Lilia Lustosa analisa obra de um dos maiores cineastas do país na revista Política Democrática de dezembro

Crítica de cinema aborda longametragem Terra em Trase, do diretor baiano Glauber Rocha.
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Crítica de cinema aborda longametragem Terra em Trase, do diretor baiano Glauber Rocha

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

“Terra em Transe é o terceiro longa metragem de Glauber Rocha (1939-1981), um dos maiores cineastas que o Brasil já teve, considerado louco por muitos, gênio ou visionário por outros, e até ‘profeta alado’ pelo grande historiador e crítico de cinema Paulo Emilio Sales Gomes”. A análise é da doutora em História e Estética do Cinema pela Universidad de Lausanne (UNIL) Lilia Lustosa, em artigo que ela produziu para a revista Política Democrática online de dezembro.

» Acesse aqui a 14ª edição da revista Política Democrática online

Realizado em 1967, o filme gerou enorme polêmica à época de seu lançamento, desagradando em cheio a gregos e troianos, conforme escreve Lilia. “Em um contexto de guerra fria, a direita acusava-o de fazer ‘propaganda subliminar marxista’, incitando a luta de classes; a esquerda o considerava ‘fascista’, já que se via representada na tela como populista e demagoga”, afirma ela.

De acordo com a especialista em crítica de cinema, a única unanimidade em torno do filme era a de que se tratava de uma obra confusa, hermética, praticamente impossível de se entender, um “texto chinês de cabeça para baixo”, como escreveu o direitista Nelson Rodrigues no Correio da Manhã. “Mas o que não se sabia na época é que toda essa confusão havia sido planejada – ou, ao menos almejada – por Glauber, que queria, de fato, que seu filme tivesse o efeito de uma bomba, atirando faíscas para todos os lados”, diz Lilia.

Não por acaso, segundo a análise publicada na revista Política Democrática online, o formato escolhido por ele foi o da alegoria, figura de linguagem/retórica que permite múltiplas interpretações. “Em Terra em Transe, ele já não falava mais de Brasil, não precisando, portanto, temer nem a censura nem os militares. O Golpe acontece em Eldorado, ‘país interno atlântico’, que poderia ser qualquer país da América Latina, até o Brasil!

Leia mais:

» Brumadinho: a dor quase um ano depois da tragédia

» ‘País vive em tempos sombrios’, alerta Martin Cezar Feijó à Política Democrática de dezembro

» ‘Não vejo o governo Bolsonaro capaz de se impor’, avalia Carlos Melo à Política Democrática online

» ‘Governo Bolsonaro envenena o Brasil’, critica Randolfe Rodrigues à revista Política Democrática

» Brasil e Argentina têm nova tensão, explica Rubens Barbosa na Política Democrática de dezembro

» ‘Corrupção sistêmica mina instituições democráticas’, diz editorial da Política Democrática de dezembro

» Democracia está sob risco, destaca revista Política Democrática de dezembro

» Veja aqui todas as edições anteriores da revista

Privacy Preference Center