PPS

Livro: Conferência Nacional sobre as Cidades

O livro da Conferência Nacional Sobre as Cidades, reúne sugestões sobre os temas mais relevantes às gestões públicas. Saúde, educação, finanças públicas, mobilidade urbana, cultura, segurança e governança democrática.

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Fundação Astrojildo Pereira
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PPS: formação política com candidatos de 32 municípios

Um partido que se preocupa com a capacitação de seus membros

200 pré-candidatos a prefeito e vereador pelo PPS compareceram à aula inaugural do Curso de Formação Política e Mobilização nas Redes Sociais, da Academia Digital Franco, em Goiânia. A capacitação foi um oferecimento gratuito do PPS e da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), cuja aula inaugural e presencial foi realizada no Mercure Hotel e reuniu representantes de 32 municípios goianos.

“O PPS se preocupa em qualificar e capacitar seus membros, e a Fundação Astrojildo Pereira é justamente para isto: para oferecer mais conhecimento e aprendizado”, disse o presidente estadual do PPS Goiás, deputado federal Marcos Abrão, aos presentes no curso. “Esta foi a melhor maneira de coroar o trabalho de capacitação que o PPS Goiás já havia iniciado com os nossos Encontros Regionais”, comemorou o líder da legenda.

O pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSB, Vanderlan Cardoso, parabenizou o PPS pela realização do “grande seminário para capacitar seus pré-candidatos”. “A população do nosso Estado precisa de gestores e legisladores qualificados para o serviço público e é por isso que cursos como esse são muito importantes”, afirmou.

Na aula inaugural, foram apresentadas quatro palestras sobre planejamento de campanha, poder local, marketing político e redes sociais. Outros dez módulos serão oferecidos à distância, por meio da plataforma Academia Digital.

O palestrante Claudio Vitorino destacou que “a eleição é apenas um momento de um processo contínuo. A militância partidária, por outro lado, é permanente. Por isso, é preciso qualificar cada vez mais os membros do partido”. Ele ainda disse estar satisfeito pela quantidade de jovens e mulheres presentes no workshop. “O futuro do partido reside nos jovens e nas mulheres”, opinou.


Fonte: impresso.dm.com.br


FAP e PPS promovem curso sobre mobilização nas redes sociais na próxima sexta-feira em Natal

A fundação Astrojildo Pereira e o PPS estão promovendo um curso de formação política e mobilização nas redes sociais, voltado para a militância do partido, principalmente aqueles filiados que irão disputar um mandato eletivo nas eleições deste ano. A aula inaugural acontece na próxima sexta-feira, dia 19, no Best Western Premier Majestic, na Avenida Engenheiro Roberto Freire, 3600, Ponta Negra. O evento é coordenado pelo presidente estadual do PPS no Rio Grande do Norte, Wober Júnior.

CONVITE ACADEMIA DIGITAL_Natal
Sexta-feira, dia 19, das 18 às 22 h, no hotel Best Western Premier Majestic, em Ponta Negra

A palestra principal será ministrada pela professora Ana Paula Miranda, da FAP, e terá como tema a mobilização nas redes sociais, hoje a mais importante ferramenta de massificação das candidaturas majoritárias ou proporcionais. O treinamento dos candidatos do partido tem como foco o aprimoramento do uso da internet como canal de comunicação política deles com o eleitorado potiguar em seus municípios onde disputam a eleição. Também participa da aula inaugural o professor Lairson Giesel.

O curso de formação polícia e mobilização nas redes sociais permitirá a capacitação dos filiados do partido para uma comunicação digital mais qualificada, com elaboração do conceito às estratégias de utilização das ferramentas disponíveis; monitoramento das redes como instrumento de antecipação de cenários e demandas; marketing de relacionamento; marketing de conteúdo; posicionamento digital; e mobilização em redes.

O curso é uma iniciativa Fundação Astrojildo Pereira, por meio da Academia Digital Itamar Franco, e do PPS. A primeira aula presencial acontece nesta sexta-feira, da 18 às 22 h, no hotel Best Western Premier Majestic, em Ponta Negra. Os demais módulos, num total de 10, são ministrados à distância na plataforma da Academia Digital.  O curso é totalmente gratuito e voltado para os filiados do partido em todo o Brasil e também é aberto a simpatizantes do PPS e ao público em geral.


Fonte: PPS/RN


Roberto Freire diz que o Brasil acerta ao não aceitar a Venezuela na presidência do Mercosul

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), considerou acertada a decisão do Brasil de não reconhecer a Venezuela como presidente do Mercosul. “A Venezuela ainda não cumpriu os compromissos que assumiu quando foi admitida no bloco, há quatro anos, e, portanto, não está integrada a ele”, argumentou Freire.

“Se não formalizou sua integração, como presidir o bloco?”, questionou Freire. O deputado, que é membro do Parlasul, o parlamento do Mercosul, disse que o comando do bloco deve ser passado à Argentina, sucessora do Uruguai – que deixou a presidência -, dentro do rodízio por ordem alfabética.

Roberto Freire classificou de “menosprezo” pelas regras do Mercosul o fato de a Venezuela até hoje não ter se adequado aos requisitos para se tornar país-membro do bloco. “Não é uma questão formal, mas substantiva, que se não cumprida faz com que o país não seja parte do bloco”, salientou.

O presidente do PPS observou que não está sendo cobrada a cláusula democrática para que a Venezuela assuma o comando do Mercosul. “Não foram colocados os problemas de atentado aos direitos humanos, de manutenção de presos políticos, do regime que se revela uma ditadura, mas o cumprimento de requisitos obrigatórios para fazer parte do bloco”.

Carta

Em carta enviada aos chanceleres de Uruguai, Paraguai e Argentina, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, declarou que o Brasil contesta decisão da Venezuela de assumir a liderança do Mercosul, conforme anunciou, no fim de semana, o governo Nicolás Maduro. Serra afirmou ainda, no documento, que a decisão do Uruguai de deixar o comando do Mercosul gerou incertezas.

“O governo brasileiro entende que se encontra vaga a Presidência Pro Tempore do Mercosul, uma vez que não houve decisão consensual a respeito de seu exercício no período semestral subsequente”, diz Serra. O ministro afirma também, no documento, que o país não cumpriu “disposições essenciais” à sua adesão ao bloco econômico. Paraguai e Argentina anunciaram que desconheciam a Venezuela como presidente do Mercosul.


Fonte: pps.org.br


Cristovam lança reflexão sobre a Esquerda, na Feira do Livro

Professor e polemista, como se identifica em suas redes sociais, Cristovam Buarque lança, nesta quinta, dia 21, às 19 horas, seu novo livro, Uma Nova Esquerda e o Brasil que queremos, pela Fundação Astrojildo Pereira. No Café Literário, às 19h, ele abrirá e participará de um debate sobre “Os Destinos do Brasil”.

convite feira Cristovam Buarque 2107Prefaciada pelo sociólogo Elimar Pinheiro do Nascimento, a nova obra do senador do PPS é constituída de uma coletânea de textos (discursos e artigos já publicados na imprensa e inéditos).

Nos variados escritos desta coletânea, Cristovam Buarque analisa a nova realidade do mundo e do Brasil, com o fim do predomínio da sociedade industrial e um novo período histórico dominado pela ciência e a inovação tecnológica, com suas repercussões nas relações sociais e na atividade política.

Apoiando-se em sua rica experiência pessoal, homem sempre aberto ao diálogo, o economista e também engenheiro é uma cabeça antenada e atenta ao que ocorre aqui e no planeta. Este militante incansável das grandes questões sociais se concentra sobretudo na delicada e complexa crise vivida pelos brasileiros.

No tocante à esquerda, a que se vinculou desde estudante universitário no Recife, na Ação Popular, organização formada por jovens católicos, Cristovam lamenta profundamente os petistas terem manchado a imagem da esquerda, de forma profunda. De uma imagem antes associada à ética e à justiça social, é “agora associada ao autoritarismo, à arrogância, à incompetência e, sobretudo, à corrupção”. Ele identifica os governos petistas, em particular o de Dilma Rousseff, como os principais responsáveis pelo que ora ocorre e que “levaram o País à maior crise de toda a sua história, ademais de não terem feito nenhuma das reformas prometidas”.

Mas, o líder político não desiste: ‘É premente a necessidade de fazer renascer as propostas de uma revolução social corrompida e soterrada por uma esquerda que se acomodou, que se acovardou, que vive de narrativas ilusórias e não da verdade transformadora’”.

Nesse sentido, Cristovam Buarque apresenta uma série de propostas, de curto, médio e longo prazo, para o Brasil sair da maior crise de sua história republicana e a esquerda rejuvenescer.

A Feira do Livro de Brasília, o maior evento literário do Distrito Federal, acontece, de 16 a 24 de julho corrente, das 9 às 21 horas, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.


Chico Andrade: O Parlamentarismo, distensão e mudança do sistema político

Apesar dos ladrões do dinheiro público, apesar dos traidores de todos os lados, apesar dos golpistas, verdadeiros ou não, diante dessa baixaria a que chegamos pelas pressões e paixões ideológicas, às vezes compreensíveis, e no meio dessa guerra que ignora amizades e sepulta as regras mínimas da boa convivência está o pobre e sofrido povo brasileiro, que não tem culpa do desastre econômico e político a que o país foi levado, mas é o mais diretamente atingido, com o desemprego galopante, a brusca redução de suas condições de vida e com a falta absoluta de perspectivas.

O impeachment foi admitido, a presidente Dilma afastada, como manda a Lei e, não obstante o justo direito de reclamar dos petistas e de seus militantes mais fiéis, a presidente dificilmente voltará a ocupar o cargo. Por conta das óbvias razões jurídicas e políticas de seu afastamento. Michel Temer é o presidente em exercício, e é nele e em seus ministros que precisamos agora focar e direcionar nossas melhores energias e esperanças para vislumbrarmos uma breve solução para este nefasto pesadelo da crise.

A despeito do estresse permanente provocado no meio político a cada novo episódio da Operação Lava Jato ou a cada nova delação premiada, o país precisa sair do atoleiro, os empresários têm de enxergar a luz no fim do túnel e os trabalhadores, sobretudo, necessitam urgentemente de entrever o caminho de um outro país, que volte a gerar empregos e que lhes aponte a perspectiva da dignidade e de uma vida de paz com suas famílias.

E em meio aos destroços da tragédia deixada, e mesmo diante de um cenário de profunda divisão política, se considerarmos o ainda real enraizamento social do PT e seus movimentos sociais diversos, nos deparamos com um sentimento que caminha para o consenso: o sistema político que produziu esse caos – o presidencialismo chamado de coalizão – se esgotou. De nada vai adiantar se formarem novos partidos, ainda que cada um desses novos grupos surjam abençoados pelo Papa ou pela mais pura das santidades dos céus, porque já não é mais da ilusão de um homem bom e santo para nos salvar o que precisamos. Mas da ousadia e da coragem de construirmos outro modelo, pelo qual as responsabilidades pela gestão do Estado possam ser efetiva e transparentemente compartilhadas com todos que se proponham a participar da vida pública, independente de suas ideologias ou de suas crenças religiosas.

E, não obstante parecer que tudo está ruim e mais distante uma solução, eis que as circunstâncias colocam diante de nós talvez uma ótima oportunidade para sacudirmos a poeira da intolerância e mitigando as barreiras dos ódios plantados nos juntarmos em torno de uma bandeira mais humana e libertária, que acolhe a todos, vencedores e derrotados. A auspiciosa ideia do Parlamentarismo, como modalidade de se dividir e compartilhar o poder entre todas as forças que efetivamente se fizerem representativas do povo brasileiro no Congresso Nacional.

Não vamos deixar de eleger o presidente da República, apenas este não será mais o todo poderoso e nenhum partido sozinho o será. Sem a necessidade de reinventar outros caixas dois ou outros esquemas criminosos de desvio do dinheiro público, pensemos na possibilidade histórica de desarmar os espíritos, de mitigar as tensões que se elevaram ao extremo nos últimos tempos, com razões justas ou não.

O caos deixado nas contas públicas, a saturação de políticas não transformadoras, o desrespeito ao cidadão, o descrédito com tudo e quase todos, tudo isso não será enfrentado com uma medida mágica e, nem mesmo com toda a força resultante do impeachment se oferecendo em apoio ao presidente em exercício, já que as soluções demandam tempo, acordos e, sobretudo, um ambiente mais propício à boa governança e que inspire a coesão social. E isso não se dará num cenário de permanente confronto ou de requeridas vinganças.

Ora, embora, afora o PPS, que historicamente se proclama parlamentarista, ainda que não exerça permanentemente o protagonismo de sua defesa, não vislumbre-se da parte, principalmente dos grandes partidos o debate do tema, as circunstâncias deste momento, em que, o presidente do senado se declara simpático, o PSDB, coloca entre as premissas para apoiar o governo provisório a inclusão do parlamentarismo na pauta, menções de parlamentares dos mais diversos partidos de direita, de esquerda ou de centro são observadas no sentido de se pensar com urgência na mudança do sistema presidencialista, ainda temos a palavra do presidente interino, Michel Temer, se propondo a sinceramente discutir a ideia.

Quando do plebiscito em torno da mudança do sistema de governo, ocorrido em 1993, a maioria dos grandes partidos optou pela manutenção do presidencialismo, porque havia a ansiedade pelo poder, e um pensamento autoritário de solução dos problemas brasileiros reinante na cabeça de grandes lideranças de cada uma dessas agremiações, como Brizola, Lula, Mário Covas, entre tantos outros. Passados agora mais de 20 anos, percebemos que muito pouco avançamos no sentido da verdadeira cidadania. Na primeira eleição direta elegemos um presidente desenraizado socialmente e o tiramos dois anos depois. Vencemos a guerra contra a inflação, mas não enfrentamos adequadamente os graves problemas da desigualdade e da pobreza, e na política, saímos de cerca de meia dúzia de partidos para, pasmem, mais de trinta atualmente, o que, segundo a maioria dos entendidos, só provoca mais desagregação. E agora, estamos a fazer o impeachment de uma presidente do partido que se construiu a base do apelo popular e da ilusão antiga dos salvadores da pátria e da utopia da esquerda.

Não dá mais! Não fomos capazes de fazer as mudanças no sistema político e eleitoral exigidas, como o voto distrital misto e em lista e a redução do custo de campanhas e com isso o presidencialismo mal apelidado de coalizão acabou. E se isto é verdade, porque não fazemos esse debate pra valer? É fato que assim que nos deparamos com essa exaustão, nos vem a pergunta: o que fazer? Ora, não precisamos sair por aí pregando uma maravilha salvadorenha, porque não é mais disto que se trata, mas está mais do que na hora de se desmistificar a confusa ideia que a maioria do povo faz do parlamentarismo: acham que seria pior, já que o exemplo da maioria dos parlamentares é péssimo, recheado de pessoas despreparadas, envolvidas em denúncias de desvios e de corrupção, ou inaptas para o exercício de um cargo tão relevante como o de um primeiro-ministro. Isso não deixa de ser verdade, mas o parlamento em qualquer lugar do mundo é assim, um pouco a cara de seu povo. No nosso caso, temos então uma dupla oportunidade, nos educarmos politicamente para elegermos melhor nossos representantes.

E mais: agora que as grandes lideranças do PSDB também não se acham totalmente imaculadas das denúncias da Lava Jato, as do PMDB, nem se fala, pensemos então nos demais partidos democráticos do centro para a esquerda. O PT, por exemplo, se sobrou um pouco de juízo em seus dirigentes, estes devem ser acordados já para esse debate, pois é o que lhes resta de esperança para um dia se reencontrarem com o sonho de seu passado transformista e de suas pregações sociais. Outros partidos, como o P-Sol, e a Rede, de Marina Silva, só teriam a ganhar ao se dedicarem ao tema, diante do potencial pedagógico e da perspectiva , humanista e transformadora que a proposta sugere, especialmente quando se prenunciam tempos novos. Aos de centro ou de direita, outra opção não lhes restaria, já que seus partidos estão quase todos contaminados pelas denúncias e se ressentem da fragilidade de suas bases, forjadas em bandeiras insuficientes ideologicamente ou nas bases difusas das igrejas.

O PT vai enfrentar um futuro incerto, é verdade. Provavelmente, nas próximas eleições gerais, não elegerá a metade dos deputados que elegeu em 2014. O PCdoB, igualmente sofrerá perdas, A Rede vai ganhar alguns, o Psol, talvez outros e, um ou outro dos partidos que estão na forma como o de Erundina, se legalizados, também podem eleger deputados. Mas tudo indica que a esquerda tradicional, ou principalmente a identificada com os desmandos do PT sofrerá baixas sensíveis nesse futuro imediato. Porém, não somos daqueles que sonham com o fim do PT, queremos sim que seus dirigentes façam a necessária autocrítica de seus imensos pecados públicos. Pecados políticos capitais! E creio que, entre seus quadros, existam alguns que estejam também pensando em oferecer respostas mais altivas a sua militância, que não apenas a falsa narrativa da vitimização. E nem seria bom para essas pessoas que se iludiram em torno do projeto lulopetista ou de suas crenças ideológicas simplesmente ficarem no limbo. Também não seria bom para o país.

Por outro lado, os xingamentos, os adjetivos desrespeitosos, o igualamento pra baixo a que se chegou vindo de ambos os lados nas redes sociais de partidos e de personalidades políticas em nada vai contribuir para encontrarmos o caminho de superação dessa tragédia. Guardadas as devidas proporções, da depressão pelo desencanto ou mesmo da raiva, é hora de baixar a guarda. É hora de todos pensarmos na distensão, já que a continuar assim, ninguém vai ganhar.

E se pararmos um pouco para refletir, é de ações mitigadoras, de mediação construtiva, de uma verdadeira abertura à distensão política o que precisamos neste momento para recomeçar. O debate em torno da construção de uma proposta Parlamentarista para o Brasil pode de novo unir a esquerda e o centro e, quem sabe, muitos democratas e liberais da direita, porque, antes de tudo, não começa de algo definido, mas de uma oportunidade extremamente pedagógica e generosa, para os militantes de antes e para os novos que agora se enxergam empoderados pelas redes sociais.

O PPS tem lideranças importantes para iniciar esse debate e com autoridade suficiente para propor a sua disseminação entre os demais partidos e no conjunto da sociedade. E para não retornarmos à barbárie política e nem ficarmos mais apenas a repetir os nomes dos culpados pela crise, que são muitos, por que não ousamos iniciar de verdade esse auspicioso debate? Poderíamos começar propondo uma Coordenação nacional para a divulgação e desmistificação do Parlamentarismo no Brasil, explicando suas premissas e vantagens para a democracia.


Chico Andrade é presidente do PPS-DF


Cristovam Buarque: Ares do tempo

Há uma sensação geral de que o país perdeu o rumo. O incômodo vem de fatos específicos: caos político, corrupção, recessão, desigualdade, violência, epidemias, desemprego, deseducação, falência das contas públicas. Poucos, porém, consideram que estes indicadores de falta de rumo e de decadência têm em comum o fato, ainda mais grave, de que estamos sem sintonia com o “espírito do tempo”, o conjunto de ideias que orientam a humanidade e cada nação para o futuro.

É como se, além de rodando no meio do mar, não soubéssemos como inflar as velas do barco na direção dos ares que sopram para o futuro. Não é a primeira vez que isso acontece. Quando o mundo ingressava na primeira revolução tecnológica, com capital industrial e trabalho assalariado dentro das regras do mercado, nós optamos por continuar escravocratas, patrimonialistas, ruralistas, exportadores de bens primários, obscurantistas no pensamento.

Cem anos depois, quando iniciamos nossa industrialização, passamos a fabricar velhos produtos, não nos dedicamos a inventar produtos novos, conforme os novos tempos que já se iniciavam. No século XXI, outra vez estamos dessintonizados com ares do tempo: a revolução científica, o capital conhecimento e a inovação como motores do progresso.

Continuamos emergindo ao passado, não ao futuro: comemoramos continuar exportando commodities e fabricando autos, sem desenvolver capacidade de inovação para criar novos produtos da economia do conhecimento, sem base científica e tecnológica, sem colocar o bem-estar na frente de produção, consumo e renda, sem compromisso com o equilíbrio ecológico.

Vemos a tragédia imediata da recessão e do desemprego ao redor, mas não percebemos a tragédia distante de continuarmos na velha economia da produção primária, da indústria metal-mecânica, da dupla dependência tecnológica, tanto na inovação dos produtos quanto na inovação das ferramentas.

A maior prova da falta de sintonia com o futuro é o descuido como tratamos nossa educação de base, desperdiçando milhões do mais importante vetor do futuro: os cérebros bem formados de nossa gente. O vetor do progresso está na educação de qualidade igual para todas as crianças, independentemente da renda dos pais e da cidade onde vivem. Desprezamos o futuro quando nos recusamos a prestigiar o mérito dos bons professores, diferenciando-os dos demais.

Não estamos sintonizados com o futuro ao mantermos uma máquina estatal ineficiente, a serviço de sindicatos e partidos, e não do público; ou quando nos recusamos a atualizar velhas leis que já estão superadas. Nos tempos em que a taxa de natalidade diminui e a esperança de vida aumenta, o espírito do tempo exige reforma no sistema previdenciário.

A maior crise brasileira não está nas aparências do que nós vemos e sofremos, mas na nossa recusa de olhar para onde sopram os ares do futuro e como fazermos as reformas que nos sintonizarão com ele. Estamos desorientados com o presente caótico e outra vez não nos sintonizamos com as forças do espírito do tempo. (O Globo – 28/05/2016)


Cristovam Buarque é senador (PPS-DF)


Manual do Candidato do PPS

APRESENTAÇÃO

Dando continuidade a nossas atividades e publicações de atualização política, apresentamos o Manual do Candidato do PPS para o pleito de 2016. Trata-se de mais uma ferramenta sobre questões gerais da política, abordadas resumidamente, mas com foco dedicado à realidade municipal e com os olhos voltados para quantos vão enfrentar a difícil disputa de outubro próximo.

Além de algumas informações sobre o Brasil e seus problemas, sobretudo após os 13 anos dos governos petistas, vamos conhecer os valores e princípios que norteiam as ações formadoras dos candidatos do PPS. Há um resumo das ideias que dão rumo a uma candidatura consciente, com base na missão que cada representante político deve ter para contribuir na ampliação e aprofundamento da democracia, lutar pela vigência da res publica (coisa pública) e, em contato com a realidade em que vive, atuar no sentido de aperfeiçoá-las.

No bojo desse material, encontram-se importantes propostas do PPS oriundas da Conferência Nacional sobre Governança Democrática e as Cidades, realizada nos dias 19 e 20 de março último, em Vitória do Espírito Santo, a qual culminou uma série de Seminários promovidos em algumas capitais brasileiras, abordando os temas centrais deste importante evento partidário. Em um cenário de corrupção e irresponsabilidade no trato da coisa pública, os cidadãos e cidadãs necessitam de opções de candidatos que possam representá-los, estejam conscientes de sua situação e lutem para dar novos rumos ao município. O PPS oferece assim uma proposta capaz de inserir entre os seus candidatos as ideias de uma gestão em que se construa e/ou se consolide uma rica e crescente relação entre os mandatários (prefeito, vice e vereador) com a sua comunidade, de forma a que esta seja estimulada a colaborar com ideias, propostas e ações concretas no sentido de se viver melhor no lugar em que se mora, se trabalha, se estuda e se diverte.

Uma caminhada rápida pelas questões mais importantes das pautas nacional, e sobretudo local, exige conhecimentos que vão além do convívio e intimidade com as demandas da cidade e do município. Para que nosso militante se prepare para iniciar ou ampliar suas relações de homem público, ele precisa conhecer um sistema de conceitos e ações e necessitará ainda de ferramentas outras para desenvolver sua trajetória.

Nesse sentido, apresentamos sugestões para um planejamento consistente da campanha, que também deve ir além do conhecimento acerca do partido e do processo eleitoral. Assim, nas páginas deste Manual, o candidato vai encontrar as informações necessárias para entender e utilizar os mais diversos e modernos recursos, que auxiliarão a sua atividade em busca do voto. As atribuições e os passos para cada etapa da campanha estão expostos aqui, assim como leis e resoluções do TSE sobre o seguro caminho de agir legalmente. Inserimos também a Resolução Eleitoral e as normas para as convenções que se realizarão de 20 de julho a 5 de agosto.

As eleições  deste ano, além de ser uma oportunidade para, mais uma vez, se provocar o debate em torno de candidatos mais focados no dever social, sustentável e compatível com a realidade do município, tem ainda um valor estratégico, orientado pelo princípio de que a consolidação e o aprofundamento da democracia e a implantação dos valores republicanos requerem partidos fortes e representativos do eleitorado, e cidadãos cada vez mais conscientes e participantes da nobre missão de fazer política com P maiúsculo.

Alberto Aggio                                    Roberto Freire
Presidente da FAP                                 Presidente do PPS

Organização: Francisco Inácio de Almeida


Leia aqui o Manual do Candidato do PPS

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Outra esquerda é possível no Brasil: a esquerda democrática

O PT tenta passar a narrativa de que toda a esquerda brasileira está com ele e que Dilma Rousseff foi vítima de uma conspiração de direita. Essa é mais uma mistificação do petismo. A seguir, um breve histórico do distanciamento dos partidos da esquerda democrática dos governos Lula e Dilma, a partir de 2003.

O Partido Democrático Trabalhista

O primeiro partido da esquerda a romper com Lula, eleito em 2002, foi o PDT, ainda em 2003. Seu então presidente, Leonel Brizola, avaliou como conservadora a política econômica do novo governo, denunciou o PT como conivente com a corrupção e acusou-o de autoritarismo ao excluir os aliados das decisões governamentais.

Em 2006, o PDT lançou o senador Cristovam Buarque à Presidência da República. Ele havia sido demitido do Ministério da Educação, pelo presidente Lula, em 2005, por telefone, enquanto cumpria agenda internacional. Deixou o PT e filiou-se ao PDT.

Com a morte de Brizola, em 2007, o partido voltou ao governo. Porém, Cristovam se manteve em posição de independência. Uma de suas críticas foi a transformação do Bolsa-Escola, implantado por ele no Distrito Federal, no Bolsa-Família, de um programa de inclusão social pela educação para um programa assistencialista e de uso eleitoral. Em 2016, Cristovam deixou o PDT e se filiou ao PPS.

O Partido Socialismo e Liberdade

Também em 2003, ao alegar os mesmos motivos do PDT, uma ala de dirigentes e militantes deixou o PT e fundou o Psol, que lançou, em 2006, a senadora Heloísa Helena a presidente da República. Mas o Psol se aproximou da extrema-esquerda e de teses anacrônicas da velha esquerda autoritária, muitas das quais compartilhadas pelo PT. Diante da estreiteza do partido, Heloísa Helena deixou o Psol e participou da fundação da Rede Sustentabilidade, em 2013, ao lado da ex-senadora Marina Silva.

O Partido Popular Socialista

Ainda em 2004, o PPS deixou o governo Lula e passou para a oposição. O partido apontou a falta de um projeto de reorientação do modelo econômico e de reformas estruturais que levassem o país a um crescimento sustentado.

Criticou a falta de discussão das políticas de governo, rejeitou a relação autoritária com o Congresso e o fortalecimento dos partidos governistas fisiológicos, em detrimento dos programáticos. Um ano depois que o PPS se afastou do governo, estourou o escândalo do mensalão, com o envolvimento do PT, PTB, PP e PR.

O presidente do PPS, deputado Roberto Freire, defendeu, então, uma esquerda radicalmente democrática e republicana, além de comprometida com o desenvolvimento e a distribuição de renda.

O Partido Verde e a Rede Sustentabilidade

Em 2008, Marina deixou o governo Lula. A sua principal divergência era a defesa de um desenvolvimento sustentável baseado em uma nova economia, enquanto o governo optou pelo velho desenvolvimentismo, colocando o meio ambiente em segundo plano. Como exemplo, citou que os fundos da exploração do petróleo do pré-sal não foram vinculados a um programa de energia renovável que levasse a uma economia livre de carbono.

Marina também criticou a política de alianças do PT com fisiológicos e conservadores, em detrimento da busca de diálogo programático com outras forças políticas democráticas e reformistas, entre elas o PPS e o PSDB.

Em 2010, Marina foi candidata a presidente pelo PV e ficou em terceiro lugar com 19,3% dos votos. Em 2013, fundou a Rede Sustentabilidade, que, por manobras aprovadas pelo PT no Congresso, o novo partido foi impedido de concorrer nas eleições de 2014.
Marina se filiou ao PSB para compor a chapa como vice ao lado do então candidato a presidente Eduardo Campos.

O Partido Socialista Brasileiro

Ainda em 2007, o PSB criou, com o PDT e outros partidos, o Bloco de Esquerda, de atuação parlamentar própria, para contrabalançar o peso no governo dos partidos conservadores. Em 2013, o presidente do PSB, Eduardo Campos, alertou a presidente Dilma Rousseff da crise econômica que então se configurava. Sem conseguir dialogar, o PSB deixou o governo.

Para Campos, o ciclo iniciado por Lula havia se esgotado e a presidente e o PT haviam perdido a capacidade de liderar o país para relançá-lo em uma nova etapa de desenvolvimento.

Governador de Pernambuco com 80% de aprovação, Campos foi lançado candidato a presidente da República pelo PSB, PPS e Rede. Tais partidos propunham que a esquerda democrática liderasse um bloco de centro-esquerda, sem dele excluir as forças centristas, com base em um programa comum de aperfeiçoamento da democracia e de desenvolvimento econômico de inclusão social e de sustentabilidade ambiental.

Esquerda democrática unida

Após o desastre de avião que vitimou Eduardo Campos, PSB, PPS e Rede se uniram em torno da chapa Marina Silva/Beto Albuquerque. Porém, o PT caluniou a campanha de Marina, acusando-a de que, uma vez no governo, tentaria por fim a exploração do pré-sal, acabaria com os programas sociais, promoveria um tarifaço e praticaria uma política econômica de interesse dos banqueiros.

Passado o pleito, veio a público o rombo das contas públicas, seguidamente maquiadas e manipuladas pelo governo, que se viu obrigado a fazer aquilo que acusava nos adversários: aumento das tarifas públicas e forte restrição ao financiamento dos programas sociais.

PSB, PPS, PV e Rede pelo impeachment

Diante do descalabro das contas públicas, das denúncias de financiamento ilegal de campanha via Petrobras e outros órgãos públicos, das tentativas de barrar as investigações de corrupção da Lava Jato, da incapacidade de tirar o país da crise e atentos às manifestações surgidas desde junho de 2013, PSB, PPS, PV e Rede apoiaram a solução constitucional do impeachment de Dilma Rousseff.

Fortalecer a esquerda democrática em 2016

Os partidos da esquerda democrática sempre foram firmes defensores da Constituição de 1988, que ajudaram a elaborar e aprovar. Sempre respeitaram a autonomia e a independência da sociedade civil, dos movimentos sociais e dos sindicatos contra tentativas de partidarização. Lutam pelo fortalecimento no Brasil de um Estado de Direito democrático e de Bem-Estar Social. Propõem a regulação de uma economia de mercado para favorecer os interesses majoritários.

A experiência destes partidos nos governos estaduais e nas prefeituras mostram compromisso com um diálogo construtivo e respeitoso com a sociedade, com os demais partidos democráticos, com o Legislativo, o Judiciário e o Ministério Público.

Firmes nos valores mais profundos de esquerda pela liberdade e igualdade, estão abertos à renovação e às transformações do mundo contemporâneo a partir de uma perspectiva progressista.

Convidamos os cidadãos que se reconhecem nesses valores a participar da eleição de 2016 e fortalecer os partidos da esquerda democrática, em especial o PPS, o mais legítimo herdeiro da tradição democrática do antigo PCB, inaugurada pelo jornalista Astrojildo Pereira, em 1922. (Assessoria do PPS)


Josias de Souza: ‘Ocupação de escola é bomba como a de 2013’

Obstinado defensor das causas ligadas à educação, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) acompanha com uma ponta de preocupação o crescente movimento de ocupação de escolas por jovens de vários Estados. Ele afirma que é possível traçar uma analogia entre esse fenômeno e as manifestações que eletrificaram o asfalto em junho de 2013.

“Em 2013, foi pela tarifa de ônibus. Em 2016, pode ser por educação. Não há dúvida de que a ocupação de escola é uma bomba como a de 2013”, disse Cristovam em entrevista ao blog. Para ele, o governo de Michel Temer deveria se entender com governadores e prefeitos para tentar desarmar a bomba. Sob pena de ter de recorrer à repressão caso o movimento se agigante.

Vai abaixo a reprodução da conversa com Cristovam Buarque:

— O que acha desse movimento de ocupação de escolas por alunos? Acho que tudo tem um lado positivo e outro negativo. O positivo é que a meninada está despertando. Será negativo se esse movimento for aparelhado. Por ora, não me parece que seja coisa insuflada. Mas não duvido que o PT tente aparelhar. O que vejo, por enquanto, é um grande descontentamento dos alunos com coisas que estão ruins. O que me preocupa é que isso pode gerar um caos. E o governo de Michel Temer pode cair naquilo que a Dilma insinuou na despedida do Planalto. Ela disse: ‘Nunca reprimi movimentos sociais.’

— Como o governo Temer poderia interferir? Creio que o ministro da Educação [Mendonça Filho] deveria dedicar uma boa parte do tempo para desarmar essa bomba. Há uma dificuldade. No Brasil, o Ministério da Educação no Brasil não tem nada a ver com a educação de base. Isso é problema dos prefeitos e governadores. Mas, quando acontece um fenômeno em todo o país, a coisa deixa de ser um problema apenas de de prefeitos e governadores. É um problema nacional. Por isso luto tanto pela ideia da federalizar a educação. O ministro teria que chamar os prefeitos e governadores para ver o que está acontecendo e o que é possível fazer para ajudar a atender às reivindicações.

— Acha possível atender? Minha impressão é que não é difícil de atender às reivindicações dos alunos. Difícil é aumentar salário de professor. Mas os pedidos desses meninos —merenda de qualidade, melhoria das edificações—, isso não custa muito dinheiro. O problema é que está nas mãos de um prefeito ou governador que, muitas vezes, não tem nada, nem motivação ou sensibilidade.

— Acredita que esse movimento pode virar uma jornada de protestos como aquela de junho 2013? Pode, sim. Em 2013 foi pela tarifa do ônibus. Em 2016, pode ser por educação. Não há dúvida de que a ocupação de escola é uma bomba como a de 2013. É pena que os alunos tratem a educação de forma meio caótica. Eles pensam na merenda, nos móveis, no conforto. Não estão, ainda, priorizando a qualidade do ensino. Seja como for, o governo Temer, desde logo, precisa dar atenção a isso e desarmar essa bomba. Do contrário, pode ficar tentado a reprimir depois. Esses meninos, hoje, dispõem de internet. Podem, com a maior facilidade, convocar uma manifestação no Brasil inteiro, na mesma hora, em todas as cidades. É o que eu chamo de guerrilha cibernética.

— Acha mesmo que a metáfora da bomba é adequada? Ah, sim. Essa bomba está aí, na educação, na saúde, em todo canto. Só que as pessoas não sentiam o cheiro da pólvora. Agora, eles estão sentindo. Isso não tem muito segredo: ou interrompe logo ou explode. É preciso abordar o problema da maneira correta, que consiste em saber o que está acontecendo, verificar as demandas e definir o que cada um pode fazer para ajudar.

— Objetivamente, como o governo federal pode se envolver? O primeiro passo é chamar prefeitos e governadores para entender o que está acontecendo. Os governos Lula e Dilma tinham horror à ideia de interferir em problemas de prefeituras, porque não queriam puxar a encrenca para o colo deles. Por isso Lula investia em universidades e escolas técnicas, deixando de lado a educação de base. Temer também já cometeu um erro nessa área.

— Que erro? Ele fundiu o Ministério da Ciência e Tecnologia com o das Cidades. Há anos defendo que universidades e ciência e tecnoclogia deveriam compor um só ministério. E o ministro da Educação tem que se preocupar com educação de base. Hoje, os reitores das universidades dominam a agenda do ministro. Parlamentares só se preocupam com educação superior. Quando fui ministro, acho que recebi uns 500 parlametnares. Apenas um me pediu algo relacionado à educação de base. Os outros falaram de universidades. Eles não se iteressam. O governo brasileiro vai ter que entender que educação é uma questão nacional.

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Por: Josias de Souza

Fonte: josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br


Governo do PT piorou qualidade de vida dos brasileiros ao não priorizar a mobilidade urbana

A completa falta de planejamento e a incompetência dos governo do PT – Dilma e Lula – na estruturação da mobilidade urbana no País afetam diariamente a qualidade de vida de milhões de brasileiros nas grandes e médias cidades. A administração petista será lembrada, entre outros desastres administrativos, por insistir em um modelo atrasado de transporte, sem incentivo ao transporte público e outras modalidades como o uso da bicicleta. Além do mais, não investiu na melhoria urbana de calçadas para pedestres e na acessibilidade para deficientes físicos.

Segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), a frota de automóveis de passeio mais do que dobrou entre 2007 e 2015. Na primeira avaliação feita pelo órgão, em 2007, o censo veicular registrou um pouco mais de 21 milhões de veículos. Já em 2015, esse número saltou para quase 50 milhões. O número de motocicletas praticamente triplicou, saindo de 7 milhões em 2007 para 20 milhões em 2015. A pesquisa mostra que atualmente existe um automóvel para cada quatro brasileiros. Com a frota seria possível, por exemplo, cobrir a superfície de toda a ilha de Barbados, no Caribe.

O aumento vertiginoso se deve muito a políticas adotadas pelo governo do PT nos últimos anos ao facilitar a compra de veículos com as chamadas políticas anticíclicas, cujo principal instrumento foi a redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) sobre os automóveis. O resultado não poderia ser outro: o crescimento de engarrafamentos nas avenidas brasileiras e da poluição nos médios e grandes centros urbanos.

O caos instalado no Brasil fez com que o brasileiro gaste hoje mais de uma hora por dia no trânsito. De acordo com estudo da CNI(Confederação Nacional da Indústria) sobre mobilidade urbana, publicado no fim do ano passado, em 2011, 26% da população dizia gastar esse tempo em seu deslocamento. Em 2014 houve aumento de 5% do percentual daqueles que diziam gastar mais de uma hora nos trajetos diários.

Os números apontam para a pouca, ou nenhuma vontade, da administração pública em melhorar a qualidade de vida da sociedade. Se por um lado o número de veículos aumentou, por outro a avaliação positiva dos transportes públicos caiu. Ainda segundo a mesma pesquisa, em 2011, 39% dos entrevistados consideravam o transporte público como bom ou regular. Em 2014, a avaliação caiu para 24%.

foto1-300x222Na época da divulgação, o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes, afirmou que o trânsito afeta a produtividade do trabalhador e, como consequência, a competitividade da indústria e do País. “O principal efeito é o atraso, tanto dos trabalhadores, quanto do fluxo de bens. Além disso, os trabalhadores chegam cansados, o que eleva o estresse e reduz a qualidade de vida. Tudo isso tem impacto na produtividade do trabalhador”, afirmou.

Cidades inteligentes

De acordo com o presidente da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas, André Gomyde (ES), a política adotada nos últimos anos de facilitação de compra de veículos, além de atrasada, “inchou” as cidades. “A problemática tem duas questões fundamentais. A primeira é a cultura do brasileiro da utilização do automóvel. Isso talvez se explica por conta do transporte público não ser adequado. Temos também uma política adotada nos últimos anos de facilitação da compra de veículos que aumentou consideravelmente a frota no Brasil. Esse fato inchou as cidades, deixando o transito caótico”, disse.

Gomyde afirmou que é fundamental o investimento governamental na melhoria dos transportes coletivos, valorização dos passeios públicos e o incentivo dos chamados “transportes alternativos” como a bicicleta. Conforme apontou o estudo da CNI, 46% das pessoas entrevistadas disseram que se locomovem a pé ou utilizam o transporte público.

André Gomyde disse que o Brasil precisa se reinventar no tema mobilidade e critica o excesso de burocracia das leis brasileiras para a aprovação de projetos voltados ao tema. Para ele, o País possui leis rigorosas, “mas de controle e punição frouxos”. Ele defendeu atualização da legislação focando as chamadas Parcerias Público-Privadas. “A legislação é arcaica. A realidade hoje mostra a União com os recursos e prefeituras sem projetos. Os municípios que apresentam projetos enfrentam uma forte burocracia para a liberação dos recursos. Essa lógica está errada. Você só consegue captar mais recursos com parceria com o setor privado. A solução passa pelas PPPs. As leis precisam ser atualizadas para valorizar esse tipo de parceria”, sugeriu.

As propostas do PPS

O Partido Popular Socialista tem debatido diversos temas e sugerido ações com capacidade de transformar e melhorar a qualidade dos serviços públicos oferecidos à sociedade, dentre eles, a mobilidade urbana. O PPS parte da premissa de que é necessário priorizar o transporte público com controle social da aplicação dos recursos na área.

A legenda acredita, conforme debatido na Conferência Nacional Sobre as Cidades,  realizada no último mês de março, em Vitória, que a mobilidade urbana exige um diagnóstico específico de acordo com as necessidades e particularidades de cada município para que as ações possam realmente resolver os problemas enfrentados por seus moradores.


Curso inaugural da Academia Digital Itamar Franco visa uso da internet para comunicação política qualificada

A Academia Digital Itamar Franco começará a funcionar no Portal da FAP em 14 de maio. No dia seguinte, um domingo, 15 de maio, será realizada a primeira aula presencial do curso de treinamento para o uso da internet como ferramenta de comunicação política, no auditório Franco Montoro, da Assembleia Legislativa de São Paulo, das 9h às 16h.

Esta aula inaugural, no dia 15, terá transmissão online aberta a todos os interessados, que poderão acompanhar pela internet, de qualquer lugar o país, o início do curso em São Paulo. A partir daí, os interessados deverão se inscrever para continuar tendo acesso às aulas, palestras, vídeos e atividades. As próximas aulas presenciais (com transmissão online para os inscritos) vão ocorrer em Belo Horizonte (21 de maio) e em Araraquara (no feriado do dia 26 de maio).

O público convidado para esta primeira aula presencial na Assembleia Legislativa de São Paulo é formado por prefeitos, candidatos a prefeito e vereadores das 15 cidades-sedes das regiões administrativas do Estado (Araçatuba, Barretos, Bauru, Campinas, São Paulo, Franca, Itapeva, Marília, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba).

O curso inaugural é voltado para a formação de autores e multiplicadores de conteúdo, estratégia de atuação e posicionamento político nas redes. Serão apresentamos temas como: legislação eleitoral (o que muda para a campanha de 2016, incluindo o que é permitido e proibido na internet), planejamento de posicionamento digital político e o uso das ferramentas virtuais, principalmente do Facebook.

A continuidade deste primeiro curso permitirá a capacitação de seus participantes para uma comunicação digital qualificada, desde a elaboração do conceito às estratégias de uso das ferramentas disponíveis; monitoramento das redes como instrumento de antecipação de cenários e demandas; marketing de relacionamento, marketing de conteúdo, posicionamento digital e mobilização em redes.