democracia
Revista online | A natureza pede democracia
Habib Jorge Fraxe Neto*, consultor do Senado, especial para a revista Política Democrática online (51ª edição/janeiro de 2023)
A proteção e a conservação do meio ambiente vicejam melhor onde correm as águas da democracia, e o recente discurso de posse da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, indicou o curso dessas águas. Passados quatro anos desde que se iniciou o desmonte sistemático da governança ambiental, em 2019, a natureza – nós nela incluídos – respirou aliviada, como as seculares árvores amazônicas respiraram aliviadas quando dos empates vitoriosos de Chico Mendes e outros seringueiros. Desde então, o mundo mudou muito. Se naquele tempo eles se perfilavam no interior do Acre em torno das árvores para impedir seu corte, hoje se colocam contra o desmatamento de nossas florestas atores do porte da comunidade europeia e das empresas globais de seguros. O governo anterior não entendeu essa mudança.
Nos últimos quatro anos, nosso Sistema Nacional do Meio Ambiente foi colocado à prova, e quem acompanhou a passagem da boiada sabe que a precarização da governança ambiental foi tramada entre quatro paredes e de modo a ruir suas bases, convertendo o país de líder em pária da questão ambiental. Nada mais contrário à democracia, que exige a participação da sociedade civil, da ciência e do máximo de atores dedicados à causa do meio ambiente, dada a complexidade das soluções necessárias.
Veja todos os artigos da edição 50 da revista Política Democrática online
O novo governo entendeu a gravidade do que foi executado. Estávamos indo na contramão da racionalidade científica e socioeconômica, e nossas políticas ambientais haviam sido colocadas a serviço do crime organizado, sobretudo na Amazônia Legal. As medidas até aqui anunciadas alinham-se com as mais modernas práticas em políticas públicas. E os tempos são outros, passados 20 anos desde o início do primeiro governo Lula, também com Marina na pasta ambiental.
Hoje até os então mais céticos concordam que a mudança do clima precisa ser enfrentada. Os mercados pressionam cada vez mais nesse sentido, considerando os imensos custos arcados pelas seguradoras globais (grandes conglomerados financeiros) devido a acidentes naturais associados a eventos climáticos extremos. Em nosso caso, cerca de dois terços das emissões de gases de efeito estufa associam-se ao desmatamento da vegetação nativa e a atividades agropecuárias. Absolutamente irracional foi descartar, como fez o governo derrotado, planos efetivos de combate ao desmatamento.
Marina e sua equipe precisarão reconstruir as políticas de controle do desmate, a exemplo do que fizeram de 2004 a 2012, quando as taxas de corte raso da Floresta Amazônica diminuíram 83%. O novo governo precisa ainda viabilizar, em especial na Amazônia, modelos socioeconômicos para a geração de renda que não dependam de atividades ilegais. A operação do Fundo Amazônia (que foi retomada no primeiro dia do novo governo, após quatro longos anos de paralisação) poderá contribuir de forma significativa para isso via pagamentos, inclusive internacionais, por resultados de desmatamento evitado.
Técnicas de agricultura de baixo carbono constituem outro pilar das políticas ambientais e, nesse campo, há imenso potencial para diminuir a vulnerabilidade dos sistemas agrícolas e, ao mesmo tempo, aumentar a renda dos produtores rurais. A transversalidade ministerial anunciada na posse da ministra Marina será fundamental para conciliar a dicotomia, equivocada em nosso entender, que classifica o setor rural como inimigo do meio ambiente. Um dos grandes gargalos é a precariedade nos incentivos, na produção de tecnologias e na assistência técnica para que o setor agrícola adote técnicas menos emissoras em carbono, que têm vantagem econômica e ambiental quando comparadas às da agricultura convencional.
Confira, a seguir, galeria:












Os desafios são imensos, diante do papel brasileiro de ser e continuar sendo uma potência ambiental, pela sua imensa riqueza natural, pela matriz energética forte em renováveis e, em especial, pelo gradual fortalecimento das instituições e movimentos sociais dedicados à proteção da natureza que se observou até 2018. E, ainda que o governo anterior tenha se dedicado ao desmonte, a sociedade civil e os servidores públicos da área ambiental fortaleceram resistências que agora serão de grande valor.
A reconstrução da governança ambiental é um grande desafio e exige o apoio de toda a sociedade. Além dos temas aqui apontados, há muitos outros de relevância social e econômica, como políticas de saneamento básico. Diversas pesquisas recentes apontam que, mesmo em uma sociedade ideologicamente dividida como a nossa, cerca de 80% dos brasileiros consideram a proteção ambiental uma prioridade. Poder público e setores econômicos devem nortear suas ações nesse rumo para assim fortalecer nossa democracia. A natureza agradece.
Sobre o autor

* Habib Jorge Fraxe Neto é consultor legislativo do Senado Federal, na área de meio ambiente.
** Artigo produzido para publicação na Revista Política Democrática Online de janeiro/2023 (51ª edição), produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.
*** As ideias e opiniões expressas nos artigos publicados na Revista Política Democrática Online são de exclusiva responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente, as opiniões da Revista.
Leia também
Revista online | Yanomami: Crise humanitária deve ser resolvida de forma definitiva
Revista online | No ataque à democracia, cultura também é alvo da fúria bolsonarista
Revista online | O protagonismo indígena e o Ministério dos Povos Indígenas
Revista online | Confira charge de JCaesar sobre prisão
Acesse a 50ª edição da Revista Política Democrática online
Acesse todas as edições (Flip) da Revista Política Democrática online
Acesse todas as edições (PDF) da Revista Política Democrática online
Revista online | No ataque à democracia, cultura também é alvo da fúria bolsonarista
Henrique Brandão*, jornalista, especial para a revista Política Democrática online (51ª edição: janeiro/2023)
O dia 8 de janeiro se prenunciava um domingo tranquilo, o primeiro depois da emocionante, e carregada de simbolismo, posse de Lula. No entanto, pouco antes das 15 horas, uma horda de militantes de extrema direita, que havia saído do acampamento em frente ao Quartel General (QG) do Exército em Brasília, invadiu a Praça do Três Poderes e promoveu a mais perigosa e explícita tentativa de tomada do poder fora do marco constitucional estabelecido pela Constituição de 1988.
As palavras de ordens proferidas, a não aceitação do resultado da eleição, o pedido de estabelecimento de um governo militar-fascista, deixavam claras as intenções dos mais de 4.000 golpistas que se dirigiam ao coração da República, dispostos a vandalizar e quebrar tudo ao seu alcance.
Estava óbvio, conforme as imagens de TV eram transmitidas para o mundo inteiro, que o objetivo era criar o caos e gerar o terror. Não era, nunca foi, uma manifestação com intenções políticas pacíficas, como algumas lideranças da direita tentaram caracterizar o quebra-quebra instaurado nos prédios – e em seu entorno – que foram alvos dos ataques que os vandalizaram.
As invasões e depredações tinham alvos muito bem definidos. Não à toa, os prédios visados abrigam as sedes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Essa separação entre os poderes, cada qual com suas atribuições, é a base da doutrina constitucional liberal na qual se assentam, hoje em dia, as nações do mundo Ocidental, inspirada na obra o Espírito das Leis (1748), de Montesquieu (1689-1755) e adotada pela primeira vez na Revolução Francesa (1789-99), que marcou o fim do Absolutismo na França.
As cenas registradas pelas emissoras de TV, pelas câmeras dos profissionais de imprensa (muitos foram agredidos e tiveram os equipamentos roubados), nos circuitos internos de segurança dos prédios invadidos e até pelos próprios manifestantes são lamentáveis.
Veja todos os artigos da edição 50 da revista Política Democrática online
Chamou a atenção, no rescaldo dos escombros, a depredação de obras de arte expostas nesses palácios. Quase nenhuma passou incólume pela cólera dos invasores. A cena de um bárbaro jogando ao chão um relógio de Balthazar Martino, do Século XVII, trazido ao Brasil em 1808 por Dom João VI, é estarrecedora.
Outro invasor, em fúria, fez sete rasgos na tela As Mulatas (1962), de Di Cavalcanti (1897-1976), principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto. A tela retrata bem a produção de Di Cavalcanti e traz em sua composição tema recorrente do grande pintor e desenhista, que tem a obra marcada por retratar personagens e figuras icônicas do povo brasileiro.
A escultura de Frans Krajcberg (1921-2017) Galhos e sombras também foi quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira oriundos de queimadas, colhidos na Mata Atlântica, no Sul da Bahia. Outra escultura, O Flautista, de Bruno Giorgi (1905-1993), foi destruída.
Na Câmara dos Deputados, o alvo foi a linda estátua de Victor Brecheret (1894-1955), A Bailarina, produzida nos anos de 1920, que foi arrancada de seu pedestal.
No STF, vandalizaram o famoso monumento de Alfredo Ceschiatti (1918-1989), localizado em frente ao prédio do Poder Judiciário e que, ao longo do tempo, se transformou em um dos emblemas mais conhecidos de Brasília, por representar a imparcialidade da Justiça.
Não chega a ser surpresa a destruição de símbolos da cultura brasileira pela manada bolsonarista. Durante os quatro anos de seu nefasto reinado, o que imperou na área da cultura foi a tentativa de aniquilamento total do setor. A começar pelo chefe supremo da tropa, que acabou com o Ministério da Cultura (MinC), transformando-o em um apêndice inútil do Ministério do Turismo.
O secretário de Cultura de Bolsonaro no início de 2020, Roberto Alvim, personificou o modo de agir da extrema direita. Em vídeo nas redes sociais, imitou Goebbles, o ministro da Propaganda de Hitler, a quem é atribuída a célebre frase: “Quando ouço falar em cultura, saco o meu revólver”. Acabou demitido, por pressão da opinião pública.
Confira, a seguir, galeria:














Modernismo e nazismo jamais se bicaram. Basta se lembrar da exposição Arte Degenerada (Entartete Kunst), promovida pelo regime nazista, em 1937. A exposição reuniu obras modernistas dos acervos de museus alemães e marcou o ápice da campanha do regime nazista contra a arte moderna, considerada artisticamente indesejável e moralmente prejudicial.
Não é mera coincidência, portanto, que a maioria das obras avariadas no putsch da extrema direita seja de artistas que participaram do modernismo brasileiro, em todas as suas formas de expressão, presentes nos prédios dos Três Poderes, a começar pela arquitetura, imortalizada no traço de Oscar Niemeyer, que sempre chamou artistas contemporâneos para compartilhar os espaços públicos com obras de suas lavras. Athos Bulcão, parceiro constante de Niemeyer, foi outro que teve obras vandalizadas. Esse atentado é também uma agressão à cultura brasileira. Tudo presente naqueles prédios públicos pertence ao povo brasileiro.
Que todos os envolvidos, no rigor da lei, sejam punidos, sem exceções. Os bagrinhos, os financiadores, os incentivadores e ideólogos da invasão. Civis, ricos ou pobres. Militares, de alta ou baixa patente.
A democracia sairá fortalecida. É o que espera o povo brasileiro.
Sobre o autor

*Henrique Brandão é jornalista.
** Artigo produzido para publicação na Revista Política Democrática Online de janeiro/2023 (51ª edição), produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.
*** As ideias e opiniões expressas nos artigos publicados na Revista Política Democrática Online são de exclusiva responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente, as opiniões da Revista.
Leia também
Revista online | O protagonismo indígena e o Ministério dos Povos Indígenas
Revista online | Confira charge de JCaesar sobre prisão
Acesse a 50ª edição da Revista Política Democrática online
Acesse todas as edições (Flip) da Revista Política Democrática online
Acesse todas as edições (PDF) da Revista Política Democrática online
Carlos Marchi lança livro Longa Jornada até a Democracia, no Rio
Cleomar Almeida, coordenador de Publicações da FAP
Escrito pelo jornalista e escritos Carlos Marchi, o livro Longa Jornada até a Democracia (476 páginas), primeiro de dois volumes que abordam os 100 anos do Partido Comunista Brasileiro (PCB), será lançado nesta quinta-feira (26/01), a partir das 19 horas, durante evento presencial no Bar e Restaurante R. Farme de Amoedo, 51 - Ipanema, Rio de Janeiro. Os leitores poderão terão seus exemplares autografados no local pelo autor da obra, editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP).
O livro teve seu segundo lançamento presencial em Brasília (20/12). O primeiro foi realizado em São Paulo, no último dia 12 de dezembro, também com a presença do autor e de dezenas de convidados. Interessados em adquirir seu exemplar podem enviar solicitação diretamente para o e-mail da FAP (fundacaoastrojildo@gmail.com) ou ligar para 61 3011-9300.
A obra registra o legado do partido, que, com erros e acertos registrados em livros de história, ainda permanece como um dos principais atores da luta pela democracia brasileira. O autor começa em 1922 e se detém ao período que segue até a década de 1960, a qual define a característica mais própria e delineada com que o Partidão entrou na memória coletiva.
Veja o vídeo do lançamento no Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 2023.
O livro relata a história do partido que se revelou dono de uma visão estratégica que intuía, ainda que muitas vezes no quadro conceitual do “marxismo-leninismo”, a natureza “ocidental” da formação social brasileira. Por isso, rejeitava com muita consistência o caminho das revoluções do século XIX.
Este tipo de revolução, replicado em 1917 e mesmo depois em países periféricos, também não deixou de arregimentar muita gente idealista, mas, é forçoso admitir, tratou em geral de ideais redentores de pouca ou nenhuma viabilidade prática. É o que observa o prefaciador da obra, o tradutor e ensaísta Luiz Sérgio Henriques.
Confira, a seguir, galeria de fotos do lançamento em São Paulo:
















Ligado à revolução desde o seu nascimento, o PCB respondia ao mesmo tempo às necessidades da própria modernização capitalista, como expressão da entrada de uma nova subjetividade de classe na arena política, que se reformulava com a corrosão irreversível da República Velha e a ampla rearrumação promovida com a Revolução de 1930. Um ator moderno, com forte motivação endógena.
Clique aqui e confira todas as obras publicadas pela FAP
Com o passar dos anos, o Partidão passou a ser o portador explícito de uma determinada visão de mundo, baseada na centralidade da classe operária e num marxismo, a bem dizer, precariamente assimilado, assim como de um nexo entre nacional e internacional, que, explorações propagandísticas à parte, caracteriza todo moderno grupo político.
“Fazer como na Rússia”, portanto, não significava obedecer às ordens de Moscou, ou de lá receber o “ouro” para promover a subversão, mas reivindicar pela primeira vez, de modo coerente, o protagonismo de um decisivo agrupamento subalterno nas lutas políticas e sociais do país. E de um agrupamento que não estava sozinho no mundo, mas, sim, inserido numa rede típica da modernidade do século XX.
A centralidade da classe operária seria igualmente a fonte de um novo paradoxo, que salta logo à vista entre as diferentes vicissitudes descritas no livro. Antes de mais nada, a classe operária de que falavam os pais fundadores do PCB – em primeiro lugar, os dois dirigentes mais marcantes, Astrojildo Pereira e Octávio Brandão, este último não presente no ato niteroiense de fundação – vinha à luz num contexto de capitalismo autoritário e numa economia cuja industrialização.
A rigor, se faria “por cima”, pelas mãos do Estado, sem contemplar a democratização da propriedade rural e a plena liberdade de organização de sindicatos urbanos e partidos de esquerda.
Serviço
Lançamento do livro Longa Jornada até a Democracia
Data: 26/01 (próxima quinta-feira)
Horário: a partir das 19h
Onde: Bar e Restaurante R. Farme de Amoedo, 51 - Ipanema, Rio de Janeiro
Realização: FAP e Carlos Marchi
Nas entrelinhas: Vandalismo isolou extrema direita, mas sociedade segue polarizada
Luiz Carlos Azedo/Correio Braziliense*
Os atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro isolaram a extrema direita, porém, a sociedade continua polarizada. A pronta resposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra os sediciosos e a dura reação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes contiveram a escalada golpista. A pesquisa divulgada ontem pelo Ipec mostra que 54% dos brasileiros confiam no petista. Por outro lado, 41% disseram que não confiam e 4% não responderam ou não opinaram.
A maior parte dos que confiam no presidente são homens (59%), com mais de 60 anos (63%), que possuem escolaridade até o ensino fundamental (65%) e que moram na região Nordeste (77%). O índice dos que não confiam é maior entre as mulheres (45%). Elas são jovens de 25 a 34 anos (46%), com ensino superior (49%) e moradoras da região Sul (53%). O dado mais positivo foi o fato de que 55% dos entrevistados acreditam que o governo Lula será bom ou ótimo. Já para 21% será ruim ou péssimo. Os que consideram que a gestão será regular são 18%. Essa expectativa não pode ser frustrada.
Será um erro confundir o isolamento da extrema-direita com o de Jair Bolsonaro (PL). Nas redes sociais, permanece o dispositivo montado para manipular a opinião pública e coordenar as ações bolsonaristas, apesar de todas as medidas tomadas até agora contra os propagadores de fake news e financiadores do que houve no domingo. As narrativas construídas nas redes bolsonaristas atribuem a depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do STF à ação de provocadores, desvinculando-as de Bolsonaro, que foi para Miami exatamente para que isso fosse possível. Insistem na tese da fraude eleitoral.
Entretanto, o presidente Lula saiu fortalecido, as instituições também. Duas variáveis foram decisivas para demover o ex-presidente Jair Bolsonaro de assinar o tal decreto de “estado de emergência” contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A primeira, foi a ostensiva atuação dos presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, contra qualquer tentativa de golpe. Os militares brasileiros são sensíveis a esse posicionamento, porque são estudiosos da geopolítica e sabem que o governo Bolsonaro se tornara uma ameaça para o mundo, por causa da questão do desmatamento da Amazônia e da aproximação de Bolsonaro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. A segunda, a união dos Três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – em repúdio ao vandalismo e defesa da democracia.
Do ponto de vista da sua legitimidade, o governo Lula está blindado. Entretanto, a governança e a governabilidade são ainda um dever de casa. A primeira depende da competência dos ministros, de suas iniciativas num cenário de escassez de recursos, que exige criatividade e ações de alto impacto e baixo custo. Os titulares das diferentes pastas, principalmente as recém-criadas, ainda estão arrumando as gavetas; aguardam a demissão dos integrantes da equipe de Bolsonaro, inclusive de 8 mil militares em cargos comissionados, prevista para o próximo dia 24 de janeiro, para organizar suas equipes.
Terceira via
É aí que a questão da governabilidade passará pelo primeiro teste, porque uma parte desse pessoal é ligada aos generais que garantiram a posse de Lula, outra, aos partidos que estiveram com Bolsonaro e agora se dispõem a dar sustentação a Lula no Congresso. A reeleição dos atuais presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), são favas contadas, mas o sistema de alianças que se estabelecerá como hegemônico nas duas Casas tende a ser mais conservador. Pelo andar da carruagem, Pacheco será um aliado de Lula; Lira, um adversário ladino e perigoso. O prestígio de Lula na opinião pública terá um peso igual ou superior à capacidade de cooptação da administração federal, que como se sabe é muito grande.
Não se deve invocar o nome do povo em vão. A pesquisa IPEC mostrou que a desconfiança em relação ao governo Lula está na faixa de 41% dos eleitores. Bolsonaro teve 49,1% dos votos no segundo turno. Lula venceu com 50,9%, uma margem muito estreita. Esses números mostram a resiliência dos opositores do petista e são uma tentação para os que acham, equivocadamente, que Bolsonaro é um cachorro morto.
Por exemplo, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que assume o comando do PSDB com o firme propósito de ampliar a federação com Cidadania em direção ao eleitorado bolsonarista. O novo parceiro seria o Podemos, que incorporou ao PSC. Isso lhe garantiria uma bancada de 40 deputados na Câmara, que poderia dar muito trabalho ao governo Lula e garantir sustentação à sua candidatura.
O projeto de Leite é açodado, mas vai ao encontro de setores da opinião pública, agentes econômicos e líderes políticos frustrados pelo fato de que Marina Silva (Rede), ministra do Meio Ambiente, Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento, estão no governo e dão a ele um caráter de ampla coalizão democrática. Os órfãos da terceira via estão em busca de um candidato para chamar de seu. Não combinaram com Bolsonaro, cuja resiliência eleitoral é maior do que alguns imaginam. Por razões políticas e até antropológicas, sua liderança carismática e reacionária continua enraizadas na sociedade.
Ato em defesa da democracia será realizado em Brasília neste domingo
Brasil de Fato*
Movimentos populares organizados em torno das frentes Brasil Popular (FBP) e Povo Sem Medo (FPSM) realizam neste domingo (15), em Brasília, um ato político-cultural em defesa da democracia e contra a tentativa de desestabilização institucional em curso no país.
O ato também servirá para denunciar a omissão do governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) em relação aos atos golpistas que depredaram os prédios da República no último domingo (8). A manifestação está marcada para ocorrer na altura da Quadra 108 Sul, no Eixão, via que fica fechada aos carros no domingo e aberta à população. A ideia é que seja um ato lúdico e inicia a partir de 9 horas.
"Esse ato será em defesa da democracia, contra as tentativas de golpe e violação ao Estado Democrático de Direito. Vai ser um ato cultural, com música e apresentações artísticas", explica Marco Baratto, da direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Distrito Federal (MST-DF) e integrante da FBP.
Segundo Baratto, o novo ato se soma à manifestação já realizada na última segunda-feira (9), por exemplo, um dia após os atos antidemocráticos, quando manifestantes foram ao Palácio do Buriti, sede do governo distrital, pedir a cassação de Ibaneis. A tendência é que novas manifestações ocorram, que podem ser impulsionadas com o andamento das investigações.
"A ideia é fazer constantemente atos que reafirmem a defesa democracia, que dê sustentáculo à democracia, que está e seguirá sob ameaça nos próximos anos", acrescenta.
Apesar da forte reação institucional aos atos golpistas, que envolveu Judiciário, Poder Legislativo, governo federal, além dos governadores estaduais, o dirigente do MST-DF argumenta que é preciso ter resistência popular para impedir novas tentativas de golpe.
:: Documento encontrado na casa de Anderson Torres revela plano para mudar resultado da eleição ::
"Não dá pra confiar apenas na institucionalidade, o povo organizado na rua deve resistir aos intentos golpistas", diz. Outra ideia das frentes populares é expandir os atos para outras regiões, além do centro da cidade. "Precisamos estrutura, a partir dos comitês populares, um trabalho mais organizado, que envolve formação política, de consciência da população", aponta Marco Baratto.
Texto publicado originalmente no Brasil de Fato.
Nas entrelinhas: Lula assume o comando das Forças Armadas
Luiz Carlos Azedo/Correio Braziliense*
Somente ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, de fato, o comando supremo das Forças Armadas, após uma transição difícil, com gestos de descortesia em relação ao presidente da República eleito e ao seu ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, por parte de ex-comandantes — que culminaram com o não comparecimento do almirante de esquadra Almir Garnier Santos, ex-chefe da Marinha, à solenidade de troca de comando, na qual deveria passar o timão para Marcos Sampaio Olsen.
Em entrevista aos jornalistas credenciados no Palácio do Planalto, Lula afirmou que as Forças Armadas não são o “poder moderador como pensam que são”, numa alusão à ideia-força que ainda predomina entre os militares, que são o povo brasileiro em armas e tutores das instituições republicanas. Essa é uma velha doutrina, responsável por sucessivas intervenções militares e golpes de Estado, como o da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, e o golpe cívico-militar de 1964, que destituiu o presidente João Goulart e nos levou a 20 anos de regime autoritário.
Lula reiterou que o papel dos militares, definido na Constituição, “é a defesa do povo brasileiro e da nossa soberania contra possíveis inimigos externos”. Também defendeu Múcio, que vem sendo muito criticado por ter defendido a tolerância com os acampamentos à porta dos quartéis, principalmente o do QG Exército, que serviu de estado-maior para o assalto ao Palácio do Planalto, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF), no domingo passado.
“Quem coloca ministro e tira ministro é o presidente da República. O José Múcio fui eu quem trouxe para cá. Ele vai continuar sendo meu ministro porque confio nele, relação histórica. Tenho o mais profundo respeito por ele. Ele vai continuar”, afirmou o presidente, num dia em que a reação ao atentado golpista prosseguiu com toda a força contra os envolvidos, inclusive o ex-ministro da Justiça e Segurança Públicas, Anderson Torres, cuja prisão está decretada.
Até agora, Lula não havia se pronunciado publicamente sobre o papel das Forças Armadas, consciente da influência do ex-presidente Jair Bolsonaro junto aos militares. Vinha mantendo um relacionamento efetivo com os novos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, mas não esperava o que ocorreu no domingo, quando todos os dispositivos de segurança dos Poderes falharam, inclusive a Guarda Presidencial. Houve um colapso das cadeias de comando, que precisa ser investigado para que os responsáveis sejam punidos e não ocorra novamente.
Haiti não é aqui
Lula tem consciência de que existe uma questão militar em aberto. O Congresso nunca debateu profundamente o novo papel das Forças Armadas, a partir da Constituição de 1988. Numa ordem democrática, essa definição não cabe aos militares de forma autárquica — deve ser debatida amplamente para que se tenha um consenso na sociedade. Isso até hoje não aconteceu, 37 anos após a eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral. De certa forma, os governos Lula e Dilma contribuíram para que essa relação se tornasse litigiosa.
Lula, involuntariamente, ao atribuir missões de ordem prática às Forças Armadas que fossem atreladas à projeção do Brasil na cena internacional como potência regional, inclusive com a formação de um novo complexo militar-industrial, cuja maior expressão é o projeto do submarino nuclear. Entretanto, sem elaborar e consolidar entre os militares e na sociedade uma nova doutrina de defesa, na qual não exista um “inimigo interno” a ser combatido.
De certa forma, as missões de pacificação em guerras civis sobre a bandeira da ONU, particularmente no Haiti, onde se formou uma espécie de “irmandade”, e as sucessivas operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante as crises de segurança pública, ressignificaram a mentalidade salvacionista-institucional que predominou nas Forças Armadas desde a Proclamação da República.
O ponto de inflexão, porém, foi o governo Dilma Rousseff. Ex-guerrilheira torturada, a presidente da República não escondia seus ressentimentos em relação aos militares e nem de longe manteve a cordialidade com que Lula os tratava. A Comissão Nacional da Verdade (CNV) foi a gota d’água. Oficialmente instalada em 16 de maio de 2012, para investigar crimes, como mortes e desaparecimentos, cometidos por agentes representantes do Estado no período de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988, revolveu o passado. O escrache dos militares envolvidos com a tortura e os assassinatos nos quarteis despertou solidariedade da caserna e a velha narrativa do inimigo interno, comunista, subversivo e covarde.
O objetivo não era punir e nem indiciar criminalmente qualquer um que tenha violado os direitos humanos nessa época, mas amenizar a dor dos familiares de envolvidos, prestar esclarecimentos à população e elaborar documentos para estudo histórico-social. Entretanto, tornou-se um instrumento de ajuste de contas moral com os militares. O troco veio com a Operação Lava-Jato, que atingiu em cheio a elite política do país, e o impeachment de Dilma, que abriram caminho para a prisão de Lula e a eleição de Jair Bolsonaro.
Nas Entrelinhas: O ministro boa praça e os generais legalistas
Luiz Carlos Azedo*/Correio Braziliense
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, é um político escolado e sagaz, capaz de conduzir negociações delicadas e manter o diálogo positivo em momentos de estresse, graças à sua fleuma de saquarema pernambucano. É conservador, experiente nas negociações com o Congresso e no relacionamento com a alta burocracia da República.
Boa praça, desconhece um inimigo figadal na política. Desde que assumiu, seu espírito conciliador com os bolsonaristas, inclusive com o ex-presidente Jair Bolsonaro, sofre o “fogo amigo” do PT, acirrado ainda mais por causa da avaliação equivocada de que os acampamentos à porta dos quartéis se dissolveriam espontaneamente.
Há no governo e fora dele os que desejam um ministro durão, para “enquadrar” as Forças Armadas, como se isso fosse possível numa canetada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, não pensa dessa forma e o mantém no cargo, apesar do desgaste que Múcio sofreu por causa da invasão do Palácio do Planalto. A sede do governo deveria ter sido defendida pelo Batalhão de Guarda Presidencial, criado há 200 anos com essa finalidade, mas não foi o que aconteceu. Houve conivência dos militares.
Entretanto, o Exército sai mais desgastado do episódio do que o ministro da Defesa. Se compararmos com a situação anterior, noves fora o que houve no domingo, restabelecer o caráter civil do Ministério da Defesa e do próprio governo é um grande avanço.
Um balanço do que houve no domingo mostra, também, que o vandalismo bolsonarista resultou no fortalecimento de Lula, no alinhamento do Executivo, do Legislativo e do Judiciário em defesa da democracia, e no repúdio aos golpistas de quase toda a sociedade civil. Mas há um grande ponto de interrogação: as Forças Armadas foram capturadas por Bolsonaro e seu projeto antidemocrático?
Aparentemente, não, apesar da antipatia dos militares em relação a Lula e do apoio majoritário ao projeto de reeleição de Bolsonaro. Prevaleceu a autoridade dos generais legalistas. Entretanto, o compromisso com a hierarquia e a disciplina foi mantido à custa da conivência dos militares com os protestos contra o resultado da eleição e do imobilismo diante do que ocorreu domingo.
Professor de História Moderna e Contemporânea da IFCS/UFRJ e de Teoria Política do CPDA/UFRRJ, o historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva, num artigo publicado na revista Brasil de Fato, em janeiro de 2020, chamava a atenção para o aspecto de que os militares, mais de 30 anos após o fim do regime militar, “representam uma memória reconstruída pela direita nacional, cristã e dita patriótica, como repositório salvacionista-institucional” contra os movimentos populares e a esquerda, rotulados de comunistas e bolivarianos. Além disso, a expectativa “salvacionista” em torno dos militares transbordara para amplos setores da sociedade e grupos políticos.
Morrer na praia
“Trata-se, sem dúvida, de uma herança cesarista, com raízes em movimentos como o tenentismo, na Revolução da Aliança Nacional Libertadora, de 1934/35, ou nos regimes militares do tipo Juan Velasquez Alvarado (1968-1975) no Peru”, destacava.
Não se tratava, necessariamente, da presença física de elementos humanos unindo épocas — apesar do fato de o general Augusto Heleno ter sido ajudante de ordens do general Sílvio Frota, demitido do cargo de ministro do Exército pelo presidente Ernesto Geisel por ser contra abertura política do regime —, mas do “compartilhamento de memórias inventadas e da construção contínua da história através de entidades infra-institucionais, especialmente os colégios e escolas militares, as cerimônias e liturgias militares, as ordens do dia e entidades militares”.
“O papel da memória reconstruída, compartilhada e da liturgia corporativa são, neste processo, fundamentais”, destacou Teixeira. Graças a esse caldo de cultura, as manifestações de 2013 foram o catalisador do posicionamento político das Forças Armadas.
Os militares apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff, no bojo de um processo de colapso econômico do governo petista e seu isolamento político, com a bandeira da ética predominando na política, em razão da Operação Lava-Jato. A contrapartida foi o restabelecimento do controle militar sobre o Ministério da Defesa, com a nomeação do general Joaquim Silva e Luna para o cargo pelo presidente Michel Temer, que assumira o poder.
O comandante do Exército à época, general Eduardo Villas Boas, cuja liderança na Força era indiscutível, na crise, resgatou e ressignificou o papel de tutela das Forças Armadas sobre as instituições republicanas, com o diagnóstico de “um país à deriva”. O ponto culminante desse protagonismo foi o seu famoso tuíte dirigido ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que não concedesse um habeas corpus a Lula, candidato favorito às eleições de 2018, que foi preso.
O grande beneficiário foi Jair Bolsonaro, cuja vitória representou a volta dos militares ao poder, pelas urnas. Nesse aspecto, a volta de Lula nas eleições de 2022 deixa-lhes a mesma frustração de “morrer na praia” da eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral, em 1985.
Nas entrelinhas: Os vândalos foram odientos, misóginos, racistas e burros
Luiz Carlos Azedo*/Correio Braziliense
As seis facadas no painel As mulatas, de Di Cavalcanti, foram a síntese da natureza dos vândalos bolsonaristas que invadiram, depredaram e saquearam o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A jovem atriz carioca Marcia Cerqueira, no Twitter, foi cirúrgica: “Esfaquear a pintura As Mulatas de Di Cavalcanti me parece o vandalismo mais simbólico do que representa o bolsonarismo: o ódio à arte e à cultura brasileira, o racismo, a misoginia, a ignorância, a agressividade e o desprezo pelo patrimônio público, em um só tempo”.
Uma das mais importantes obras do pintor modernista brasileiro, que sofreu forte influência do catalão Pablo Picasso e do muralista mexicano Diego de Rivera, a obra está avaliada em R$ 8 milhões, mas pode chegar a mais de R$ 20 milhões, valor do painel Bumba meu Boi, de sua autoria, vendido num leilão paulista, em 2019. As mulatas fala da mestiçagem sem negar as contradições da tragédia da escravidão, uma das características da obra de Di Cavalcanti. Restaurado, o painel será um ícone do que aconteceu neste 8 de janeiro, em Brasília.
O documentário January 6th, com 3 horas de duração, disponível no You Tube, mostra que o ataque ao Capitólio, nos Estados Unidos, serviu de roteiro para o que aconteceu em Brasília: somente foi possível porque houve um retardo deliberado de três horas para que as forças de segurança entrassem em ação. Os bolsonaristas seguiram o mesmo esquema, e as responsabilidades devem ser apuradas. Os serviços de inteligência sabiam com antecedência o que estava por acontecer. Grave foi a omissão do governador Ibaneis Rocha, afastado do cargo, e o comportamento ambíguo dos responsáveis pela segurança do Distrito Federal.
A invasão sem resistência do Palácio do Planalto, de responsabilidade do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que teve as armas roubadas, e da Guarda Presidencial, é incompreensível. As tropas do Exército poderiam ter barrado o acesso às salas do segundo e do terceiro andares nos seus corredores; e dissipar os manifestantes nos andares inferiores com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, mas seguiram o mesmo procedimento adotado em relação ao acampamento no QG do Exército: não fazer nada.
Nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens, segundo monitoramento realizado pela DataHub, uma empresa de Brasília, a articulação da invasão ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Superior Tribunal Federal (STF) começou dias antes do ocorrido. Em grupos do Telegram, bolsonaristas convocaram “patriotas” para ocuparem Brasília; ensinaram como se proteger de gás de efeito moral; ameaçaram “tomar o poder”; publicaram passo a passo o que deveria ser feito e os locais que deveriam, supostamente, ser “recuperados pelo povo”.
Terrorismo
Como orientações para os atos, utilizaram vídeos da manifestação de junho de 2013, que chegou ao teto do Congresso, e da invasão da Presidência do Sri Lanka, em 2022, o que demonstra que as ações foram premeditadas. O código “Festa da Selma” ou “Festa da Irmã”, senha para as ações, apareceu, inclusive, em links para lives no Instagram, rede social aberta, e se referia à organização dos atos de vandalismo. O código e discursos de “tomada de poder” também foram observados no Twitter, incitando dias antes o que ocorreria em 8/01.
No WhatsApp, também foi observada a convocação dos bolsonaristas a participarem do ato em Brasília. Algumas publicações tinham um teor mais agressivo e orientavam sobre métodos e preparativos que os manifestantes poderiam adotar no momento do protesto para invadir o Congresso Nacional. Nos grupos, também foi observada a organização de caravanas para que os manifestantes pudessem se locomover dos estados com destino a Brasília.
Era uma situação anunciada nos aplicativos de mensagens nos quais o bolsonarismo se organiza desde 2015. Felizmente, ninguém morreu. O que aconteceu no domingo, porém, mostrou que a extrema direita bolsonarista, além de bruta, é burra. Será desmantelada pelas investigações do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, que estão unidos. Espera-se que o Alto Comando do Exército, diante do ocorrido, aprenda com a própria experiência a não ser leniente com esse movimento extremista. O acampamento do QG somente não foi removido na madrugada de segunda-feira para dar tempo aos parentes de militares de abandoná-lo.
Entretanto, “o enquadramento dos vândalos como terroristas não é possível”, segundo o jurista Marco Aurélio Marrafon, professor de direito constitucional da Faculdade de Direito da Uerj. Além de associação criminosa, porém, é possível enquadrá-los no Código Penal nos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, art. 359-L: “Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais, com pena prevista de 4 (quatro) a 8 (oito) anos de reclusão”, além da pena correspondente à violência; de golpe de Estado, Art. 359-M: “Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído, com pena de 4 (quatro) a 12 (doze) anos de reclusão”, além da pena correspondente à violência. Dura lex sed lex, ma non troppo!
"Sem anistia": Atos golpistas devem ser contidos com punição severa, declara jurista
Brasil de Fato*
“Estamos diante de uma crônica de terrorismo anunciando, tornado público nas redes sociais e vangloriado por aqueles que diziam que iam invadir os poderes”. A afirmação é do advogado, ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, ao comentar os atos classificados como terroristas, que ocorreram em Brasília no decorrer da tarde do domingo (8).
Membro honorário vitalício da OAB, Britto considerou que a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, anunciada pelo presidente Lula, foi necessária. “Se você anuncia que vai praticar um ato de terror e a Segurança Pública não coíbe, ela se torna cúmplice, então a intervenção é necessária, é um ato de sobrevivência da democracia. Se o terrorismo anunciado não é combatido, se torna terrorismo instaurado e o Estado deve promover a segurança”.
Cezar Britto nomeou categoricamente os atos como terroristas. “Não foi um ato tentado, é crime de terror realizado, por isso se justifica a intervenção e a promessa de punição imediata”.
O jurista destacou ainda que a punição deve ser direcionada a quem financia, executa e a quem faz apologia ao crime e que é necessária uma punição severa e sem anistia. “Há muito tempo que os bolsonaristas e fascistas têm pedido a intervenção militar, tem pedido o golpe militar. O ato deste domingo é a concretização de uma promessa. Tem que evitar que esses atos se repitam, é necessária uma punição severa, sem anistia”, observou.
“Ninguém ficará impune”
Em pronunciamento realizado na noite de domingo (8), o presidente Lula nomeou Ricardo Cappelli, como o interventor da Segurança Pública no Distrito Federal, até o dia 31 de janeiro. “Ninguém ficará impune. O Estado Democrático de Direito não será emparedado por criminosos”, destacou o interventor em rede social.
Prisões
Na noite deste domingo (8), a Polícia Civil do Distrito Federal informou que 260 pessoas foram presas. “Os procedimentos policiais estão sendo finalizados pelas unidades do Departamento de Polícia Especializada (DPE) da PCDF. Todos são suspeitos de participar dos atos criminosos praticados contra as sedes dos Poderes da República”, informaram na rede social.
Texto publicado originalmente no Brasil de Fato.
Retrospectiva 2022
Marco Marrafon, diretor-geral da FAP
Em 2022, a Fundação Astrojido Pereira (FAP) avançou em todas as áreas, obteve um salto de qualidade, produção intensificada e criação de novos produtos. Mesmo com a pandemia, todos os objetivos traçados foram cumpridos, dando sequência aos avanços atingidos pela Diretoria anterior.
Seguindo o planejamento estratégico aprovado no fim de 2020, a FAP promoveu uma série de eventos e ações em comemoração às três principais efemérides de 2022: 100 anos da Semana de Arte Moderna, Centenário do PCB e Bicentenário de Independência. Este último, marcado pelo manifesto “Aos 200 anos de Independência, Brasil cobra um projeto democrático e sustentável para o século XXI”.
Cada vez mais, a Revista Política Democrática online tem fortalecido sua credibilidade e mantido o alto nível de qualidade registrado ao longo das 11 edições produzidas até aqui. Podcast, TV FAP e envio semanal de e-mail marketing são outros produtos que ajudaram difundiu conteúdos com temas relevantes para a sociedade e princípios republicanos. Além disso, em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV), a FAP realizou em maio deste ano um curso inédito de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes. A capacitação contou com mais de 1.500 inscritos.
No total, foram mais de 100 eventos realizados ao longo de 2022. Confira abaixo a relação completa dos eventos.
Janeiro
1. Cineclube Vladimir Carvalho - O Menino Maluquinho
O Cineclube Vladimir Carvalho, mantido pela Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 3 de janeiro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme O Menino Maluquinho, dirigido por Helvécio Ratton. Com entrada gratuita, nenhuma pessoa compareceu ao cinema.
2. Ciclo de debates - o modernismo no cinema brasileiro
A Biblioteca Salomão Malina em parceria com a Fundação Astrojildo Pereira, realizaram no dia 6 de janeiro o debate virtual sobre os documentários A entrevista e Meio Dia, dirigidos por Helena Solberg. A partir das 17 horas o evento online foi transmitido para o facebook da biblioteca, site e youtube da Fundação Astrojildo Pereira. Nas duas plataformas o evento alcançou 333 pessoas e teve 23 visualizações.
3. Ciclo de debates - o modernismo na arquitetura brasileira
No dia 13 de janeiro, a Biblioteca Salomão Malina, com parceria da Fundação Astrojildo Pereira, realizou o ciclo de debates sobre o modernismo na arquitetura do Palácio do Itamaraty. A partir das 17 horas, a webinar foi transmitida para o Facebook da Biblioteca, site e Youtube da FAP. Participaram do debate os arquitetos Eduardo Pierrotti Rossetti, Audrey Schlee e Frederico de Holanda. O evento alcançou, nas duas plataformas, 229 pessoas e totalizou 77 visualizações.
4. Cineclube Vladimir Carvalho - Até que a sorte nos separe
O Cineclube Vladimir Carvalho, mantido pela Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 14 de janeiro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Até que a sorte nos separe, dirigido por Roberto Santucci. Com entrada gratuita, 3 pessoas compareceram ao cinema.
5. Ciclo de debates- O modernismo no cinema brasileiro
No dia 20 de janeiro foi realizado mais um ciclo de debates, desta vez sobre o filme A margem, dirigido por Ozualdo Candeias (1967). O webinar teve início às 17 horas e foi transmitido no facebook da Biblioteca Salomão Malina, no site e Youtube da Fundação Astrojildo Pereira. A live teve participação dos cineastas Ulisses de Freitas Xavier e Vladimir Carvalho. O evento alcançou, nas duas plataformas, 123 pessoas e teve 16 visualizações.
6. Cineclube Vladimir Carvalho - Castelo rá-tim-bum
O Cineclube Vladimir Carvalho, mantido pela Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 21 de janeiro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Castelo rá-tim-bum, dirigido por Cao Hamburger. Com entrada gratuita, 0 pessoas assistiram ao filme.
7. Ciclo de debates - O modernismo na literatura brasileira
No dia 27 de janeiro, a Biblioteca Salomão Malina em parceria com a Fundação Astrojildo Pereira, realizou o ciclo de debates sobre João Cabral de Melo Neto e a educação pela pedra. A live teve participação da professora Margarida Patriota e começou a partir das 17 horas. A webinar foi transmitida para o facebook da biblioteca, site e youtube da fundação. Nas duas plataformas o evento alcançou 147 pessoas e teve 16 visualizações fundação. Nas duas plataformas o evento alcançou 147 pessoas e teve 16 visualizações.
8. Em Defesa da política
No dia 31 de janeiro, a Fundação Astrojildo Pereira, sediada em Brasília, realizou evento online sobre defesa da democracia, às 19h30. O mediador foi Fausto Matto Grosso e o palestrante foi Marco Aurélio Nogueira. A live foi transmitida para site, Facebook e Youtube. Totalizou 164 pessoas alcançadas e 128 visualizações.
Fevereiro
1. Ciclo de debates - O modernismo no cinema brasileiro
Em 3 de fevereiro, a Biblioteca Salomão Malina em parceria com a Fundação Astrojildo Pereira, sediada em Brasília, realizou o ciclo de debates sobre o filme Eles não usam black-tie, dirigido por Leon Hirszman, em 1981. A live teve participação do professor Ciro Inácio Marcondes e começou a partir das 17 horas. A webinar foi transmitida para o facebook da biblioteca, site e youtube da fundação. Nas duas plataformas o evento alcançou 193 pessoas e teve 23 visualizações.
2. Cineclube Vladimir Carvalho
O Cineclube Vladimir Carvalho, mantido pela Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 4 de fevereiro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme A Hora da Estrela, dirigido por Suzana Amaral. Com entrada gratuita, 2 pessoas assistiram ao filme.
3. Ciclo de debates - Modernismo na arquitetura brasileira
No dia 10 de fevereiro a Biblioteca Salomão Malina, com parceria da Fundação Astrojildo Pereira, realizou o ciclo de debates com o tema: Revisões Historiográficas: como reler os clássicos? A partir das 17 horas a webinar foi transmitida para o facebook da biblioteca, site e youtube da fundação. Participaram do debate os arquitetos Frederico de Holanda, Ruth Zein e Maria Cristina. O evento alcançou, nas duas plataformas, 790 pessoas e totalizou 214 visualizações.
4. Cineclube Vladimir Carvalho - Deus e o Diabo na Terra do Sol
O Cineclube Vladimir Carvalho, mantido pela Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 11 de fevereiro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Até que a sorte nos separe, dirigido por Roberto Santucci. Com entrada gratuita, 7 pessoas compareceram ao cinema.
5. Lançamento da Revista Política Democrática impressa - Sustentabilidade
Dedicada exclusivamente ao tema da sustentabilidade, a nova edição temática da revista Política Democrática, editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), foi lançada no dia 16 de fevereiro, às 18 horas, durante evento online, com participação dos autores. A transmissão foi realizada no portal e nas redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade. O evento teve 630 pessoas alcançadas e registrou, nas duas plataformas, 49 visualizações.
6. Ciclo de debate - Modernismo no cinema brasileiro
Dirigido por Carlos Diegues, o filme Bye Bye Brazil (1979) foi tema de debate no dia 17/02, a partir das 17 horas, em evento online da Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP). A transmissão foi no site e Youtube da fundação, assim como no Facebook da biblioteca. O evento alcançou 412 pessoas e registrou, nas duas plataformas, 27 visualizações.
7. Cineclube Vladmir Carvalho | Filme: Trinta
O Cineclube Vladimir Carvalho, mantido pela Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 18 de fevereiro, a partir das 14 horas, a exibição do filme Trinta, de Paulo Machline. Com entrada gratuita, 2 pessoas assistiram o filme.
8. Clube de Leitura Eneida de Moraes
No dia 22 de fevereiro, a partir das 18 horas, a Biblioteca Salomão Malina e a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) realizaram o Clube de leitura Eneida de Moraes para debater o livro Laços de família, de Clarice Lispector. O webinar foi transmitido para o Youtube da FAP e na página do Facebook da biblioteca. O evento alcançou 125 pessoas e teve 24 visualizações nas duas plataformas.
9. As Artes Plásticas na Semana de 22
No dia 22 de fevereiro, a partir das 18 horas, a Fundação Astrojildo Pereira realizou o evento para discutir as artes plásticas da Semana de Arte moderna de 1922. Foi transmitido no Facebook da biblioteca, assim como no site e Youtube da fundação. O evento alcançou 99 pessoas e teve 39 visualizações nas duas plataformas.
10. SLAM-DÉF - Batalha de poesias
No dia 23 de fevereiro, a partir das 19 horas, a primeira batalha de poesias do Slam DéF foi transmitida no Youtube e site da Fundação Astrojildo Pereira, assim como na página do Facebook da Biblioteca Salomão Malina. Nas duas plataformas, o evento alcançou 162 pessoas e teve 10 visualizações.
11. Cineclube Vladimir Carvalho - Damas do Samba
O Cineclube Vladimir Carvalho, mantido pela Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 25 de fevereiro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme ''Damas do Samba'', dirigido por Susanna Lira. Com entrada gratuita, 2 pessoas assistiram ao filme.
12. Aniversário da Biblioteca Salomão Malina
Localizada no Conic, a Biblioteca Salomão Malina completou 14 anos no dia 28 de fevereiro. Ela é mantida pela Fundação Astrojildo Pereira, sediada em Brasília. Não houve webinar.
Março
1. Cineclube Vladimir Carvalho - Frida
O Cineclube Vladimir Carvalho, mantido pela Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 4 de março, a partir das 14 horas, a transmissão do filme A Hora da Estrela, dirigido por Suzana Amaral. Com entrada gratuita, 2 pessoas assistiram ao filme.
2. Seminário internacional PCB 100 anos
O seminário internacional foi dedicado à discussão da trajetória do Partido Comunista no Brasil (PCB), que completa 100 anos em março de 2022. A Fundação Astrojildo Pereira realizou no dia 8 de março, a partir das 8h15, o evento com participação de Roberto Freire e Silvio Pons. As duas plataformas somaram 569 pessoas alcançadas e 190 visualizações.
3. Seminário Internacional PCB 100 Anos | 2ª Mesa – O Nacional Desenvolvimentismo em Questão
O seminário internacional foi dedicado à discussão da trajetória do Partido Comunista no Brasil (PCB), que completa 100 anos em março de 2022. A Fundação Astrojildo Pereira realizou no dia 9 de março, a partir das 8h15, o evento com participação de Luiz Carlos Mendonça e Giovanna Victer. As duas plataformas somaram 394 pessoas alcançadas e 105 visualizações.
4. Seminário Internacional PCB 100 Anos | 3ª Mesa – O desafio da Democracia em Termos Globais
No dia 10 de março, a Fundação Astrojildo Pereira realizou, a partir das 8:15, o terceiro dia do Seminário Internacional PCB 100 anos. A passagem da revolução para o reformismo deram base para a integração do PCB ao sistema político brasileiro foi transmitida no facebook, youtube e site da FAP. As duas plataformas somaram 688 pessoas alcançadas e 90 visualizações.
5. Cineclube Vladimir Carvalho - Nise: o coração da loucura
O Cineclube Vladimir Carvalho, mantido pela Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 11 de março, a partir das 14 horas, a transmissão do filme “Nise: o coração da loucura'', dirigido por Roberto Berliner. Com entrada gratuita, 3 pessoas assistiram ao filme.
6. Webinar "O Comunismo e as Mulheres: 100 anos de luta!"
A Fundação Astrojildo Pereira realizou, no dia 16 de março, a partir das 17 horas, o webinar sobre o comunismo e as mulheres: 100 anos de luta. O evento foi transmitido na página do facebook da Biblioteca Salomão Malina, assim como no site e canal do Youtube da FAP. As duas plataformas somaram 229 pessoas alcançadas e tiveram 45 visualizações.
7. Cineclube Vladimir Carvalho - O que é isso Companheiro
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 18 de março, a partir das 14 horas, a transmissão do filme “O que é isso companheiro'', dirigido por Bruno Barreto. Com entrada gratuita, 1 pessoas assistiram ao filme.
A Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), realizou a oficina de poesias, no dia 21 de março, a partir das 19 horas, em comemoração ao Dia Mundial da Poesia. O evento foi transmitido no site e canal do Youtube da FAP. Assim como na página do Facebook da biblioteca. As duas plataformas somaram 108 pessoas alcançadas e tiveram 25 visualizações.
8. Oficina de Poesias
O mito da semana como elemento fundador e de São Paulo como pólo irradiador do modernismo no Brasil tem sido desconstruído por vários especialistas. O tema foi debatido em evento online, no dia 22 de março, a partir das 17 horas, coordenado pelo jornalista Sergio Leo. O canal do Youtube da Fundação Astrojildo Pereira e sua página no Facebook somaram 287 pessoas alcançadas e 34 visualizações.
10. Lançamento do livro - A Itália em disputa, de Giuseppe Vacca
Em edição lançada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o livro do italiano Giuseppe Vacca faz um estudo minucioso sobre a Itália, sua Primeira República e seu declínio. Com o título A Itália em disputa – comunistas e democratas-cristãos no longo pós-guerra (1943-1978), a obra foi debatida em evento online no dia 23 de março. A live no canal do Youtube da editora teve 54 visualizações.
A Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira, sediada em Brasília, realizou no dia 23 de março, a partir das 19 horas, a transmissão da batalha de poesias do Slam DéF no canal do Youtube da FAP e na página do Facebook da biblioteca. As duas plataformas somaram 285 pessoas alcançadas e 50 visualizações.
12. Comemoração 100 anos do PCB
A Fundação Astrojildo Pereira realizou a celebração do centenário do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no dia 25 de março. 109 pessoas compareceram na Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF) e o canal do YouTube teve 641 pessoas alcançadas e 156 visualizações.
13. Cineclube Vladimir Carvalho - O Bom Burguês
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 25 de março, a partir das 14 horas, a transmissão do filme “O Bom Burguês'', dirigido por Oswaldo Caldeira. Com entrada gratuita, 3 pessoas assistiram ao filme.
14. Clube de leitura Eneida de Moraes
No dia 29 de março, a Biblioteca Salomão Malina realizou, a partir das 19 horas, o Clube de Leitura Eneida de Moraes sobre O Quinze, de Rachel de Queiroz. O clube de leitura é transmitido na página do facebook da biblioteca e no canal do YouTube da Fundação Astrojildo Pereira. As duas plataformas somaram 156 pessoas alcançadas e 25 visualizações.
15. Reuniões Ordinária e Extraordinária do Conselho Curador
O diretor-geral da FAP, o sociólogo Caetano Araújo, e o diretor financeiro da entidade, Raimundo Benoni, destacaram a proposta do documento, no dia 30 de março, durante reunião do Conselho Curador, como parte do planejamento da fundação. Na ocasião, o colegiado também aprovou, por unanimidade, a prestação de contas referente ao ano de 2021. A live alcançou 317 pessoas e teve 18 visualizações no Youtube.
Abril
1. Cineclube Vladimir Carvalho - Corda Bamba
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 1 de abril, a partir das 14 horas, a transmissão do filme “Corda Bamba'', dirigido por Eduardo Goldenstein. Com entrada gratuita, 9 pessoas assistiram ao filme.
2. Cineclube Vladimir Carvalho - Somos tão jovens
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 8 de abril, a partir das 14 horas, a transmissão do filme “Somos tão jovens'', dirigido por Antônio Carlos Fortuna. Com entrada gratuita, 7 pessoas assistiram ao filme.
A Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira, sediada em Brasília, realizou no dia 27 de março, a partir das 19 horas, a transmissão da batalha de poesias do Slam DéF no canal do Youtube da FAP e na página do Facebook da biblioteca. As duas plataformas somaram 200 pessoas alcançadas e 23 visualizações.
4. Clube de leitura de abril
No dia 26 de abril a Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília, realizou o clube de leitura Eneida de Moraes sobre o livro Água Doce. O debate foi transmitido para o perfil do Facebook da biblioteca e para o site e canal do youtube da FAP. O evento não aconteceu.
5. Cineclube Vladimir Carvalho - Chernobyl, o filme
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 29 de abril, a partir das 14 horas, a transmissão do filme “Chernobyl'', dirigido por Danila Kozlovsky. Com entrada gratuita, 1 pessoa assistiu ao filme.
6. Lançamento do livro História que ninguém iria contar
Editado pela Fundação Astrojildo Pereira, sediada em Brasília, e escritor por Fausto Matto Grosso, o livro Histórias que ninguém iria contar, foi lançado no dia 29 de abril em evento presencial, a partir das 18 horas, em Campo Grande (MS).
Maio
1. Arsenal mítico é destaque na Semana de Arte Moderna de 1922, segundo professor
No dia 4 de maio a Fundação Astrojildo Pereira, sediada em Brasília, realizou o evento organizado pelo jornalista Sergio Leo sobre a Semana de Arte Moderna: Identidade e Diferenças. Foi transmitido para o perfil do Facebook da FAP e para o canal do Youtube e portal da entidade. 378 pessoas foram alcançadas e totalizou 78 visualizações.
2. Curso de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV) realizaram o curso com inscrições abertas no dia 11 de maio. Mais de 1,5 mil alunos se inscreveram nas aulas do dia 23 a 30 do mês.
3. Cineclube Vladimir Carvalho - Eles não usam black-tie, o filme
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 6 de maio, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Eles não usam black tie, dirigido por Leon Hirszman. Com entrada gratuita, 1 pessoa assistiu ao filme.
4. TIC’s e crise no mundo do trabalho
Webinar TIC’s e crise no mundo do trabalho foi realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), na quarta-feira (11/5), a partir das 18 horas, com transmissão em tempo real no portal e nas redes sociais da FAP (YouTube e Facebook). As duas plataformas tiveram 350 pessoas alcançadas e 58 visualizações.
5. Reunião Conjunta do Conselho Curador, Fiscal, Consultivo E Diretoria Executiva - FAP
A reunião foi transmitida, no dia 13 de maio, no canal do Youtube da Fundação Astrojildo Pereira, assim como no perfil do Facebook da entidade. As duas plataformas somaram 33 visualizações e 491 pessoas alcançadas.
6. Cineclube Vladimir Carvalho - ABC da greve, o filme
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 13 de maio, a partir das 14 horas, a transmissão do filme ABC da greve, dirigido por Leon Hirszman. Com entrada gratuita, 3 pessoas assistiram ao filme.
7. Curso gratuito de espanhol é oferecido pela Biblioteca Salomão Malina
De forma gratuita, 60 pessoas se inscreveram no curso de espanhol oferecido pela Biblioteca Salomão Malina. As aulas foram ministradas pelo professor Javier Valado e foram realizadas no auditório da biblioteca. As inscrições foram abertas no dia 18 de maio. 68 pessoas se matricularam no curso.
8. Cineclube Vladimir Carvalho - Cafundó, o filme
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 20 de maio, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Cafundó, dirigido por Paulo Betti e Clóvis Bueno. Com entrada gratuita, nenhuma pessoa assistiu ao filme.
9. Livro ‘Almeida, um combatente da democracia’ mostra legado de dirigente
O livro foi lançado no dia 21 de maio, a partir das 10 horas, na Livraria Livro Técnico, de Sérgio Braga, ao lado do Flórida Bar (Rua Dom Joaquim, 54). O evento, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília, contou com a participação do jornalista.
10. Clube de Leitura Eneida de Moraes com o livro Úrsula, de Maria Firmina dos Reis
Todo o enredo e críticas retratadas no livro foram discutidas na terça-feira (24/05), a partir das 19 horas, de forma online, no Clube de Leitura Eneida de Moraes, organizado pela Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. O encontro virtual foi transmitido pela página da biblioteca no Facebook, assim como no site e canal da FAP no YouTube. As duas plataformas 33 somaram visualizações e 1.020 pessoas alcançadas.
11. Slam-Déf - Batalha de Maio de 2022
Com parceria da Biblioteca Salomão Malina, o grupo Slam DéF - Batalha de poesias realizou no dia 25/5, a partir das . A transmissão foi feita pela página do Facebook da biblioteca e no canal do Youtube da Fundação Astrojildo Pereira (FAP). As duas plataformas somaram 5 visualizações e 313 pessoas alcançadas.
12. Cineclube Vladimir Carvalho - Quanto vale, ou é por quilo?
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 27 de maio, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Quanto vale ou é por quilo?'', dirigido por Sérgio Bianchi. Com entrada gratuita, 2 pessoas assistiram ao filme.
Junho
1. Crise ecológica e global: desafios e perspectivas
Webinar organizado pela Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP), ambas em Brasília. A live foi transmitida, na quarta-feira (1º/6), a partir das 17 horas, na página da biblioteca no Facebook, assim como no site e canal da FAP no YouTube. As duas plataformas somaram 30 visualizações e 677 pessoas alcançadas.
2. Cineclube Vladimir Carvalho - Ausência
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 3 de junho, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Ausência, dirigido por Chico Teixeira. Com entrada gratuita, 5 pessoas assistiram ao filme.
3. Formatura do curso de formação política
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV) realizaram, no dia 8/6, a partir das 19 horas, a primeira formatura dos concluintes do curso online de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes, organizado em conjunto pelas duas instituições. A live alcançou 416 pessoas alcançadas e teve 27 visualizações.
4. Cineclube Vladimir Carvalho - Tartarugas podem voar
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 10 de junho, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Tartarugas podem voar, dirigido por Bahman Ghobadi. Com entrada gratuita, uma pessoas assistiram ao filme.
A Biblioteca Salomão Malina coordenou a 36ª Feira do Livro de Brasília, realizada entre 17 e 26 de junho, no Complexo Cultural da República. Foram doados 4.232 livros à população, durante os 10 dias da feira.

5. Cineclube Vladimir Carvalho - Anjos do Sol
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 17 de junho, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Anjos do Sol, dirigido por Rudi Lagemann. Com entrada gratuita, nenhuma pessoa assistiu ao filme.
6. Cineclube Vladimir Carvalho - Sonhos roubados
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 24 de junho, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Sonhos roubados, dirigido por Sandra Werneck. Com entrada gratuita, 2 pessoas assistiram ao filme.
7. Em torno de 22: Cem Anos de Modernismo na Música Brasileira. Concerto 1
O curador do evento, violoncelista, Augusto Guerra Vicente em parceria com a Fundação Astrojildo Pereira e a Biblioteca Salomão Malina, ambas em Brasília, realizaram série de concertos musicais. O primeiro no dia 25 de junho, a partir das 16 horas, aconteceu no hall de entrada da biblioteca. 16 pessoas compareceram. No YouTube foram 50 visualizações e 366 pessoas alcançadas.
8. Modernidade líquida e igualdade racial: o pensamento de Zygmunt Bauman
No dia 27 de junho, a partir das 14 horas, aconteceu o debate online sobre modernidade líquida e igualdade racial, com abordagem no pensamento do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. O evento foi transmitido nas redes sociais (Youtube e Facebook) da entidade. As duas plataformas somaram 49 visualizações e 702 pessoas alcançadas.
9. FAP realiza debate em lançamento da Coleção Astrojildo Pereira, em Brasília
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) iniciou no dia 28 de junho, a série de três lançamentos presenciais da Coleção Astrojildo Pereira. O primeiro evento foi realizado no auditório da Biblioteca Salomão Malina, em Brasília, a partir das 16 horas, com transmissão ao vivo pela TV FAP e redes sociais da entidade. A entrada foi gratuita e 6 pessoas compareceram à biblioteca. As redes socias somaram 79 visualizações e 705 pessoas alcançadas.
10. Clube de leitura - São Bernardo, de Graciliano Ramos
A Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira, realizou, online, o Clube de Leitura Eneida de Moraes, no dia 28 de junho, a partir das 19 horas, sobre o livro São Bernardo, de Graciliano Ramos. A transmissão foi feita nas redes sociais da FAP e da biblioteca. As duas plataformas somaram 45 visualizações e 596 pessoas alcançadas.
11. SlaM DéF - Batalha de junho
No dia 29 de junho, a partir das 19h30h, a primeira batalha de poesias do Slam DéF foi transmitida no Youtube e site da Fundação Astrojildo Pereira, assim como na página do Facebook da Biblioteca Salomão Malina. Nas duas plataformas, o evento alcançou 625 pessoas e teve 22 visualizações.
12. Webinar Plano Real: Conquistas e riscos
Para discutir o Plano Real, a Fundação Astrojildo Pereira realizou evento online, no dia 30 de junho, a partir das 18 horas. O webinar foi transmitido, ao vivo, no portal e nas redes sociais (Youtube e Facebook) da fundação. As duas plataformas somaram 185 visualizações e 910 pessoas alcançadas.
Julho
1. Cineclube Vladimir Carvalho - A Onda
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 1 de julho, a partir das 14 horas, a transmissão do filme A Onda, dirigido por Dennis Gansel. Com entrada gratuita, 1 pessoas assistiram ao filme.
2. Coleção Astrojildo tem lançamento no Rio de Janeiro
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília, lançou a coleção Astrojildo, produzida em parceria com a editora Boitempo, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, a partir das 16 horas, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). 23 pessoas compareceram presencialmente. No Youtube foram alcançadas 743 pessoas e 51 visualizações.
3. Cineclube Vladimir Carvalho - Getúlio
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 8 de julho, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Getúlio, dirigido por João Jardim. Com entrada gratuita, 2 pessoas assistiram ao filme.
4. Em torno de 22: Cem Anos de Modernismo na Música Brasileira. Concerto 2
O curador do evento, violoncelista, Augusto Guerra Vicente em parceria com a Fundação Astrojildo Pereira e a Biblioteca Salomão Malina, ambas em Brasília, realizaram série de concertos musicais. O segundo foi no dia 9 de julho, a partir das 16 horas, aconteceu no hall de entrada da biblioteca. 10 pessoas compareceram. No Youtube foram 57 visualizações e 375 pessoas alcançadas.
5. Cineclube Vladimir Carvalho - Mandela: A luta pela liberdade
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 1 de julho, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Mandela - A luta pela liberdade, dirigido por Bille August. Com entrada gratuita, 2 pessoas assistiram ao filme.
6. Cineclube Vladimir Carvalho - O capital
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 27 de julho, a partir das 14 horas, a transmissão do filme O Capital, dirigido por Costa Gravas. Com entrada gratuita, 2 pessoas assistiram ao filme.
7. Slam-Déf - Batalha de poesias + Feira de troca de livros - Julho
Depois de dois anos sendo realizada de forma online, a batalha de poesias Slam-DéF volta a acontecer presencialmente. O evento está marcado para o dia 23 de julho, a partir das 9h30, no Conic, loja 52, no hall de entrada Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP). 18 pessoas compareceram.
8. Clube de Leitura Eneida de Moraes: acesso a livros e à cultura
Com apoio da Fundação Astrojildo Pereira, a Biblioteca Salomão Malina realizou debate sobre o livro: Amar se aprende amando, de Carlos Drummond de Andrade. No dia 26 de julho, a partir das 19 horas, o evento foi transmitido na página do Facebook da biblioteca e site e canal do Youtube da FAP. As duas plataformas somaram 298 pessoas alcançadas e 21 visualizações.
9. Cineclube Vladimir Carvalho - O capital
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 29 de julho, a partir das 14 horas, a transmissão do filme O Quinto Poder, dirigido por Alberto Pieralise. Com entrada gratuita, 1 pessoa assistiu ao filme.
10. Em torno de 22: Cem Anos de Modernismo na Música Brasileira. Concerto 3
O curador do evento, violoncelista, Augusto Guerra Vicente em parceria com a Fundação Astrojildo Pereira e a Biblioteca Salomão Malina, ambas em Brasília, realizaram série de concertos musicais. O terceiro foi no dia 30 de julho, a partir das 16 horas, aconteceu no auditório da biblioteca 22 pessoas compareceram. No Youtube foram 41 visualizações e 249 pessoas alcançadas.
Agosto
1. Inauguração da Sala de leitura Eneida de Moraes
A Fundação Astrojildo Pereira, em parceria com o partido Cidadania 23, inaugurou no dia 04 de agosto a Sala de leitura Eneida de Moraes, em Belém (PA), a partir das 11 horas e 30 minutos, na Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do estado. O evento foi organizado pela diretora executiva da FAP, professora Jane Monteiro Neves.
2. Cineclube Vladimir Carvalho - Correndo contra o vento
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 5 de agosto, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Correndo contra o vento, dirigido por Jan Philipp Weyl. Com entrada gratuita, 1 pessoa assistiram ao filme.
3. Cineclube Vladimir Carvalho - Turma da Mônica Laços
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 17 de agosto, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Turma da Mônica Lições, dirigido por Daniel Rezende. Com entrada gratuita, 6 pessoas assistiram ao filme.
4. Em torno de 22: Cem anos de modernismo na música brasileira
O curador do evento, violoncelista, Augusto Guerra Vicente em parceria com a Fundação Astrojildo Pereira e a Biblioteca Salomão Malina, ambas em Brasília, realizaram série de concertos musicais. O quarto foi no dia 13 de agosto, a partir das 16 horas, aconteceu no auditório da biblioteca 25 pessoas compareceram. No Youtube foram 17 visualizações e 146 pessoas alcançadas.
5. Cineclube Vladimir Carvalho - Um limite entre nós
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 19 de agosto, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Um limite entre nós, dirigido por Denzel Washington. Com entrada gratuita, duas pessoas assistiram ao filme.
6. Lançamento da revista Política Democrática nº 60 - Retomada do desenvolvimento
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília, lançou a revista Política Democrática online - Retomada do desenvolvimento, formada por artigos de historiadores, economistas e professores, em Brasília, nesta quinta-feira (25/8), a partir das 19 horas, de forma virtual no Youtube. No Youtube foram 193 visualizações e 141 impressões.
7. Sessão de autógrafos - Livro: Impactos da pandemia no SUS
A Fundação Astrojildo Pereira realizou no dia 25 de agosto (domingo), às 16h30, uma sessão de autógrafos do livro Impactos da pandemia no SUS, em parceria com a Universidade do Estado do Pará.
8. Cineclube Vladimir Carvalho - Hotel Transilvânia 4
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 26 de agosto, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Hotel Transilvânia 4, dirigido por Derek Drymon. Com entrada gratuita, três pessoas assistiram ao filme.
9. Em torno de 22: Cem anos de modernismo na música brasileira
O último concerto da série de eventos Em torno de 22: Desdobramentos do modernismo: Cláudio Santoro em Brasília, em homenagem aos cem anos de modernidade na música brasileira aconteceu em 27 de agosto (sábado), às 16h na Biblioteca Salomão Malina. O evento foi gratuito. No Youtube, o concerto teve 123 visualizações e 41 impressões.
10. Clube de Leitura Eneida de Moraes: Mayra e a floresta viva
Com apoio da Fundação Astrojildo Pereira, a Biblioteca Salomão Malina realizou debate sobre o livro: “Mayra e a floresta viva'', de Adriana Kortlandt, Marcelo Capucci e Marcos Linhares. No dia 30 de agosto, a partir das 19 horas, o evento foi transmitido na página do Facebook da biblioteca, site e canal do Youtube da FAP. As duas plataformas somaram 298 pessoas alcançadas e 21 visualizações. Foram 25 visualizações e 31 impressões no Youtube.
Setembro
1. Cineclube Vladimir Carvalho: Memórias do Cárcere
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 2 de setembro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Memórias do Cárcere. Com entrada gratuita, nenhuma pessoa assistiu ao filme.
2. Cineclube Vladimir Carvalho: Olga
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 9 de setembro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Olga, dirigido por Jayme Monjardim. Com entrada gratuita, uma pessoa assistiu ao filme.
3. Lançamento do livro Retomada do Desenvolvimento
Em formato de coletânea de artigos de 27 economistas, pesquisadores e nomes do mercado, a revista temática número 60 foi lançada, no dia 15 de setembro, a partir das 18 horas, em evento presencial no Espaço Arildo Dória, na Biblioteca Salomão Malina, no Conic, região central de Brasília. Presencialmente, 18 pessoas compareceram.
4. Cineclube Vladimir Carvalho: Quatro vidas de um cachorro
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 16 de setembro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Quatro vidas de um cachorro, dirigido por Lasse Hallestrôm. Com entrada gratuita, nenhuma pessoa assistiu ao filme.
5. Cineclube Vladimir Carvalho: Lamarca
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 23 de setembro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Lamarca, dirigido por Sérgio Rezende. Com entrada gratuita, uma pessoa assistiu ao filme.
Slam DéF é um grupo que, em parceria com a Biblioteca Salomão Malina, realiza batalhas de rimas mensalmente. A edição do mês de setembro, aconteceu no dia 24, a partir das 10 horas e contou 19 pessoas presencialmente.
7. Cineclube Vladimir Carvalho: Cinderela
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 30 de setembro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Cinderela, dirigido por Kay Cannon. Com entrada gratuita, duas pessoas assistiram ao filme.
Outubro
1. Cineclube Vladimir Carvalho: Nise o coração da loucura
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 7 de outubro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Nise: o coração da loucura'', dirigido por Roberto Berliner. Com entrada gratuita, uma pessoa assistiu ao filme.
2. Cineclube Vladimir Carvalho: Gênio indomável
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 14 de outubro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Gênio indomável, dirigido por Gus Van Sant. Com entrada gratuita, duas pessoas assistiram ao filme.
3. Relatório secreto que denunciou Stálin é tema de livro lançado pela FAP
No dia 18 de outubro, a partir das 17 horas, a Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília, fez o lançamento virtual do livro Khruschov denuncia Stálin: revolução e democracia. A obra, produzida pela entidade, tem coordenação editorial da jornalista e editora Beth Cataldo. O evento foi transmitido no perfil de Facebook, canal de Youtube e site da FAP. As duas plataformas somaram 121 visualizações e alcançaram 453.
4. Lançamento do livro Cidadania LGBTI+
O livro Cidadania LGBTI+: a criminalização da homofobia no Brasil foi lançado pela Fundação Astrojildo Pereira, no dia 19 de outubro, a partir das 19 horas. A obra foi escrita pelo jornalista Rogério Godinho. O evento foi transmitido para o perfil de Facebook e canal de Youtube da FAP. As duas plataformas somaram 19 visualizações e alcançaram 400 pessoas.
5. Cineclube Vladimir Carvalho: Bicho de sete cabeças
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 21 de outubro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Bicho de sete cabeças. Com entrada gratuita, quatro pessoas assistiram ao filme.
6. Webinário : Riscos democráticos para o Brasil 2023
O cientista político Sérgio Fausto, o advogado Fábio Feldman e o economista Benito Salomão participaram de webinar realizado em parceria com a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) no dia 26 de outubro, a partir das 18 horas. Os participantes falaram sobre a democracia do Brasil em evento transmitido para o perfil de facebook e canal de Youtube da FAP. As duas plataformas somaram 33 visualizações e alcançaram 349 pessoas.
7. Cineclube Vladimir Carvalho: Fragmentado
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 28 de outubro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Fragmentado, dirigido por M. Night Shyamalan. Com entrada gratuita, duas pessoas assistiram ao filme.
8. Slam DéF de Outubro
Slam DéF é um grupo que, em parceria com a Biblioteca Salomão Malina, realiza batalhas de rimas mensalmente. A edição do mês de setembro, aconteceu no dia 29, a partir das 10 horas e contou 18 pessoas presencialmente.
9. Clube de Leitura Eneida de Moraes: O Avesso da Pele
O Clube de Leitura Eneida de Moraes do mês de outubro foi realizado no dia 31, a partir das 19 horas. A roda de conversas foi transmitida no perfil de Facebook da Biblioteca Salomão Malina e no canal de YouTube da Fundação Astrojildo Pereira. As duas plataformas somaram 15 visualizações e alcançaram 396 pessoas.
Novembro
1. Cineclube Vladimir Carvalho: Branco sai, preto fica
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 4 de novembro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Brnaco sai, preto fica, dirigido por Adirley Queirós. Com entrada gratuita, nenhuma pessoa assistiu ao filme.
2. Cineclube Vladimir Carvalho: A princesa e o sapo
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 11 de novembro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme A princesa e o sapo, dirigido por Ron Clements.
3. Cineclube Vladimir Carvalho: Pra frente, Brasil
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 18 de novembro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Pra frente, Brasil, dirigido por Roberto Farias. Com entrada gratuita.
4. Cineclube Vladimir Carvalho: Doutor Gama
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 25 de novembro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Doutor Gama, dirigido por Jeferson De. Com entrada gratuita.
Slam DéF é um grupo que, em parceria com a Biblioteca Salomão Malina, realiza batalhas de rimas mensalmente. A edição do mês de novembro, aconteceu no dia 26, a partir das 10 horas.
6. Webinar: O futuro das regras fiscais no Brasil
Mediado pelo diretor-geral da Fundação Astrojildo Pereira, Marco Aurélio Marrafon, o webinar: O futuro das regras fiscais no Brasil foi transmitido na quarta-feira (30/11), a partir das 18h30, nas redes sociais e no portal da entidade. Presencialmente, 18 pessoas compareceram.
Dezembro
1.Cineclube Vladimir Carvalho: Meu nome é Jacque
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 02 de dezembro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme Meu nome é Jacque, dirigido por Angela Zoé. Com entrada gratuita.
2. Cineclube Vladimir Carvalho: O dia que não existiu
O Cineclube Vladimir Carvalho, produto da Biblioteca Salomão Malina, realizou, no dia 09 de dezembro, a partir das 14 horas, a transmissão do filme O dia que não existiu, dirigido por Paulo Markun. Com entrada gratuita.
Slam DéF é um grupo que, em parceria com a Biblioteca Salomão Malina, realiza batalhas de rimas mensalmente. A edição do mês de Dezembro, aconteceu no dia 10, a partir das 10 horas.
4. Lançamento de livro em São Paulo: Longa Jornada até a Democracia
Editado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), o livro Longa Jornada até a Democracia, primeiro de dois volumes que abordam os 100 anos do Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi lançado na segunda-feira (12/12), a partir das 19 horas, durante evento presencial no São Cristóvão Bar e Restaurante, na Vila Madalena, em São Paulo (SP).
5. Livro Longa Jornada até a Democracia: Lançamento em Brasília
Na noite de 20 de dezembro (20/12), o jornalista e escritor Carlos Marchi lançou o livro Longa Jornada até a Democracia, em Brasília (DF). O presidente nacional do Cidadania 23, Roberto Freire, e o diretor-geral da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), Marco Marrafon, participaram do evento.

Podcast
Novo livro Longa Jornada até a Democracia ajuda a pensar o Brasil
Cleomar Almeida, coordenador de Publicações da FAP
O presidente nacional do Cidadania 23, Roberto Freire, e o diretor-geral da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), Marco Marrafon, disseram na noite desta terça-feira (20/12) que o livro Longa Jornada até a Democracia, do escritor e jornalista político Carlos Marchi, é registro histórico imprescindível para refletir o Brasil de hoje. Eles e dezenas de outros convidados prestigiaram, em Brasília, o lançamento do livro, editado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP).
Marchi conta que recebeu o pedido de escrever o livro como um “difícil” desafio, apesar de sua experiência como escritor. Ele também é biógrafo do jornalista Carlos Castelo Branco (Todo aquele imenso mar de liberdade) e do senador Teotônio Vilela (Senhor República).

“Foi um livro difícil de fazer. Me deram a encomenda de escrever sobre os 100 anos do Partido Comunista Brasileiro, e eu tinha seis meses para escrever o livro, um prazo muito curto, mas acho que consegui um bom resultado”, disse. “A visão que este livro dá sobre o PCB tem grande vantagem, cobre de 1922 a 1968, praticamente a história toda do partido até o Sexto Congresso”, ressaltou.
O presidente nacional do Cidadania destaca a capacidade de apuração do autor, que, conforme acrescenta, resultou em uma obra de altíssima qualidade com registro da luta pela democracia no país. “A fundação está trazendo uma contribuição para a nossa história e para a história do Brasil”, afirmou.
Carlos Marchi lançará livro Longa Jornada até a Democracia, em Brasília
Livro Longa Jornada até a Democracia, de Carlos Marchi, será lançado em São Paulo
O diretor-geral da FAP lembrou que o livro é apenas o primeiro de dois volumes que abordam os 100 anos do PCB, comemorados em março deste ano. “Marchi fez um livro primoroso, muito bem escrito, que não é apenas um registro histórico, mas um olhar contemporâneo. Este livro é uma obra-prima e, também, ajuda a pensar o futuro. Marchi é um escritor e grande parceiro da fundação”, asseverou Marrafon.
Veja, abaixo, vídeo sobre o evento:
O jornalista Walter Sotomayor diz que o livro ganha ainda mais relevância ao aliar resgate histórico do PCB à oportunidade de conscientização da população sobre a luta pela democracia. “Primeiro é a recuperação histórica de pessoas que acreditaram nos seus ideais, lutaram por eles, e essa luta deve ser mostrada para gerações futuras”, acentuou.
A obra, segundo o jornalista José Natal, também é um alerta sobre o momento pelo qual o país passa. “É um documento histórico muito importante nesta época que estamos vivendo, com a democracia sob constantes ameaças E estamos agora passando por um momento decisivo e definitivo. Este livro fatalmente vai ajudar o povo brasileiro a conhecer a história da nossa democracia”, afirmou.
O historiador Arnor Brito disse que a obra o fez lembrar dos tempos da ditadura no Brasil. “Na ditadura, não podia fazer quase nada. Para o pessoal mais novo, é bom ler [o livro] para saber o que é a democracia. Muitos estão pedindo a volta da ditadura sem saber o que é”, observou.
Na capital federal, o livro teve seu segundo lançamento presencial. O primeiro foi realizado em São Paulo, no último dia 12, também com a presença do autor e de dezenas de convidados.
Confira, a seguir, galeria de foto do lançamento:






























Interessados em adquirir exemplares do Longa Jornada até a Democracia podem enviar solicitação diretamente para o e-mail da FAP (fundacaoastrojildo@gmail.com) ou ligar para 61 3011-9300.
O segundo volume sobre o centenário do PCB está em fase de produção e deverá ser lançado no próximo ano pelo jornalista Eumano Silva. A obra será uma continuidade histórica até os dias atuais, com a transformação para o Cidadania 23.
Nas entrelinhas: Apesar dos violentos e seu vandalismo, a democracia segue seu curso
Luiz Carlos Azedo | Correio Braziliense
O vandalismo dos inconformados com a prisão de um xavante bolsonarista, baderneiro — supostamente convertido ao Evangelho e oficiado pastor quando estava preso por tráfico de drogas —, na noite de segunda-feira, em Brasília, sinaliza muitas coisas, mas não a força suficiente para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Sua diplomação pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre Moraes, que determinou a prisão preventiva do índio renegado por sua tribo e a soldo de um fazendeiro do interior paulista, demonstrou que a democracia segue seu curso, com suas pompas e ritos, que consagram o nosso Estado democrático de direito.
O sociólogo Manuel Castells, ex-ministro de Universidades da Espanha — discípulo de Alain Touraine, Michel Foucault e Jürgen Habermas —, destaca que a democracia se constrói em torno de relações de poder social que vão se adaptando à evolução, mas sempre acaba por privilegiar o poder que já está cristalizado nas instituições. E com o poder cristalizado ficando cada vez mais poderoso, mais difícil fica de eliminá-lo ou combatê-lo. Isso acaba por desencorajar a criação de novas representações políticas ao fazer com que o cenário político se mostre cada vez mais dominado por grandes partidos, enraizados há mais tempo.
Partindo dessa premissa, podemos constatar que o tsunami eleitoral de 2018, que levou Bolsonaro ao poder, ao mesmo tempo em que foi resultado do descolamento dos partidos da sociedade, por seu cretinismo parlamentar (que nada mais é do que a defesa dos interesse próprios dos políticos e não das ideias e eleitores que lhes deram origem), representou a derrota dos movimentos cívicos que emergiram da crise do governo Dilma Rousseff em 2013. Esses movimentos não conseguiram dar origem a uma alternativa de poder de caráter liberal. Esvaziados, sua base social foi capturada pelo bolsonarismo, um movimento assumidamente reacionário, cuja atuação reproduz a velha extrema-direita da crise política e da radicalização dos anos 1930.
Agora estamos diante de um novo ciclo, em que o presidente Jair Bolsonaro, líder carismático desses movimentos, perdeu as eleições para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fundador e líder do maior partido de origem operária da história do país, num processo de polarização esquerda versus direita que precisa ser ultrapassado, mas se retroalimenta. Entretanto, há uma diferença fundamental entre Lula e Bolsonaro: o primeiro tem um partido com experiência política e eleitoral, e o segundo, não; lidera uma militância fanatizada e organizada à margem dos partidos que lhe deram governabilidade.
Diria Castells, quem paga esse pato é a sociedade, que se vê longe do sistema político, ao mesmo tempo em que o processo de renovação e evolução política do país fica tolhido pelos partidos dominantes. Mas não sejamos maniqueístas, o outro lado dessa moeda é o fortalecimento das instituições políticas, ainda que por uma “partidocracia”. Assim, a virulência verbal e vandalismo dos bolsonaristas-raiz são preocupantes, desnudam a mentalidade fascista de suas lideranças, porém, ao mesmo tempo, revelam um certo desespero diante da força das instituições e do curso da democracia.
Bagunça tem limite
A bagunça ocorrida em Brasília no dia da diplomação de Lula estava escrita nas estrelas. Foi orquestrada e mostra as intenções dos grupos golpistas que permanecem à porta dos quartéis, com propósito de impedir a posse do presidente eleito. Mas esse tipo de ação serve também para isolá-los e pôr uma saia justa nos aliados de Bolsonaro que se passam por liberais e flertam com o autoritarismo, bem como as autoridades de segurança cujos serviços de informação sabem o que está se passando. Como um novo ciclo que se abre, esses grupos de extrema-direita, com sinal trocado, se deparam com as mesmas dificuldades dos movimentos cívicos que não conseguiram se integrar ao processo político institucional e se esvaziaram como força eleitoral. A chave do que está ocorrendo é o Centrão.
O cientista político Carlos Melo, professor do Insper, a propósito do momento em que estamos vivendo, numa conversa política entre amigos na segunda-feira, fez uma observação fundamental: precisamos separar a extrema-direita bolsonarista do Centrão ao analisar a força de Bolsonaro. Segundo ele, a sobrevivência dos políticos do Centrão depende da relação com o governo, e não da liderança de Bolsonaro. Por isso mesmo, a construção da governabilidade de Lula passa pela institucionalidade da política, e não pelo confronto nas ruas. Esse seria o jogo dos violentos. Complemento: quando Churchill disse que “a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as outras formas que foram experimentadas de tempos em tempos”, estava se referindo à capacidade de a democracia liberal do Ocidente sobreviver às crises que ela própria engendra. Foi mais ou menos o que ouvi de um general no Comando Militar do Planalto às vésperas do 7 de setembro do ano passado: “A democracia é barulhenta, mas tem instituições fortes”.
Em tempo: o presidente Jair Bolsonaro está chocando o ovo de uma serpente natimorta. A correlação de forças políticas, com a derrota eleitoral, está se alterando, porque o governo é a forma mais concentrada de poder e o aparelho burocrático-administrativo já gravita em torno do novo presidente da República e das forças que o apoiam. Os bolsões de resistência no Estado são localizados e estão sendo desnudados, principalmente na área da segurança pública. O que houve em Brasília foi omissão e conivência com os baderneiros, mesmo assim, diante da escalada, chegou uma hora em que a repressão aos manifestantes teve que ser adotada. Não houve prisões de vândalos na segunda-feira, mas serão inevitáveis.