“Compartilhem conhecimento”, diz Raquel Dias no 3º Encontro de Jovens Lideranças

No terceiro dia do evento, juventude se reuniu em torno de debate sobre educação.
Foto: Cleomar Almeida/FAP
Foto: Cleomar Almeida/FAP

No terceiro dia do evento, juventude se reuniu em torno de debate sobre educação

Cleomar Almeida
Enviado especial a Padre Bernardo (GO)

“Vocês precisam compartilhar o conhecimento adquirido aqui, porque senão ele se torna só privilégio. Para ser direito, têm que repassar qos outros”, disse nesta terça-feira (26) a gestora pública e integrante da Executiva Nacional do PPS (Partido Popular Socialista), Raquel Dias, aos participantes do 3º Encontro de Jovens Lideranças. O evento, que reúne a juventude de 25 estados e do Distrito Federal, é realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) com apoio da legenda.

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O seminário começou no domingo (24) e segue até a próxima quinta-feira (28), no Hotel Fazenda Mestre D’ Armas, no município de Padre Bernardo, no Leste de Goiás e a 115 quilômetros de Brasília. Nos dois primeiros dias do evento, os participantes debateram temas como democracia, votos facultativo e obrigatório, sistemas políticos, tecnologia, sustentabilidade, educação, economia e desenvolvimento humano. Além disso, discutiram gestão pública a partir de exemplos práticos de cidades brasileiras, como é o caso de Vitória (ES), administrada pelo prefeito Luciano Rezende (PPS).

Nesta terça-feira, no terceiro dia do encontro, os jovens abordaram a importância dos investimentos na primeira infância e na educação básica, já que a própria Constituição de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã, estabelece que crianças e adolescentes devem ser prioridade absoluta. Os jovens interagiram, no início da tarde, em grupos de discussão, definindo as principais ideias sobre assuntos discutidos por eles.

Em seguida, a juventude apresentou o resultado do consenso de cada grupo em dinâmica coletiva com a presença de todos os participantes do encontro diante de Raquel e do porta-voz nacional da Rede, Pedro Ivo, que também é especialista socioambiental e membro do FBOMS (Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente). O evento é coordenado pela integrante do conselho curador da FAP Terezinha Lelis.

Eficiência
Na avaliação de Raquel, o sistema público deve ser gerido com eficiência. “Quando há gestão e eficiência, o gasto torna-se investimento”, afirmou. Para ela, é consenso a necessidade de se investir na educação básica, e não somente na educação superior, a qual, conforme ressaltou, também deve ser repensada para seguir não atendendo à manutenção do status quo. “Em cima do investimento feito no ensino superior, qual o retorno da academia para o país? Quantos livros de história a academia reinventou?”, questionou ela, ressaltando a necessidade de a educação ter como resultado a mudança de comportamento social.

“Bem educado é o cidadão que sabe seus direitos e deveres e sabe suas ancestralidades”, destacou, para acrescentar: “Resultado educacional é mudança de comportamento social, e não ficar apenas tirando número em provas e exames. É necessário também ter um olhar muito especial em cima da formação dos professores. Se as leis que tratam da diversidade na educação não forem pauta pedagógica efetiva nessa formação, a gente nunca vai ter um professor preparado.”

De acordo com Raquel, há resistência do sistema de educação hegemônico em entender os cidadãos como multiétnicos. “Estamos tentando vencer o status quo”, asseverou ela. A gestora pública lembrou, ainda, que, desde 2003, está prevista em lei a educação para relações étnico-raciais. A norma legal foi a primeira assinada, na época, pelo então ministro Cristovam Buarque e sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Mas ainda engatinhamos na estrutura das escolas, ainda não conseguimos fazer professores negros perceberem que podem fazer muito mais do que a educação eurocêntrica que está no currículo escolar entregue a eles”, acentuou Raquel, lembrando que a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) dispõe a educação como responsabilidade da sociedade, da escola e dos pais. “Conversem com seus filhos, com sua família, com seus sobrinhos. A participação da sociedade na educação se dá dentro de casa.

De acordo com o porta-voz nacional da Rede, Pedro Ivo, a educação deve ser para a sustentabilidade, o que, conforme disse, “norteia um novo modelo de sociedade”. “A educação tem que pensar na sustentabilidade. Hoje temos um problema: como somos globalizados, não há civilização que vá substituir a nossa. É dentro da nossa civilização, hoje em crise, que devemos pensar em novos parâmetros civilizatórios”, sugeriu ele.

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