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Washington Reis/FAP - Aula do médico e pesquisador Luiz Santini no curso Jornada Cidadã 2022. Arte: Washington Reis/FAP

"Pandemia mostra capacidade de resiliência do SUS", diz Luiz Santini

Pesquisador da Fiocruz e ex-diretor do Inca vai discutir impactos da covid-19 no sistema em nova aula do curso Jornada Cidadã 2022

Cleomar Almeida, da equipe da FAP

Pesquisador associado do Centro de Estudos Estratégicos da Fundação Oswaldo Cruz (CEE-Fiocruz) e ex-diretor do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o médico Luiz Santini diz que “a pandemia mostra a capacidade de resiliência” do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele discute o assunto, na segunda-feira (29/11), a 11ª aula do curso Jornada Cidadã 2022.

Realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília, em parceria com o Cidadania, o curso está disponível na plataforma de educação a distância Somos Cidadania, gratuitamente, a simpatizantes e filiados ao partido.

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Santini, que que também é professor de Cirurgia e de Saúde Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), vai discutir os impactos da pandemia no SUS, mesmo título da mais recente revista Política Democrática impressa (58ª edição), cuja organização teve participação dele. A publicação foi editada pela FAP.

“O SUS teve capacidade de acionar seu mecanismo de gestão tripartite e fez com que, mesmo com ausência de liderança nacional, o sistema fosse capaz de funcionar e responder adequadamente”, afirma Santini.

Segundo o pesquisador, apesar do negacionismo de Bolsonaro, o SUS se sobrepôs a tentativas de ingerência do governo de tentar desqualificar o sistema para favorecer, por exemplo, compra e distribuição de insumos pelo setor privado, em meio a um esquema de corrupção, como revelou a comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Senado.

O médico acredita que, se não fosse o sistema público, o Brasil já teria um número muito maior que o de 614 mil vítimas da covid-19.



O curso

As inscrições no curso podem ser feitas, diretamente, na plataforma de educação a distância Somos Cidadania, que é totalmente interativa, moderna, com design responsivo e tem acesso gratuito para matriculados. Nela, além das aulas, os alunos têm à disposição uma série de informações relevantes e atuais sobre o contexto político brasileiro e eventos contínuos realizados pela FAP.

Palestrantes do curso Jornada Cidadã 2022
Palestrantes do curso Jornada Cidadã 2022

O curso, segundo a coordenação, reúne uma série de professores altamente qualificados para abordar temas que afetam diretamente o dia a dia das pessoas e devem ser encarados por meio de políticas públicas eficazes, em meio a um cenário tomado pela pandemia da covid-19.

Veja vídeos do curso



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Apagão do CNPQ: Sistemas ficam fora do ar pelo quarto dia consecutivo e acesso ao Lattes é afetado

Cientistas brasileiros relatam dificuldade para acessar o currículo Lattes e outros sistemas do CNPq

André Biernath, da BBC News Brasil

O órgão, vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), está entre as principais agências de fomento à pesquisa no país e suas plataformas online são essenciais para a concessão de bolsas aos estudantes e para a coordenação de estudos entre diferentes grupos espalhados pelo Brasil e pelo mundo.

Nas redes sociais, os cientistas estão usando o termo "apagão do CNPq" para se manifestar sobre a situação e contar como o trabalho deles é prejudicado por essa indisponibilidade.

O neurocientista Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por exemplo, disse no Twitter que a situação representa "uma metáfora cruel para o que vive toda a comunidade científica brasileira diante de um governo que não acredita em ciência".


Em nota enviada à BBC News Brasil, o CNPq informou que já identificou a causa do problema e que está tomando as providências para resolver a pane.

Qual o tamanho do problema?
Entre todos os sistemas afetados, aquele que vem gerando a maior comoção entre os especialistas é a indisponibilidade da Plataforma Lattes.

Descrita genericamente como um "Linkedin dos cientistas", trata-se de um site que reúne toda a trajetória acadêmica dos pesquisadores brasileiros (ou de estrangeiros que têm alguma relação com nosso país).

Professores e estudantes cadastram ali as informações sobre a produção acadêmica, as pesquisas em andamento ou finalizadas, os artigos publicados, as bolsas conquistadas, entre muitos outros detalhes.

Ter esse currículo atualizado costuma ser uma das primeiras exigências a todos que integram a área acadêmica, especialmente na hora de se candidatar a projetos e vagas de iniciação científica, mestrado e doutorado.

Vale lembrar que estamos no meio do ano, período em que muitas instituições abrem as seleções de novos estudantes de pós-graduação, em que geralmente são avaliados os currículos Lattes dos candidatos.

Plataforma Lattes
Plataforma Lattes, que reúne o currículo de pesquisadores, está totalmente fora do ar

O nome da plataforma é uma homenagem ao cientista brasileiro César Lattes, que fez importantes descobertas no campo da Física Atômica e foi um dos criadores do CNPq na década de 1950.

Mas o currículo não é o único sistema a sair do ar. A Plataforma Carlos Chagas, que reúne informações de grupos de pesquisa e bolsistas do CNPq, também está indisponível.

O mesmo vale para o Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, outra base de dados importante para conhecer quais especialistas estão trabalhando em cada área.

Há outros sistemas internos do CNPq que parecem ter sido atingidos, mas ainda não há confirmação oficial desse fato.


Será que tinha backup?
Outro ponto que tem afligido os cientistas brasileiros é o risco de perder todas as informações armazenadas nas plataformas durante as últimas décadas — boatos compartilhados em redes sociais e grupos de WhatsApp diziam que não havia backup, ou uma cópia segura, dos arquivos.

A BBC News Brasil questionou o CNPq sobre a extensão do problema e se há previsão de retorno à normalidade.

Em nota, o CNPq informou que já diagnosticou o problema que causou a pane nos sistemas e "os procedimentos para reparação foram iniciados".


Também esclareceu que o pagamento de bolsas não será afetado e todos os prazos relacionados a projetos e entregas de relatórios serão prorrogados.

O órgão assegurou que existem, sim, backups de todas as informações e que não aconteceram perdas.

"O CNPq dispõe de novos equipamentos de TI e a migração dos dados foi iniciada antes do ocorrido [a indisponibilidade dos sistemas]."

Não se sabe, porém, quando toda a situação será regularizada e voltará ao normal.