Fundação Astrojildo Pereira (FAP)

Escritor ensina como criar livro digital: 'Democratizar o mercado editorial'

Paulo Souza passará dicas de produção de e-book em evento online da Biblioteca Salomão Malina, no dia 26 de abril

Cleomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP

Com o aumento disparado de vendas online durante a pandemia, escritores iniciantes podem usar a internet como uma grande vitrine e serem vistos por gente de toda parte do mundo. “Os e-books são uma forma de democratizar o mercado editorial”, afirma o diretor financeiro do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal (Sindescritores), o escritor Paulo Souza.

Os livros digitais, na avaliação dele, ampliam as chances de mais pessoas terem sucesso no ramo. “Podemos ter mais possibilidade de escritores se profissionalizando no meio”, acredita Souza. Ele também é produtor cultural no DF. Os e-books já apresentavam crescimento de vendas antes mesmo da pandemia.

Confira o vídeo!



O diretor do Sindescritores vai participar de encontro online para dar dicas de formatação para autores iniciantes, na segunda-feira (26/4), das 18h30 às 20h. O evento virtual será realizado pela Biblioteca Salomão Malina, mantida, em Brasília, pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), que também é localizada na capital federal.

Por causa das restrições de distanciamento social em decorrência da pandemia, os serviços presenciais da biblioteca estão suspensos e, por isso, são realizados apenas eventos virtuais, que têm colaboração do escritor.

Passo a passo sobre e-book

Durante o próximo evento online, Souza vai passar informações básicas de como editar um e-book, para ser publicado em plataformas na internet. Segundo ele, esse é só um primeiro passo que pode contribuir para destacar o potencial de diversas pessoas que ainda não têm dinheiro para contratar trabalho de uma editora profissional.

“É claro que existem outros fatores para o escritor ter mais sucesso em sua carreira, mas vamos dar ferramentas para começar o trabalho de forma autônoma, através de e-books, para despertar interesse tanto dos leitores como de editoras tradicionais”, explica Souza.

Antes mesmo da pandemia, houve registro de aumento das vendas de conteúdo digital. O mercado editorial aumentou em 115% seu faturamento com conteúdo digital, de 2016 a 2019.

Os dados são de pesquisa da Nielsen, em parceria com a Câmara Brasileira do Livro e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, divulgada em agosto de 2020.

Paulo Souza: A internet permite que muitas pessoas produzam literatura e ponham trabalho à disposição de outras milhares. Foto: Arquivo pessoal

Mercado vasto

O número, já descontada a inflação, considera as vendas de ebooks – que somaram 99% do faturamento e 96% das unidades comercializadas –, audiolivros e outras plataformas de distribuição digital.

O total da receita para esse tipo de produto, ainda minoritário no mercado editorial, foi de R$103 milhões no ano passado, com venda de 4,7 milhões de unidades.

“Nós vivemos na Era da internet. Tudo está muito conectado, com muitas informações ao mesmo tempo, e isso abre espaço para que muitas pessoas produzam literatura e ponham trabalho à disposição de milhares de pessoas através da internet”, diz o diretor do Sindescritores.

Sobre o palestrante

Escritor, produtor cultural, editor e diretor financeiro do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal, Paulo Souza foi responsável pelo blog e canal Ponto Para Ler, que funcionou de 2013 a 2020. Além disso, tem experiência na colaboração e idealização de projetos como Literatura por Mulheres e Encontro de Literatura Fantástica do Cerrado.

Outros projetos com participação de Souza são Brasília que Escrevo, além de ter mediado os bate-papos Arte da Palavra. Vitrine Literária, mesas na Feira do Livro de Brasília e vários encontros com leitores e lançamentos de livros. Foi mediador do clube de leitura Eneida de Moraes na Biblioteca Salomão Malina.

Abaixo, veja detalhes do evento online da Biblioteca Salomão Malina:

Meu primeiro e-book: dicas de formatação para autores iniciantes

Palestrante: Paulo Souza

Data: 26/4/2021

Horário: das 18h30 às 20h

Transmissão: portal da Fundação Astrojildo Pereira e redes sociais da entidade (Youtube e Facebook) e da biblioteca (Facebook).

Observação: o vídeo do evento ficará disponível nesses canais para acesso do público, gratuitamente.

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Um dos mais citados em julgados do STF, Marco Marrafon defende educação pública

Diretor executivo da FAP teve nome listado em pesquisa sobre controle de constitucionalidade concentrado

Cleomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP

Na interiorana cidade de Juara, a 700 quilômetros de Cuiabá, um menino começava a cursar o ensino fundamental nos bancos da sala de aula da Escola Estadual Oscar Soares, ainda no ano de 1985. Nem imaginava que em 2021, 36 anos depois, estaria na 30ª posição entre 114 constitucionalistas de todo o Brasil mais citados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Diretor executivo da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), o advogado Marco Aurelio Marrafon, que é advogado constitucionalista há 19 anos, está na relação dos juristas brasileiros citados pelo STF em julgados em sede de controle concentrado de constitucionalidade. A pesquisa foi divulgada, no início deste mês, pelo Portal Justiça em Foco.

“Estar entre os 30 mais citados no STF é uma grande honra e demonstra que o conteúdo que produzimos está dando o devido retorno à sociedade, servindo como base para as garantias constitucionais do país”, aponta. Ele, que já publicou quatro livros e mais de 50 artigos, é presidente da ABDConst (Academia Brasileira de Direito Constitucional).

“Transmitir conhecimento”

O nome de Marrafon foi citado 17 vezes desde 2013, o que, em média, equivale a mais de duas vezes por ano, até 2020, limite da pesquisa. Ele é professor de Direito e Pensamento Político na graduação, no mestrado e no doutorado em Direito da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

“Isso é um dos grandes motivos pelos quais a gente estuda e um professor se dedica, porque a gente pensa em transmitir conhecimento para que se chegue àqueles que têm condição de fazer um mundo melhor”, comemora, sem esconder a alegria pelo reconhecimento.

Na relação da pesquisa realizada pela advogada Daniela Urtado e pelo bacharel em Direito Diego Kubis Jesus, Marrafon aparece ao lado de nomes os de José Afonso da Silva, Gilmar Mendes, José Alfredo de Oliveira Baracha, Ingo Wolfgang, Ives Gandra Martins, Paulo Bonavides e o paranaense Clèmerson Merlin Clève.

“Muito além do reconhecimento acadêmico, uma das coisas que me deixaram mais feliz e lisonjeado é a possibilidade de produzir conhecimento que gere impacto e que, efetivamente, faça a diferença na vida das pessoas”, agradece Marrafon.

Análise de dados

Os pesquisadores analisaram os dados a partir de julgados em sede de controle concentrado de constitucionalidade, no período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2020.  O estudo foi realizado nos meses de janeiro e fevereiro de 2021.

A pesquisa analisou 1.147 julgados. Foram 733 ADIs (Ações Direito Inconstitucionalidade), 47 ADPFs (Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental), 11 ADCs (Ações Declaratórias de Constitucionalidade) e 3 ADOs (Ações Diretas de Inconstitucionalidade por Omissão). Todas separadas em procedentes e parcialmente procedentes.

Os julgados improcedentes totalizaram 317 ADIs, 25 ADPFs, 1 ADC e 4 ADOs. Os pesquisadores consideraram somente uma citação por acórdão para cada autor, ainda que mais de uma obra tenha sido citada na decisão.

Nomes influentes

Os autores classificaram como constitucionalista quem tem produção acadêmica direcionada ao Direito Constitucional ou que esteja vinculado, institucionalmente, à área. Eles consideraram, ainda, nomes influentes do Direito brasileiro, como Ruy Barbosa, Vicente Ráo, Pontes de Miranda, entre outros.

“Recebi a notícia com muita alegria, porque é o coroamento de uma carreira que mostra a importância da educação pública”, diz Marrafon. De Juara, ele se mudou para Cuiabá para cursar o ensino médio e, depois, estudar Direito na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), concluindo a graduação em 2002.

Depois, ele se tornou mestre (2005) e doutor (2008) em Direito do Estado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), com estudos doutorais (sanduíche) na Università degli Studi di ROMA TER, na Itália, sob orientação do professor Eligio Resta.

“Educação transforma”

"É o conhecimento que mostra que a educação transforma e dá possibilidades de um menino que fez ensino fundamental no interior de Mato Grosso chegar a grandes centros e trazer conhecimento que possa ser produtivo e útil a toda sociedade brasileira”, alegra-se.

Ele atua, principalmente, nos temas sobre Direito Constitucional, organização do Estado, federalismo e desenvolvimento regional, efetividade das políticas públicas, Teoria da Constituição e Jurisdição Constitucional, democracia e direitos fundamentais, hermenêutica jurídica e decisão judicial.

Respeitado por juristas, Marrafon tem trajetória marcada pela produção de conhecimento útil e que reforça “a importância da educação como movimento de transformação”, como ele mesmo diz.

Veja a lista completa dos constitucionalistas citados na pesquisa

https://docs.google.com/spreadsheets/d/e/2PACX-1vQJtAHLKeaSzbNUshzZDUJ_Ka6nIZ01efszmbAEkMZU_y_DuO5yVFPtaMBe-CBtYA/pubhtml#


Conselho Curador da FAP aprova realização de curso online de formação política

Aulas serão ministradas por meio da plataforma de educação a distância Jornada da Cidadania; organização quer atrair 5 mil inscritos

Cleomar Almeida, da Ascom/FAP

O Conselho Curador da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) realizou, nesta sexta-feira (22), a segunda e última reunião ordinária e extraordinária deste ano, em Brasília. O colegiado aprovou a proposta de realizar, a partir de janeiro de 2020, um curso online de formação política, por meio da plataforma de educação a distância Jornada da Cidadania. O objetivo é contribuir para o aprimoramento da democracia brasileira e ser uma alternativa de boa política diante da polarização e radicalização partidárias que tomam conta do país.

O coordenador pedagógico do curso é o professor Marco Marrafon, que também é mestre em Direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com estudos doutorais (sanduíche) na Università degli Studi di ROMA TRE – Itália. A coordenação também é composta pelos diretores da FAP Ciro Gondim Leichsenring e Caetano Araújo. Durante a reunião, o colegiado parabenizou a iniciativa e sugeriu caminhos para que o curso tenha alto nível de excelência, com temas sobre democracia e sustentabilidade, por exemplo.

https://youtu.be/VOeUe3gYZiQ

A FAP é vinculada ao Cidadania. “A proposta busca que a fundação vá além dos muros partidários”, disse Marrafon. “A fundação desempenha um importante papel. Entendemos que o público-alvo merece receber formação fundamental para que possa fazer escolhas democráticas”, afirmou ele. As inscrições devem ser abertas em breve e seguir até o dia 15 de janeiro, em uma página específica da Jornada da Cidadania na internet. A previsão inicial para o início das aulas é o dia 23 de janeiro. O curso terá 36 horas, ao longo de três meses.

O presidente do conselho curador, Cristovam Buarque, ressaltou a importância da iniciativa de formação política da fundação. “Estou encantado com as ações da FAP”, disse ele, que compôs a mesa de reunião junto aos demais conselheiros. Cristovam destacou, ainda, a importância do engajamento de jovens na política e da garantia de direitos para toda a sociedade.

Caetano Araújo, que também é consultor político, afirma que a oferta do curso é uma demanda do Cidadania e uma tradição do partido. Segundo ele, em várias eleições passadas a legenda garantiu a oportunidade para que os seus candidatos fizessem a capacitação de formação política. "Neste ano, estamos fazendo algo maior ainda. Queremos atrair possíveis candidatos com esse curso. Além de ser uma peça de formação, o curso pretende qualificar os possíveis candidatos e candidatas", destaca.

A proposta do curso, segundo Caetano, é atrair pessoas para uma perspectiva de oposição consequente ao governo Bolsonaro. "O curso vai ofertar conteúdos em várias áreas, dando informação e posição políticas em cada um delas. Vai ser radicalmente democrático, a favor dos ideais da República e da sustentabilidade. Essas posições são opostas ao que o governo Bolsonaro tem defendido", adianta Araújo.

Diretor da FAP, historiador e professor titular da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Alberto Aggio ressalta que a fundação é partidária, mas tem se notabilizado por realizar atividades político-culturais para um público muito mais amplo, não necessariamente vinculado ao partido, com temas contemporâneos, para debater a crise da política e da democracia, no mundo, na América Latina e no Brasil, por exemplo. "É uma fundação partidária muito mais aberta na sua composição porque tem pessoas que não são do partido Cidadania, antes PPS, e também porque sempre projeta iniciativas voltadas para o público mais amplo", destaca ele.

Aggio diz, ainda, que a inciativa do curso online de formação política a distância mostra que a FAP busca abrir um espaço de interlocução com milhares de pessoas. "O curso vai tentar promover essa interlocução com muito mais pessoas no âmbito da relação entre política e sociedade", assevera o historiados. Ele lembra que a FAP desenvolve outras ações relevantes, como a publicação da revista Política Democrática online e de livros, que, segundo ele, são "excelentes".

"Agora, temos o desafio enorme de ampliar a relação entre os partidos políticos, no caso o Cidadania, com pessoas vinculadas e não vinculadas para participarem da Jornada da cidadania. Será um  curso online com temas importantes sobre a realidade da política atual e a necessidade de comprensão dos sistemas políticos", exemplifica o professor da Unesp.

Eventos e publicações
O colegiado reconheceu a importância de eventos realizados pela FAP para o fortalecimento da democracia brasileira, como o 3° Encontro de Jovens e os seminários Desafios da Democracia e Cidades Inteligentes. Os conselheiros ressaltaram a relevância das publicações da FAP, como a revista Política Democrática online, que, neste mês de novembro, chegou à sua 13ª edição como um instrumento de intervenção política.

As atividades da Biblioteca Salomão Malina também foram apresentadas aos conselheiros, com destaque para a batalha de poesias do Slam-DF, realizada no auditório do Espaço Arildo Dória, que é mantido pela FAP, na parte superior da biblioteca. Por ano, a competição reúne cerca de 300 jovens da periferia de Brasília e de cidades-satélites no local, abrindo espaço para que usem as palavras como forma de protesto.

Os conselheiros conheceram, ainda, os detalhes do clube de poesias, que reúne cerca de 260 pessoas ao ano na biblioteca, assim como receberam informações sobre o clube de leitura e dos cursos de idiomas (inglês, espanhol e japonês) oferecidos, gratuitamente, ao público, no local.

Planejamento
Araújo disse ao conselho que o planejamento da fundação prevê, para o ano de 2020, a publicação de 12 livros, um por mês. Além disso, segundo ele, devem ser mantidas as edições mensais da revista Política Democrática online, devido à grande adesão que ela tem recebido do público, sempre com análises e entrevistas exclusivas, além de uma grande reportagem sobre assunto relevante, atual e de interesse da sociedade.

De acordo com Caetano, o objetivo de lançar um livro por mês é estimular a reflexão sobre os temas abordados em cada obra para o público em geral. Ele explicou, ainda, que as linhas temáticas devem envolver a história do PCB e das lutas sociais no Brasil, os dilemas da democracia, as reformas do Estado e políticas de equidade, além de sustentabilidade e desenvolvimento. Também devem ser considerados temas relacionados à governança mundial e a diretriz de contemplar a perspectiva de igualdade de raças.

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Revista Política Democrática Online || Eduarda La Roque: Democracia e inclusão

É preciso que saíamos das metodologias setoriais em “caixinhas” para abordagens em rede, para que possamos desenvolver um modelo de desenvolvimento que seja sustentável e inclusivo que garanta a sobrevivência da democracia em nosso país

A sobrevivência da democracia só será possível se conseguirmos desenvolver um modelo de desenvolvimento que seja sustentável e inclusivo, o que requer justamente que saíamos das metodologias setoriais em “caixinhas” para abordagens em rede, que integrem temas através de circuitos integrados.

Antecipei esse ponto de vista em artigo “Democracia e Informação”, constante do livro Política: nós também sabemos fazer, lançado em março de 2018, bem antes do hoje presidente Jair Bolsonaro representar chances reais de ganhar a eleição. Disse, então, que “regimes democráticos só sobreviverão com uma maior coesão social a partir de um alinhamento mínimo com relação a valores – ética e transparência acima de tudo –, ao invés da visão polarizada entre esquerda e direita. A direita culpando o Estado pela ineficiência do sistema, e a esquerda culpando a ganância do mercado pelas mazelas sociais. Ambos com razão. O tecido social fica esgarçado, e aumenta significativamente o risco de ascensão de ditadores”.

Deu no que deu. À margem dos riscos que hoje vivemos no Brasil à democracia, centro-me no tema da “Inclusão”, um termo bem aberto. Inclusão de quem? Trata-se de uma pauta de direitos humanos ou de economia? De ambos, obviamente, e de vários aspectos mais. Em seminário de que participei recentemente[1], foquei minha apresentação na inclusão dos mais pobres na economia e na cidadania, através de um modelo de desenvolvimento territorial baseado no conceito de prosperidade. Mas gostaria de realçar que o Brasil tem de encarar de frente a questão das desigualdades, de renda, de oportunidades. Uma proposta progressista de Brasil deve colocar como prioridade número um o combate às desigualdades estruturais que vivemos, tais como a pobreza, o racismo, o machismo, a homofobia.

Integrar as políticas públicas nos territórios de uma forma participativa é o único caminho viável para o desenvolvimento sustentável, que significa um processo de melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, principalmente para os mais vulneráveis. Um território pode ser uma favela, um bairro, uma cidade, uma microrregião do Estado. Dois casos foram apresentados: o de fracasso da UPPSocial no Rio de Janeiro (relatado em meu artigo “Confronting inequalities”, em Shaping Cities in an Urban Age, LSE, 2018) e o Modelo de Desenvolvimento Regional Sustentável do Espírito Santo, que está em construção.

O modelo de desenvolvimento territorial é composto por três etapas. A composição de um conselho de atores envolvidos e comprometidos com o desenvolvimento do território; a pactuação de metas de desenvolvimento holísticas; e uma matriz de responsabilidades para alcançar e monitorar as metas. Para dar certo, depende de representatividade dos atores, informação qualificada e empoderamento do conselho. Precisamos de uma meta, um guia; daí a importância dos indicadores econômicos e sociais. São eles que pautam toda a informação, a composição do saber da sociedade e os rumos dos países e entes subnacionais.

O PIB per capita não é suficiente para medir o grau de desenvolvimento de um país, muito menos do Estado ou da cidade. É impactado por atividades relacionadas à indústria extrativa, sem penalizar a desigualdade nem o desgaste do meio ambiente, além de não computar adequadamente a economia criativa. A alternativa proposta por Amartya Sen, o Índice de Desenvolvimento Humano, é adequada para ranquear os países ou municípios, mas não tão boa para avaliar os resultados de política pública num prazo mais curto, pois variáveis como renda média, expectativa de vida e nível de escolaridade demoram a reagir. Para avaliar o resultado na ponta das políticas públicas, foi criado pela Rede de Progresso Social, o IPS (índice de progresso social), que aborda aspectos sociais, de direitos e ambientais.

Para além do IPS, propõe-se, no caso do Espírito Santo, a elaboração do IPES, índice de prosperidade do Espirito Santo, para avaliar a melhoria de qualidade de vida dos cidadãos, medida através de uma composição de sete “ativos” da sociedade: econômico, social, ambiental, cívico (que inclui as questões de governança), urbano, cultural e humano.
Ampliar nosso conceito de riqueza para contemplar outros tipos de ativos que não só os econômicos. E considerar métricas que considerem as desigualdades ao invés de adotar como metas variáveis de média tais como o PIB e a renda per capita. Por estes indicadores, o Brasil é um país de renda média, mas, se extrairmos o 1% mais rico da população, somos um país bem pobre. Uma unidade a mais de renda entre os mais pobres certamente geraria mais bem-estar no sistema do que entre os ricos. E consumo também. Para voltar a fazer o bolo crescer, será necessário começar por distribuir.
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[1] “Os Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI”, promovido pela Fundação Astrogildo Pereira, em São Paulo, em 24 de agosto de 2019.

 


Vídeos - Mesa 3 do Seminário Desafios da Democracia || Movimento negro atua em busca de diversas conquistas da sociedade, diz Ivair Alves dos Santos

A Mesa 3 do seminário Os Desafios da Democracia: um programa política para o século XXI, com o tema Inclusão, teve a abertura realizada por  Eduarda La Rocque, economista, diretora do Instituto Jones Santos Neves (ES) e ex-secretária de Fazenda da Prefeitura do Rio.

Os contrapontos foram realizados por Mauro Oddo Nogueira, administrador e engenheiro, pesquisador e professor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, e Ivair Alves dos Santos, sociólogo, professor da Universidade de Brasília (UnB).

Os comentários, pelo deputado Federal Daniel Coelho (PE), líder do Cidadania na Câmara. A mediação da mesa foi realizada pelo sociólogo, consultor legislativo do Senado e diretor da FAP, Caetano Araújo.

Confira, abaixo, a entrevista com o sociólogo e professor da Universidade de Brasília, a UnB, Ivair Alves dos Santos, que fez o contraponto da Mesa 3. Ele destaca que o movimento negro atua em busca de diversas conquistas da sociedade. Ele aponta a mobilização como um importante meio para conseguir mudar o acesso da população negra à universidade e a cargos públicos, por exemplo. O professor discutiu o assunto durante o seminário Os Desafios da Democracia: um programa política para o século XXI, realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em São Paulo, no dia 24 de agosto de 2019.

https://www.youtube.com/watch?v=kSF8ge1NtlI


Caetano Araújo avalia perspectivas do Cidadania na sociedade

Análise de sociólogo foi publicada na oitava edição da revista Política Democrática online

Há um novo partido na política brasileira, segundo o sociólogo e consultor legislativo do Senado Caetano Araújo, em artigo publicado na oitava edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira). “Nos últimos meses, o Partido Popular Socialista deu a largada no rumo de sua própria transformação, num processo que pretende, ao mesmo tempo, maior pluralidade interna e maior convergência política”.

» Acesse aqui a oitava edição da revista Política Democrática online

De acordo com o autor, de um lado, há o propósito de abrir-se para os novos movimentos da sociedade, de caminhar na direção de uma maior diversidade política dos seus filiados. “Ao mesmo tempo, também está manifesta a intenção da convergência política, o propósito de definir os pontos centrais de uma agenda transformadora, com capacidade de congregar a todos”, avalia.

Araúo diz que, hoje, dois congressos depois do início do processo, a composição do partido continua a se ampliar, o nome já é outro, Cidadania, e está prevista, até o final de 2019, a definição dos pontos fundamentais do programa e do estatuto da nova sigla. “Esse será o debate fundamental. Há espaço na sociedade brasileira para um partido com o histórico, o projeto e os objetivos do Cidadania? Qual é esse espaço? Se esse espaço existe, o que fazer para ocupá-lo?”, questiona o consultor legislativo do Senado.

A resposta a essas e outras perguntas, segundo ele, fará a diferença entre mais uma sigla no quadro partidário e um partido de peso, representante de uma corrente de opinião importante no país. “A questão da integração na nova ordem mundial, que separa integracionistas ou cosmopolitas de isolacionistas, mostra-se fundamental em cada enfrentamento político ou eleitoral, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, afirma, em outro trecho.

Estão em jogo, conforme avalia o sociólogo, o alcance dos organismos de regulação internacional e a participação neles; os processos de integração regional; e a política adequada face aos fenômenos da migração e dos refugiados. “Por diversos caminhos, dos quais o mais premente é a mudança climática, corremos o risco permanente de uma catástrofe ambiental e o enfrentamento político dessa questão divide, no mundo inteiro, sustentabilistas e negacionistas. A questão central aqui é a mudança da economia mundial, na direção de fontes de energia renováveis, em substituição ao petróleo e o carvão”.

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Em artigo na revista da FAP, embaixador aposentado avalia importância da ONU para relações diplomáticas

Cleomar Almeida

Para uma geração inteira de diplomatas brasileiros, a ONU, apesar de suas deficiências, é o mais avançado instrumento mundial para promover e salvar a concórdia e a paz entre os Estados. A avaliação é do embaixador aposentado Ronaldo Sandenberg, em artigo publicado na oitava edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania.

» Acesse aqui a oitava edição da revista Política Democrática online

Sandenberg chefiou as embaixadas em Moscou e Madri e, por duas vezes, a missão do Brasil junto às Nações Unidas. Ele presidiu o Conselho de Segurança da ONU, onde representou o Brasil em duas ocasiões. No governo de Fernando Henrique Cardoso, assumiu a chefia da Secretaria de Assuntos Estratégicos e foi, também, ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação. Além disso, presidiu, por dois mandatos seguidos, a (Anatel) Agência Nacional de Telecomunicações.

“Nossa era é a de conflitos “localizados”, intervencionismo militar, fracassos no campo das negociações sobre armas nucleares e químicas, bem como de instabilidade econômica, migrações em massa, destruição do meio ambiente e perduração da crise social em grande parte do planeta”, escreve, em um trecho.

De acordo com o embaixador aposentado, pode-se sugerir que a ONU seja um caso muito especial, o de um “organismo vivo” que reage às mutações da cena internacional. “Havendo a Carta da ONU fixado o sentido e os próprios limites do sistema internacional, seria lícito esperar que, ao findar a Guerra Fria, a organização houvesse passado a servir de base e inspiração para o aperfeiçoamento da estrutura das relações internacionais, o que, na prática, não ocorreu”, observa ele.

A diplomacia hoje mudou, segundo o autor, por interessar aos mais variados setores do governo, da sociedade e da economia. “Sem exagero, a diplomacia compõe a primeira linha de defesa externa do País, num mundo em mutação, e pode, por seu turno, promover os avanços internacionais. Salvo em certos recantos, não mais está em moda a utilização de meios militares para solucionar as crises. A cena internacional se baseia numa sólida tendência que privilegia as soluções negociadas.”

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Em entrevista exclusiva, presidente do Insper faz alerta a agentes econômicos

A reforma da Previdência proposta é importante para estancar a sangria, mas não gerará nenhuma economia, nenhum alívio fiscal, nem mais dinheiro para se investir, por exemplo, em educação. A avaliação é do presidente do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), o economista Marcos Lisboa. Em entrevista à oitava edição da revista Política Democrática online, ele diz que a retomada do investimento, medida fundamental para que a economia saia da letargia em que se encontra, exige que os agentes econômicos enxerguem o mapa da reconstrução do ambiente institucional e econômico.

» Acesse aqui a oitava edição da revista Política Democrática online

Ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda do governo Lula, nos anos 2003 a 2005, Lisboa exerceu a função de diretor-executivo e vice-presidente do Itaú Unibanco até 2010. Ele também é colunista da Folha de S. Paulo. Em 2010, conquistou o prêmio “Economista do Ano”, concedido pela Ordem dos Economistas do Brasil.

“Não consigo visualizar o país crescendo de forma sustentável mais que 1% ao ano, um pouquinho mais, um pouquinho menos”, afirma. Segundo ele, o Brasil crescerá em cima da inflação. “Vai faltar energia. Não, não haverá investimento diante da desconfiança crescente em relação a um país que se está tornando hostil ao setor privado. Dinheiro até tem para comprar coisas que estão prontas; para construir novas coisas, não”, acrescenta.

Para Marcos Lisboa, na situação conjuntural e estrutural em que a economia brasileira se encontra hoje, o crescimento potencial cairá para algo em torno de 1%. Mas ele não se considera o “pessimista de plantão”, mas diz que que “alguns setores viveram um otimismo que desconsiderava a falta de uma agenda organizada”. Em outro trecho, ele afirma que o problema estrutural do Brasil foi uma degradação institucional ao longo de muito tempo, sobretudo na última década, quando se registrou retrocesso imenso em todos os sistemas.

Além disso, de acordo com o economista, “a corrupção é o efeito colateral desse Estado grande que a gente voltou a ter, não para fazer política social, não para fazer política de educação, não para investir em ciência e tecnologia, mas o Estado grande para se ficar rico”.  Ele lembra que isso já ocorreu no passado. “E não aprendemos. No que deu o projeto Geisel, nos anos 70? Na crise dos 80 e começo dos anos 90: fechou-se a economia, achou-se que construindo fabricas, produzindo internamente, o país ficaria rico. Só que se perdeu o controle do gasto público”.

 

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Cláudio de Oliveira: Por que Astrojildo e Cristiano foram expulsos do PCB?

O jornalista fluminense Astrojildo Pereira e o advogado pernambucano Cristiano Cordeiro foram dois dos nove fundadores, em 25 de março de 1922, do antigo PCB, o primeiro partido da esquerda brasileira a se organizar nacionalmente. Ambos foram expulsos do partido em 1930 e 1947, respectivamente.

Astrojildo Pereira (1890-1965)

Astrojildo foi o primeiro líder do PCB até 1930, quando o partido sofreu intervenção da Internacional Comunista (IC), sediada em Moscou e comandada pelos partidários de Josef Stálin, o ditador da URSS.

Astrojildo foi afastado da secretaria-geral e depois expulso do PCB acusado de “desvio direitista de caráter menchevique martovista”.

Naquela altura, a IC recusava qualquer diálogo com liberal-democratas e passara a considerar a socialdemocracia como “irmã gêmea do fascismo”, inimigo número um a combater. Tal visão sectária favoreceu a vitória de Adolf Hitler na Alemanha, em 1932.

Já Astrojido liderou a criação, a partir de 1927, do Bloco Operário e Camponês (BOC), uma aliança formada pelo PCB, pelo PSB e por membros do Partido Democrático do Distrito Federal.

Em 1929, o bloco chegou a fazer uma aliança com o Partido Democrático de São Paulo, de liberal-democratas contrários ao Partido Republicano, agremiação conservadora que sustentou os governos da República Velha (1899-1930).

Astrojildo estava com uma posição política adequada à realidade brasileira e foi vítima do ultra-esquerdismo da IC.

Voltou ao PCB com a legalidade de 1945, após escrever uma humilhante carta de autocrítica. Permaneceu na condição de membro suplente do Comitê Central até sua morte, em 1965, no Rio de Janeiro, aos 75 anos.

Mesmo sem ocupar o centro das decisões políticas do PCB, desempenhou papel importante na renovação do pensamento da esquerda brasileira através da Novos Rumos, revista partidária que ajudou a editar.

Cristiano Cordeiro (1895-1987)

O PCB havia decidido candidatar Cristiano à Constituinte de 1933 pela legenda Trabalhador, ocupa teu posto!, em Pernambuco. Cristiano lançou sua candidatura no 1º de maio, em ato no Teatro Santa Isabel, no centro de Recife.

Recusou-se a colocar na sua plataforma eleitoral a formação de conselhos de operários, camponeses, soldados e marinheiros, isto é, de sovietes no Brasil.
Ele considerava a proposta alheia à realidade brasileira.

Cristiano conseguiu se eleger deputado. Porém, a comissão eleitoral anulou duas urnas de um bairro popular, reduto eleitoral do PCB, deixando Cristiano fora da Constituinte.

Em 1935, Cristiano foi eleito vereador pelo Recife. Em fins de 1934, contatado por Silo Meirelles, em nome da direção nacional do PCB, Cristiano se recusou a organizar um levante armado contra o governo de Getúlio Vargas.

Para Cristiano, um movimento conspiratório restrito aos quartéis e isolado da sociedade seria uma quartelada fadada ao fracasso.

Em vez disso, propôs Cristiano, o PCB deveria buscar derrotar Vargas não no plano militar, mas na esfera política, articulando uma frente que reunisse não só comunistas e socialistas, como também liberais contrários ao governo.

Dito e feito. O levante de novembro de 1935, organizado pelo PCB, foi facilmente derrotado e forneceu as condições políticas para que Getúlio Vargas promovesse um golpe de Estado em 1937 e instalasse a ditadura do Estado Novo.

Mesmo contrário e sem participar do movimento de 1935, Cristiano foi preso. Libertado um ano depois, só em 1937, por força de um mandato de segurança, conseguiu tomar posse como vereador. Com o golpe do Estado Novo, a Câmara Municipal foi dissolvida, Cristiano foi novamente preso e intimado a deixar a cidade.

Fugiu para Santos, em São Paulo, e depois transferiu-se para Goiás. Com o fim da ditadura, em 1945, voltou a Pernambuco. Por suas posições, foi expulso do partido em 1947.

Cristiano Cordeiro foi reintegrado ao PCB somente em 1980, aos 87 anos. Morreu em novembro de 1987, aos 92 anos de idade.

A partir de 1958, e especialmente depois de 1967, o PCB evoluiu para as posições políticas defendidas por Astrojildo e Cristiano: uma frente reunindo todos os setores democráticos com o objetivo de reestabelecer o Estado de Direito, conquistado afinal com a Constituição de 1988.

Em 1992, a maioria do PCB aprovou a mudança de nome para PPS, cujo instituto de estudos leva o nome de Astrojildo Pereira. Uma ala liderada pelo arquiteto Oscar Niemeyer recriou o partido, porém o novo PCB não conseguiu eleger representantes no Congresso.

*Cláudio de Oliveira é jornalista, cartunista e autor do e-book Lenin, Martov, a Revolução Russa e o Brasil
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FAP promove palestra gratuita sobre internet segura

Evento será realizado em alusão ao Dia Mundial da Internet Segura; publicitário Nuan Rodrigues vai ministrar palestra

Cleomar Almeida

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) vai promover, das 13h às 14h de quarta-feira (6), a palestra gratuita e educativa Internet Segura: proteja-se dos perigos na rede, na Biblioteca Salomão Malina, no Conic, em Brasília. O evento, em alusão ao Dia Mundial da Internet Segura, será realizado com a presença do publicitário Nuan Rodrigues, especialista em Inbound Marketing e Diretor Estratégico da agência L2ZD. Os interessados não precisam fazer inscrição prévia.

O publicitário vai direcionar a palestra em forma de parceria, o que não gerará ônus para a fundação, de acordo com a coordenadora da biblioteca, Thalyta Jubé. Segundo ela, quem comparecer receberá um certificado de participação por e-mail, com as especificações do evento. “Aprender a utilizar a internet de forma positiva pode ajudar muitas pessoas que não têm conhecimento a se precaverem contra possíveis ameaças no mundo virtual”, afirma ela.

O Dia Mundial da Internet Segura ou Safer Internet Day (SID, sigla em inglês) é uma iniciativa mundial que mobiliza 65 países a promover o uso seguro e responsável das tecnologias de informação e comunicação. A ideia foi organizada inicialmente pela Rede Insafe, que reúne organizações que trabalham na promoção do uso consciente da rede nos países da União Europeia. A ONG (organização não-governamental) SaferNet Brasil realiza, há 11 anos, mobilizações em diversos pontos para promover o tema.

De acordo com o palestrante, com o crescimento rápido do uso da internet no Brasil, o curso Internet Segura é importante para conscientizar as pessoas dos perigos ligados ao uso da internet e também para ensiná-las a utilizá-la, de maneira segura, evitando ao máximo cair nos golpes e até mesmo nas mãos de criminosos que utilizam o meio de maneira nociva. “Acredito que, com a conscientização, podemos combater e evitar possíveis golpes e exposições prejudiciais através da internet”, ressalta Nuan.

A campanha do Dia Mundial da Internet Segura, conforme lembra Thalyta Jubé, preconiza a conscientização de um tema importante para o dia a dia das pessoas que utilizam a internet como ferramenta de trabalho, pesquisa, entretenimento e afins. “Todos, independentemente da motivo pelo qual utilizam as tecnologias e a internet, são vulneráveis a ações mal intencionadas de hackers, por exemplo, quando não se tem o conhecimento prévio de como identificar suas ações”, diz ela.

Segundo a coordenadora da biblioteca, a propagação de notícias e links falsos e de outros meios ilegais utilizados na rede tem aumentado consideravelmente devido à facilidade de sua disseminação pelas redes sociais. “Por isso, é importante orientar e educar a população para alertá-la desses indícios”, ressalta, para acrescentar: “Promover temas que colaborem com a educação e formação da sociedade é um dos papéis da biblioteca como centro de informação”.

O palestrante reforça que “quanto mais pessoas forem conscientizadas e aprenderem a prevenir os perigos, mais saudáveis se tornará o uso da internet”. “Por esse motivo, é de muita relevância a conscientização sobre os perigos para que se aprenda a fazer prevenção e, posteriormente, replicar o aprendizado a amigos e familiares e, assim, combater esses perigos e golpes cada vez mais”, acentua Nuan Rodrigues.

A seguir, confira a programação do conteúdo previsto para a palestra:

- Fake News
- O que são Fake News?
- Como identificar as Fake News?
- Como combater as Fake News?

- Proteja suas senhas
- Cuidados ao criar suas senhas.
- Altere suas senhas regularmente.
- Se proteja de phishing e códigos maliciosos.
- Proteja seus dispositivos móveis.
- Tenha cuidado ao usar dispositivos de outras pessoas.

- Segurança no Comércio Eletrônico
- Facilidades do comércio eletrônico.
- Riscos de golpes no comércio eletrônico.
- Principais riscos de golpe.
- Cuidados a serem tomados.

- Privacidade
- Aviso ou consentimento prévio.
- Riscos principais.
- Cuidados a serem tomados.


Saiba mais sobre os autores – Revista Política Democrática - Quarta Edição

» André Amado
Embaixador aposentado, escritor e diretor da Revista Política Democrática.

» Marcos Sorrilha Pinheiro
Autor de Lino Galindo e os Herdeiros do Trono do Sol. Professor de História - Unesp/Franca.

» Ivan Alves Filho
Historiador, autor de livros como Memorial dos Palmares, Brasil, 500 anos em Documentos e O Historiador e o Tapeceiro. Incluir presença negra

» JCaesar
JCaesar é o pseudônimo do jornalista, sociólogo e cartunista Júlio César Cardoso de Barros. Foi chargista e cronista carnavalesco do Notícias Populares, checador de informação, gerente de produção editorial, secretário de redação e editor sênior da VEJA.

» José Augusto Lindgren-Alves
Embaixador aposentado, primeiro diretor do Departamento de Direitos Humanos e Temas Sociais do Itamaraty (1995-1966) e antigo membro do Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial - CERD ( Nações Unidas, Genebra, 2002-2017).

» João G. Piquet Carneiro
Advogado, vice-presidente do Conselho de Desburocratização do Senado. Presidente do Instituto Helio Beltrão.

» Pedro Fernando Nery
Consultor Legislativo do Senado e autor do livro Reforma da Previdência – Por que o Brasil não pode esperar (Elsevier, 2019).

» Prof°. Babalawô Ivanir dos Santos
Pós- doutorando em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC/UFRJ). Doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC/UFRJ). Pedagogo pela Notre Dame. Membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), onde coordena a área de pesquisa Experiências Tradicionais Religiosas Espirituais e Religiosidades Africanas e Dispóricas, Racismo e Intolerância Religiosa. É pesquisador do Laboratório de História das Experiências Religiosas (LHER-UFRJ) e no Laboratório de Estudos de História Atlântica das sociedades coloniais pós coloniais (LEHA-UFRJ). Coordenador da Coordenadoria de Religiões Tradicionais Africanas, Afro-brasileiras, Racismo e Intolerância Religiosa (ERARIR/LHER/UFRJ). Conselheiro Estratégico do Centro de Articulações de População Marginalizada (CEAP). Interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR). Conselheiro Consultivo do Cais do Valongo. Vice-presidente da América Latina no Conselho Internacional African traditional religious organizations, the Ancient Religion Societies of African Descendants International Council (ARSADIC), Nigéria. Humanos e Cidadania; Relações Internacionais; Religiões tradicionais da África Ocidental e Afro-brasileira.

» Sérgio C. Buarque
Economista, com mestrado em sociologia, professor aposentado da FCAP/UPE, consultor em planejamento estratégico com base em cenários e desenvolvimento regional e local, sócio da Multivisão-Planejamento Estratégico e Prospecção de Cenários e da Factta-Consultoria, Estratégia e Competitividade. Buarque também é fundador e membro do Conselho Editorial da Revista Será? – http://revistasera.ne10.uol.com.br.