ciclo de debates

Projeto cultural de Lina e Pietro Bardi é referência no Brasil, diz Renato Anelli

Doutor em história da arquitetura discutirá assunto em webinar nesta quinta-feira, a partir das 17h

Cleomar Almeida, da equipe FAP

Referências da cena cultural brasileira entre as décadas de 1950 e 1990, a arquiteta Achilina di Enrico Bo, conhecida como Lina Bo Bardi, e o historiador Pietro Maria Bardi continuam como grandes influências sobre a arquitetura, incorporação do desenho industrial e da arte moderna no Brasil. O projeto cultural modernista do casal será discutido, nesta quinta-feira (9/9), a partir das 17h, em evento online da Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília.


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“Com visão de cultura popular, o casal tem grande influência na arquitetura, no desenho industrial e na arte moderna no Brasil, sem conflitar com a cultura erudita”, afirmou o doutor em história da arquitetura Renato Anelli, em entrevista ao portal da FAP, ressaltando a referência dos Bardi no país. O evento terá transmissão, em tempo real, no portal e redes sociais da FAP (Facebook e Youtube), assim como na página da biblioteca no Facebook.

Anelli vai discutir a importância do projeto cultural do casal Bardi no webinar, que também tem participação confirmada da doutora em história social da cultura Ana Luiza Nobre e do doutor em arquitetura, pesquisador e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) Frederico Holanda.

Memorial do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da Universidade de São Paulo (USP) lembra que o casal Bardi marcou a cena cultural brasileira entre as décadas de 1950 e 1990. Dirigiu o Museu de Arte de São Paulo (Masp), participou da criação de outras instituições culturais, como o Sesc Pompéia e o Museu de Arte Moderna da, e atuou no debate sobre cultura, arte e arquitetura em periódicos diários ou especializados, como a revista Habitat.

Os dois se casaram em 1946, instalando-se em Roma, onde Pietro Maria Bardi mantinha o Studio d’Arte Palma e Lina Bo fundou a revista “A – Cultura della Vita” com Bruno Zevi. Ainda naquele ano, o casal visitou o Rio de Janeiro, onde conheceu a vanguarda das artes no Brasil.

Eles chegaram ao Rio de Janeiro, em 17 de outubro de 1946, conforme registra o memorial. Com as obras trazidas da Itália, organizaram a “Exposição de pintura italiana moderna”, em cujos salões encontram o empresário Assis Chateaubriand, que convida Pietro para auxiliá-lo na estruturação de um museu há muito tempo idealizado.

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No ano seguinte, o casal parte de Gênova definitivamente para o Brasil, trazendo uma significativa coleção de obras de arte e peças de artesanato que deverão ser apresentadas numa série de mostras. Transportaram também a enorme biblioteca do marchand, segundo o levantamento do IAU.

De 1947 a 1996, o historiador criou e comandou o Masp. Paralelamente, manteve sua atividade de ensaísta, crítico, pesquisador e galerista. Ele publicou, em 1992, seu 50º e último livro, chamado de “História do MASP”.

A arquiteta, formada em Roma, naturalizou-se brasileira em 1951 e, no mesmo ano, completou seu primeiro projeto arquitetônico realizado: a Casa de Vidro, que se tornou ponto de encontro importante para a cultura nacional.

Os dois criaram, em 1992, o Instituto Quadrante, atualmente Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi, que mantém a Casa de Vidro e o acervo do casal, além de ter por missão dar continuidade à obra de seus criadores.

Lina morreu em março de 1992, e Pietro, em outubro de 1999, em São Paulo.

Ciclo de Debates sobre Centenário da Semana de Arte Moderna
16º evento online da série | Modernismo, cinema, literatura e arquitetura.
Webinário sobre desdobramentos do romance de 30
Dia: 9/9/2021
Transmissão: a partir das 17h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira


Filme Baile Perfumado é marco da “retomada” do cinema brasileiro

Longa será debatido em webinar de pré-celebração do centenário da Semana de Arte Moderna

Cleomar Almeida, da equipe FAP

Dirigido por Lírio Ferreira e Paulo Caldas, o longa metragem Baile Perfumado (1996) é um marco da chamada “retomada” do cinema brasileiro, com uma estética que transita entre o conhecido cinema novo e os filmes de ação hollywoodianos. A obra cinematográfica será discutida, nesta quinta-feira (2/9), a partir das 17h, em evento online do ciclo de debates da Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Biblioteca Salomão Malina, nas atividades de pré-celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna.

O webinar terá participação do professor Ulisses de Freitas Xavier, pesquisador da história do cinema brasileiro, e do diretor-geral da FAP, o sociólogo Caetano Araújo. A transmissão será realizada pelo portal e redes sociais da entidade (Facebook e Youtube), assim como na página da biblioteca no Facebook.


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Todos os internautas interessados podem participar diretamente do debate, por meio da sala virtual do Zoom. Para isso, basta solicitar o acesso por meio do WhatsApp oficial da biblioteca (61) 98401-5561. (Clique no número para abrir o WhatsApp Web).

A história de Baile Perfumado é baseada em fatos verídicos: o encontro entre o mascate libanês, Benjamin Abrahão (1890-1938), e Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (1898-1938), interpretados, respectivamente, por Duda Mamberti (1965) e Luis Carlos Vasconcelos (1954).

Narrado pelo personagem de Abrahão em libanês, o filme mescla imagens reais capturadas pelo mascate, em preto e branco, e outras ficcionais, coloridas. Com isso, cria um cenário no qual se alternam as décadas de 1930 e de 1990, o interior nordestino e a capital Recife.

A montagem constrói-se com focos entrecruzados. Por um lado, Abrahão decide documentar, em filmes e em fotos, Lampião e seu bando, para comercializar a história do cangaceiro. Por outro lado, apresenta os bailes organizados por Lampião - baile é palavra utilizada pelos cangaceiros para designar a guerra.

A narrativa desenvolve-se em cortes secos entre as cenas, com exacerbação da violência e alguns momentos de nítida estilização. O tom documental é fruto da incorporação dos registros fílmicos feitos por Abrahão e de seu real encontro com os cangaceiros.

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Embalado pela música pop do Recife, Baile Perfumado constrói uma colagem em que se alternam imagens com tomadas aéreas e ângulos não convencionais, nas quais se apresentam paisagens do sertão e closes dos personagens feitos de baixo para cima.

Lampião tem, ainda, vaidade numa lógica distinta: sua vaidade revela-se nos produtos de consumo da vida burguesa, como uísque e, como o próprio nome do filme sugere, perfumes. Esses produtos são adquiridos de uma rede de consumo, na qual se articulam cangaceiros e fazendeiros, num jogo de alianças obscuras.

Baile Perfumado levou cerca de 80 mil espectadores aos cinemas. Foi exibido em diversos festivais, como Cannes, Havana, Toronto, Líbano e São Francisco. Ganhou, entre outros, prêmios de melhor filme, melhor direção de arte e melhor ator coadjuvante no Festival de Brasília e Prêmio da Unesco.

Ciclo de Debates sobre Centenário da Semana de Arte Moderna
15º evento online da série | Modernismo, cinema, literatura e arquitetura.
Webinário sobre o filme Baile Perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas
Dia: 2/9/2021
Transmissão: a partir das 17h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira


Indústria tem papel fundamental em inovação, dizem especialistas em webinar

Evento online encerrou programação da recém-lançada revista Política Democrática especial sobre cidades

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

O setor de indústria deve assumir protagonismo na inovação no Brasil, que deve ser estimulada por meio de parcerias público-privadas e investimentos em educação. A análise é de especialistas que participaram, na noite desta quarta-feira (29), do quinto e último encontro do ciclo de debates online da programação de lançamento da 55ª edição da revista Política Democrática impressa, que inaugurou sua versão temática com o título A reinvenção das cidades. O evento teve transmissão ao vivo no site e na página da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) no Facebook.

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A publicação foi lançada, oficialmente, no dia 30 de setembro, com a realização do primeiro encontro do ciclo de debates online, e colocada à venda na internet com o objetivo de colaborar com as discussões de melhorias das cidades, às vésperas das eleições municipais. Todos os eventos da programação foram mediados pelo sociólogo e diretor da FAP Caetano Araújo e tiveram presença permanente da jornalista Beth Cataldo, da Tema Editorial, que, em parceria com a fundação, coeditou a revista.

Autor do texto Em busca da cidade sustentável e empreendedora, publicado na revista, o doutor em engenharia e diretor executivo da Federação Global de Conselhos de Competitividade (GFCC), Roberto Alvarez, disse que “o Brasil é um país pouco inovador”, considerando métricas internacionais. Segundo ele, dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mostram que o crescimento econômico de seus países membros é explicado pela inovação.

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No Brasil, desde 2003, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) realiza um trabalho com 75 mil empresas no país, que correspondem a 97,5% do produto da indústria brasileira. “Empresas que inovam e diferenciam produtos crescem mais, exportam mais, são mais lucrativas e geram mais e melhores empregos, que remuneram melhor os trabalhadores e nos quais as pessoas permanecem por mais tempo”, afirmou Alvarez. “Inovação é fundamental para o crescimento econômico”, disse.

De acordo com Alvarez, a baixa conexão do país com o restante do mundo é um problema, considerando a perspectiva de pessoas. Ele observou que a média mundial de imigrantes é de 3,5% em relação ao total da população de cada país. Nos Estados Unidos, 15% dos moradores nasceram fora. No Brasil, estrangeiros representam apenas 0,3% dos habitantes. “Fomos um país de imigrantes. A nossa sociedade hoje oxigena pouco e tem poucas conexões com o mundo, o que representa gargalo muito grande para capacidade de inovar e levar coisas novas para o mundo”, criticou o diretor da GFCC, organização sediada em Washington (EUA) e presente em mais de 30 países.

Mais recursos

O professor André Corrêa d'Almeida, da Universidade de Columbia e conselheiro sênior da Academia de Ciências de Nova Iorque, alertou que o discurso de inovação centrado em tecnologia e dados não ajuda 99% das cidades do mundo por causa da falta de recursos para executar os projetos. Ele escreveu o texto Cidades mais inteligentes no Brasil: teoria e prática, publicado na revista e produzido em parceria com Clara Clemente Langevin.

Autor de Smarter New York City: How City Agencies Innovate, d’Almeida também citou a importância de fortalecer os meios de implementação e revitalizar parceria global para o desenvolvimento sustentável. É o que já prevê o último dos 17 objetivos da Agenda 2030, um plano global proposto pela ONU (Organização das Nações Unidas) e que ainda é formado por 169 metas. “A indústria tem que desempenhar um papel de frente”, sugeriu.

O autor fez um alerta para que a discussão do assunto não fique apenas “no plano das ideias, das visões”. “Na realidade local, dos municípios, não nas grandes empresas, é preciso mapear o que já existe de talento, iniciativa e experimentações para desenvolver agenda de inovação a partir do que já existe”, afirmou d’Almeida. Segundo ele, a falta de autonomia financeira das cidades é outra grande barreira para processos inovadores.

Clara Clemente, que tem MBA em Prática de Desenvolvimento da Columbia University e é especializada em utilizar tecnologias emergentes no setor público, destacou que uma gestão baseada em inovação toma decisões sustentadas em dados. “Para ter uma gestão de cidades inteligentes no Brasil, é importante criar uma rede de partes interessadas para garantir processo holístico e que tenha olhar para toda a sociedade”, enfatizou.

Barreiras políticas

Convidado para debater o assunto com os autores de textos publicados na nova edição da revista Política Democrática, o presidente do Conselho de Administração da FAS (Fundação Amazonas Sustentável), engenheiro civil Benjamin Sicsú, criticou a falta de governança no Brasil em busca de processos inovadores. Segundo ele, barreiras políticas ainda precisam ser superadas para implementá-los, efetivamente.

Sicsu, que também é ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e ex-vice-presidente de novos negócios da Samsung Eletronics para a América Latina, sugeriu mais integração entre instituições para o desenvolvimento de ações inovadoras. “No Brasil, diferente de outras países, o número de pesquisas colaborativas é muito pequeno. Entidades associativas não trabalham de forma que as empresas possam encontrar, em conjunto, soluções para problemas’, lamentou.

Além disso, o engenheiro ressaltou a importância de criação de banco de dados que possam ser compartilhados com a sociedade a fim de estimular processos inovadores. “Precisamos armazenar e difundir informações de coisas boas e de coisas que não deram certo, para outros não repetirem os erros”, afirmou, ressaltando a importância de mais investimentos em educação. “Não teremos inovação com baixíssimo nível educacional. O [baixo] nível de inovação brasileiro só será resolvido com patamar superior de educação”, destacou.

Ficha técnica

Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
Preço versão impressa: R$ 45,00
Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial

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Webinar da Política Democrática especial discute caminhos da inovação

Evento online terá participação de Roberto Alvarez, André Corrêa d'Almeida, Clara Clemente Langevin e Benjamin Sicsu

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Caminhos da inovação serão discutidos, nesta quarta-feira (28), a partir das 19 horas, no quinto e último webinar da programação de lançamento da 55ª edição da revista Política Democrática impressa, cujo título é A reinvenção das cidades, mesmo nome do ciclo de debates. O evento online será transmitido, ao vivo, no site e na página da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) no Facebook.

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A publicação, produzida e editada pela FAP em parceria com a Tema Editorial, foi lançada no dia 30 de setembro, durante o primeiro debate online, e já está à venda na internet. A mediação do debate será realizada pelo sociólogo e diretor da FAP Caetano Araújo, que também é consultor do Senado. A jornalista Beth Cataldo, organizadora da edição temática, também tem participação permanente na série de webinars.

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Por meio da sala virtual do zoom, os internautas poderão interagir diretamente com os debatedores, autores de análises sobre inovação publicadas na revista Política Democrática impressa. Participa da discussão o doutor em engenharia e diretor executivo da Federação Global de Conselhos de Competitividade (GFCC), Roberto Alvarez. A organização global é sediada em Washington (EUA) e está presente em mais de 30 países.

Também tem presença confirmada no evento online o professor André Corrêa d'Almeida, da Universidade de Columbia, conselheiro sênior da Academia de Ciências de Nova Iorque e autor de Smarter New York City: How City Agencies Innovate. Clara Clemente Langevin, que tem MBA em Prática de Desenvolvimento da Columbia University e é especializada em utilizar tecnologias emergentes no setor público, é outra debatedora.

Além deles, o público poderá interagir com o engenheiro civil Benjamin Sicsú, convidado para debater com os autores. Ele foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e vice-presidente de novos negócios da Samsung Eletronics para a América Latina. É presidente do Conselho de Administração da FAS (Fundação Amazonas Sustentável).

Ficha técnica

Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
Preço versão impressa: R$ 45,00
Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial

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Caótica, São Paulo tem ‘frestas poéticas’, avaliam especialistas em webinar

Artur Rozestraten, Diogo Augusto Mondini Pereira, Gabriel Mazzola Poli de Figueiredo e Tuca Vieira participaram de ciclo de debates de lançamento da Política Democrática

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

A cidade de São Paulo oferece “frestas poéticas”, apesar de sua característica predominantemente caótica e onde a busca pela modernidade não redundou, necessariamente, no moderno. A avaliação é de especialistas que participaram, na noite desta quarta-feira (21), do quarto e penúltimo encontro online do ciclo de debates A reinvenção das cidades, mesmo título da 55ª edição da revista Política Democrática impressa, produzida pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) em parceria com a Tema Editorial.

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Os webinars integram a programação de lançamento da revista, que ocorreu no dia 30 de setembro. Participaram do quarto debate o professor Artur Rozestraten, da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), o arquiteto e urbanista Diogo Augusto Mondini Pereira, o engenheiro eletrônico Gabriel Mazzola Poli de Figueiredo e o fotógrafo Tuca Vieira, autor do premiado Altas Fotográfico da cidade de São Paulo.

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Integrantes do grupo de pesquisa RITe (Representações: Imaginário e Tecnologia) junto ao CRI2i (Centre de Recherches Internationales sur L’Imaginaire), Rozestraten, Pereira e Figueiredo produziram, em coautoria, a análise A cidade de São Paulo do futuro no presente descontínuo, que o tempo todo dialoga com fotografias de Vieira. O texto está publicado na terceira parte da revista Política Democrática.

“A compreensão de São Paulo como uma totalidade demanda a construção abstrata da interdependência entre uma descontinuidade de lugares distintos com identidades próprias, que, como microcosmos relativamente autônomos, constituem no espaço a tessitura de um todo: uma galáxia luminosa e enigmática, como a imagem que vemos pela janela do avião à noite antes de aterrissar em Cumbica”, diz um trecho do texto.

Dimensão do imaginário

Durante sua apresentação, Rozestraten explicou que eles começaram a produzir a análise a partir da dimensão do imaginário em torno da cidade de São Paulo, transformado pela situação singular da pandemia. “Tentamos fazer uma reflexão que partisse da inquietação, dúvida, para compreender o fenômeno urbano”, afirmou, ressaltando que a análise avança para uma linha mais especulativa e projetual, já que contempla incógnitas e imprevisibilidades.

“A redação era motivada por imagens, e estava muito presente a produção do Tuca Vieira, com material que ele estava compartilhando no Instagram”, disse o professor da USP. “Percebemos que a construção do texto não conferia às imagens papel ilustrativo, mas estrutural dentro dele. O texto passa por distintas imagens do universo da literatura, do cinema, da música e da arquitetura, fortalecendo o imaginário”, asseverou.

Pereira, por sua vez, lembrou que São Paulo seria um modelo do desenvolvimentismo brasileiro. “Uma modernidade que não redundou num país moderno, mas que oferece frestas poéticas, como o minhocão, uma estrutura da ditadura militar que se tornou espaço público transformado, de liberdade”, ressaltou, acrescentando que a via também virou espaço para lazer e atividades culturais.

As frestas poéticas são analisadas pelos autores no texto publicado na revista Política Democrática. “Se uma dimensão corporativa, especulativa, desenha esta cidade diante de uma lógica de rentabilização do solo, diante da privatização dos espaços públicos, da segurança e da vida urbana, São Paulo apresenta frestas poéticas, nas quais ainda se pode vislumbrar sua natureza primeira, como o Pico do Jaraguá a partir das marginais, o perfil da Serra da Cantareira desde a região central da Luz”, afirma um trecho.

Cidades inteligentes

Já Figueiredo chamou a atenção para as chamadas “cidades inteligentes”, modelo defendido nas promessas de campanha de muitos candidatos a prefeito dos municípios brasileiros. “Pessoal, quando fala de cidades inteligentes, já chega querendo apresentar solução, resolver, vender projeto, sendo que, muitas vezes, a gente sequer sabe como funciona a dinâmica urbana”, criticou. “Cidades inteligentes é um tema guarda-chuva. Tem uma série de tecnologias e visões de cidades, mas é o tema da vez. Todo mundo quer cidades inteligentes”, disse, em outro momento.

De acordo com o engenheiro eletrônico, é preciso se pensar nos impactos sistêmicos da tecnologia. “Se quer pensar como vamos usar tecnologia para transformar as cidades e produzir resultados que levem a ganho de vida, à redução da desigualdade e à ampliação de acesso das pessoas a elas, é necessário qualificar o debate e pensar de maneira sistêmica e tentar entender uma forma de projetar com o grau de complexidade”, afirmou. Para ele, é necessário desenvolver novas técnicas cognitivas, ferramentas educacionais e olhar voltado não para fornecer solução, mas para questionar as cidades com olhar crítico.

O fotógrafo, em sua apresentação, questionou o uso da palavra cidade para se referir a São Paulo. “A gente continua usando a mesma palavra cidade, desde pequenos povoados até uma megalópole como São Paulo”, afirmou. “A gente segue tentando enquadrar São Paulo nessa definição, mas, para mim, ela cresceu tanto que rompeu, em determinado momento, e se tornou outra coisa. Enfrentar essa questão é fundamental. A palavra cidade também é uma representação da cidade”, disse.

A série de debates tem mediação do sociólogo e diretor da FAP Caetano Araújo, que também é professor da UnB (Universidade de Brasília), e participação permanente da jornalista Beth Cataldo, da Tema Editorial. Todos webinars da Política Democrática são transmitidos no site e na página da fundação no Facebook, nos quais os vídeos ficam disponíveis para internautas, que também podem conferir a discussão dos especialistas no canal da entidade no Youtube.

Ficha técnica

Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
Preço versão impressa: R$ 45,00
Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial

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Webinar da Política Democrática impressa discute espaços de transformação urbana

Artur Rozestraten, Diogo Augusto Mondini Pereira, Gabriel Mazzola Poli de Figueiredo e Tuca Vieira participam de programação de lançamento da publicação

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Especialistas discutirão, nesta quarta-feira (21), a partir das 19h, perspectivas dos espaços de transformação urbana, no quarto encontro do ciclo de debates online A reinvenção das cidades, mesmo título da recém-lançada revista Política Democrática impressa, número 55. Resultado de parceria com a Tema Editorial, a publicação foi produzida, pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília e que vai fazer a transmissão do evento em seu site e em sua página no Facebook.

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Mediado pelo sociólogo e consultor do Senado Caetano Araújo, diretor da FAP, o debate terá participação de autores de análises sobre as cidades publicadas na revista. A jornalista Beth Cataldo, organizadora da revista, também tem participação permanente no ciclo de debates online, que integra a programação de lançamento da nova edição temática da revista Política Democrática impressa.

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No grupo de debatedores, está confirmado o professor Artur Rozestraten, da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo). Na revista, ele escreve em coautoria com o arquiteto e urbanista Diogo Augusto Mondini Pereira e o engenheiro eletrônico Gabriel Mazzola Poli de Figueiredo, que também confirmaram participação no evento online.

Rozestraten, Pereira e Figueiredo integram o grupo de pesquisa RITe (Representações: Imaginário e Tecnologia) junto ao CRI2i (Centre de Recherches Internationales sur L’Imaginaire). Além deles, está confirmado para o debate o fotógrafo Tuca Vieira, mestre em arquitetura e urbanismo pela USP e autor do premiado Altas Fotográfico da cidade de São Paulo. Ele também produziu o livro Salto no escuro: leituras do espaço contemporâneo.

Os vídeos de todos os debates ficam disponíveis no site e na página da FAP no Facebook, para serem vistos pelo público, a qualquer momento, gratuitamente. Além disso, seus arquivos também são publicados no canal da FAP no Youtube.

Ficha técnica

Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
Preço versão impressa: R$ 45,00
Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial

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Desigualdade socioespacial requer soluções de prefeitos, dizem especialistas

Roberto Andrés, Aldo Paviani, Marcos Magalhães, Rafael Passos e Beth Cataldo participaram de debate online da 55ª edição da revista Política Democrática impressa

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Desigualdade e exclusão socioespaciais estão diretamente relacionadas ao crescimento de tragédias ambientais e exigirão dos prefeitos eleitos soluções de reorganização das cidades para não aprofundarem, ainda mais, problemas como destruição da natureza, aumento do aquecimento global, desemprego e falta de mobilidade urbana. O alerta é de especialistas que participaram, nesta quarta-feira (14), do terceiro encontro do ciclo de debates online que integram a programação de lançamento da 55ª edição da revista Política Democrática impressa.

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Lançada no dia 30 de setembro, a publicação foi produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em parceria com a Tema Editorial. Quatro dos cinco debatedores têm análises publicadas na nova edição da revista. Realizado para discutir meio ambiente e ocupação urbana, o evento virtual foi transmitido, ao vivo, no site e na página da FAP no Facebook, nos quais o vídeo do debate ficará disponível ao público, gratuitamente. A mediação foi realizada pelo sociólogo Caetano Araújo, diretor da entidade e professor da UnB (Universidade de Brasília)

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O urbanista Roberto Andrés, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e editor da revista Piseagrama, analisou o que chama de “dupla exclusão”, tema de seu artigo na revista. Segundo ele, as cidades têm o grande desafio de enfrentar a exclusão das pessoas e dos elementos naturais na organização da vida urbana.

“A exclusão se explicita com rios que foram ignorados, relegados, e com chuvas cada vez mais intensas”, afirmou Andrés, que também é integrante da Rede de Inovação Política da América Latina e revisor do Journal of Public Spaces. “É fundamental mudarmos nossas cidades se quisermos manter vidas possíveis, tanto com redução de gases [do efeito estufa] quanto para minimizar os impactos [do aquecimento global] que já estão aí”, acrescentou.

Capital federal

Professor emérito da UnB e membro do Núcleo de Estudos do Futuro e da ANE (Associação Nacional de Escritores), o geógrafo Aldo Paviani chamou atenção para o caso da capital federal, que, segundo ele, ao longo dos anos, teve organização social inversa ao modelo pensado pelos seus organizadores. “O Plano Piloto tem 43% dos postos de trabalhos [do Distrito Federal] e os melhores salários”, disse.

No entanto, de acordo com Paviani, a desigualdade é vista, nitidamente, nas 33 regiões administrativas do DF (Distrito Federal), as chamadas cidades-satélites. Elas têm 57% dos postos de trabalho da unidade federativa, mas com baixos salários. “As cidades-satélites foram construídas para moradia, e não para trabalhar e morar nelas próprias”, observou o professor da UnB, que também tem análise publicada na revista Política Democrática impressa.

Toda essa desigualdade socioespacial e econômica, segundo o geógrafo, tem nítidos reflexos no dia a dia da população. “Mais de 150 mil veículos, todo dia, fluem para o Plano Piloto. Não há lugar para estacionamento. Em dez anos, não vai ter como estacionar no Plano Piloto”, alertou ele. “É uma mobilidade intensa porque aqui o transporte público é muito precário”, asseverou.

O jornalista Marcos Magalhães, mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Southampton e que escreve a coluna semanal para o site Capital Político, observou que é preciso conciliar a necessidade de fornecer moradia com bem estar e qualidade de vida. Sua apresentação seguiu na mesma linha de sua análise publicada na revista.

Em linhas gerais, Magalhães entende que o país precisa contar com setores que mais empregam para reduzir o mais rapidamente possível os efeitos econômicos e sociais da crise que já existia e se agravou depois do início da pandemia. A pressa, segundo ele, não deveria inibir um debate mais amplo sobre a questão urbana no Brasil. “Um debate que aborde, sem medo, a necessidade de conciliar os legítimos interesses do setor imobiliário com as igualmente legítimas – e urgentes – necessidades dos milhões de habitantes das cidades brasileiras”, escreveu ele, no texto.

Manifesto

Vice-presidente nacional do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), Rafael Passos ressaltou a importância do manifesto “Um projeto de cidades pós-pandemia”, que apresenta pontos fundamentais que devem ser focados com diálogo e vontade política pelos próximos prefeitos eleitos. O instituto é um dos signatários da carta, apresentada à sociedade e aos candidatos às eleições municipais por instituições de arquitetura e urbanismo do Brasil.

O documento sugere colocar as pessoas no centro das políticas, programas e projetos urbanos de curto, médio e longo prazos, priorizando o bem estar social; planejar as políticas urbanas de forma transversal, inclusiva e integrada; e viabilizar o financiamento contínuo das políticas urbanas, com recursos de diversas fontes.

Além disso, o manifesto também indica a busca por articulação territorial sempre que o orçamento e o alcance municipal não forem autossuficientes, assim como a garantia da participação popular nos processos decisórios. Para esse último ponto se viabilizar, segundo o documento, é preciso fortalecer conselhos municipais e a representatividade e equidade de seus membros, refletindo a maioria feminina nas lideranças comunitárias.

Organizadora da nova edição da revista Política Democrática impressa, a jornalista Beth Cataldo, da Tema Editorial, destacou que a transparência dos poderes públicos é fundamental para melhoria das cidades brasileiras. Além disso, ela apontou a importância da crítica e contribuições da imprensa local, que enfrenta dificuldades de orçamento e independência editorial, para direcionar, adequadamente, as decisões dos gestores.

De acordo com Beth, o jornalismo é essencial para colaborar com discussões acerca de assuntos relevantes para as cidades, como meio ambiente, planejamento e ocupação urbana. No entanto, ela citou dados sobre municípios brasileiros que sequer têm jornais independentes. Em sua avaliação, a diversidades de vozes ecoadas nas mídias digitais pode, em tese, colaborar para a sociedade ter mais pluralidade de informações e debates de assuntos que afetam a vida da população.

Ficha técnica

Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
Preço versão impressa: R$ 45,00
Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial

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Ciclo de debates A reinvenção das cidades tem início nesta quarta-feira (30)


Webinar da Política Democrática impressa aborda meio ambiente e ocupação

Terceiro encontro do ciclo de debates online A reinvenção das cidades integra programação de lançamento da nova edição da revista impressa. Debate terá a participação de Rafael Passos, vice-presidente nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB)

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Com o título A reinvenção das cidades, a recém-lançada 55ª edição da revista Política Democrática impressa, produzida pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) em parceria com a Tema Editorial, vai reunir especialistas para discutir meio ambiente e ocupação imobiliária. Eles abordarão o assunto, na próxima quarta-feira (14), a partir das 19 horas, no terceiro encontro do ciclo de debates online, que será transmitido ao vivo pelo site e pela página da entidade no Facebook.

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Interessados poderão participar diretamente da discussão por meio da sala virtual do Zoom, que terá mediação do sociólogo e diretor da FAP Caetano Araújo e participação da idealizadora da edição, jornalista Beth Cataldo, da Tema Editorial. O terceiro debate tem presença confirmada de três autores de análises publicadas na revista, como o urbanista Roberto Andrés, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e editor da revista Piseagrama. Ele é membro da Rede de Inovação Política da América Latina e revisor do Journal of Public Spaces.

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Os internautas também poderão interagir com o jornalista Marcos Magalhães, mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Southampton e que escreve a coluna semanal para o site Capital Político. Além deles, participará do debate online o geógrafo Aldo Paviani, professor emérito da UnB (Universidade de Brasília), membro do Núcleo de Estudos do Futuro e da ANE (Associação Nacional de Escritores).

Em sua análise publicada na revista Política Democrática, Andrés diz que “a quarentena produzida pela covid-19 jogou luz sobre a máquina da morte – e a paralisou provisoriamente”. De acordo com ele, sem carros nas ruas, a névoa cinza deu lugar a ares limpos e respiráveis. “Estima-se que cerca de 77 mil vidas tenham sido poupadas pela redução da poluição do ar graças à quarentena na China”, escreve.

Em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, de acordo com Andrés, o isolamento ajudou a derrubar pela metade os níveis de poluentes atmosféricos. “Se fossem mantidos os índices, milhares de mortes seriam evitadas anualmente. Além disso, diversos estudos apontam uma relação entre a taxa de mortes por covid-19 e a poluição do ar, evidenciando que os impactos da doença seriam menos intensos se o ar de nossas cidades estivesse sempre no ‘padrão quarentena’”, acentua.

Na avaliação do professor da UFMG, os mortos e impactados por enchentes, desabamentos, tornados, furacões, desertificação de áreas, migrações em massa, calor excessivo e outros efeitos da crise climática aumentarão a cada ano, em escala imprevisível e potencialmente trágica. “Não faltam motivos para seguirmos em modo de emergência. O futuro do mundo pós-covid-19, a que muitos têm se referido como início do século 21, dependerá disso”, alerta.

Magalhães, por sua vez, observa que o país vai precisar contar com os setores que mais empregam para reduzir o mais rapidamente possível os efeitos econômicos e sociais da crise que já existia e se agravou depois do início da pandemia. “A pressa, contudo, não deveria inibir um debate mais amplo sobre a questão urbana no Brasil”, afirma. “Um debate que aborde, sem medo, a necessidade de conciliar os legítimos interesses do setor imobiliário com as igualmente legítimas – e urgentes – necessidades dos milhões de habitantes das cidades brasileiras”, acrescenta, em seu artigo publicado na revista.

A sociedade também deverá ficar atenta ao panorama sociopolítico e econômico atual, no qual, segundo o geógrafo Paviani, migrações e desemprego acarretam sérios problemas para os desempregados e sobrecarga para o sistema de seguridade social, o seguro-desemprego. “Assim, desperdícios e encargos sociais representam um peso para a sociedade”, avalia ele.

Além disso, segundo o professor da UnB, há que se considerar os processos de migração dos desfavorecidos e do desemprego estrutural, que, conforme acrescenta, têm vinculação com o alargamento das periferias empobrecidas, sobretudo nas grandes cidades. “Essas questões parecem ser cruciais, demandando mudanças nas estruturas que produzem e perpetuam a pobreza, na procura de mecanismos capazes de promover as transformações estruturais a caminho do desenvolvimento com o aumento da qualidade de vida e dos benefícios sociais”, assevera.

O debate online tem, ainda, presença confirmada do arquiteto Rafael Passos, vice-presidente nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), uma das entidades signatárias do manifesto “Um projeto de cidades pós-pandemia”, apresentado à sociedade e aos candidatos às eleições municipais pelas instituições de arquitetura e urbanismo do Brasil.

Ficha técnica

Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
Preço versão impressa: R$ 45,00
Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial

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Cenário da pandemia pode impulsionar desaglomeração, dizem especialistas

Philip Yang, Tom Rebello e Emilia Stenel participaram de debate da programação de lançamento da 55ª edição da revista Política Democrática impressa

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

O cenário mundial da pandemia do coronavírus, marcado pelo crescente desenvolvimento da tecnologia e constante movimento de transformação das cidades, pode impulsionar o processo de desaglomeração social nos próximos anos. A avaliação é de especialistas que participaram, na noite desta quarta-feira (7), do segundo encontro do ciclo de debates online A reinvenção das cidades, mesmo título da 55ª edição da revista Política Democrática impressa, publicada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em parceria com a Tema Editorial, e lançada no dia 30 de setembro.

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“A pandemia, com as tecnologias, impulsiona o espraiamento maior”, afirmou o fundador do Urbem (Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole), Philip Yang. Ele disse que o trauma das epidemias impacta pouco na forma urbana. “As tecnologias, de fato, são determinantes na forma das cidades”, explicou, ressaltando que o mundo atual da pandemia tem um conjunto de tecnologias favoráveis à desaglomeração, o que, conforme observou, talvez o distingue das crises sanitárias anteriores.

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Autor da análise sobre a cidade depois do vírus, publicada na segunda parte da revista Política Democrática impressa, Yang fez um alerta sobre a desaglomeração. “Se essa tendência é permanente, a gente tem que lembrar que desaglomerar também é perigoso porque o espraiamento urbano traz riscos à estabilidade climática”, destacou. Ele lembrou que, até antes da pandemia, as projeções indicavam que, entre 2001 e 2030, seria gerada uma mancha urbana planetária três vezes maior que a de 2000.

O arquiteto e urbanista Tom Rebello, que tem especializações na França em Planejamento de Transportes e Desenvolvimento Urbano e Regional, ponderou que a descompressão pode gerar novos centros em outros bairros, através da descentralização que faça uso de corredores existentes. “Novos centros não só para que as pessoas possam ir trabalhar a pé ou de bicicleta”, acentuou. “Novos centros em bairros antigos podem promover certa autossuficiência, de forma mais organizada e que diminua essa pressão em cima do sistema de transporte”, exemplificou.

De acordo com Rebello, é impossível imaginar que as cidades possam crescer indefinidamente. Segundo ele, a política de promover, ou incentivar, o processo de desmigração, como chamam alguns sociólogos, tem a ver com incentivos para indivíduos e empresas. “Incentivo para o indivíduo é renda mínima, para poder voltar à sua região de origem, ou para cidades menores, e ter um salário, pelo menos provisoriamente”, explicou ele, que é autor do texto sobre perspectivas de espaços mais justos, também publicado na segunda parte da revista.

Na avaliação da arquiteta e professora Emilia Stenel, que se especializou em arquitetura habitacional pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e tem mestrado em Teoria e Crítica da Arquitetura pela UnB, não há dúvida de que as cidades precisam ser repensadas. “As cidades têm que abrir espaço para pluricentralidade”, enfatizou. Ela concedeu entrevista à revista Política Democrática impressa e abordou sua visão otimista.

“A solução é a saída do centro, sim, para unidades que tenham direito ao cultivo, em cada habitação”, disse ela, citando exemplo da Suécia. “Temos que restituir o direito à habitação com uma promessa que não seja a de inserção em uma indústria que não mais existe, que mostrou-se ineficiente. Temos que garantir possibilidade de sobrevivência e retorno da relação com a natureza, e as cidades têm que repensar profundamente qual é o espaço da cidade. É o espaço que ando ou tem de incorporar o espaço virtual”, provocou, ressaltando a influência da tecnologia sobre a vida urbana.

A jornalista Beth Cataldo, idealizadora da nova edição da revista e editora responsável da Tema Editorial, disse que as análises garantem a pluralidade de vozes, marca do projeto da publicação. “Nosso papel foi justamente trazer esse estímulo ao debate, a ideia de que é preciso debater a vida urbana e as cidades. No ano de eleições municipais, foi mais que apropriado fazermos um volume sobre esse tema”, afirmou.

O evento online foi mediado pelo sociólogo e diretor da FAP Caetano Araújo, que também é professor da UnB (Universidade de Brasília). Ele também vai mediar os três próximos encontros online do ciclo de debates A reinvenção das cidades, que serão realizados todas as quartas-feiras.

Ficha técnica

Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
Preço versão impressa: R$ 45,00
Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial

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Ciclo de debates online discutirá impactos da pandemia na vida urbana

Tom Rebello, Emilia Stenel e Philip Yang também analisam linhas de ocupação nas cidades, com mediação de Caetano Araújo

Cleomar Almeida, comunicação FAP

Impactos da pandemia na vida urbana serão discutidos, na próxima quarta-feira (7), a partir das 19 horas, no segundo encontro online do ciclo de debates A reinvenção das cidades, com transmissão ao vivo no site e na página da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) no Facebook. Internautas poderão participar diretamente da discussão, por meio da sala virtual do zoom.

Realizado de forma online por causa da pandemia do coronavírus, o ciclo de debates ocorre como parte da programação de lançamento da 55ª edição da revista Política Democrática impressa, produzida em parceria com a Tema Editorial e que também tem como título A reinvenção das cidades. A publicação já está à venda na internet.

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Mediado pelo sociólogo e diretor da FAP Caetano Araújo e com participação permanente da idealizadora da edição, jornalista Beth Cataldo, o segundo debate online tem presença confirmada do arquiteto e urbanista Tom Rebello. Formado pela UnB (Universidade de Brasília) ele tem especializações na França em Planejamento de Transportes e Desenvolvimento Urbano e Regional.

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Outros dois participantes do debate são a arquiteta e professora Emilia Stenel, que especializou-se em arquitetura habitacional pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e tem mestrado em Teoria e Crítica da Arquitetura pela UnB, e o fundador do Urbem (Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole), Philip Yang.

Na nova edição da revista Política Democrática, os três especialistas analisam linhas de ocupação. Em seu artigo, Rebello observa que, com o passar dos anos, “a expansão urbana desenfreada comprimiu áreas centrais e gerou, nas periferias, as chamadas cidades-dormitório”.

“Entre as duas, sistemas de transporte de massa que, em movimentos pendulares, levam trabalhadores da periferia para o centro e do centro para a periferia, a um custo social e econômico desumano”, pontua o especialista em Planejamento de Transportes e Desenvolvimento Urbano e Regional. “Para mudar essa situação, é preciso descomprimir os centros urbanos”, sugere.

Lições importantes
De acordo com Emilia, a pandemia do coronavírus deixará importantes lições, e segundo ela, as sociedades saberão se defender das próximas crises sanitárias. “Núcleos urbanos descentralizados são bem-vindos independente de pandemias, desde que criados com empregos, lazer, equipamentos sociais e tudo mais, principalmente como alternativas às metrópoles saturadas”, afirma ela, em um trecho. “Cidades-dormitório nunca mais”, acrescenta.

Yang entende que, depois da pandemia, no plano urbano, as sociedades deverão catalisar o adensamento, a mistura de usos, o que, segundo ele, representa a mistura de usos e pessoas que caracterizam as cidades compactas. “No plano econômico, o pós-pandemia deverá ser marcado pelo aprofundamento da globalização e da cooperação internacional, dadas as tantas limitações que os Estados nacionais apresentam para a gestão de fenômenos globais”, afirma.

Todos os demais três debates online subsequentes, que serão realizados e transmitidos às quartas-feiras, também terão participação de especialistas e pesquisadores de cada um dos grandes temas tratados na revista. Os vídeos dos encontros virtuais ficarão disponíveis no site da FAP e nas páginas da fundação e da Tema Editorial no Facebook. O arquivo também será disponibilizado no canal da fundação no Youtube. O primeiro encontro foi realizado no dia 30 de setembro, no lançamento da revista Política Democrática.

Ficha técnica
Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
Preço versão impressa: R$ 45,00
Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial

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Especialistas apontam desafios e indicam rumos para gestão de municípios

Cristovam Buarque, Arnaldo Jardim, Jackson De Toni e Felipe Sampaio participaram da abertura do ciclo de debates A reinvenção das cidades, no lançamento da Política Democrática

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Falta de proporcionalidade na distribuição de recursos por parte da União, baixa qualificação de servidores, deficiência no saneamento urbano e insegurança da população estão entre os principais desafios a serem enfrentados na gestão de municípios brasileiros. A análise é de especialistas que participaram, na noite desta quarta-feira (30), da abertura do ciclo de debates online A reinvenção das cidades, mesmo título da 55ª edição da revista Política Democrática impressa, publicada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em parceria com a Tema Editorial, e lançada na ocasião.

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Mediado pelo sociólogo e diretor da FAP Caetano Araújo, que também é professor da UnB (Universidade de Brasília), o primeiro dos cinco debates online também apontou caminhos para os gestores municipais planejarem seus governos. O evento foi transmitido no site e na página da FAP no Facebook, nos quais o vídeo ficará disponível para internautas, que também podem conferir a discussão dos especialistas no canal da entidade no Youtube.

O economista Jackson De Toni, doutor em Ciência Política e mestre em Planejamento Urbano e Regional, disse que a situação dos municípios do país é dramática não só por causa da pandemia do coronavírus, que agravou ainda mais a crise econômica, mas pela trajetória que o país construiu nas últimas décadas. “As cidades refletem e são muito sensíveis aos índices econômicos, especialmente aos que se referem ao nível de renda e desemprego”, afirmou, para acrescentar: “Ser gestor municipal hoje no Brasil é, mais do que nunca, um ato de coragem”.

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De Toni, que é autor do texto “Gestões municipais: dilemas e desafios pós-crise”, publicado na revista, ressaltou que “existe um apagão muito sério” na capacidade de gestão e qualidade dos servidores públicos dos municípios. Ele citou pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em 2012, segundo a qual 38% desses profissionais tinham somente o nível médio de escolaridade no ano anterior. Na época, outros 32% haviam concluído o nível superior ou pós-graduação.

Outra preocupação apontada por De Toni é que apenas a metade dos municípios brasileiros tem planos diretores, necessários para direcionar a gestão dos municípios no médio e longo prazos. Além disso, segundo ele, o modelo federativo no país “ainda não deu conta do problema de transferir recursos de modo que guarde certa proporcionalidade lógica”. “O que acontece, via de regra é estrangulamento dos municípios”, analisou, ressaltando que 20% do PÌB (Produto Interno Bruto) do país está concentrado em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

‘Monstrópoles’
O ex-senador Cristovam Buarque e ex-governador do DF (Distrito Federal), autor do texto “Pequeno dicionário para uma cidade ideal”, publicado na terceira parte da revista, listou as características que devem existir no que ele chamou de “cidades do futuro”. De acordo com ele, serve como um pequeno manual de “como transformar monstrópoles em cidades”.

A análise de Cristovam, detalhada de forma minuciosa em seu texto e com licença poética, mostra que as cidades precisam ser aconchegantes, bonitas, pacíficas – e, mais do que isso, seguras –, saudáveis, sustentáveis, educadas, eficientes e inteligentes. “São palavras que não aparecem muito em textos técnicos de urbanismo”, disse ele, que também é presidente do Conselho Curador da FAP.

Relator da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que completou 10 anos em agosto, o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) publicou, na nova edição da revista Política Democrática,  análise sobre saneamento, saúde e qualidade de vida. No debate online, ele destacou o desafio de fazer das cidades um espaço de acolhimento em seus diferentes aspectos. “É repensar o jeito que está hoje”, disse.

Jardim ressaltou que as gestões dos municípios e toda a sociedade devem estar atentas ao papel da água, que é “um desafio permanente”, à drenagem urbana e aos resíduos sólidos. Ele lembrou que mais de 390 mil pessoas sobrevivem da atividade de catador no país. “Temos condições de avanços tecnológicos formidáveis e alcançar lixo zero”, afirmou, em outro momento, acrescentando que é preciso divulgar os conteúdos do debate como instrumento para qualificar e subsidiar os candidatos nas eleições municipais.

Valores democráticos
Secretário-executivo de Segurança Urbana do Recife e ex-assessor especial dos ministros da Segurança Pública e da Defesa, Felipe Sampaio afirmou que a confiança da população no Estado sustenta a democracia. “Valores democráticos se materializam nas ruas das cidades para que as pessoas percebam que é preciso vivenciar, efetivamente, os valores que defendem, como liberdade, liberdade de imprensa e direitos humanos”, exemplificou.

Sampaio, que é autor do texto sobre urbanismo, segurança e democracia, publicado na primeira parte da revista Política Democrática, explicou que as pessoas perdem confiança no Estado se não confiarem nas políticas públicas, o que, segundo ele, “fragiliza a sustentabilidade democrática”. “Se trabalhar segurança urbana de maneira sistêmica, integrada, do ponto de vista de políticas públicas urbanísticas, e a prefeitura como articuladora junto aos outros níveis de Estado, melhora muito”, afirmou. “Com cidade segura e pessoas felizes, que confiam no Estado efetivamente, está garantida, ou prorrogada, a sustentabilidade democrática”.

Idealizadora da publicação, a jornalista Beth Cataldo, mestre em Comunicação pela UnB e editora responsável da Tema Editorial, destacou a relevância da publicação, especialmente, por ser lançada às vésperas das eleições municipais. “É um livro denso e pleno de esperança”, disse. Ela, assim como Caetano Araújo, terá participação permanente em todos os quatro próximos encontros online do ciclo de debates A reinvenção das cidades, que serão realizados todas as quartas-feiras.

Ficha técnica
Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
Preço versão impressa: R$ 45,00
Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial

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