Falta de liderança é um dos ‘fatores muito graves’ para combate à Covid-19, diz Luiz Antonio Santini

Em entrevista exclusiva à revista Política Democrática Online de julho, ex-diretor do Inca acredita que até o fim do ano a doença possa ser controlada.
Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Em entrevista exclusiva à revista Política Democrática Online de julho, ex-diretor do Inca acredita que até o fim do ano a doença possa ser controlada

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Ex-diretor do Inca (Instituto Nacional do Câncer), o pesquisador Luiz Antonio Santini alerta para os erros que o governo federal tem cometido na luta contra a pandemia do novo coronavírus e ressalta o importante papel do SUS (Sistema Único de Saúde), que, segundo ele, está sendo subutilizado. “A falta de conhecimento estruturado sobre a doença, a ausência de organização, a falta de liderança, uma disposição permanente de questionar a própria ciência, são fatores muito graves para a implementação de uma política pública eficaz”, afirmou, em entrevista exclusiva à revista Política Democrática Online de julho.

A publicação mensal é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília, e todas edições podem ser acessadas, gratuitamente, no site da entidade, que também faz ampla divulgação em seus perfis no Instagram e no Twitter e em sua página no Facebook. Na avaliação do médico, que atuou como diretor do Inca por 10 anos, a estratégia de guerra implica a normalização do dano colateral. “Torna-se aceitável a morte de várias pessoas, a começar pelos profissionais de saúde. Isso precisa ser revisto. A conclusão de ‘vamos todos morrer um dia’ não edifica””, criticou ele.

Santini acredita no controle da doença no Brasil antes mesma de uma vacina contra a Covid-19. “Acho possível imaginar que, até o final do ano, mesmo antes do surgimento de uma vacina, essa doença possa estar controlada no Brasil”, disse. “Ainda mais porque temos tem grande vantagem sobre vários outros países, que é um sistema de saúde robusto, o SUS, mesmo não tendo sido até o momento adequadamente aproveitado”, acrescentou.

O médico faz duras críticas à falta de liderança por parte do governo federal diante da pandemia do coronavírus no país. “Quanto à questão política, mantida essa atitude governamental de ausência de uma liderança, e, portanto, falta de confiança no que está sendo implementado, acredito que a tendência é não se conseguir equacionar esse problema até o fim do ano, vale dizer o aparecimento de uma vacina”, lamentou.

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