atuou nas melhores agências de propaganda do país ao longo das últimas quatro décadas.

Sergio Denicoli: pós-doutor em comunicação digital, pesquisador da Universidade do Minho, em Portugal. CEO da AP Exata Inteligência Digital. Foi professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e, também, em Portugal, na Universidade Lusófona e na Universidade do Minho.

O mediador será o advogado e doutor em direito Marco Marrafon.

Legislação eleitoral: 26/5

Marilda Silveira: Doutora e mestre em Direito Administrativo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Coordenadora do IDP Online e Professora dos cursos de graduação e pós-graduação da EDB/IDP. Membro do IBRADE, da ABRADEP e das Comissões de Direito Administrativo e Eleitoral da OAB/ DF (2015). Foi Assessora Jurídica de Ministros e da Presidência do TSE.

Arlindo Fernandes: servidor público, consultor legislativo do Senado Federal nas áreas de direito constitucional e eleitoral, desde 1996, é advogado e especialista em direito constitucional e em ciência política.

O mediador será o presidente do Conselho Curador do ITV Marcus Pestana.

Arrecadação de campanha, contabilidade e finanças: 27/5

Guilherme Sturm: contador pela Fundação Educacional do Município de Assis (Fema), concluiu o MBA Executivo Internacional pela FGV-Chinese University Hong Kong e MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio pela FGV. Sócio do Grupo Essent Negócios Contábeis e CEO da Essent Jus, startup especializada em Arrecadação e Contabilidade Digital para Partidos, Igrejas e outras entidades.

Marcelo Nunes: ex-servidor do TER-ES, professor e advogado especialista em direito eleitoral, com atuação nas eleições dos últimos 20 anos.

O mediador será o presidente do Conselho Curador da FAP Luciano Rezende.

Mulheres na política: 30/5

Shéridan Oliveira: psicóloga e mestranda em gestão pública, é deputada federal por Roraima desde 2015. É presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara Federal. Foi secretária da Promoção Humana e Desenvolvimento de Roraima de 2007 a 2014.

Eliziane Gamasenadora da República pelo Maranhão e líder da bancada feminina do Senado Federal. Esposa, mãe, cristã. Teve atuação destacada na CPI da covid-19. Foi deputada estadual entre 2007 e 2014 e deputada federal de 2015 a 2018.

A mediadora será a coordenadora do PSDB-Mulher no nordeste Iraê Lucena.

A representatividade negra na política: 31/5

Gabriela Cruz: presidente do Tucanafro.

Kennedy Vasconcelos: Coordenador do Igualdade23 MG.

A mediadora será a ativista transexual Mariana Valentim.