Pandemia deixa mais dramática imensa desigualdade no Brasil, diz Adriana Novaes

Em artigo na revista Política Democrática Online, pesquisadora diz que novos contextos emergenciais são os que mais exigem de vida espiritual.
Foto: Jader Paes/Ag.Pará
Foto: Jader Paes/Ag.Pará

Em artigo na revista Política Democrática Online, pesquisadora diz que novos contextos emergenciais são os que mais exigem de vida espiritual

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Em tempos em que o novo coronavírus torna pior o que era ruim e faz com que os problemas fiquem ainda mais dramáticos, a filosofia atenua a aflição e pode socorrer a população. A avaliação é da pós-doutoranda em filosofia pela USP (Universidade de São Paulo) Adriana Novaes, em artigo que publicou na 19ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília.

Acesse aqui a 19ª edição da revista Política Democrática Online!

Todos os conteúdos da revista podem ser acessados, gratuitamente, no site da FAP. “A Covid-19, o Sars-Covid-2, o novo coronavírus, veio para tornar o que era ruim ainda mais exposto, fazer os problemas ficarem ainda mais dramáticos, como a imensa desigualdade de nosso país”, observa.

De acordo com a autora do artigo publicado na Política Democrática Online, é nesses momentos de incerteza que a filosofia pode ser um socorro. “Não porque ela dê respostas definitivas, nem mesmo porque atenue a aflição. De modo algum. Ela é o despertar e a investigação acerca do que tem significado, a paralisação do espanto e a exigência da busca por possibilidades novas”, explica.

A vida do espírito foi examinada pela filósofa Hannah Arendt no final de sua vida, a última etapa de uma trajetória intelectual marcada pelo esforço de compreensão do fenômeno mais importante e traumático do século 20, o totalitarismo, e o novo tipo de mal que surgiu nele, a banalidade do mal. “Arendt se viu desafiada a examinar as atividades do espírito, suas concepções ao longo da história da filosofia, e resgatar seus significados. São os novos contextos emergenciais os que mais exigem de nossa vida espiritual”, conta Adriana.

Segundo a pesquisadora, essas atividades são espirituais porque não correspondem apenas a estruturas de nossa mente, mas são capacidades em interrelação dinâmica, habilidades que nos dão perspectivas de viver e dotar de sentido, criar e escolher, aquilo que há de mais complexo e extraordinário em nossa condição humana. “Essas atividades – o pensar, o querer e o julgar – são faculdades que precisamos exercitar para agirmos de acordo com a potência de nossa humanidade”, escreve ela.

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