seminário internacional

#ProgramaDiferente: Confira os vídeos da série “Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação”

 

A série “Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação”, do #ProgramaDiferente, tratou de vários temas trabalhados no Seminário Internacional Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV).

 

Nos vídeos, foram tratados o  tema “Reinventando o Estado Democrático”:  Como políticos, partidos e até mesmo os intelectuais podem se adaptar a uma prática que contemple os anseios de uma nova sociedade? Como não ficar falando apenas para si mesmos, desconectados do mundo real, que se reinventa minuto a minuto.

O #ProgramaDiferente também tratou das semelhanças e das diferenças entre o trabalho executado pela Operação Lava Jato, no Brasil, e a sua principal fonte de inspiração, a Operação Mãos Limpas, na Itália. Quais são os efeitos práticos e as limitações do combate eficaz à corrupção na política?

“A Revolução Tecnológica e o Mercado de Trabalho”: Qual o futuro das profissões? Esse também foi um dos temas exibidos na série “Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação”, do #ProgramaDiferente. Assista aos vídeos!

 

 

https://youtu.be/zoOkC6E5ExM

 

 

https://youtu.be/XYTrMM4oKoo

 

 

https://youtu.be/0EXrOw47_ss


Íntegra dos debates do Seminário Internacional "Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação"

Evento realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV) debateu, durante dois dias, importantes temas para o Brasil

Fruto de uma parceria entre a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV), organizações de formação política, o Seminário Internacional "Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação" permitiu a reunião de mais de duas dezenas de intelectuais, acadêmicos, jornalistas e políticos do Brasil e de outros quatro países da Europa e da América Latina. O evento foi realizado nos dias 14 e 15 do último mês de setembro, em São Paulo. Agora, a transcrição integral do conteúdo dos debates e sessões realizadas durante os dois dias do seminário está disponível para conhecimento do público (confira os links abaixo).

Foram sete mesas de debates, incluídas as sessões de abertura e encerramento, com discussões sobre temas da contemporaneidade realizadas durante o Seminário Internacional. O evento contou com a participação de lideranças do PPS, como o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP), presidente da legenda e do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), presidente do Conselho Curador da FAP. Do PSDB, participaram nomes importantes nacionalmente, como o presidente de honra do partido e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o presidente do ITV, José Aníbal.

Entre os palestrantes convidados para o evento estavam personalidades de renome internacional, como Adrian Wooldridge, jornalista, colunista da Economist e coautor de A Quarta Revolução; Alessandro Ferrara, filósofo, professor da Universidade de Roma Tor Vergata; Marco Aurélio Nogueira, cientista político, professor titular da Unesp; Caetano Araújo, sociólogo, consultor legislativo do Senado Federal; Sergio Fausto, sociólogo, diretor-superintendente da Fundação FHC; Stefan Fölster, coautor de A Riqueza Pública das Nações e diretor do Reform Institute; Carlos Henrique de Brito Cruz, físico, diretor-científico da Fapesp e professor da Unicamp; Dora Kaufman, socióloga, pesquisadora do Atopos/USP e do TIDD/PUC-SP; Mario Alburquerque, sociólogo, consultor e professor da Universidade do Chile; Mauro Magatti, sociólogo, professor da Universidade Católica de Milão e Gianni Barbacetto, jornalista, coautor de Operação Mãos Limpas, entre outros.

De acordo com o embaixador André Amado, Secretário Executivo do Seminário Internacional, o formato do evento acompanhou o modelo introduzido pelo Forum de Davos, na Suíça, e a despeito da vinculação entre as entidades organizadoras e os respectivos partidos políticos (PSDB e PPS), estabeleceu-se que o seminário não receberia tratamento político-partidário. "Cada palestrante foi livre para abordar os temas como melhor lhe aprouvesse".

André Amado informa que o seminário internacional teve uma grande repercussão com a transmissão online realizada tanto pela FAP quanto pelo ITV. Somente no perfil da FAP no Facebook (www.facebook.com/facefap) foram mais de quatro mil visualizações dos vídeos postados, que geraram um alcance de mais de 13 mil pessoas.

Para acessar as transcrições, basta clicar nos links abaixo:

» Seminário Internacional FAP/ITV: Sumário executivo - Embaixador André Amado.

 

 

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: Abertura Íntegra dos discursos de Geraldo Alckmin, governador de São Paulo; José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela e Roberto Freire, deputado federal (PPS-SP), presidente nacional do PPS.

 

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: “A Reinvenção do Estado Democrático” - Íntegra das palestras de Adrian Wooldridge, colunista da Economist e coautor de A Quarta Revolução; Cristovam Buarque, senador, presidente do Conselho Curador da FAP; Fernando Henrique Cardoso, presidente da República (1995-2002). Moderação de Milton Seligman, professor do Insper e Global Fellow do WWC.

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: “Crise de Representação Política e o Futuro da Democracia” - Íntegra das palestras de Alessandro Ferrara, filósofo, professor da Universidade de Roma Tor Vergata; José Álvaro Moisés, professor do Dep. de Ciência Política da USP; Marco Aurélio Nogueira, cientista político; Marcus Melo, cientista político. Moderação: Helena Chagas, jornalista e comentarista.

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: “A globalização e a Mudança da Estrutura das Sociedades” - Íntegra das palestras de Caetano Araújo, sociólogo, consultor legislativo do Senado Federal; Demétrio Magnoli, sociólogo; Sergio Fausto, sociólogo, diretor-superintendente da Fundação FHC; Stefan Fölster, coautor de A Riqueza Pública das Nações. Moderação: Hercídia Coelho, professora e advogada.

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: “A Revolução Tecnológica e o Mercado de Trabalho” - Íntegra das palestras de Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp; Dora Kaufman, socióloga; Mario Alburquerque, sociólogo, professor da Universidade do Chile; Mauro Magatti, sociólogo, professor da Universidade Católica de Milão. Moderação: Ana Paula Couto, jornalista.

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: “Mãos Limpas e Lava Jato, Relações de Força e Limites” - Íntegra das palestras de Gianni Barbacetto, jornalista, coautor de Operação Mãos Limpas; Marcelo Muscogliati, subprocurador-geral da República; Oscar Vilhena, diretor da Direito FGV-SP; Rodrigo Chemim, procurador do MPF-PR. Moderação: Denise Frossard, juíza aposentada e advogada.

 

» Seminário Internacional FAP/ITV: Encerramento - Íntegra dos discursos de Cristovam Buarque, senador, presidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira; José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela; Lourdes Sola, professora livre docente, FFLCH-USP. Moderação: Luiz Carlos Azedo, jornalista e comentarista de política.

 

 


Lourdes Sola: Seminário Desafios Políticos muda patamar do debate político no Brasil

Para cientista política da USP, evento promovido pela FAP e pelo ITV merece destaque pela pluralidade, ousadia e sofisticação das discussões

Um debate plural, ousado e sofisticado, com prioridade aos diagnósticos das questões a serem enfrentadas em lugar de dogmas partidários. Com essa definição, a cientista política Lourdes Sola, professora aposentada da USP, sintetizou sua avaliação do seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação, organizado por uma parceria inédita entre o Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, e a Fundação Astrojildo Pereira, do PPS, e realizado nos dias 14 e 15 de setembro, em São Paulo.

"É gente que quer mudar, olhar para frente sem medo. E, sobretudo, que não ficou refém da polarização que vivemos nos últimos anos", disse Lourdes Sola, ao saudar seus idealizadores e reconhecer que a iniciativa foi surpreendente e de resultado bastante positivo.

Nesta entrevista ao ITV, Lourdes Sola analisa a discussão realizada pelos participantes do seminário e destaca os três principais eixos que marcaram os debates. Ao todo, o evento reuniu 23 palestrantes, entre políticos, intelectuais e jornalistas, do Brasil e de outros quatro países da Europa e da América do Sul.

O primeiro eixo diz respeito ao Estado e se orienta por duas indagações: Para que serve o Estado no século 21? E que tipo de democracia queremos?

O segundo trata da compreensão de como as mudanças, os processos desestabilizadores que emergiram na sociedade contemporânea, se manifestam nas bases sociais da política.

Por fim, o terceiro aborda o impacto da globalização sobre o Estado, a economia e as bases sociais da política. Nesse sentido, Lourdes Sola destacou a palestra de Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e ex-presidente da República, que fez um panorama das transformações políticas e sociais da era moderna para a contemporânea.

Ao analisar e sintetizar as discussões do seminário, Lourdes Sola também chama atenção para a reflexão do britânico Adrian Wooldridge, colunista da revista The Economist, sobre os momentos de inflexão do Estado nacional ao longo da era moderna e a urgência de sua transformação no mundo contemporâneo.

A discussão sobre a existência ou não de uma crise da democracia foi também alvo de sua avaliação. Em consonância com o cientista político Marcus Melo (UFPE), Lourdes Sola acredita que vivemos uma crise de representação e de critérios de legitimação política, e não da democracia. "Vejo a emergência de uma cultura cívica no Brasil. O povão tende a ter novos critérios de legitimação, mas quem os representa, os políticos, ainda não perceberam", analisa.

Do segundo dia do seminário, Lourdes Sola destaca a discussão sobre os efeitos sociais e econômicos da globalização, analisados pelos sociólogos Caetano Araújo e Demétrio Magnoli. O primeiro analisou o papel do capital financeiro internacional e as relações com os Estados nacionais, enquanto o segundo discutiu os processos políticos de escolhas nesta conjuntura, que culminaram na eleição de Donald Trump presidente dos EUA, no Brexit, entre outros.

Dessa mesma mesa, a cientista política considerou fundamental para o Brasil a apresentação de Stefan Fölster, alemão radicado na Suécia que dirige o Reform Institute e é coautor do livro A Riqueza Pública das Nações. Ele argumentou a favor de uma gestão profissional do patrimônio público, um conceito que vai além do debate privatização versus estatização e aborda o interesse coletivo e a geração de riqueza com mais complexidade.

Leia a entrevista de Stefan Fölster publicada pelo jornal Valor Econômico

Ainda mereceram destaque as discussões sobre as consequências da revolução tecnológica no mercado do trabalho e como os países devem se preparar nesse sentido, investindo em educação, ciência e tecnologia, como defendido por Carlos Henrique Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp e um dos palestrantes do seminário.

Por fim, o seminário tratou das investigações contra a corrupção, como a Mãos Limpas italiana e a brasileira Lava Jato, abordadas por palestrantes como o jornalista e escritor Gianni Barbacetto e o diretor da FGV Direito SP, Oscar Vilhena.

Leia a entrevista de Gianni Barbacetto concedida ao jornal O Estado de S. Paulo

Para concluir, Lourdes Sola ressalta a importância do seminário Desafios Políticos pela qualidade dos convidados e coragem de seus idealizadores. "Foi um momento muito feliz e de mudança de patamar. E que ilustra bem que nós estamos preparados e alertas para refletir, e com muita vontade de mudar", comemora.


É preciso superar ‘apatia intelectual’ e reinventar o Estado, diz Adrian Wooldridge

Autor do livro A Quarta Revolução, Adrian Wooldridge, colunista da revista The Economist, afirmou no seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação que há atualmente uma “apatia intelectual”: as pessoas não pensam a fundo a natureza da política e do Estado. Por isso, a crise em ambos. “A natureza do Estado pode mudar. Já mudou muito e passou por transformações drásticas. Mas agora não estamos mais tentando reinventá-lo”, disse.

Em sua palestra, Wooldridge fez um histórico das revoluções pelas quais o Estado passou ao longo do tempo, mote de seu mais recente livro. A primeira, no século 17, foi interpretada por Thomas Hobbes, que pregava que as pessoas deveriam abrir mão da liberdade individual em relação ao Estado para terem segurança. “A Europa passou a ser o centro do mundo, porque tinha um modelo estatal de sucesso”, explicou.

A segunda revolução veio no século 19, quando se passou a acreditar que o Estado, para gerar liberdade e eficiência, precisava ser menor. Já no século 20, preponderou a ideia de que o Estado deveria gerar bem-estar social. Foi a terceira revolução. “E isso deu muito certo, mas depois de um certo tempo, o Estado ficou grande demais, pois além de oferecer condições essenciais, como saúde e educação, passou a oferecer outros e diversos tipos de serviços. Vieram as cobranças, as greves e as manifestações, na década de 70”, disse. “Aí veio a revolução neoliberal, com Regan e Tatcher”, completou.

“Agora temos a revolução da tecnologia e do conhecimento. A revolução industrial do cérebro. E esse é só o começo”, afirmou. Para ele, as novas tecnologias precisam estar ligadas à grande questão: para que serve o Estado? “Se o Estado ficar cada vez maior, será um grande problema para a democracia”, completou.

Além disso, acrescentou, é importante defender a liberdade. “Hoje o Estado tributa e fica com metade do que você produz, mas precisamos voltar à revolução britânica, de eliminar a corrupção e ficar com o necessário. Aquele mundo, da segunda revolução, prosperou porque se reinventou e reinventou o Estado democrático. E é isso o que funciona.”


Partidos precisam encontrar narrativas e práticas mais próximas da sociedade, diz FHC

Os partidos precisam encontrar uma narrativa e uma prática que contemplem os anseios de uma nova sociedade ou ficarão falando apenas para si mesmos, ficarão inúteis frente à dinâmica da vida. A afirmação foi feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em palestra do seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação, ele argumentou que, ao contrário do que ocorria na era moderna, a sociedade contemporânea não está dividida em classes, mas fragmentada por questões ligadas à identidade, como gênero, raça e interesses comuns.

“Hoje as comunidades se formam pela internet. As pessoas não estão mais ligadas face a face, mas estão conectadas, vivendo dentro do mesmo espírito. São tribos que cortam a sociedade espacialmente, mas que não se limitam às relações de classe”, afirmou. “Temos um computador no bolso. Os jovens têm um computador na alma também. Mas os partidos envelheceram. Não se adaptaram a esses novos instrumentais de comunicação.”

Fernando Henrique reforçou que os partidos ainda estão na era moderna, quando de fato foram criados, porque ainda expressam a grande questão da época, que era a luta de classes. “As novas questões da sociedade estão a toda hora nas novelas, por exemplo, mas os partidos fingem que não veem e se recusam a debater isso”, completou.

Segundo o ex-presidente, a prática partidária precisa assumir que já existe um sentimento de que o progresso virá com mais respeito à diversidade. Entretanto, isso tem que tem que ser dito de forma mais contemporânea. “Senão não seremos ouvidos”, concluiu.


José Anibal: A resposta da boa política aos desafios e transformações do mundo

Nos últimos anos, o Brasil enfrentou algumas das mais difíceis crises de sua história.

Atravessamos quase três anos de uma recessão que, finalmente, parece ter ficado para trás, ainda que persistam questões estruturais para um estado com efetivo equilíbrio fiscal, sem artifícios como os vistos no passado recente.

O sistema político carece de uma reorganização com o objetivo de reaproximá-lo das pessoas, do cidadão comum, e fazer com que o governo seja menos custoso à sociedade e, principalmente, mais eficiente.

São desafios inegavelmente complexos, mas igualmente estimulantes para aqueles engajados na construção de um país mais próspero e uma sociedade mais justa e menos desigual.

Ao mesmo tempo que os problemas do dia a dia exigem ações imediatas e eficazes, é também fundamental ter capacidade de discussão, reflexão e elaboração de novas e criativas formas de enfrentar e solucionar as questões estruturais do mundo contemporâneo.

Nesse sentido, não poderia haver momento mais singular e necessário para a promoção de um grande seminário internacional como o que o Instituto Teotônio Vilela, do qual sou presidente nacional, e a Fundação Astrojildo Pereira realizam nesta semana, em São Paulo.

Ao longo de dois dias e sete sessões de trabalho, mais de duas dezenas de intelectuais, analistas, jornalistas e políticos do Brasil e de outros quatro países vão debater temas como a reinvenção do estado democrático, o impacto das novas tecnologias no mundo do trabalho, as transformações provocadas pela globalização, os avanços e as consequências das grandes operações de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.

Faço aqui um convite a todos para que acompanhem as discussões do seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação.

É inegável que as questões a serem debatidas, num primeiro momento, despertam preocupação ou mesmo desesperança, mas é precisamente por isso que tais questões devem ser encaradas com racionalidade, coragem e ousadia.

Só assim construiremos novas e criativas formas de exercer e revigorar a boa política, elaborar soluções pertinentes e plausíveis de serem implementadas e, enfim, pavimentar caminhos para um Brasil mais próspero e mais preparado para os grandes desafios deste mundo em intensa transformação.

* José Aníbal é presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela. Foi deputado federal e presidente nacional do PSDB

 


Nova programação do Seminário Internacional 'Desafios políticos de um mundo em intensa transformação'

Evento vai discutir temas imprescindíveis para a população brasileira, como a globalização, a democracia e o combate contra a corrupção à luz da experiência internacional. Cerimônia de abertura contará com a participação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Confira a nova programação.

Germano Martiniano
Paulo Jacinto

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) em parceria inédita com o Instituto Teotônio Vilela (ITV) realizará, nos dias 14 e 15 de setembro, em São Paulo, o Seminário Internacional "'Desafios políticos de um mundo em intensa transformação", que pretende discutir temas de grande importância para o Brasil e o mundo. Como está a democracia brasileira? Qual a representatividade do cidadão? Quais as mudanças que a globalização tem causado na estrutura das sociedades? Como o mercado de trabalho mudou por conta da revolução tecnológica dos últimos anos? Como o nosso país tem sido afetado por um dos grandes males deste século: a corrupção?

O Seminário terá entre seus debatedores nomes reconhecidos nacionalmente e internacionalmente, como do ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, Roberto Freire, deputado federal (SP) e presidente do PPS nacional e de Cristovam Buarque, senador (PPS-DF) e presidente do Conselho Curador da FAP e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O evento contará com os palestrantes Adrian Wooldridge (Coautor de A Quarta Revolução), Stefan Folster (Coautor de Riqueza Pública das Nações), Gianni Barbacetto (Coautor de Operação Mãos Limpas) e outros importantes convidados reconhecidos internacionalmente.

De acordo com André Amado, secretário executivo do seminário, o evento surgiu da necessidade de se discutir temas imprescindíveis à população, não só brasileira, mas também mundial. “O seminário buscou reunir nomes respeitáveis em diversas áreas, pois as questões atuais são de grande complexidade e exigem pessoas de alto nível para debatê-las”, avalia.

“O mundo está em repletas transformações. As garantias que tínhamos tempos atrás não existem mais. Temos liberdade de impressa, mas temos crise de democracia; temos a globalização com promessa de prosperidade, porém uma desigualdade social acentuada; temos o avanço tecnológico, contudo milhões de desempregados”, completa o secretário executivo do seminário.

Para Luiz Carlos Azedo, diretor-geral da Fundação Astrojildo Pereira, o evento se reveste de grande importância pelos temas atuais que pretende discutir, como a questão da globalização, da democracia brasileira e do combate à corrupção, com exemplos do que foi feito em outros países. “É uma oportunidade única de debater algumas das questões mais importantes da atual conjuntura política brasileira, à luz da experiência internacional”, avalia Azedo.

Temas
O seminário será divido em quatro temas. O primeiro deles, Crise de representação política e o futuro da democracia. Nesta mesa será abordada a questão da democracia brasileira: como em um país que se tem 513 deputados, 81 senadores e mais de 30 partidos pode se garantir o fortalecimento da democracia e a representatividade do cidadão?

A globalização e a mudança da estrutura das sociedades será o segundo tema em debate. Para esta discussão um dos convidados foi Caetano Araújo, sociólogo e consultor legislativo do Senado Federal. Para ele, a globalização é um processo contraditório. “Ao passo que vemos, por exemplo, o desemprego crescer na Europa e nos EUA, a crise do Estado de bem estar e o aumento de posições politicas nacionalistas e xenófobas, também vemos milhões de pessoas retiradas da pobreza na Ásia e, ao que tudo indica, na África”, informa Caetano.

O terceiro tema que será abordado será A revolução tecnológica e o mercado do trabalho. Nesta mesa será discutido, segundo André Amado, como o avanço tecnológico tem modificado as relações de trabalho e também sociais. “O avanço tecnológico tem deslocado milhões ao desemprego, ao mesmo tempo que proporcionou melhorias na qualidade de vida das pessoas e também na capacidade técnica de diversos trabalhos”, avalia o secretário-geral do seminário.

Por fim, o quarto e último tema, é algo bastante recorrente na vida politica brasileira: a corrupção. A temática Mãos Limpas e Lava Jato, relações de força e limites irá abordar casos de corrupção e de combate à mesma, que ocorreu na Itália e, atualmente, ocorre no Brasil. Para Alberto Aggio, historiador e dirigente da FAP, embora as duas operações em questão sejam distintas, “será importante realizar um debate esclarecedor sobre a positividade e os limites dessas operações, e ver suas relações com a democracia e a necessidade de alicerçar a coesão social em torno de ideias fundamentais, como a do bem-comum.”

Programação

Sessão de abertura (14/09/2017, às 14h30)

- Senador José Anibal (PSDB-SP), Presidente do Instituto Teotônio Vilela e representando o Senador Tasso Jeressaiti, Presidente interino do Partido da Social Democracia Brasileira.

- Geraldo Alkmin (PSDB-SP), Governador do Estado de São Paulo

- Cristovam Buarque, Senador (PPS-DF) e Presidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira.

A reinvenção do estado democrático (15h)

- Moderador: Milton Seligman (Professor do INSPER e Global Fellow do Woodrow Wilson Center)

- Palestrantes:

. Adrian Wooldridge (co-autor de A Quarta Revolução)

. Fernando Henrique Cardoso (presidente da república de 1995 a 2002)

. Roberto Freire (Deputado Federal por São Paulo e presidente do Partido Popular Socialista - PPS)

Crise de representação política e o futuro da democracia (Dia 14/09, às 16h30)
- Moderadora: Helena Chagas (jornalista)
- Palestrantes:
. Alessandro Ferrara (filósofo, Roma2, Tor Vergata)
. José Álvaro Moisés (Professor Titular do Departamento de Ciência Política da USP)
. Marco Aurélio Nogueira (cientista político, UNESP)
. Marcus Melo (cientista político, UFPE)

A globalização e a mudança da estrutura das sociedades (Dia 15/09, às 9h)
- Moderadora: Hercídia Coelho (Professora Livre Docente História/UNESP e advogada)
- Palestrantes:
. Caetano Araújo (sociólogo, Senado Federal)
. Demétrio Magnoli (sociólogo, membro do GACINT-USP)
. Sergio Fausto (sociólogo, Fundação Fernando Henrique Cardoso),
. Stefan Folster (co-autor de Riqueza Pública das Nações).

A revolução tecnológica e o mundo do trabalho (Dia 15/09, às 11h15)
- Moderadora: Ana Paula Couto (jornalista)
- Palestrantes:
. Carlos H. Britto Cruz (físico, UNICAMP e FAPESP)
. Dora Kaufman (socióloga e pesquisadora, ATOPOS USP e TIDD PUC/SP)
. Mario Albuquerque (sociólogo e consultor, Chile)
. Mauro Magatti (sociólogo, UC de Milão, Itália)

Mãos Limpas e Lava Jato, relações de força e limites (Dia 15/09, às 15h)
- Moderadora: Denise Frossard (juíza aposentada)
- Palestrantes:
. Gianni Barbacetto (co-autor de Operação Mãos Limpas)
. Marcelo Moscogliati (Subprocurador-Geral da República
. Oscar Vilhena (Diretor da Faculdade de Direito, FGV),
. Rodrigo Chemim (Procurador do Ministério Público, Paraná).

Sessão de encerramento (Dia 15/09, às 17h)
- Moderador: Luiz Carlos Azedo (jornalista, comentarista político)
- Palestrantes:
. Cristovam Buarque (Senador PPS-DF e Presidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira)
. José Anibal (Senador e Presidente do Instituto Teotônio Vilela).
. Lourdes Sola (cientista político, USP

 


Seminário Internacional - Desafios políticos em um mundo em intensa transformação

O QUÊ

Nas crises, uma das primeiras vítimas é a capacidade de encarar o futuro com esperança e otimismo. Em parte, porque não entendemos o que está acontecendo a nosso redor. Presenciamos perplexos a fragilização de conceitos tradicionais de classe, partido e religião no âmbito da chamada prosperidade econômica que, a reboque da globalização e do avanço tecnológico, aumentou não só as diferenças entre ricos e pobres, mas também o número de desempregados, além de provocar deslocamento de populações, flageladas pela nova ordem econômica.

Não surpreende – mas preocupa – a recrudescência de rancores, ódios, intolerância e xenofobia, sentimentos que envenenam as relações entre pessoas, povos e países. Assustam, também, as propostas de solução que se embriagam de simplificações, como se a sobrevivência de uns pudesse compensar as provações dos outros. É a hora dos extremismos, do fundamentalismo, visões caolhas do mundo que conspiram contra um dos pilares da civilização moderna, a democracia.

É em momentos como este que se escrevem as grandes páginas da história. Seja pelas mãos de lideranças políticas, seja pelo vigor de movimentos sociais, seja pelo conluio de ambos atores, de todo comprometidos com a construção do futuro, a tarefa a cumprir implica combater os impulsos alimentados pelos sectarismos e, ao mesmo tempo, favorecer o primado da razão, do poder iluminante das ideias, da reflexão livre de verdades prontas e capaz de desmontar preconceitos e inibir exclusões, na busca de caminhos alternativos e consensuais de saída da crise.

Ninguém questiona a extensão e a complexidade da crise que vem assolando o Brasil nos últimos tempos. Resolvê-la só pelo viés do jogo político ou pelo arsenal de respostas dos economistas poderá ser tão efetivo quanto evitar as guerras com propostas militares de paz.

O Deputado Roberto Freire propôs e o Senador José Aníbal concordou com a convocação de um seminário em que se discutissem os desafios políticos que tanta desestabilização tem provocado nesse começo do terceiro milênio.

O patrocínio da Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e do Instituto Teotônio Vilela (ITV), centros de estudo e formação política ligados ao Partido Popular Socialista (PPS) e ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), respectivamente, de forma alguma antecipa tratamento político-partidário dos temas. Apenas identifica os promotores originais da iniciativa que, para legitimar-se – estabeleceu-se desde o início – teria de congregar personalidades do universo político, acadêmico e jornalístico do Brasil e do mundo e buscar lançar alguma luz sobre os temas de interesse comum da sociedade.

André Amado, secretário executivo do seminário

 

QUEM

Para discutir alguns dos principais temas que pautam o debate público nacional e mundial, foram convidados intelectuais, acadêmicos, políticos e jornalistas do Brasil, da Europa e da América do Sul, autores de estudos, artigos e livros que encaram os principais desafios do mundo contemporâneo. Confira na lista abaixo:

QUANDO

Nos dois dias do seminário, estarão em debate assuntos da maior relevância no mundo contemporâneo, como a crise de representatividade da política, a globalização, a revolução da tecnologia e seus efeitos no mercado de trabalho e as ações de combate à corrupção e de fomento à transparência, entre outras questões.

14/09

  • 14h30 - Abertura

Palestrantes: Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, foi presidente da República (1995-2002)
Roberto Freire, deputado federal e presidente do PPS
Adrian Wooldridge, jornalista, colunista da Economist e coautor de A Quarta Revolução

Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho, Médico e Político brasieliro

Moderador: Milton Seligman

  • 16h30 - Crise de representação política e o futuro da democracia

Palestrantes: Alessandro Ferrara, filósofo, professor da Universidade de Roma Tor Vergata
José Álvaro Moisés, professor titular do Departamento de Ciência Política da USP
Marco Aurélio Nogueira, cientista político, professor titular da Unesp
Marcus Melo, cientista político, professor da UFPE

Moderadora: Helena Chagas

15/09

  • 9h - A globalização e a mudança da estrutura das sociedades

Palestrantes: Caetano Araújo, sociólogo, consultor legislativo do Senado Federal
Demétrio Magnoli, sociólogo, membro do GACInt/USP
Sergio Fausto, sociólogo, diretor-superintendente da Fundação FHC
Stefan Fölster, coautor de A Riqueza Pública das Nações e diretor do Reform Institute

Moderadora: Hercídia Coelho

  • 11h15 - A revolução tecnológica e o mercado de trabalho

Palestrantes: Carlos Henrique de Brito Cruz, físico, diretor-científico da Fapesp e professor da Unicamp
Dora Kaufman, socióloga, pesquisadora do Atopos/USP e do TIDD/PUC-SP
Mario Alburquerque, sociólogo, consultor e professor da Universidade do Chile
Mauro Magatti, sociólogo, professor da Universidade Católica de Milão

Moderadora: Ana Paula Couto

  • 15h - Mãos Limpas e Lava Jato, relações de força e limites

Palestrantes: Gianni Barbacetto, jornalista, coautor de Operação Mãos Limpas
Marcelo Muscogliati, subprocurador-geral da República
Oscar Vilhena, professor de Direito Constitucional e diretor da Direito FGV-SP
Rodrigo Chemim, procurador do Ministério Público Federal no Paraná

Moderadora: Denise Frossard

  • 17h - Encerramento

Palestrantes: Cristovam Buarque, senador, presidente da Fundação Astrojildo Pereira
José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela
Lourdes Sola, professora livre docente, FFLCH-USP

Moderador: Luiz Carlos Azedo

 

ONDE

O seminário será realizado no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. O local é de fácil acesso por diversos modais de transporte (carro, ônibus, metrô, bicicleta), no coração da capital paulista.

Estacionamento para participantes do evento: 36 reais (6 horas) ou 48 reais (12 horas).

RUA SÃO CARLOS DO PINHAL, 424 – BELA VISTA
CEP: 01333-000 – SÃO PAULO – SP

TEL.: +55 11 3145-8000
TOLL FREE: 0800.13.44.11
FAX: +55 11 3145-8001
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HELIPONTO:
* 23° 33’ 47” S / 46° 39’ 04” W