ITV

Arte: FAP

FAP e ITV realizam formatura do curso de formação política na quarta-feira (8/6)

João Vítor*, com edição do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV) realizam, na quarta-feira (8/6), a partir das 19 horas, a primeira formatura dos concluintes do curso online de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes, organizado em conjunto pelas duas instituições. Dos 1.503 matriculados, 508 alunos já estão aptos para a formatura. Os demais vão receber certificados, após concluírem as aulas da capacitação, que segue em andamento.

Curso de formação política ultrapassou 1,5 mil inscritos, em parceria da FAP com ITV

A cerimônia será realizada de forma virtual. O público poderá acompanhar a solenidade pelo aplicativo Zoom. O acesso será enviado, previamente, aos alunos aptos à formatura. Para filiados ao Cidadania, o certificado está disponível na plataforma Somos Cidadania. Integrantes do PSDB devem solicitar o certificado pelo WhatsApp [61 983301402].

De 23 a 27 de julho, 1.220 alunos responderam à pesquisa sobre o perfil dos participantes. Desse total, 584 inscritos (48%) informaram que serão candidatos nas eleições de 2022. As equipes dos candidatos representam 52% do público, com 636 respostas ao questionário. No grupo de futuros candidatos, 73% afirmaram que vão concorrer a uma cadeira nas Assembleia Legislativas espalhadas pelo Brasil. Outros 27% querem ser eleitos para a Câmara dos Deputados.

As informações completas estão disponíveis em relatório neste link.

Veja dados em imagens:

Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Qual cargo vai disputar
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
Dados: FAP/ITV
previous arrow
next arrow

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirma que o curso demonstra a força da federação PSDB-Cidadania e reforça a luta em defesa da democracia e do desenvolvimento, com foco na realidade do povo brasileiro. “Temos pré-candidatos, equipes e militâncias verdadeiramente engajados em nosso projeto de transformação do Brasil”, ressalta ele.

Além de apontar o curso como “o primeiro grande marco da federação com o PSDB”, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, destaca a capacitação como forma de garantir eficiência à formação política. “Os palestrantes estão na linha de frente da política nacional e, certamente, agregaram bastante conhecimento a todos. Só temos de comemorar o êxito do curso e desejar sucesso nas campanhas dos candidatos e candidatas”, afirma.

Presidente do Conselho Curador da FAP e ex-prefeito de Vitória (ES) por dois mandatos consecutivos, o médico Luciano Rezende agradece aos profissionais das duas entidades e dos partidos, ressalta a qualidade do curso e lembra que a boa política é feita com o talento, além de capacitação e boas técnicas de gestão para que as pessoas eleitas cumpram mandato de excelência no Legislativo ou no Executivo. “Parabenizo aos alunos participantes e, também, um agradecimento muito especial aos professores e professoras que foram sensacionais, com aulas inesquecíveis”, acentua.

Presidente do Conselho Curador do ITV, o economista Marcus Pestana afirma que o curso “obteve êxito enorme”, foi “uma injeção de ânimo” e já conquistou “qualidade muito grande”. “Creio que foi um passo decisivo. O Cidadania e o PSDB estão de parabéns por proporcionar, aos seus candidatos e às suas candidatas, uma oportunidade de se qualificar para elevar o nível do debate nesta eleição que parece que será tão tensa e radicalizada”, diz.

O diretor-geral da FAP, Caetano Araújo, lembra que o curso dá continuidade ao objetivo de formação política que vem sendo fortalecido, nos últimos anos, sempre com crescimento no número de inscritos em anos eleitorais. “Ao longo dos próximos meses, outros alunos irão concluir este curso porque ficará disponível na plataforma on-line para quem tiver interesse. O resultado é excepcional”, assevera.

Inclusão Política

Uma das mediadoras do curso, a ativista trans Mariana Valentim diz que o curso aumentou a importância da formação política ao mostrar aos participantes formas reais e práticas de elevar a representatividade e inclusão na política. “Por isso, tanto o ITV quanto a FAP estão de parabéns”, ressalta ela.

Advogado especialista em direito eleitoral e um dos professores do curso, Marcelo Nunes destaca a relevância do curso, principalmente em virtude da complexidade das regras eleitorais. “Estimamos expressivo rigor na fiscalização dos recursos públicos que serão destinados nas eleições 2022, e esse curso de formação foi essencial para dirimir dúvidas nesse sentido”, explica.

A Presidente do Tucanafro, o movimento negro do PSDB, Gabriela Cruz, ressaltou a importância do recorte étnico-racial da formação política. “É um objetivo muito central para a militância possa ter uma visão para a promoção equidade racial e promover políticas públicas de igualdade. É importante para que a gente possa ter representatividade e fazer um pacto de humanidade, uma ação conjunta de combate ao racismo e preparação dos candidatos e candidatas dessa agenda tão relevante para o debate nacional”, observou.

Pré-candidata à deputada federal pelo Cidadania do Paraná, Eleangela Cervilha afirma que o curso foi um divisor de águas para seu projeto. “O nível dos palestrantes surpreendeu, e o conteúdo das aulas, muito dinâmico, me motivou ainda mais nesta caminhada. Só tenho a agradecer à FAP, ao ITV, ao PSDB e ao Cidadania23”, diz.

As aulas foram transmitidas, de forma online, de 23 a 31 de maio, na plataforma Somos Cidadania, onde continuam disponíveis para todas as pessoas interessadas.

Confira vídeos do curso:



Serviço

Formatura do curso de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes

Data: 8/6/2022 (quarta-feira)

Transmissão: a partir das 19 horas

Onde: https://us02web.zoom.us/j/6612599807

Realização: Fundação Astrojildo Pereira e Instituto Teotônio Vilela

*Integrante do programa de estágio da fundação, sob supervisão do jornalista, editor de conteúdo e coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida


Imagem mil inscritos curso | Arte: FAP

Curso de formação política ultrapassou 1,5 mil inscritos, em parceria da FAP com ITV

Cleomar Almeida, coordenador de Publicações da FAP, (atualização do número de inscritos)

Mais de 1,5 mil pessoas se inscreveram no curso inédito de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV). Sem custo para os matriculados e totalmente online, a qualificação foi a primeira a ser realizada pelas duas instituições, vinculadas ao Cidadania e ao PSDB, após a federação partidária.

Inscreva-se no curso de formação política para candidatos, candidatas e suas equipes

Veja, abaixo, vídeo de apresentação do curso:

https://youtu.be/aSQI-mi-eC0

O curso foi realizado, de 23 a 27 deste mês, com a últimas aulas marcada para os dias 30 e 31 seguintes, das 19h às 20h30, por meio da plataforma Somos Cidadania, totalmente interativa, moderna e com design responsivo. No primeiro dia, as aulas inaugurais foram ministradas pelos presidentes nacionais do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o diretor financeiro da FAP, Raimundo Benoni, vice-prefeito de Salinas (Cidadania-MG), afirmou que “esse curso é imperdível". Ele ressaltou que as aulas abordarão análise de conjuntura política, atividade parlamentar, estratégias de campanha, comunicação e redes sociais, legislação eleitoral, arrecadação, contabilidade e finanças, além da importância das mulheres na política.

Confira, abaixo, vídeo de Benoni:

https://youtu.be/cvhtl2pQL_s

Diretor financeiro do ITV, o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG) também destacou a relevância da formação política para capacitação de candidatos e candidatos, além de suas equipes, com o objetivo de que, durante o mandato, todos desempenhem o seus papéis de forma eficiente, com foco na população e no desenvolvimento do Brasil.

“Buscar o êxito nas eleições, consolidar a federação entre os partidos e se comprometer com os ganhos sociais e econômicos do nosso país é defender a democracia. Esse é o espírito desse curso dirigido a todos que desejam exercer a representatividade política”, disse o deputado federal.

O diretor executivo da FAP, Marco Aurélio Marrafon, parabenizou as duas instituições e os partidos pelo sucesso no curso já na fase de inscrição. “Para que um time seja vitorioso, precisa de formação, dedicação, empenho e muita energia para alcançar a vitória. E é isso que nossos candidatos, nossas candidatas, as suas assessorias e suas equipes estão demonstrando ao alcançar, em pouquíssimo tempo, mais de 1 mil inscrições”, disse ele.

https://open.spotify.com/episode/5Fpkn5HGQy6W8SQocDdeUX?si=f0e9b7f055b54d25

No lançamento das inscrições, realizado no dia 5 deste mês, o presidente do Conselho Curador do ITV, o economista Marcus Pestana, que foi deputado federal pelo PSDB-MG, destacou o objetivo do curso e a expectativa para que a qualificação resulte no exercício de mandatos com excelência.

“Esse curso visa qualificar, preparar e treinar nossos candidatos, e nossas candidatas, além de suas equipes, para que consigam cumprir sua missão: conseguir processo eficiente de comunicação com a população levando conteúdo, a discussão do futuro do país, a defesa da democracia”, asseverou Pestana.

O presidente do Conselho Curador da FAP e ex-prefeito de Vitória (ES) por dois mandatos consecutivos, o médico Luciano Rezende disse que o foco deve ser sempre “juntar o talento político à boa técnica de gestão”. “Esse talento político, que é inerente aos candidatos que vão disputar a eleição em outubro, terá uma potencialização com a formação política porque o curso tem um programa espetacular aplicado”, observou ele. 

Veja, abaixo, vídeos das aulas:



Saiba mais sobre os palestrantes

Análise da conjuntura política23/5

Bruno Araújo: formado pela Faculdade de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi eleito duas vezes deputado estadual e deputado federal por Pernambuco durante três mandatos consecutivos. Foi ministro das Cidades entre 2016 e 2017. Atualmente é o presidente nacional do PSDB.

Roberto Freire: presidente nacional do Cidadania 23, atuou como deputado estadual e federal por Pernambuco e São Paulo; senador por Pernambuco; líder do governo Itamar Franco; ministro da Cultura e candidato a presidente da República em 1989 pelo PCB.

O mediador será o deputado federal do PSDB/SP Samuel Moreira.

Atividade parlamentar: 24/5

Carlos Sampaio: procurador de Justiça do Estado de São Paulo, é formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Foi vereador (1993 a 1997), deputado estadual (1999 a 2023) e, desde 2003, é deputado federal por São Paulo.

Rubens Bueno: professor de formação, vice-presidente nacional do Cidadania, exerce o seu quinto mandato de deputado federal pelo Paraná, sendo o terceiro consecutivo.

A mediadora será a senadora do Cidadania Eliziane Gama.

Estratégias de campanha, comunicação e redes sociais: 25/5

Paulo Vasconcelos: natural de Belo Horizonte (MG), o publicitário Paulo Vasconcelos do Rosário Neto liderou a coordenação do marketing da campanha de Aécio Neves à presidência da República de 2014. Em 1995, assumiu a Secretaria de Comunicação do Governo de Minas Gerais. Atuou nas melhores agências de propaganda do país ao longo das últimas quatro décadas.

Sergio Denicoli: pós-doutor em comunicação digital, pesquisador da Universidade do Minho, em Portugal. CEO da AP Exata Inteligência Digital. Foi professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e, também, em Portugal, na Universidade Lusófona e na Universidade do Minho.

O mediador será o advogado e doutor em direito Marco Marrafon.

Legislação eleitoral: 26/5

Marilda Silveira: Doutora e mestre em Direito Administrativo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Coordenadora do IDP Online e Professora dos cursos de graduação e pós-graduação da EDB/IDP. Membro do IBRADE, da ABRADEP e das Comissões de Direito Administrativo e Eleitoral da OAB/ DF (2015). Foi Assessora Jurídica de Ministros e da Presidência do TSE.

Arlindo Fernandes: servidor público, consultor legislativo do Senado Federal nas áreas de direito constitucional e eleitoral, desde 1996, é advogado e especialista em direito constitucional e em ciência política.

O mediador será o presidente do Conselho Curador do ITV Marcus Pestana.

Arrecadação de campanha, contabilidade e finanças: 27/5

Guilherme Sturm: contador pela Fundação Educacional do Município de Assis (Fema), concluiu o MBA Executivo Internacional pela FGV-Chinese University Hong Kong e MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio pela FGV. Sócio do Grupo Essent Negócios Contábeis e CEO da Essent Jus, startup especializada em Arrecadação e Contabilidade Digital para Partidos, Igrejas e outras entidades.

Marcelo Nunes: ex-servidor do TER-ES, professor e advogado especialista em direito eleitoral, com atuação nas eleições dos últimos 20 anos.

O mediador será o presidente do Conselho Curador da FAP Luciano Rezende.

Mulheres na política: 30/5

Shéridan Oliveira: psicóloga e mestranda em gestão pública, é deputada federal por Roraima desde 2015. É presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara Federal. Foi secretária da Promoção Humana e Desenvolvimento de Roraima de 2007 a 2014.

Eliziane Gamasenadora da República pelo Maranhão e líder da bancada feminina do Senado Federal. Esposa, mãe, cristã. Teve atuação destacada na CPI da covid-19. Foi deputada estadual entre 2007 e 2014 e deputada federal de 2015 a 2018.

A mediadora será a coordenadora do PSDB-Mulher no nordeste Iraê Lucena.

A representatividade negra na política: 31/5

Gabriela Cruz: presidente do Tucanafro.

Kennedy Vasconcelos: Coordenador do Igualdade23 MG.

A mediadora será a ativista transexual Mariana Valentim.


#ProgramaDiferente: Confira os vídeos da série “Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação”

 

A série “Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação”, do #ProgramaDiferente, tratou de vários temas trabalhados no Seminário Internacional Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV).

 

Nos vídeos, foram tratados o  tema “Reinventando o Estado Democrático”:  Como políticos, partidos e até mesmo os intelectuais podem se adaptar a uma prática que contemple os anseios de uma nova sociedade? Como não ficar falando apenas para si mesmos, desconectados do mundo real, que se reinventa minuto a minuto.

O #ProgramaDiferente também tratou das semelhanças e das diferenças entre o trabalho executado pela Operação Lava Jato, no Brasil, e a sua principal fonte de inspiração, a Operação Mãos Limpas, na Itália. Quais são os efeitos práticos e as limitações do combate eficaz à corrupção na política?

“A Revolução Tecnológica e o Mercado de Trabalho”: Qual o futuro das profissões? Esse também foi um dos temas exibidos na série “Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação”, do #ProgramaDiferente. Assista aos vídeos!

 

 

https://youtu.be/zoOkC6E5ExM

 

 

https://youtu.be/XYTrMM4oKoo

 

 

https://youtu.be/0EXrOw47_ss


Íntegra dos debates do Seminário Internacional "Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação"

Evento realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV) debateu, durante dois dias, importantes temas para o Brasil

Fruto de uma parceria entre a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV), organizações de formação política, o Seminário Internacional "Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação" permitiu a reunião de mais de duas dezenas de intelectuais, acadêmicos, jornalistas e políticos do Brasil e de outros quatro países da Europa e da América Latina. O evento foi realizado nos dias 14 e 15 do último mês de setembro, em São Paulo. Agora, a transcrição integral do conteúdo dos debates e sessões realizadas durante os dois dias do seminário está disponível para conhecimento do público (confira os links abaixo).

Foram sete mesas de debates, incluídas as sessões de abertura e encerramento, com discussões sobre temas da contemporaneidade realizadas durante o Seminário Internacional. O evento contou com a participação de lideranças do PPS, como o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP), presidente da legenda e do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), presidente do Conselho Curador da FAP. Do PSDB, participaram nomes importantes nacionalmente, como o presidente de honra do partido e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o presidente do ITV, José Aníbal.

Entre os palestrantes convidados para o evento estavam personalidades de renome internacional, como Adrian Wooldridge, jornalista, colunista da Economist e coautor de A Quarta Revolução; Alessandro Ferrara, filósofo, professor da Universidade de Roma Tor Vergata; Marco Aurélio Nogueira, cientista político, professor titular da Unesp; Caetano Araújo, sociólogo, consultor legislativo do Senado Federal; Sergio Fausto, sociólogo, diretor-superintendente da Fundação FHC; Stefan Fölster, coautor de A Riqueza Pública das Nações e diretor do Reform Institute; Carlos Henrique de Brito Cruz, físico, diretor-científico da Fapesp e professor da Unicamp; Dora Kaufman, socióloga, pesquisadora do Atopos/USP e do TIDD/PUC-SP; Mario Alburquerque, sociólogo, consultor e professor da Universidade do Chile; Mauro Magatti, sociólogo, professor da Universidade Católica de Milão e Gianni Barbacetto, jornalista, coautor de Operação Mãos Limpas, entre outros.

De acordo com o embaixador André Amado, Secretário Executivo do Seminário Internacional, o formato do evento acompanhou o modelo introduzido pelo Forum de Davos, na Suíça, e a despeito da vinculação entre as entidades organizadoras e os respectivos partidos políticos (PSDB e PPS), estabeleceu-se que o seminário não receberia tratamento político-partidário. "Cada palestrante foi livre para abordar os temas como melhor lhe aprouvesse".

André Amado informa que o seminário internacional teve uma grande repercussão com a transmissão online realizada tanto pela FAP quanto pelo ITV. Somente no perfil da FAP no Facebook (www.facebook.com/facefap) foram mais de quatro mil visualizações dos vídeos postados, que geraram um alcance de mais de 13 mil pessoas.

Para acessar as transcrições, basta clicar nos links abaixo:

» Seminário Internacional FAP/ITV: Sumário executivo - Embaixador André Amado.

 

 

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: Abertura Íntegra dos discursos de Geraldo Alckmin, governador de São Paulo; José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela e Roberto Freire, deputado federal (PPS-SP), presidente nacional do PPS.

 

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: “A Reinvenção do Estado Democrático” - Íntegra das palestras de Adrian Wooldridge, colunista da Economist e coautor de A Quarta Revolução; Cristovam Buarque, senador, presidente do Conselho Curador da FAP; Fernando Henrique Cardoso, presidente da República (1995-2002). Moderação de Milton Seligman, professor do Insper e Global Fellow do WWC.

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: “Crise de Representação Política e o Futuro da Democracia” - Íntegra das palestras de Alessandro Ferrara, filósofo, professor da Universidade de Roma Tor Vergata; José Álvaro Moisés, professor do Dep. de Ciência Política da USP; Marco Aurélio Nogueira, cientista político; Marcus Melo, cientista político. Moderação: Helena Chagas, jornalista e comentarista.

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: “A globalização e a Mudança da Estrutura das Sociedades” - Íntegra das palestras de Caetano Araújo, sociólogo, consultor legislativo do Senado Federal; Demétrio Magnoli, sociólogo; Sergio Fausto, sociólogo, diretor-superintendente da Fundação FHC; Stefan Fölster, coautor de A Riqueza Pública das Nações. Moderação: Hercídia Coelho, professora e advogada.

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: “A Revolução Tecnológica e o Mercado de Trabalho” - Íntegra das palestras de Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp; Dora Kaufman, socióloga; Mario Alburquerque, sociólogo, professor da Universidade do Chile; Mauro Magatti, sociólogo, professor da Universidade Católica de Milão. Moderação: Ana Paula Couto, jornalista.

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: “Mãos Limpas e Lava Jato, Relações de Força e Limites” - Íntegra das palestras de Gianni Barbacetto, jornalista, coautor de Operação Mãos Limpas; Marcelo Muscogliati, subprocurador-geral da República; Oscar Vilhena, diretor da Direito FGV-SP; Rodrigo Chemim, procurador do MPF-PR. Moderação: Denise Frossard, juíza aposentada e advogada.

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: Encerramento - Íntegra dos discursos de Cristovam Buarque, senador, presidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira; José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela; Lourdes Sola, professora livre docente, FFLCH-USP. Moderação: Luiz Carlos Azedo, jornalista e comentarista de política.

 

 


José Aníbal: Para que servem as elites?

No seminário que o Instituto Teotônio Vilela e a Fundação Astrojildo Pereira promoveram no mês passado, o jornalista britânico Adrian Wooldridge encerrou sua palestra sugerindo uma volta ao debate filosófico do qual pensadores ingleses como Thomas Hobbes e John Stuart Mill foram pioneiros: para que serve o Estado, qual o limite de seu poder e como ele pode funcionar melhor em nosso modelo de democracia ocidental?

São perguntas cuja pertinência atravessou quatro séculos e que se mantêm tão relevantes hoje quanto na transição dos regimes absolutistas para as repúblicas ou monarquias parlamentaristas.

São questões que preocupam as nações mais desenvolvidas do mundo no século 21 e que também demandam atenção no Brasil, às voltas com a recuperação de sua economia e com um longo período de instabilidade política e, por vezes, até institucional.

Nesse sentido, cabe acrescentar ao argumento de Wooldridge, colunista da revista The Economist e coautor do instigante livro A Quarta Revolução, qual o papel e o dever das elites política, econômica, intelectual e cultural dos países na disseminação de princípios democráticos, no respeito às instituições republicanas e na defesa do pleno exercício da cidadania.

A história mostrou que o melhor caminho para uma nação próspera, com justiça social, respeito ao direito de ir e vir com segurança e acesso igualitário a serviços de educação e saúde básicos não são as revoluções que, invariavelmente, culminaram em execráveis regimes totalitários.

Tampouco vingou o modelo de laissez-faire em que se pregava a dispensa da ação do Estado, mas foi ao Estado que muitos correram quando foram à falência quando atingidos por crises profundas.

Parece clara, ainda que seja tarefa complexa, a urgência de se rediscutir um melhor equilíbrio do papel do Estado na promoção do bem-estar social e da oferta mais equitativa de oportunidades, assim como no estímulo à eficiência, ao aumento da produtividade e de um mercado competitivo e globalizado.

Num país ainda marcado pelas desigualdades como o Brasil, esse debate torna-se ainda mais fundamental, não só para a construção de perspectivas mais promissoras do ponto de vista econômico e social, mas para a própria sustentação do regime democrático.

Digo isso diante de pesquisas recentes que mostram alta desconfiança dos brasileiros em relação ao funcionamento da democracia e eventual apoio significativo a um governo militar ou não democrático.

Reverter esse quadro é dever dos que ocupam posições de relevo nos três poderes, nas grandes empresas e instituições financeiras, nos veículos de comunicação e nas redes sociais, nos grandes centros de formulação e produção de conhecimento científico, intelectual e cultural.

São esses os formadores da elite no sentido mais seminal da palavra: não como referência a privilegiados, mas como definição de eleitos, de escolhidos em um grupo social por serem os mais valorosos e bem qualificados.

Quando tais ocupantes esquecem esse significado e atuam movidos por interesses próprios, escusos ou alheios ao bem coletivo, fazem mais do que uma mera distorção do conceito original da palavra: condenam o país e a sociedade à desordem e à falta de perspectivas.

A defesa da democracia, do debate público racional, e a superação da demagogia e do populismo não é desafio exclusivo da elite brasileira nem está livre de percalços, como reconheceu ninguém menos do que Barack Obama em sua passagem pelo país. Estão aí Donald Trump e Brexit como exemplos mais eloquentes, e de certa forma a recente crise catalã na Espanha.

Há em comum nesses casos a incapacidade de fazer vencedora a visão economicamente racional, politicamente equilibrada e socialmente sensível às demandas do cidadão comum. Diante de crises e insatisfações, o apelo ao discurso fácil e às promessas que não podem ser cumpridas ou que, se cumpridas, terão graves consequências, é o combustível para a radicalização e para o surgimento de efêmeras bonanças a antecipar longas tempestades.

Assim, é preciso semear confiança nos que querem garantir o sustento de suas famílias e seguem em busca de oportunidades e emprego. Compreender e oferecer soluções reais para o medo da violência que assola a população de grandes, médias e até pequenas cidades.

Defender uma profunda reforma do Estado para que não faltem verbas para saúde, educação, cultura, infraestrutura, nem sejam desperdiçados recursos com privilégios, favores, aposentadorias especiais ou precoces.

Essa é, definitivamente, uma tarefa das elites que deveriam fazer jus à palavra.

 

 


Lourdes Sola: Seminário Desafios Políticos muda patamar do debate político no Brasil

Para cientista política da USP, evento promovido pela FAP e pelo ITV merece destaque pela pluralidade, ousadia e sofisticação das discussões

Um debate plural, ousado e sofisticado, com prioridade aos diagnósticos das questões a serem enfrentadas em lugar de dogmas partidários. Com essa definição, a cientista política Lourdes Sola, professora aposentada da USP, sintetizou sua avaliação do seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação, organizado por uma parceria inédita entre o Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, e a Fundação Astrojildo Pereira, do PPS, e realizado nos dias 14 e 15 de setembro, em São Paulo.

"É gente que quer mudar, olhar para frente sem medo. E, sobretudo, que não ficou refém da polarização que vivemos nos últimos anos", disse Lourdes Sola, ao saudar seus idealizadores e reconhecer que a iniciativa foi surpreendente e de resultado bastante positivo.

Nesta entrevista ao ITV, Lourdes Sola analisa a discussão realizada pelos participantes do seminário e destaca os três principais eixos que marcaram os debates. Ao todo, o evento reuniu 23 palestrantes, entre políticos, intelectuais e jornalistas, do Brasil e de outros quatro países da Europa e da América do Sul.

O primeiro eixo diz respeito ao Estado e se orienta por duas indagações: Para que serve o Estado no século 21? E que tipo de democracia queremos?

O segundo trata da compreensão de como as mudanças, os processos desestabilizadores que emergiram na sociedade contemporânea, se manifestam nas bases sociais da política.

Por fim, o terceiro aborda o impacto da globalização sobre o Estado, a economia e as bases sociais da política. Nesse sentido, Lourdes Sola destacou a palestra de Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e ex-presidente da República, que fez um panorama das transformações políticas e sociais da era moderna para a contemporânea.

Ao analisar e sintetizar as discussões do seminário, Lourdes Sola também chama atenção para a reflexão do britânico Adrian Wooldridge, colunista da revista The Economist, sobre os momentos de inflexão do Estado nacional ao longo da era moderna e a urgência de sua transformação no mundo contemporâneo.

A discussão sobre a existência ou não de uma crise da democracia foi também alvo de sua avaliação. Em consonância com o cientista político Marcus Melo (UFPE), Lourdes Sola acredita que vivemos uma crise de representação e de critérios de legitimação política, e não da democracia. "Vejo a emergência de uma cultura cívica no Brasil. O povão tende a ter novos critérios de legitimação, mas quem os representa, os políticos, ainda não perceberam", analisa.

Do segundo dia do seminário, Lourdes Sola destaca a discussão sobre os efeitos sociais e econômicos da globalização, analisados pelos sociólogos Caetano Araújo e Demétrio Magnoli. O primeiro analisou o papel do capital financeiro internacional e as relações com os Estados nacionais, enquanto o segundo discutiu os processos políticos de escolhas nesta conjuntura, que culminaram na eleição de Donald Trump presidente dos EUA, no Brexit, entre outros.

Dessa mesma mesa, a cientista política considerou fundamental para o Brasil a apresentação de Stefan Fölster, alemão radicado na Suécia que dirige o Reform Institute e é coautor do livro A Riqueza Pública das Nações. Ele argumentou a favor de uma gestão profissional do patrimônio público, um conceito que vai além do debate privatização versus estatização e aborda o interesse coletivo e a geração de riqueza com mais complexidade.

Leia a entrevista de Stefan Fölster publicada pelo jornal Valor Econômico

Ainda mereceram destaque as discussões sobre as consequências da revolução tecnológica no mercado do trabalho e como os países devem se preparar nesse sentido, investindo em educação, ciência e tecnologia, como defendido por Carlos Henrique Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp e um dos palestrantes do seminário.

Por fim, o seminário tratou das investigações contra a corrupção, como a Mãos Limpas italiana e a brasileira Lava Jato, abordadas por palestrantes como o jornalista e escritor Gianni Barbacetto e o diretor da FGV Direito SP, Oscar Vilhena.

Leia a entrevista de Gianni Barbacetto concedida ao jornal O Estado de S. Paulo

Para concluir, Lourdes Sola ressalta a importância do seminário Desafios Políticos pela qualidade dos convidados e coragem de seus idealizadores. "Foi um momento muito feliz e de mudança de patamar. E que ilustra bem que nós estamos preparados e alertas para refletir, e com muita vontade de mudar", comemora.


Stefan Fölster: 'Privatizar requer cuidado com competição'

Num momento em que o governo brasileiro prepara um ambicioso programa de privatizações, o economista sueco Stefan Fölster destaca a importância de se buscar o aumento da competição quando se vendem empresas estatais 

Por Sergio Lamucci, do valor Econômico

Diretor-executivo do centro de estudos Reform Institute, de Estocolmo, Fölster sugere ao Brasil a criação de um fundo de riqueza nacional (FRN), para gerir de forma profissional o que chama de ativos públicos comerciais - além de estatais, o conceito engloba bens sob o controle do Estado que podem gerar retorno, como imóveis.

Para ele, o fundo poderia conduzir o processo de privatização por aqui, como ocorre em alguns dos países que adotam esse modelo para gerir ativos públicos, como já fez a Áustria. No caso do Brasil, Fölster vê espaço tanto para algumas vendas de estatais no curto prazo, que não passariam antes pelo FRN, como para privatizações realizadas pelo fundo.

"Quando se privatiza, é preciso pensar com cuidado para que haja mais competição", diz Fölster, que deixa claro não ser um inimigo da desestatização. "Ao contrário", afirma ele, que, no entanto, acrescenta: "Privatizar sem aumentar a competição frequentemente não funciona muito bem".

Fölster é um dos autores do livro "A Riqueza Pública das Nações", escrito com Dag Detter, publicado no Brasil em 2016. Na obra, eles dizem que os governos têm um grande volume de riqueza negligenciada, os chamados ativos comerciais públicos, que podem gerar retorno - museus e parques nacionais ficam fora da classificação.

"Nossa avaliação é que, em todos os países onde há uma luta para reduzir a corrupção e o clientelismo, um fundo de riqueza nacional é a melhor instituição para ajudar", diz Fölster. Segundo ele, o conselho deve ser formado em sua maioria por profissionais, podendo incluir "figuras internacionalmente conhecidas", que possam funcionar como alerta. A ideia é isolar o FRN da política do dia a dia, para tentar evitar escândalos como os ocorridos na Petrobras e outras estatais brasileiras e também medidas clientelistas. Nesse segundo caso, ele inclui iniciativas como o controle dos preços do combustível ordenado pela ex-presidente Dilma Rousseff, que proibiu por um longo período a Petrobras de reajustar a gasolina.

Fölster veio ao Brasil para participar de um seminário promovido pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV), do PSDB, e pela Fundação Astrogildo Pereira (FAP), do PPS, na semana passada. A seguir, os principais trechos da entrevista.

*Valor:* /Como os governos em geral tratam os ativos públicos?
*Stefan Fölster: * Nenhum governo do mundo tem um quadro muito claro do que de fato possui. Isso torna a situação bem menos transparente. Para o cidadão, é muito mais difícil avaliar se o governo está fazendo um bom trabalho administrando esses ativos. Mas também é um problema porque muitas oportunidades de criar valor são perdidas. E talvez a questão mais importante é que a falta de transparência significa que há muitas oportunidades para corrupção que são impossíveis para um cidadão para
ver. E há o que eu chamo de clientelismo.

*Valor:* /Quando políticos indicam pessoas para empresas estatais?/
*Fölster: * Sim, mas às vezes é algo menos pessoal. O governo de Dilma Rousseff instruiu a Petrobras a manter baixos os preços da gasolina. Eu vejo isso como uma espécie de clientelismo.

*Valor:* /Como esses ativos públicos "escondidos" podem ajudar países emergentes e desenvolvidos a lidar com os problemas fiscais e estimular o crescimento? /
*Fölster: * Nós estimamos que a riqueza pública tenha aproximadamente o mesmo tamanho do PIB global, algo entre US$ 70 bilhões a US$ 80 trilhões. Nós focamos apenas em ativos públicos comerciais, aqueles que podem gerar retornos, não falando em parques nacionais ou museus. Se o retorno sobre ativos públicos fosse mais próximo do que os melhores obtêm, os países poderiam provavelmente dobrar os seus investimentos em infraestrutura. Há também efeitos financeiros indiretos. Se um país tem uma melhor contabilidade de seus ativos públicos, é mais fácil os emprestadores avaliarem a qualidade do crédito. Com isso, ele provavelmente será capaz de tomar dinheiro emprestado a juros mais baixos. Há cerca de 20 países que introduziram o que nós chamamos de fundos de riqueza nacional, em que profissionais podem administrar estatais um pouco distantes da política do dia a dia.

*Valor:* /Quais países têm esses fundos?/
*Fölster: * Cingapura e Malásia, por exemplo. A Áustria tem um fundo há décadas, que tem funcionado bem. A Finlândia introduziu o seu mais recentemente, em 2008. E há também exemplos menores, como de cidades que têm algo como fundos de riqueza urbana, como a minha cidade, Estocolmo, que caminhou nessa direção.

*Valor:* /Por que o fundo de riqueza nacional é a melhor forma de administrar ativos públicos?
*Fölster: * Primeiro, deixe-me dizer que esses fundos não são perfeitos. Nos países que os adotaram, há um cabo de guerra constante a respeito de qual o grau de independência política. Mas em sua maior parte eles parecem funcionar melhor que a alternativa de administração de empresas estatais por ministros, por exemplo. A nossa avaliação é que, em todos os países onde há uma luta para reduzir a corrupção e o clientelismo, um fundo de riqueza nacional é uma instituição melhor para ajudar. O modo de fazer isso é formar uma controladora [holding], assegurar que o conselho tenha profissionais suficientes, com alguns políticos talvez, mas também algumas figuras internacionalmente conhecidas, que possam funcionar como alerta. Já no caso das pessoas que forem empregadas pelo fundo, elas não devem ser especialistas em finanças como em fundos soberanos, mas ter um perfil mais como os de especialistas em indústria, como de fundos de "venture capital", que sejam bons em ver oportunidades de criação de valor.

*Valor:* /É correto dizer que o FRN é uma terceira via entre manter uma empresa estatal ou privatizá-la?
*Fölster: * Acho que algumas pessoas classificariam desse modo. Eu diria que, para qualquer coisa que o país decida que deve continuar como propriedade do Estado, um fundo de riqueza nacional é a melhor maneira de fazer a gestão. Além disso, se um país também decide que quer
privatizar mais, também é bom deixar o fundo de riqueza nacional fazer isso. No processo de privatização, há muitas oportunidades de corrupção.
Frequentemente um fundo de riqueza nacional pode fazer isso de modo mais profissional. E é politicamente muito mais fácil. Nos últimos 30 anos, o fundo austríaco vendeu algumas empresas estatais quando o momento era apropriado, ganhando dinheiro que foi repassado ao governo.

*Valor:* /O sr. tem uma estimativa do tamanho dos ativos públicos no Brasil?
*Fölster: * A riqueza pública ainda é muito grande no Brasil. Mas eu não tenho um número exato. Muita coisa pertence aos governos locais.

*Valor:* /Uma melhor administração dos ativos públicos pode ajudar o Brasil a enfrentar no curto prazo o problema fiscal e as necessidades de infraestrutura ou é algo que teria um impacto mais forte no médio e longo prazo? 
*Fölster: * Há um efeito de curto prazo. Se o Brasil se mover para um fundo de riqueza nacional, isso melhoraria a confiança no governo e poderia melhorar a qualidade do crédito e a confiança dos investidores. Ao mesmo tempo, o canal de melhorar a governança, de ter empresas mais eficientes, levaria anos. Para a maior parte dos países, nós defendemos que haja um fundo de riqueza nacional, mas o Brasil é tão grande e tão variado que acho que há argumentos para dividir algumas coisas. É possível pensar em fundos de riqueza regional.

*Valor:* /Porque muitas estatais e ativos pertencem a Estados e municípios?
*Fölster: * Sim. E também porque uma empresa como a Petrobras é tão grande que pode ser um problema em si mesma. Deve-se começar com um fundo de riqueza nacional, dando instruções a ele para examinar o tamanho das empresas. Algumas dessas companhias talvez devam ser separadas, por serem muito grandes.

*Valor:* /O sr. obviamente sabe dos grandes escândalos de corrupção envolvendo empresas estatais como a Petrobras. Esse tipo de problema seria evitado com um FRN?
*Fölster: * O fundo é a melhor receita disponível, mas não é uma bala de prata. Mesmo o FRN se tornar corrupto. É apenas um instrumento na caixa de ferramentas. Igualmente importante é a transparência, por exemplo.

*Valor:* /O governo brasileiro anunciou um programa ambicioso de privatizações, em parte porque o país está numa situação fiscal delicada. Como o sr. analisa a privatização em si e também nesse quadro?
*Fölster: * Acho que um fundo de riqueza nacional deve ser criado, uma empresa com Eletrobras, por exemplo, deve passar ao fundo e o fundo deve comandar a privatização. E há tanta riqueza pública comercial no Brasil que dá para fazer os dois. É possível vender empresas no curto prazo e ainda ter o suficiente para o fundo no longo prazo. E há uma regra importante a ser definida. A receita obtida não pode ser usada para o consumo público. O dinheiro só deve ser usado para reduzir a dívida líquida ou para bancar novos investimentos públicos.

*Valor:* /O sr. lembrou que Dilma impediu a Petrobras de aumentar os preços da gasolina. Como avalia esse tipo de iniciativa?
*Fölster: * Muita gente acha que empresas estatais são estatais não apenas para gerar lucros, mas também para perseguir objetivos sociais e públicos. Com isso, avaliam que é bom que sejam estatais. Mas, o que nós vemos é que governos frequentemente mandam as companhias tomar medidas que são boas para os seus eleitores ou para quem os apoie. Com isso, as coisas não ficam muito transparentes e ninguém sabe qual é o custo dessas medidas. O que nós defendemos é que os fundos de riqueza nacional tenham uma diretiva muito simples - maximizar os retornos. Se o governo quer perseguir um objetivo social ou público, deve pagar a estatal por esse serviço.

*Valor:* /O sr. não é então um inimigo de privatizações.
*Fölster: * Ao contrário. Mas, tendo dito isso, há vários exemplos de que privatizações foram mal feitas, sem aumentar a competição. Quando se privatiza, é preciso pensar com cuidado para que haja mais competição. Privatizar sem aumentar a competição frequentemente não funciona muito bem.

*Valor:* /Qual deve ser a ênfase do Brasil em relação a suas estatais?
*Fölster: * Eu gostaria de ver um foco adicional na qualidade da governança. Assim que possível, introduzir um fundo de riqueza nacional, colocar os ativos lá e deixar o fundo ajudar na privatização. No caso daquelas em que o mercado não estiver pronto e os preços estiverem baixos, pode se colocar no fund, para que ele as venda quando chegar o momento adequado.


Democracia precisa se aprimorar para lidar com fluxo permanente de informações, diz Caetano Araújo

O segundo dia de debates do seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação foi aberto com o tema “Globalização e a Mudança da Estrutura das Sociedades”. Em sua palestra, o sociólogo Caetano Araújo abordou o tema sob três perspectivas – Estados nacionais, novo mapa da política e partidos como ferramentas da democracia – que agora ganham uma nova dimensão: a disponibilidade de informação permanente.

“Se hoje temos a informação em tempo real, antes tínhamos a rede de informações dos capitais, dona de grande mobilidade. E à medida que os capitais avançam para a extrema mobilidade, os Estados vão diminuindo de poder, pois os capitais têm o poder de veto por omissão, eles deixam de investir”, explicou. A primeira vítima dessa mobilidade, disse, foi o estado de bem-estar social, que já enfrentava a escassez de financiamento.

“Isso continua. Se a Ásia foi uma fronteira industrial, é provável que agora seja a vez da África. E o que os países ocidentais democráticos farão? É possível a eles impor condições de trabalho como na Ásia? Não. Países democráticos agiram de outra forma: investiram em ciência e tecnologia, o que também mudou a estrutura do Estado”, disse, citando o livro A Quarta Revolução, debatida no seminário em palestra do jornalista Adrian Wooldridge.

Segundo Araújo, essa mudança tem uma data simbólica: a última década do século 20 – época em que na França, por exemplo, François Mitterrand, embora eleito por um plataforma social-democrata, tomou direções opostas para enfrentar uma crise econômica.

“Isso nos leva ao segundo impacto: o processo de globalização também mudou o mapa das posições e das oposições politicas no mundo”, afirmou. Se antes as posições eram alinhadas, indo da esquerda à direita, com dois extremos não democráticos e um centro democrático amplo, nos últimos anos essa percepção da politica não se mostra suficiente, pois perpassa a questão do nacionalismo X liberalismo.

Por fim, o sociólogo destacou que, ligados à disponibilidade de informação na internet, nascem os movimentos sociais do século 21. “Antes pessoas iam para rua dizer o que queriam e, geralmente, queriam que alguém fizesse por elas. Hoje, essas manifestações são constantes, podem durar meses e são organizadas de forma horizontal”, explicou. Sempre, reforçou, com palavras de ordem democráticas. “Onde não há democracia, pedem democracia. E onde há, pedem nova democracia, com responsabilização de representantes. A prestação de contas é constante.”

Veja trecho de entrevista para a FAP:


Alckmin, Cristovam e Aníbal abrem o seminário internacional

A mesa de abertura do seminário internacional Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação, uma parceria entre a Fundação Astrojildo Pereira e o Instituto Teotônio Vilela e a , contou com as presenças do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), presidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira, José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, Cauê Macris, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo.

Responsável pela abertura do evento, o secretário executivo do seminário, embaixador André Amado, afirmou que, durante uma crise, a primeira vítima é a esperança de tempos melhores. Segundo ele, o intuito do seminário é justamente encontrar caminhos para superar os problemas dos tempos atuais.

Para Cristovam Buarque, os políticos não se adaptaram às novas transformações desse mundo cada vez mais globalizado. “O futuro não é só aumentar o PIB. As transformações que estão ocorrendo exigem transformações da política também. É preciso encontrar novos caminhos”, disse.

José Aníbal afirmou que cada vez mais os políticos precisam conversar com a sociedade de forma inteligível, de fácil compreensão, e assim avançar no diagnóstico dos problemas do país. O presidente do ITV chamou atenção para a questão previdenciária do Brasil e analisou que atualmente o país é uma espécie de modelo do que não se deve fazer, mas que é possível torná-lo um modelo a ser seguido. “Está ao nosso alcance.”

Segundo Cauê Macris, o momento atual é o mais propício para discutir os problemas do Brasil e encontrar caminhos para superar as dificuldades, com foco sempre naqueles que mais precisam.

Fechando a primeira mesa de debates, Geraldo Alckmin falou que é preciso valorizar a boa política e discutir um projeto para o Brasil. Na sua visão, os desafios vão desde a representatividade política nos tempos modernos, passando pela questão econômica, tecnologia, inovação, e foco no emprego e na renda.

O governador paulista avaliou que o Brasil precisa investir mais em infraestrutura, estar inserido no cenário internacional e “saber jogar o jogo do século 21”. “Os países que mais cresceram nos últimos anos são aqueles que souberam entrar nesse mundo globalizado. O Brasil precisa de menos gladiadores e mais construtores para poder avançar”, diagnosticou Alckmin.

Confira trecho de entrevista de Cristovam Buarque para FAP:


Crise política é resultado de ‘cegueira cívica’, diz Marco Aurélio Nogueira

O cientista político, Marco Aurélio Nogueira, professor da Unesp, avaliou que a crise política é real e assustadora por dois motivos: as sociedades mergulham em uma “espécie de cegueira cívica”, tentando atender apenas aos interesses pessoais, e há um bloqueio do processo de deliberação democrática, impedindo a tomada racional de decisões. “Os efeitos da crise são dramáticos e dizem não dizem respeito apenas ao mal funcionamento do sistema, mas afeta a vida das pessoas em larga extensão”, disse no seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação.

Terceiro palestrantes da mesa “Crise de representação política e o futuro da democracia”, Marco Aurélio Nogueira destacou, por outro lado, que não se trata de um problema unicamente brasileiro e, muito menos, recente. Desde os anos 1960, os regimes políticos do ocidente estão dialogando com a crise que, segundo ele, se globalizou com a globalização do capitalismo.

“Uma das características do capitalismo globalizado é que ele globalizou a economia, a sociedade, a cultura, mas não conseguiu globalizar a politica. Essa dissonância está na base de boa parte dos problemas atuais”, avaliou. “Transferindo para o plano nacional, as coisas se deram da mesma forma. Do mesmo modo que a vida nacional se modernizou de forma globalizada, a vida politica não conseguiu acompanhar”, disse.

Segundo ele, a crise não é apenas das instituições, ou das regras com as quais se pratica a política. A crise é também da política. “Tem a ver com hábitos, procedimentos, valores éticos, representantes e representados”, explicou. Além das reformas institucionais feitas com algum consenso, sugeriu, são necessárias também iniciativas pedagógicas que coloquem essa discussão para a população.

Confira trecho de entrevista com Marco Aurélio:


É preciso superar ‘apatia intelectual’ e reinventar o Estado, diz Adrian Wooldridge

Autor do livro A Quarta Revolução, Adrian Wooldridge, colunista da revista The Economist, afirmou no seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação que há atualmente uma “apatia intelectual”: as pessoas não pensam a fundo a natureza da política e do Estado. Por isso, a crise em ambos. “A natureza do Estado pode mudar. Já mudou muito e passou por transformações drásticas. Mas agora não estamos mais tentando reinventá-lo”, disse.

Em sua palestra, Wooldridge fez um histórico das revoluções pelas quais o Estado passou ao longo do tempo, mote de seu mais recente livro. A primeira, no século 17, foi interpretada por Thomas Hobbes, que pregava que as pessoas deveriam abrir mão da liberdade individual em relação ao Estado para terem segurança. “A Europa passou a ser o centro do mundo, porque tinha um modelo estatal de sucesso”, explicou.

A segunda revolução veio no século 19, quando se passou a acreditar que o Estado, para gerar liberdade e eficiência, precisava ser menor. Já no século 20, preponderou a ideia de que o Estado deveria gerar bem-estar social. Foi a terceira revolução. “E isso deu muito certo, mas depois de um certo tempo, o Estado ficou grande demais, pois além de oferecer condições essenciais, como saúde e educação, passou a oferecer outros e diversos tipos de serviços. Vieram as cobranças, as greves e as manifestações, na década de 70”, disse. “Aí veio a revolução neoliberal, com Regan e Tatcher”, completou.

“Agora temos a revolução da tecnologia e do conhecimento. A revolução industrial do cérebro. E esse é só o começo”, afirmou. Para ele, as novas tecnologias precisam estar ligadas à grande questão: para que serve o Estado? “Se o Estado ficar cada vez maior, será um grande problema para a democracia”, completou.

Além disso, acrescentou, é importante defender a liberdade. “Hoje o Estado tributa e fica com metade do que você produz, mas precisamos voltar à revolução britânica, de eliminar a corrupção e ficar com o necessário. Aquele mundo, da segunda revolução, prosperou porque se reinventou e reinventou o Estado democrático. E é isso o que funciona.”


José Anibal: A resposta da boa política aos desafios e transformações do mundo

Nos últimos anos, o Brasil enfrentou algumas das mais difíceis crises de sua história.

Atravessamos quase três anos de uma recessão que, finalmente, parece ter ficado para trás, ainda que persistam questões estruturais para um estado com efetivo equilíbrio fiscal, sem artifícios como os vistos no passado recente.

O sistema político carece de uma reorganização com o objetivo de reaproximá-lo das pessoas, do cidadão comum, e fazer com que o governo seja menos custoso à sociedade e, principalmente, mais eficiente.

São desafios inegavelmente complexos, mas igualmente estimulantes para aqueles engajados na construção de um país mais próspero e uma sociedade mais justa e menos desigual.

Ao mesmo tempo que os problemas do dia a dia exigem ações imediatas e eficazes, é também fundamental ter capacidade de discussão, reflexão e elaboração de novas e criativas formas de enfrentar e solucionar as questões estruturais do mundo contemporâneo.

Nesse sentido, não poderia haver momento mais singular e necessário para a promoção de um grande seminário internacional como o que o Instituto Teotônio Vilela, do qual sou presidente nacional, e a Fundação Astrojildo Pereira realizam nesta semana, em São Paulo.

Ao longo de dois dias e sete sessões de trabalho, mais de duas dezenas de intelectuais, analistas, jornalistas e políticos do Brasil e de outros quatro países vão debater temas como a reinvenção do estado democrático, o impacto das novas tecnologias no mundo do trabalho, as transformações provocadas pela globalização, os avanços e as consequências das grandes operações de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.

Faço aqui um convite a todos para que acompanhem as discussões do seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação.

É inegável que as questões a serem debatidas, num primeiro momento, despertam preocupação ou mesmo desesperança, mas é precisamente por isso que tais questões devem ser encaradas com racionalidade, coragem e ousadia.

Só assim construiremos novas e criativas formas de exercer e revigorar a boa política, elaborar soluções pertinentes e plausíveis de serem implementadas e, enfim, pavimentar caminhos para um Brasil mais próspero e mais preparado para os grandes desafios deste mundo em intensa transformação.

* José Aníbal é presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela. Foi deputado federal e presidente nacional do PSDB