Internautas poderão participar de encontro online do Clube de Leitura para discutir obra As intermitências da morte
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Análises sobre o livro As intermitências da morte (Companhia das Letras), de José Saramago, publicado em 2005, serão discutidas, no dia 5 de outubro, em encontro virtual do Clube de Leitura Eneida de Moraes, da Biblioteca Salomão Malina, mantida pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília. Internautas poderão assistir à transmissão ao vivo pelo Facebook da biblioteca ou participar diretamente da sala virtual.
Interessados em participar da sala virtual deverão solicitar link do zoom por meio do whatsapp oficial da biblioteca (61 984015561). A retransmissão será realizada pelo site e pela página da FAP no Facebook, com a possibilidade de o público participar também na parte de comentários. As sessões do clube de leitura são realizadas, normalmente, na primeira segunda-feira do mês.
Assista ao vídeo!
Na apresentação do livro, de 208 páginas, Saramago, com bom humor e amargura, registra que “não há nada no mundo mais nu que um esqueleto”, referindo-se à representação tradicional da morte. É por isso que, de acordo com a editora, só um grande romancista conseguiria desnudar ainda mais a terrível figura.
Apesar da fatalidade, de acordo com a apresentação, a morte também tem seus caprichos. “Cansada de ser detestada pela humanidade, a ossuda resolve suspender suas atividades. De repente, num certo país fabuloso, as pessoas simplesmente param de morrer. E o que no início provoca um verdadeiro clamor patriótico logo se revela um grave problema”, diz um trecho.
Idosos e doentes, de acordo com o livro, agonizam em seus leitos sem poder “passar desta para melhor”. “Os empresários do serviço funerário se veem ‘brutalmente desprovidos da sua matéria-prima’. Hospitais e asilos geriátricos enfrentam uma superlotação crônica, que não para de aumentar. O negócio das companhias de seguros entra em crise. O primeiro-ministro não sabe o que fazer, enquanto o cardeal se desconsola, porque “sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja”, afirma.
O texto também diz que ficam expostos os vínculos que ligam o Estado, as religiões e o cotidiano à mortalidade comum de todos os cidadãos. “Mas, na sua intermitência, a morte pode a qualquer momento retomar os afazeres de sempre. Então, o que vai ser da nação já habituada ao caos da vida eterna?”, questiona
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