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FAP publica arquivo de edições digitalizadas do jornal Voz Operária

FAP publica arquivo de edições digitalizadas do jornal Voz Operária

Jornal foi produzido pelo Órgão Central do Partido Comunista, de 1975 a 1979

Cleomar Almeida, da equipe da FAP

Bafejada pela ascensão da frente antiditatorial, pela convergência dos imensos interesses que se chocam com os diversos aspectos da política do fascismo, toda a oposição, e no  seio dela o PCB [Partido Comunista Brasileiro], participa das eleições com um programa que tem como fulcro a conquista de um regime de amplas liberdades para o povo. Um programa que se irá detalhando, tanto no nível nacional como regional, na medida em que as massas se incorporem à frente antiditatorial e apresentem, por sua iniciativa e criatividade, soluções concretas para as grandes e pequenas questões que hoje atormentam sua existência. Não soluções quaisquer, e sim aquelas que atendam a seus interesses vitais.

A resistência antifascista do povo brasileiro tem sido longa e difícil. O regime ainda tem reservas, consegue contra atacar e criar obstáculos à ascensão do movimento de massas, que adquiriu novo ímpeto a partir das eleições de 1974. Desde então, a tática de participar nas eleições, sempre defendida pelos comunistas, adquiriu legitimidade irrefutável. Porque elas possibilitam canalizar e polarizar o descontentamento das grandes massas.

Gráfica clandestina onde era editado a Voz Operária

O trecho acima é do editorial da edição 128 da Voz Operária, jornal que era produzido pelo Órgão Central do Partido Comunista e do qual levava o mesmo nome, publicada em novembro de 1976. Um ano antes, em edição especial italiana, passou a ser editado na Europa por líderes que se tornaram perseguidos políticos e distribuído, clandestinamente, no Brasil, tomado pela ditadura militar. A veiculação mensal de cada edição, cada uma com oito páginas, seguiu até 1979, quando foi publicada a Lei da Anistia, que garantiu o retorno de exilados ao país.

Clique aqui e acesse o arquivo digitalizado do jornal Voz Operária!

Todas as edições do jornal nesse período foram digitalizadas e disponibilizadas ao público no site da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília. A entidade é vinculada ao Cidadania, que deu nova identidade política ao PPS (Partido Popular Socialista), originado do extinto PCB (Partido Comunista Brasileiro), fundado em 1922. A Voz Operária, que propunha diálogo, ação conjunta e fortalecimento das massas, permite hoje um resgate político da luta pela redemocratização do Brasil na segunda metade dos anos 1970 e serve como documento de referência para consolidação da esquerda democrática, segundo especialistas.

“Nessa linha de resgatar a luta pela redemocratização, pode-se ver na publicação um esforço para preservar uma cultura política, a democracia progressiva, um padrão de reformismo não liberal, a busca de diálogo ampliado e a articulação dos democratas. Essa cultura, que é do PCB, foi e continua sendo decisiva”, analisa o cientista político Marco Aurélio Nogueira, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e conselheiro da FAP.

No Brasil, em março de 1975, foi publicada a última edição da Voz Operária impressa, cuja manchete era “Viver e lutar”. O responsável por essa edição, jornalista Orlando Bonfim Júnior, foi sequestrado e assassinado pela ditadura militar, quando tentava reorganizar a circulação do jornal, assim como o então secretário da Juventude Comunista, José Montenegro Lima, que colaborava com essa tarefa.

A Voz Operária passou a ser impressa no exterior após a ditadura militar desmantelar quatro gráficas clandestinas no Brasil, a última delas em dezembro de 1974, em Jacarepaguá (RJ). Na ocasião, foi preso o ex-deputado Marco Antônio Tavares Coelho, que era membro da executiva nacional, acusado de tentar reorganizar o partido.

“NESSA LINHA DE RESGATAR A LUTA PELA REDEMOCRATIZAÇÃO, PODE-SE VER NA PUBLICAÇÃO UM ESFORÇO PARA PRESERVAR UMA CULTURA POLÍTICA, A DEMOCRACIA PROGRESSIVA, UM PADRÃO DE REFORMISMO NÃO LIBERAL, A BUSCA DE DIÁLOGO AMPLIADO E A ARTICULAÇÃO DOS DEMOCRATAS. ESSA CULTURA, QUE É DO PCB, FOI E CONTINUA SENDO DECISIVA”

Marco Aurélio Nogueira, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e conselheiro da FAP

Na Europa, a redação da Voz Operária era formada pelo editor Milton Temer, que trabalhava em conjunto com Mauro Malin, Aloysio Nunes, Leandro Konder, Carlos Nelson Coutinho, Ivan Ribeiro e Antonio Carlos Peixoto, sob a direção de Armênio Guedes. Os cinco últimos morreram. “Eu era o editor, diagramador, levava o jornal para ser impresso em Roma, pelo Partido Comunista Italiano, porque era editado em Paris”, conta Temer, que é jornalista, ex-constituinte estadual pelo PT do Rio de Janeiro, ex-deputado federal por dois mandatos e oficial de Marinha cassado em 1964.

“Levava as impressões de Roma para Paris e a distribuição era feita de maneira que não fosse localizado o bairro em que estava o escritório. Saía em todos os subúrbios, colocando uma parte em cada um deles, para que não se localizasse o centro gerador do jornal”, lembra Temer, que estava na Federação Mundial da Juventude, em Budapeste (Hungria), quando o partido o mandou a Paris, a fim de começar a implantar no exterior a edição do Voz Operária, a mando de Luiz Carlos Prestes. “Aprendi na marra a diagramar, além de pautar e formar uma redação mínima”, conta.

Na Europa, a redação da Voz Operária era dirigida por Armênio Guedes. Foto: Peu Robles

A clandestinidade ocorreu por causa da intensa perseguição da ditadura militar contra militantes e lideranças do PCB. Os colaboradores assinavam com pseudônimos. Autor do livro “Armênio Guedes: um comunista singular”, que dedica um capítulo para o Voz Operária, o jornalista e historiador Mauro Malin destaca a relevância do jornal e lembra que a publicação convergia diferentes opiniões e propostas. Segundo ele, depois de 1964, o PCB não tinha a opção de lutar por sua legalização.

“Todos os partidos foram extintos em 1965 pelo AI-2 e o regime só permitiu a existência de um partido de apoio, a Arena, e um de oposição, o MDB. E o PCB, desde que se manifestou oficialmente pela primeira vez depois do golpe, apontou o caminho do trabalho legal, de massas”, explica o jornalista. “As únicas coisas clandestinas eram a estrutura partidária, com a respectiva arrecadação de finanças, e o órgão central, a Voz Operária, que, desbaratado na passagem de 1974 para 1975, passou a ser feito no exterior, para onde se haviam deslocado vários integrantes do comitê central”, ressalta.

Em 1976, Malin saiu do Brasil para não ser preso. Foi para os Estados Unidos, onde ficou alguns meses. Depois, seguiu até Paris, passando antes pela Cidade do México e Roma. “A Voz Operária veiculou sempre uma política mais acertada para enfrentar a ditadura. A proposta política sempre foi fazer trabalho de massa, constituição de entidades e organizações. Um debate de feição mais teórica do mundo da economia e política”, ressalta o historiador.

“TODOS OS PARTIDOS FORAM EXTINTOS EM 1965 PELO AI-2 E O REGIME SÓ PERMITIU A EXISTÊNCIA DE UM PARTIDO DE APOIO, A ARENA, E UM DE OPOSIÇÃO, O MDB. E O PCB, DESDE QUE SE MANIFESTOU OFICIALMENTE PELA PRIMEIRA VEZ DEPOIS DO GOLPE, APONTOU O CAMINHO DO TRABALHO LEGAL, DE MASSAS”
Mauro Malin, jornalista e historiador

Ao longo de suas edições, a Voz Operária destacava frases de ordem política, como “o povo exige democracia, paz e liberdade”, “liberdade para os presos políticos”, “fim à censura, à tortura e ao terror fascista”, “legalidade para todos os partidos políticos” e “o voto é uma arma do povo”. Via, também, nas eleições municipais, forte caminho na luta contra a ditadura militar. “Eleições municipais: um não ao regime”, destacou em uma edição. O jornal também garantia espaço a reivindicações da pauta econômica, enfatizando mensagens como “o petróleo tem que ser nosso”, “abaixo o arrôcho (sic) salarial” e “abaixo o custo de vida”.

O cientista político Marco Aurélio Nogueira considera que a publicação dos arquivos digitalizados da Voz Operária também faz o resgate da memória do PCB, que foi o primeiro partido de massas organizado no Brasil e, segundo ele, teve grande importância. “Com altos e baixos, para o bem e o mal, porque o PCB, ao longo de sua história, carregou os ‘demônios’ do comunismo histórico, particularmente do stalinismo. Sempre houve um esforço grande dentro do partido para salvá-lo desses ‘demônios’ do comunismo histórico”, diz.

Além de ser instrumento de reflexão sobre a política nacional e a correlação de forças, a Voz Operária ajuda hoje a olhar o Brasil considerando o processo histórico, político e social, segundo o conselheiro da FAP. De acordo com ele, a lição é de que “não há nenhum mal que dure para sempre e que não possa ser superado, como ocorreu com a ditadura militar”.

“Pensar na Voz Operária é fazer um esforço para entender que as esquerdas existem como força viva e têm contribuído, ao longo do tempo, para a luta democrática, de diferentes maneiras”, ressalta o professor da Unesp. “Assim como, nos anos 1970, foi importante se afirmar que a articulação dos democratas era a base para enfrentar vitoriosamente a ditadura, hoje essa questão se impõe com a mesma ênfase”, afirma.


Partido completa 98 anos

Criado em 25 de março de 1922, PCB evoluiu para PPS e Cidadania

Eles eram poucos.
E nem puderam cantar muito alto a Internacional.
Naquela casa de Niterói em 1922.
Mas cantaram e fundaram o partido.
Eles eram apenas nove, o jornalista Astrogildo, o contador Cordeiro, o gráfico Pimenta, o sapateiro José Elias, o vassoureiro Luís Peres, os alfaiates Cendon e Barbosa, o ferroviário Hermogênio.
E ainda o barbeiro Nequete, que citava Lênin a três por dois.
Em todo o país eles eram mais de setenta.
Sabiam pouco de marxismo, mas tinham sede de justiça e estavam dispostos a lutar por ela.
Faz sessenta anos que isso aconteceu, o PCB não se tornou o maior partido do ocidente, nem mesmo do Brasil.
Mas quem contar a história de nosso povo e seus heróis tem que falar dele.
Ou estará mentindo.

Ferreira Gullar

IMAGEM DE 1922 COM OS FUNDADORES DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO
Em imagem de 1922, os fundadores do Partido Comunista Brasileiro: Manoel Cendon, Joaquim Barbosa, Astrogildo Pereira, João da Costa Pimenta, Luís Peres e José Elias da Silva (de pé, da esq. p/ dir.); Hermogênio Silva, Abílio de Nequete e Cristiano Cordeiro (sentados, da esq. p/ dir.) Foto: João da costa Pimenta/Acervo/Estadão


A fundação do PCB

Cumprem-se hoje 98 anos da fundação do PCB. Naquele dia, um pequeno grupo de delegados, quase todos oriundos do anarquismo, sob inspiração da revolução de 1917 e a liderança de Astrojildo Pereira, fundaram o partido.

Desde então, mesmo com número reduzido de militantes e nas condições adversas da clandestinidade que perduraram por quase toda sua história, o partido foi protagonista de todas lutas por democracia e justiça social no Brasil. Em cada momento relevante, apresentou-se como alternativa política para os trabalhadores e as classes populares, contra a agenda dos grupos dominantes.

Como todos os partidos brasileiros, construiu uma trajetória de erros e acertos. Como poucos, contudo, talvez por ter sido o mais longevo, conseguiu aprender com seus erros e transformar essas experiências em mudanças duradouras na sua trajetória política.

Já em 1958, na esteira da crise provocada pela denúncia do culto à personalidade e dos crimes de Stálin, o partido compreendeu a relevância da questão democrática e defendeu o caminho da democracia, como possível, desejável e necessário para avançar no rumo do socialismo. Logo após o golpe militar de 1964, prosseguiu nesse rumo e formulou o diagnóstico preciso da natureza do regime e o caminho para sua derrota: uma ampla frente democrática, unificada em torno das bandeiras da anistia, eleições diretas e assembleia nacional constituinte.

Conquistada a democracia no Brasil, na década de 1980, foi um dos poucos partidos comunistas do mundo que apoiou, de maneira consequente e resoluta, o esforço, infelizmente abortado, de renovação democrática do socialismo na União Soviética e no Leste Europeu.

Concluiu, logo depois, que o esgotamento do modelo do socialismo real exigia a construção de uma nova plataforma política e de um novo modelo de partido. Com esse objetivo, caminhou, em decisão majoritária, para sua transformação, em 1992, em novo partido, o PPS (Partido Popular Socialista), que, em continuidade ao mesmo impulso de renovação e agregação política, originou, em 2019, o Cidadania.

Uma data para ser comemorada não apenas pelos militantes formados nas diferentes variantes da tradição pecebista, mas por todos os democratas brasileiros.

Fundação Astrojildo Pereira


Ivan Alves Filho: Do PCB ao Cidadania 23

O ano de 1922 foi central para o entendimento do Brasil. Nele tivemos a Semana de Arte Moderna, o surgimento das reivindicações feministas, o início do que se convencionaria denominar por Tenentismo e, ainda, a criação da Seção Brasileira da Internacional Comunista. Um ano de cortar o fôlego.

Provavelmente, o centenário da Independência obrigou o país a se repensar. O Partido Comunista surgia como uma agremiação ao mesmo tempo nacional, isto é, buscando o
enraizamento no país, e internacional, na esteira dos acontecimentos que sacudiam a Rússia em 1917.

O enraizamento interno tinha que ver com sua condição de partido da classe trabalhadora. Mas,rapidamente, já no final dos anos vinte, o Partido percebia que não poderia praticar uma política de class e contra classe. O Brasil se diversificava, apresentando uma conformação social mais sofisticada e complexa. Ao lado da classe operária e do campesinato despontava uma nova camada, composta pelos setores médios. Eis o que abria a via para o diálogo com intelectuais e militares, por exemplo. Astrojildo Pereira foi o grande artífice dessa primeira grande mudança. Outras viriam, tão profundas quanto essa.

Após atravessar a repressão do Estado Novo de Vargas e as vicissitudes da chamada Guerra Fria, os comunistas do PCB mudam novamente, acrescentando a seu ideário a questão democrática. Isso se deu com a Declaração de Março de 58. Não por acaso, seu principal redator seria Armênio Guedes, o dirigente mais próximo de Astrojildo. Foi com esse espírito que o PCB evitou o esfacelamento por ocasião da ditadura militar. Apostando na aliança com os liberais e na luta de massas, o Partido apontou o caminho, jogando suas fichas na derrota e não na derrubada do regime. A História daria razão ao PCB.

Surgido no bojo das batalhas travadas pela Rússia Soviética, o PCB passaria por nova transformação após o esgotamento do chamado socialismo real. Sabendo tirar as lições do fim da União Soviética e do processo iniciado em 1917, os comunistas brasileiros mudam o nome do partido e abandonaram seu símbolo, a foice e martelo. Mudaram o partido e não de Partido. Nascia o PPS em 1992. Ou seja, souberam preservar suas partes vivas, a saber a ética, a democracia e a noção de justiça social. Essa a maior herança do comunismo brasileiro. Mais do que qualquer outro partido, o PCB organizou o mundo do trabalho, lutou pela cultura nacional e integrou o bom combate pela democracia. Esse o seu grande legado.

Hoje, mais uma mudança. Surge em cena o Cidadania 23. Em tempos de profundas mudanças no aparato produtivo e no modo de vida das pessoas, o PPS estabeleceria vínculos com os movimentos surgidos nas ruas, em 2013. Muitos eram de corte liberal. O Partido entendeu que o liberalismo era uma conquista do processo civilizatório, afirmando o papel do indivíduo perante o Estado. Eis o que não entrava em contradição com os direitos sociais que os comunistas sempre defenderam.

Terminei, precisamente hoje, um novo livro: A saída pela Democracia. Em um dos seus últimos parágrafos escrevo o que se segue: Penso que um denominador comum possível seja a cidadania. Seu vínculo com o mundo do trabalho pode ser feito por intermédio da Constituição. Sua ligação com cada um de nós, individualmente falando,pode ser realizada por meio das lutas identitárias, incluindo aí a cultura como pertencimento. Seu elo com as liberdades pode se dar pela defesa dos direitos de ir e vir das pessoas. A cidadania pode ser o grande fator estruturante da participação popular pelas mudanças. Ela perpassa o sistema de classes; como conquista do processo civilizatório não é monopólio de classe alguma. É um patrimônio de todos.

Ivan Alves Filho é historiador.


‘Quero oferecer oportunidade para que a revolução seja feita’, diz Roberto Freire no 3º Encontro de Jovens Lideranças

Presidente do PPS confirmou, ao final do Encontro, a realização do Congresso Nacional do PPS, no próximo dia 23 de março e também ouviu a leitura da Carta Aberta da JPS, produzida pelos jovens que participaram do evento em Padre Bernardo (GO)

Cleomar Almeida
Enviado Especial a Padre Bernardo (GO)

“Normalmente, as revoluções são feitas pelas novos e não pelos velhos, mas quero, como velho, oferecer a oportunidade para que ela seja feita”. A afirmação é do presidente nacional do PPS (Partido Popular Socialista), Roberto Freire, durante o 3º Encontro de Jovens Lideranças. Diante de 70 participantes de 25 estados brasileiros e do DF, ele confirmou, no final da tarde desta quinta-feira (28), último dia do evento, a realização do congresso nacional da sigla, no dia 23 de março, quando deverá ser mudado o nome do partido, em conformidade com as novas exigências da sociedade. O encontro foi realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Padre Bernardo (GO).

Apoiado pelo PPS, o evento começou no domingo (24) e foi coordenado por Terezinha Lelis, Paulo Meireles e José Augusto Neves. Durante cinco dias, os jovens realizaram dinâmicas em grupo e assistiram a palestras sobre temas relevantes e de interesse público, como democracia, história do Brasil e do mundo, política, economia, cultura, meio ambiente, sustentabilidade, tecnologia e globalização. Apenas o estado de Mato Grosso (MT) não enviou representante para esta edição do encontro.

O último dia do encontro contou, também, com a presença do diretor financeiro da FAP, Ciro Leichsenring, e do coordenador político nacional da JPS (Juventude Popular Socialista), Samuel da Silva Pinto. No encerramento, Roberto Freire ouviu a leitura da Carta Aberta da JPS, produzida pelos participantes ao final do encontro e lida pelos porta-vozes escolhidos por eles próprios: o conselheiro da FAP e membro da JPS em São Paulo, Guilherme Mendes; o presidente estadual da JPS no Ceará, Italo Alves, que também integra o Movimento Acredito e o PPS Diversidade; e o presidente estadual da JPS no Espírito Santo, Lucas Padilha.

» Acesse aqui a Carta Aberta da Juventude Popular Socialista (JPS)

Assim como os demais integrantes da mesa e participantes do encontro, Freire ouviu atentamente a leitura da carta. No documento, os jovens dizem que contam com a colaboração da Executiva Nacional do PPS para atender, principalmente, a cinco reivindicações. Veja a seguir:

1) esclarecimento do atual processo e representação efetiva nos grupos de trabalho para construção do novo PPS;

(2) preenchimento, de fato, da vaga, na Executiva Nacional, por uma ou um membro da JPS;

(3) apoio do partido para ações nacionais e regionais das atividades da juventude para que possam crescer quantitativa e qualitativamente;

(4) garantia de um mínimo de 10% de jovens na composição dos diretórios municipais, estaduais e nacional;

(5) alocação de percentual do fundo eleitoral para candidaturas competitivas da juventude partidária em pleitos eleitorais, conforme critérios a serem estabelecidos em debate interno, refletindo o que já foi feito com os movimentos pela renovação e mulheres, por exemplo.

“A responsabilidade da nova representação está na juventude. Todo [velho] processo político brasileiro e no mundo não vai mais ter retorno”, disse Freire. “As velhas práticas, as velhas formas de organização e atuação que tínhamos, não vão mais ter retorno. A tendência dominante não será mais essa. Nós precisamos nos preparar para isso”, destacou o presidente nacional do PPS, ressaltando que os jovens abrirão novas portas para realizar um novo modo de fazer política. “Nenhum dos nossos dirigentes tem portas para abrir, até porque as novas [portas] serão abertas por vocês. Penso em uma humanidade melhor do que sempre foi. Não adianta ter pessimismo e nostalgia para ficar imaginando que ontem foi melhor que hoje”, afirmou. Para ele, é preciso “respeitar a história”, preservando as memórias do antigo PCB (Partido Comunista Brasileiro), que tornou-se o PPS.

‘Formação política’
Assim como todos os sistemas políticos do Brasil e do mundo, o PPS deverá pautar as suas ações de olho nas novas demandas de uma sociedade cada vez mais exigente. “A partir do próximo dia 23, vamos ter outra formação política em construção. A partir disso, vamos discutir como será chamada, se será chamado Juventude ou qual será outro nome dessa nova formação”, acentuou Freire. “Poderíamos até continuar como PPS, com velha estrutura, mas que também é respeitada”, disse. No entanto, ele reafirmou a necessidade de mudanças profundas na maneira de o PPS atuar na política, inclusive do nome, já que, conforme ressaltou, a atual estrutura do partido é “insuficiente para quem sonhou com uma sociedade mais fraterna”.

De acordo com Freire, essa mudança é necessária por causa das profundas transformações que o mundo tem experimentado. Ele ressaltou que a alteração não é só do nome. “A esquerda no mundo está sofrendo embate muito grande. Aqui, no Brasil, provocado pelo PT e sua corrupção. A mudança não é necessária por isso, mas para contarmos com esse mundo do futuro. As nossas vidas, as relações, mudaram”, disse, antes de instigar os jovens: “Essa continuidade não vai vir dos cabelos brancos. É vocês que estão arrombando as portas há muito tempo. Vamos tentar nos preparar para ter essa continuidade, para uma história que vai ser contada, da qual todos possam lembrar.”

As eleições do ano passado no Brasil representaram uma “profunda ruptura em termos de sistema política, não só no Brasil”, disse Freire. “Isso está acontecendo no mundo. Nesses tempos de hoje, estamos vivendo uma profunda revolução na humanidade, é algo tremendamente acelerado”, acrescentou. Segundo ele, todo esse cenário deverá ter protagonismo dos jovens, com apoio dos mais experientes, mas sem interferências deles, para que velhas práticas não se reproduzam no sistema político, sobretudo. “Não adianta dizer o que vai ser representação política. Para a próxima eleição, vocês têm a responsabilidade de construir isso e definir de que forma isso vai se dar”, afirmou o presidente do partido aos jovens.

Do encontro à prática cotidiana
Na avaliação do diretor financeiro da FAP, Ciro Leichsenring, “é fundamental” que os jovens disseminem, em suas comunidades e em suas cidades, o conhecimento adquirido e compartilhado no encontro e que pratiquem todo aprendizado. Ele lembrou que, talvez, o PPS seja um dos únicos partidos no Brasil que investem em formação da juventude. “Desde as nossas próprias origens, sempre tivemos a ideia de que temos investir na juventude porque é o pessoal que vai levar a bandeira adiante”, afirmou ele. “A FAP tem uma política de garantir a máxima força possível para esse tipo de evento porque assume a responsabilidade de formação política da juventude e criação de mecanismos para que ela se desenvolva, teoricamente, dento do universo político, e tenha a capacidade necessária para enfrentar o debate político”, acentuou ele.

A democracia, segundo Leichsenring, deve ser o eixo central da juventude e do próprio partido político. “As ações devem ser pautadas, essencialmente, pelo pilar democrático”, disse, para acrescentar: “A democracia deve, também, ser o princípio básico de organização da sociedade, considerando a ampla discussão dos problemas sociais, a transparência das informações, o livre debate de opinião”. Ele frisou que todos devem ter o direito de emitir opinião sobre qualquer assunto. “As discussões devem ser pautadas por decisão do voto da maioria, que, para ser democrático, tem de se apoiar em uma livre discussão, ampla, geral e irrestrita, envolvendo toda a sociedade.

 

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“Somos um país estranho”, diz Elimar Nascimento no 3º Encontro de Jovens Lideranças

Para o professor da Universidade de Brasília (UnB), novas lideranças políticas devem reinventar o regime

Cleomar Almeida
Enviado especial a Padre Bernardo (GO)

“O grande papel das novas lideranças políticas é a capacidade de reinventar um regime político no qual as pessoas confiem”, disse nesta quinta-feira (28) o professor do CDS (Centro de Desenvolvimento Sustentável) da UnB (Universidade de Brasília), Elimar Pinheiro do Nascimento. Em palestra no 3º Encontro de Jovens Lideranças, realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) em Padre Bernardo (GO), ele afirmou que a sociedade tem de buscar novas formas de decisão e participação. “O nosso regime político morreu. Somos um país estranho”.

Apoiado pelo PPS (Partido Popular Socialista), o encontro começou no domingo (24) e segue até esta quinta-feira (28), no Hotel Fazenda Mestre D' Armas, no município no Leste de Goiás e a 115 quilômetros de Brasília. A cobertura jornalística do evento também é realizada pelas redes sociais da fundação. Nos quatro primeiros dias do evento, os participantes interagiram e discutiram democracia, votos facultativo e obrigatório, sistemas políticos, tecnologia, sustentabilidade, educação, economia e desenvolvimento humano.

“Tanto no interior da sociedade quanto no interior do Congresso e das instituições, em geral, sempre há núcleo de pessoas comprometidas com a renovação. Elas têm que aumentar sua eficiência. O desafio é esse”, destacou Nascimento. “Como ser mais eficiente para ganhar o eleitor e mudar a política? Convencendo-o de que o caminho para a saída da decadência implica reformas importantes, reformas da política, do Estado, tributária. Reforma que reduza a desigualdade, aumentando a transparência e a capacidade de influência dos mais pobres. Que a gente consiga adotar políticas efetivamente inclusivas do ponto de vista econômico, político, cultural e social”.

De acordo com o professor da UnB, a falta de renovação de lideranças políticas fortalece o caminho para a decadência. “Grande parte dos eleitores de Bolsonaro votou nele para fazer renovação, a mudança, ou seja, combater a corrupção e a criminalidade, recuperar a economia, retirar o Estado da falência. Agora entre esse desejo e a capacidade de operar isso pelos governantes eleitos há um abismo, talvez intransponível”, afirmou Nascimento aos jovens.

A consequência de o país não renovar as lideranças políticas mostra, segundo o palestrante, que cada vez mais o país “está caminhando para decadência social e econômica”. “Somos um país cada vez mais atrasado. Que mata mulheres todos os dias. Tem uma escola que é um lixo, assim como Congresso e Judiciário com mordomias vergonhosas. Temos instituições que interessam as corporações, e não à nação.”

 

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‘Bolsonaro está longe da questão democrática’, diz Hamilton Garcia no 3º Encontro de Jovens Lideranças

Professor universitário e membro do conselho curador da FAP avalia que presidente “é uma aposta tecnocrática”

Cleomar Almeida
Enviado especial a Padre Bernardo (GO)

“É preciso que haja democracia responsável, que leve em conta os problemas reais, e não a demagogia”. A afirmação é do professor universitário e membro do conselho curador da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) Hamilton Garcia. Em palestra ministrada, nesta quarta-feira (27), aos participantes do 3º Encontro de Jovens Lideranças, em Padre Bernardo (GO), ele disse ser otimista em relação ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), apesar de considerá-lo “longe da questão democrática”.

Realizado pela FAP com apoio do PPS (Partido Popular Socialista), o encontro começou no domingo (24) e segue até esta quinta-feira (28), no Hotel Fazenda Mestre D' Armas, no município de Padre Bernardo, no Leste de Goiás e a 115 quilômetros de Brasília. A cobertura jornalística do evento também é realizada pelas redes sociais da fundação. Nos três primeiros dias do evento, os participantes debateram temas como democracia, votos facultativo e obrigatório, sistemas políticos, tecnologia, sustentabilidade, educação, economia e desenvolvimento humano.

» Acesse aqui a programação completa do evento

De acordo com Garcia, Bolsonaro é “uma promessa tecnocrática”. “Ele vai colocar ordem no galinheiro que estava desorganizado”, ironizou o professor. “Galinheiro diz respeito ao sucateamento dos ministérios, como ocorreu nos governos anteriores, e à política de toma lá da cá”, afirmou, acrescentando que a tecnocracia militar, ao menos até agora, ficou “preservada” da corrupção que atingiu parte da sociedade civil. “A tecnocracia civil foi fortemente corrompida”, criticou. “Existe corrupção no Exército? Claro que existe, mas o nível de corrupção faz toda a diferença”, amenizou.

As “rachadinhas” feitas pela família Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e os casos de laranjas do PSL, partido do presidente, “são sinais de que o governo tem elementos patrimonialistas”, na avaliação de Garcia. “Mas eles [do governo Bolsonaro] não vão poder fazer um grande esquema de corrupção como ocorreu no governo do PT”, disse, ressaltando que os aparatos de fiscalização da administração pública estão mais fortalecidos no país.

O presidente Bolsonaro, segundo o professor, terá de fazer reformas estruturais, porque, conforme acrescentou, “o país chegou ao fundo do poço”. “Não há outra opção. Sou a favor da Reforma da Previdência. Para mim, ela vai vir pela lei ou na marra”, destacou o palestrante. Ele disse, ainda, que a transformação política “não depende da direita ou da esquerda”. “Dependente de como os atores compreendem e interpelam o jogo. Compreender é saber diagnosticar e interpelar é mostrar o caminho da porta da saída. Bolsonaro mostrou a necessidade de ordem e progresso, mas não fala da disseminação dela”, assinalou.

Ainda de acordo com Garcia, o presidente não investe em políticas públicas de ascensão da camada da população “de baixo”. “Aposta como decorrência natural, mas não está disposto a promover isso como elemento central de seu governo”, afirmou o professor. Ele acrescentou, ainda, que partido político é fundamental, pois junta conhecimento prático ao teórico. “Mas se estiver lendo a realidade com os óculos da conveniência, não funciona”.

 

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"Sustentabilidade não é sinônimo de meio ambiente", afirma André Lima no 3º Encontro de Jovens Lideranças

Membro fundador da Rede e ex-deputado federal Arnaldo Jordy (PPS) participaram de debate mediado por Bazileu Alves

Cleomar Almeida
Enviado especial a Padre Bernado (GO)

“Sustentabilidade não é sinônimo de meio ambiente. É bem mais que isso”, disse o membro fundador da Rede, André Lima, na noite desta terça-feira (26), durante o 3º Encontro de Jovens Lideranças, realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) com apoio do PPS (Partido Popular Socialista). “É buscar o equilíbrio entre economia e desenvolvimento social e humano com respeito à base natural que dá sustentação a esse mesmo desenvolvimento”, completou ele.

» Acesse aqui a programação completa do evento

O seminário começou no domingo (24) e segue até a próxima quinta-feira (28), no Hotel Fazenda Mestre D' Armas, no município de Padre Bernardo, no Leste de Goiás e a 115 quilômetros de Brasília. Nos dois primeiros dias do evento, os participantes debateram temas como democracia, votos facultativo e obrigatório, sistemas políticos, tecnologia, sustentabilidade, educação, economia e desenvolvimento humano. A cobertura jornalística do evento também é realizada pelas redes sociais da fundação.

Lima, que também é ex-secretário do Meio Ambiente do DF (Distrito Federal), afirmou que “na questão socioambiental, todos somos sócios no que diz respeito aos direitos do meio ambiente”. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”, disse ele, em mesa de discussão dividida com o ex-deputado federal Arnaldo Jordy (PPS) e mediada pelo representante da Rede e vice-presidente do Conselho Curador da FAP, Bazileu Alves Margarido Neto.

Em sua apresentação, o membro fundador da Rede lembrou que a Constituição de 1988 prevê, em seu artigo 225, que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Ministro
Na avaliação de Lima, a atuação do ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro, Ricardo Salles, “está longe de ser sustentável”. O membro fundador da Rede ressaltou, ainda, que a sustentabilidade tem sete dimensões: ambiental, social, econômica, cultural, política, ética e estética. Além disso, acrescentou que o trabalho de ONGs, como o Greenpeace, “é importante, muitas vezes”.

Assim como o membro fundador da Rede, o ex-deputado federal parabenizou a FAP pela realização do 3º Encontro de Jovens Lideranças e disse que o atual modelo de produção e consumo de bens e serviços esgotou-se. “Porque [a sociedade] entendeu que os bens são finitos”, asseverou. Portanto, de acordo com Jordy, “esse modelo precisa ser superado”.

“Estamos vivendo esse momento de mudança de paradigmas por uma imposição clara do modelo de produção e consumo finito”, pontuou o integrante do PPS, ressaltando a necessidade da conscientização dos jovens e da sociedade em geral a fim de diminuir o desmatamento na Amazônia. “É preciso que haja urgente redução do desmatamento”, afirmou ele.

A forma [de produção e consumo de bens e serviços] admitida até agora não se sustenta mais porque, pela primeira vez, está conseguindo produzir efeitos sistêmicos no planeta que podem colocar em risco a sobrevivência humana e de outras espécies”, avaliou o ex-deputado federal. Ele também citou a importância das bacias hidrográficas e de ações que visem à redução de gases de efeito estufa no mundo.

 

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“Compartilhem conhecimento”, diz Raquel Dias no 3º Encontro de Jovens Lideranças

No terceiro dia do evento, juventude se reuniu em torno de debate sobre educação

Cleomar Almeida
Enviado especial a Padre Bernardo (GO)

“Vocês precisam compartilhar o conhecimento adquirido aqui, porque senão ele se torna só privilégio. Para ser direito, têm que repassar qos outros”, disse nesta terça-feira (26) a gestora pública e integrante da Executiva Nacional do PPS (Partido Popular Socialista), Raquel Dias, aos participantes do 3º Encontro de Jovens Lideranças. O evento, que reúne a juventude de 25 estados e do Distrito Federal, é realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) com apoio da legenda.

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O seminário começou no domingo (24) e segue até a próxima quinta-feira (28), no Hotel Fazenda Mestre D' Armas, no município de Padre Bernardo, no Leste de Goiás e a 115 quilômetros de Brasília. Nos dois primeiros dias do evento, os participantes debateram temas como democracia, votos facultativo e obrigatório, sistemas políticos, tecnologia, sustentabilidade, educação, economia e desenvolvimento humano. Além disso, discutiram gestão pública a partir de exemplos práticos de cidades brasileiras, como é o caso de Vitória (ES), administrada pelo prefeito Luciano Rezende (PPS).

Nesta terça-feira, no terceiro dia do encontro, os jovens abordaram a importância dos investimentos na primeira infância e na educação básica, já que a própria Constituição de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã, estabelece que crianças e adolescentes devem ser prioridade absoluta. Os jovens interagiram, no início da tarde, em grupos de discussão, definindo as principais ideias sobre assuntos discutidos por eles.

Em seguida, a juventude apresentou o resultado do consenso de cada grupo em dinâmica coletiva com a presença de todos os participantes do encontro diante de Raquel e do porta-voz nacional da Rede, Pedro Ivo, que também é especialista socioambiental e membro do FBOMS (Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente). O evento é coordenado pela integrante do conselho curador da FAP Terezinha Lelis.

Eficiência
Na avaliação de Raquel, o sistema público deve ser gerido com eficiência. “Quando há gestão e eficiência, o gasto torna-se investimento”, afirmou. Para ela, é consenso a necessidade de se investir na educação básica, e não somente na educação superior, a qual, conforme ressaltou, também deve ser repensada para seguir não atendendo à manutenção do status quo. “Em cima do investimento feito no ensino superior, qual o retorno da academia para o país? Quantos livros de história a academia reinventou?”, questionou ela, ressaltando a necessidade de a educação ter como resultado a mudança de comportamento social.

“Bem educado é o cidadão que sabe seus direitos e deveres e sabe suas ancestralidades”, destacou, para acrescentar: “Resultado educacional é mudança de comportamento social, e não ficar apenas tirando número em provas e exames. É necessário também ter um olhar muito especial em cima da formação dos professores. Se as leis que tratam da diversidade na educação não forem pauta pedagógica efetiva nessa formação, a gente nunca vai ter um professor preparado.”

De acordo com Raquel, há resistência do sistema de educação hegemônico em entender os cidadãos como multiétnicos. “Estamos tentando vencer o status quo”, asseverou ela. A gestora pública lembrou, ainda, que, desde 2003, está prevista em lei a educação para relações étnico-raciais. A norma legal foi a primeira assinada, na época, pelo então ministro Cristovam Buarque e sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Mas ainda engatinhamos na estrutura das escolas, ainda não conseguimos fazer professores negros perceberem que podem fazer muito mais do que a educação eurocêntrica que está no currículo escolar entregue a eles”, acentuou Raquel, lembrando que a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) dispõe a educação como responsabilidade da sociedade, da escola e dos pais. “Conversem com seus filhos, com sua família, com seus sobrinhos. A participação da sociedade na educação se dá dentro de casa.

De acordo com o porta-voz nacional da Rede, Pedro Ivo, a educação deve ser para a sustentabilidade, o que, conforme disse, “norteia um novo modelo de sociedade”. “A educação tem que pensar na sustentabilidade. Hoje temos um problema: como somos globalizados, não há civilização que vá substituir a nossa. É dentro da nossa civilização, hoje em crise, que devemos pensar em novos parâmetros civilizatórios”, sugeriu ele.

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Juventude é estimulada à nova forma de fazer política no 3º Encontro de Jovens Lideranças

No segundo dia do 3º Encontro de Jovens Lideranças, realizado pela FAP, prefeito de Vitória e um dos fundadores da Rede realizaram debates à tarde

Cleomar Almeida
Enviado especial a Padre Bernardo (GO)

A Coordenação Nacional da Juventude Popular Socialista (JPS) encerrou, na noite desta segunda-feira (25), as atividades do segundo dia do 3º Encontro de Jovens Lideranças, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP). Sentados à mesa de trabalho, eles estimularam os jovens a se mobilizarem ainda mais pela troca de experiências e construção de um nova forma de fazer política em todo o país.

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O encontro, realizado com apoio do Partido Popular Socialista (PPS), começou no domingo (24) e segue até a próxima quinta-feira (28). Com cobertura jornalística completa também pelas redes sociais da FAP, o evento ocorre no Hotel Fazenda Mestre D' Armas, no município de Padre Bernardo, no Leste de Goiás e a 115 quilômetros de Brasília.

“Ser jovem é correr atrás dos seus objetivos”, afirmou o coordenador nacional da JPS, Samuel da Silva Pinto, convocando a juventude a participar da vida política. Ele também cumprimentou os filiados à Rede, que, conforme ressaltou, está em processo de fusão partidária junto ao PPS.

“Jovem é política. Jovens devem estar fortes”, ressaltou o coordenador de eventos da JPS, Matheus Henrique de Jesus Gomes. Também estiveram presentes no evento o coordenador de Comunicação Nacional da JPS, Clóvis Silveira Neto; a coordenadora de Organização Nacional da JPS, Giselle Cristina Estrela Cordeiro; e a coordenadora de Mulheres da Nacional da JPS, Indaía Pacheco.

No período da tarde, o doutor em sociologia e diretor executivo da FAP, Caetano Araújo, mediou a mesa de debates sobre “A Juventude e as Cidades Inteligentes: a tecnologia a favor do humano”. O assunto foi explorado pelo prefeito do município de Vitória (ES), Luciano Rezende, do PPS, pelo mentoring e coach de agentes públicos, políticos e organizações, Ricardo Young, que também é um dos fundadores da Rede.

Rezende ressaltou a experiência da cidade que administra, ressaltando as características de governo rápido, eficiente, transparente e online. “Cidade inteligente faz mais com menos, ajuda quem mais precisa, é justa e, por isso, mais feliz”, afirmou o prefeito. Ao final da palestra, ele gravou um vídeo, publicado nas redes sociais da FAP, em que parabenizou a Fundação pela iniciativa de reunir jovens de todo o país.

De acordo com Young, se usada com inteligência, a tecnologia aumenta o grau de confiança da sociedade nos agentes públicos. “A informação que temos hoje por meio da tecnologia melhora muito a capacidade de governar. Claro que existem fake news, mas é para a nova era na gestão de informações que devemos estar preparados”

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Sistemas políticos e democracia são debatidos no 3º Encontro de Jovens Lideranças

Realizado pela FAP, evento contou, na abertura do segundo dia, com participação do historiador Marcus Vinícius Oliveira e do professor universitário José Antonio Segatto; acompanhe a cobertura do encontro também pelas redes sociais da fundação

Cleomar Almeida
Enviado especial a Padre Bernardo (GO)

O segundo dia do 3º Encontro de Jovens Lideranças começou com a interação dos participantes em palestras sobre sistemas políticos e democracia brasileira, principalmente por meio de análises e críticas sobre o atual cenário político nacional e do mundo. Realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), com apoio do Partido Popular Socialista (PPS), o evento começou no domingo (24) e segue até a próxima quinta-feira (28), no Hotel Fazenda Mestre D' Armas, no município de Padre Bernardo, no Leste de Goiás e a 115 quilômetros de Brasília.

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Doutor em História e membro do conselho curador da FAP, Marcus Vinícius Oliveira coordenou a discussão com o tema “Sistemas Políticos: a história e as mudanças diante da revolução tecnológica”. Nela, o professor propôs a reflexão sobre a crise da democracia e as relações da tecnologia com a crise do regime. “O objetivo foi tentar pensar sobre como podemos usar a tecnologia a favor da política e da democracia, e não contra elas. Às vezes, dependendo da forma como a usamos, perdemos a capacidade de decidir politicamente de modo autônomo. Isso pode ser um prejuízo para a democracia.”

O professor universitário e membro do conselho curador da FAP, José Antonio Segatto, coordenou a conversa sobre “A democracia brasileira: sua história e seu futuro”, em que os jovens discutiram os direitos de cidadania e a características do regime. Os conceitos foram analisados a partir de uma perspectiva histórica e com determinados elementos da cultura e da prática política que, segundo o palestrante, limitam o exercício dos direitos e do próprio regime de governo, como o patrimonialismo, o clientelismo, o fisiologismo e o corporativismo.

Oliveira também ponderou que a “democracia é a disputa pelo consenso”. “A gente pensa a democracia como conflito e consenso porque parte do pressuposto que tem diversas forças em atuação”, afirma, para acrescentar: “É a expressão das mais variadas ideias, o conflito, mas dentro de determinada norma e limite democráticos, o consenso, para que a nossa discordância nunca chegue a romper o sistema”.

A Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, garantiu a ampliação de muitos direitos, incluindo os do meio ambiente, do idoso e do consumidor. “Nos direitos e garantias individuais, a Constituição é uma das mais avançadas do mundo”, analisa Segatto, ressaltando a importância do encontro para a formação de jovens lideranças do país. “Acho muito importante discutir com os jovens, que são os novos atores sociais”.

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FAP reúne diversidade brasileira no 3º Encontro de Jovens Lideranças, em Padre Bernardo (GO)

Evento conta com participação da juventude brasileira de todo o país e tem como proposta a formação política e cidadã

Cleomar Almeida
Enviado Especial a Padre Bernardo (GO)

O 3º Encontro de Jovens Lideranças, que começa neste domingo (24) e segue até a próxima quinta-feira (28), tem se consolidado como ambiente de formação política, cultural e cidadã para o protagonismo da juventude no Brasil. Com 70 participantes representando as diversidades regionais e de ideias do país, o evento é realizado no Hotel Fazenda Mestre D' Armas, no município de Padre Bernardo, no Leste de Goiás e a 115 quilômetros de Brasília, pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), com apoio do Partido Popular Socialista (PPS).

A coordenadora do evento e integrante do conselho curador da FAP, Terezinha Lelis, destaca que este ano é realizada a terceira edição do encontro, cujos temas das palestras englobam os principais pontos da história e do atual cenário da política brasileira, assim como “a profunda renovação tecnológica que interfere na vida e no trabalho das pessoas”. “A expectativa é de que a juventude possa olhar e perceber que existe futuro”, afirma ela. “A gente acredita que aqui seja um momento de aprofundamento da compreensão de como cada um pensa, respeitando as diferenças. Essa é a riqueza do diálogo que podemos estabelecer”, completa Terezinha Lelis.

Terezinha observa que as dificuldades do cenário político nacional e mundial são de “ordem bastante grande.” “Temos de municiar a juventude de bastante compreensão política, econômica e social e sobre as relações de poder”, diz a coordenadora do evento. “A gente acredita que esse movimento que a FAP vem construindo há alguns anos está mais amadurecido, trazendo professores altamente gabaritados”, frisa ela, acrescentando a importância também de o PPS e a Rede estarem se integrando no mesmo espaço partidário.

 

 

Filiado ao PPS, o jovem maranhense Colemar Rodrigues, de 21 anos, disse que esta é a primeira vez que participa do encontro e acredita ser muito importante a participação da juventude nos espaços de poder e de decisão no país. “Esse encontro vem fortalecer isso”, acentua. “A juventude está se impondo justamente por não ter o seu espaço devido. A velha política, dominante, quer atender apenas aos interesses dela, e não ir atrás dos jovens para participar”, assevera ele. “Vamos sair daqui com outra visão de se fazer política”.

Para o jovem pernambucano Michael Bezerra, de 23 anos, o encontro é muito relevante porque reúne as diversidades regionais e culturais do país. “É muito importante conhecer outros jovens que gostam de política e as experiências das pessoas que vão participar [do evento]”. Ele diz que pretende repercutir, em sua comunidade e no seu estado, os aprendizados que obtiver no encontro.

O jovem Miguel Fernando de Mattos Medina Júnior, de 23 anos, natural do Rio Grande do Sul, afirma que também pretende aproveitar o encontro para conhecer mais a história e os líderes do PPS, assim como para ampliar a sua rede de contatos com a juventude do partido. Segundo ele, o evento é fundamental para cidadania, já que discute assuntos importantes e atuais da sociedade. “Venho por um dever político de pulverização de ideias para formular e conseguir me capacitar melhor paras as discussões na sociedade”, pontua ele.

Conhecimento compartilhado
A jovem roraimense Fabiana Peixoto e Peixoto, de 21 anos, ressalta que o encontro serve, sobretudo, para compartilhar conhecimento com jovens de outras regiões do país. “Quero conhecer culturas, pessoas e ter bastante conhecimento”, pondera. “As mulheres precisam ser mais bem representadas hoje, para ter mais visibilidade e mais políticas públicas voltadas para nós”, enfatiza ela, acrescentando que a representatividade e participação femininas na política brasileira são muito pequenas.

Outra participante do encontro que também faz a defesa por mais participação da mulher na política é Ysllena oliveira, de 21 anos. Ela, que também é de Roraima, observa que a mulher tem muitas habilidades para desempenhar diversas tarefas ao mesmo tempo e ser mais sensível para atender às diversas pautas da sociedade. “A mulher é multifuncional, tem habilidade para isso. A mulher tem um olhar mais sensível e isso é muito bom”, afirma ela, ressaltando a necessidade de as pessoas praticarem, cada vez mais, o sentimento de empatia.

Integrante do movimento de mulheres do PPS no Maranhão, Lenira Sousa Araújo, de 27 anos, destaca que a “juventude não pode se conformar com as leis e os métodos de se fazer política que já existem”. De acordo com ela, as mulheres precisam avançar para ocupar mais cadeiras na Câmara e no Senado Federal, principalmente as jovens. “A gente vê muito mais engajamento em movimentos sociais, mas creio que os movimentos sociais estimulam o pensamento, que gera a iniciativa para cada um de nós mover os amigos, o bairro, as cidades, os estados e o país”, emendou ela.

Integrante da Direção Municipal e Regional do PPS no Rio de Janeiro, Paulo Meireles avalia como muito importante o trabalho da FAP para reunir jovens líderes de todo o país. “Estamos fortalecendo o nosso futuro. Não só do partido, mas de toda a sociedade. São jovens que vêm de todos os cantos do Brasil e participam de um processo de trabalho político e educativo, elaborado coletivamente por eles próprios. É um curso de liderança e o objetivo é fortalecê-los para uma atuação coletiva nos estados”.

Um dos palestrantes do encontro, o professor de História e integrante do conselho curador da FAP, Marcus Vinícius Furtado da Silva Oliveira, observa que o país e o mundo passam por uma crise política sem precedentes. “É preciso pensar essa crise e refletir buscando respostas para tudo. A participação da juventude é fundamental porque é ela que vai dar respostas ao mundo nas próximas décadas”, disse ele. “A gente precisa pensar em renovação de ideias e práticas diante de um mundo que está mudando rapidamente e as novas tecnologias, que alteram nossa relação com o mundo. Talvez as velhas ideias não expliquem mais o mundo em que a gente está vivendo.”

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FAP e PPS realizam 3º Encontro de Jovens Lideranças em fevereiro

Programação do evento inclui imersão em atividades e palestras para treinar a juventude a ocupar e exercer posições de destaque na sociedade

Cleomar Almeida

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e o Partido Popular Socialista (PPS), ao qual é vinculada, realizam o 3º Encontro de Jovens Lideranças, a partir deste domingo (24) até o proximo dia 28 de fevereiro, no Hotel Fazenda Mestre D’Armas, no município de Padre Bernardo, no Leste de Goiás e a 115 quilômetros de Brasília. O evento se propõe a reunir jovens líderes de todo o país para exercerem papéis de destaque na sociedade e dominarem discussões de temas relevantes, como política, economia, meio ambiente, direitos humanos, tecnologia e globalização, a partir de uma abordagem da esquerda democrática.

Diretor da FAP, o sociólogo Caetano Araújo diz que o encontro visa à formação política para jovens. “O partido e a fundação estão reunindo lideranças da juventude de todos os estados brasileiros, confinando e debatendo política nacional e internacional sob uma visão de uma esquerda democrática”, explica. Segundo ele, o momento pelo qual passa o país torna o evento ainda mais necessário e relevante. “Uma direita extremada conseguiu vitória eleitoral surfando em uma onda de várias crises – política, econômica e ética – acumuladas no Brasil”, assevera.

O presidente nacional da Juventude Popular Socialista (JPS) e vereador de Guarapuava (PR) pelo PPS, Samuel da Silva, o Samuca, afirma ser muito importante a presença dos jovens no encontro. “Não é sempre que terão oportunidade única, como essa, de aprenderem a ser líder, a terem liderança na faculdade, no bairro, na sociedade”, acentua, para continuar: “Precisamos formar cidadãos líderes. O país está à procura de novos líderes para fazer diferença na sociedade. A FAP enxerga a visão de formar líderes, de investir na juventude, que não é o futuro, é o agora, é o hoje. A juventude precisa sair do papel de coadjuvante para ser protagonista”, destaca.

Professor associado de Ciência Política da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Hamilton Garcia compareceu às três edições do encontro e ressalta que o evento é uma oportunidade de os jovens se aprofundarem em temas e experiências que não são conhecidos de forma aprofundada por eles. “Esses encontros são uma escola de participação e formação política. Com isso, o PPS e a Fundação exercem o papel social que deve servir de estímulo para que os outros partidos também o façam”, pontua. “Os jovens poderão conhecer especialistas em varias áreas que são mobilizados para o evento e terão a oportunidade de se aprofundarem em temas que são tratados, muitas vezes, apenas de forma superficial”.

Integrante da executiva nacional do PPS, Raquel Dias afirma que conhecimento é essencial para a formação de um cidadão pleno. “Jovens devem receber informações de qualidade, ajudando na construção do senso crítico e visões dos participantes desse tipo de atividade. A FAP costuma demonstrar preocupação com a qualidade dos conteúdos e metodologias usadas na ação, o que proporciona o despertar desses líderes para várias temáticas e formas de atuação”, diz. “Espero que os dirigentes estaduais e municipais pensem em estratégias semelhantes de formação política, que possamos ter aliados para formações presenciais com desenvolvimento de conteúdos de ensino a distância”, sugere.

Caetano Araújo ressalta que, entre os temas de grande relevância para a FAP, o PPS e todo campo de uma esquerda democrática, progressista e antenada com a atual conjuntura mundial, estão o processo de globalização e a integração econômica, política e social na nova ordem mundial, contra a qual alguns setores de esquerda e de direita se posicionam. “A esquerda tem que ser favorável a uma integração que se atente para regulação do fluxo de pessoas, meio ambiente e proteção de direitos humanos no campo mundial”, exemplifica, para emendar: “São questões prementes que só vão ter solução dentro de um escopo de uma nova ordem mundial”.

Todas essas questões importantes para a sociedade precisam ser despertadas e debatidas na adolescência e a juventude, que, de acordo com o líder da juventude do PPS, são fases de descobertas, dúvidas e decisões. “Nesta época, é preciso despertar no público jovem a reflexão sobre questões importantes, tanto no universo particular quanto no coletivo. Mesmo ainda com pouca experiência, o jovem precisa se tornar o autor da sua própria história, um cidadão ativo em busca de soluções para si mesmo e para a comunidade. Esse é o empoderamento jovem.”, diz Samuel da Silva.

Na avaliação de Raquel Dias, é importante a inclusão do encontro no calendário oficial de atividades da FAP e do PPS. “É fundamental que mais atividades como esta estejam ganhando força e ocorram cada vez mais no calendário anual. São momentos de conexão com a sociedade e suas temáticas”, pondera.