Governo desmantelado de Bolsonaro é ‘pedra no caminho do Brasil’

Em artigo para a revista Política Democrática online, Sérgio C. Buarque faz avaliação da economia brasileira
Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

João Vitor*, da equipe da FAP

Professor da Universidade de Pernambuco (UPE), o economista Sérgio Cavalcanti Buarque lamenta a falta de perspectiva de melhoria na economia do Brasil em 2022 por causa “do governo desmantelado, incompetente e demolidor de Jair Bolsonaro (PL)”, que, segundo ele, é “uma enorme e perigosa pedra no caminho”. A avaliação dele foi publicada em artigo na revista Política Democrática online de dezembro (38ª edição).

A revista é produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e que disponibiliza todo o conteúdo para o público, por meio da versão flip, gratuitamente. No artigo, o professor destaca que o ano de 2021 terminará com recessão técnica e aceleração da inflação.

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O fator Bolsonaro, de acordo com Buarque, cria um clima de incerteza e desconfiança dos agentes econômicos e dos investidores externos, que se reflete na desvalorização cambial e na contenção dos investimentos indispensáveis para a dinamização da economia. “Será muito difícil recuperar a confiança dos agentes econômicos”, ressalta.

Ele diz que a incerteza e a instabilidade política tendem a se ampliar porque “a pedra no caminho” vai estar em plena campanha eleitoral, ameaçada por baixa aprovação do eleitorado e agarrada ao Centrão, ávida pelo aumento dos gastos públicos para conquistar o eleitorado.

O economista afirma que o medidor de dívidas Risco Brasil aumentou em 33%. “Mesmo com alguns sinais positivos na economia, o Risco Brasil – que mede a percepção dos investidores em relação ao desempenho saltou de 150 para 200 pontos – aumentou em 33%”, observa.

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Na avaliação de Buarque, a principal aposta de Bolsonaro para 2022 será o programa social Auxílio Brasil. “Bolsonaro pretende disputar com Lula a paternidade do Bolsa Família, como alardeava o ex-presidente e propagandeou o Partido Liberal no ato de filiação do presidente”, diz.

“O Auxílio Brasil quase dobra o valor do Bolsa Família, em termos nominais, injeta de mais de 50 bilhões de reais em transferência de renda”, compara, para acrescentar: “O Brasil precisa mesmo é de uma política econômica que impulsione a recuperação da economia, gerando emprego e renda, todo o contrário do imediatismo da campanha eleitoral e da mediocridade política do presidente da República e de grande parte do Congresso Nacional.”

Buarque analisa que, se tudo der certo, em 2022, a economia brasileira poderá crescer em torno de 1%. No entanto, ele lembra, também, que o PIB encolheu 4,1% em 2021. “O Brasil vai iniciar ano que vem com a cara amarga de estagflação, o pior dos mundos para os brasileiros e um grande dilema para os formuladores de política econômica”, afirma.

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 O autor do artigo, publicado na revista da FAP, vê três fatores que sinalizam para a melhoria da economia brasileira em 2022. Um deles é a recuperação da produção de petróleo. O outro são chuvas abundantes no sul e sudeste que aumentam os níveis dos reservatórios. O terceiro fator positivo, na percepção do economista, é que o Brasil vai virar o ano com quase 70% da população totalmente vacinada, o que permitirá o funcionamento normal da economia.

A íntegra do artigo de Sérgio C. Buarque pode ser conferida na versão flip da revista, disponível no portal da FAP, gratuitamente.

A nova edição da revista da FAP também tem reportagem especial sobre a variante Ômicron da covid-19entrevista especial com Hussein Kalout, além de artigos sobre política, economia e cultura.

Compõem o conselho editorial da revista o diretor-geral da FAP, sociólogo e consultor do Senado, Caetano Araújo, o jornalista e escritor Francisco Almeida e o tradutor e ensaísta Luiz Sérgio Henriques. A Política Democrática online é dirigida pelo embaixador aposentado André Amado.

*Integrante do programa de estágios da FAP, sob supervisão do jornalista e editor de conteúdo Cleomar Almeida

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