Futuro vai esclarecer ‘casamento’ de Regina com Bolsonaro, diz Martin Cezar Feijó

Doutor em Comunicação mostra histórico da atriz e desafios à frente da Secretaria Nacional de Cultura.
Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

Doutor em Comunicação mostra histórico da atriz e desafios à frente da Secretaria Nacional de Cultura

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

“Era uma vez no Planalto. A namoradinha do Brasil resolveu se casar. Pensava ser a Bela que transformaria a Fera através do Amor e da Pacificação, mas descobriu, logo depois do casamento, que havia se casado com Gastón, o bonitão que se transforma em um implacável vilão; o que havia prometido ‘carta branca’, mas que preferia mesmo eram ‘porteiras fechadas’. O Mito mostrava a face bruta da realidade, e o afeto parecia se encerrar, deixando a então princesa deprimida.”

O trecho é o início da análise do doutor em comunicação pela ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP (Universidade de São Paulo) Martin Cezar Feijo, que ele produziu para a 17ª edição da revista Política Democrática Online. A publicação editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), que disponibiliza todos os conteúdos em seu dia, gratuitamente.

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A atriz Regina Duarte é conhecida como a “namoradinha do Brasil” desde o ano de 1971, quando interpretou na rede Globo de Televisão Minha Doce Namorada, com pouco mais de 20 anos. Mas, conforme lembra Feijó, a carreira da atriz começou bem antes, aos 18 anos, na TV Excelsior, em 1965, na trama escrita por Ivani Ribeiro A Deusa Vencida, como demonstra Patrícia Kogut em seu livro 101 atrações que sintonizaram o Brasil (Rio de Janeiro, Estação Brasil, 2017).

A partir daí, uma carreira de sucessos, em várias telenovelas, não só no Brasil, mas no mundo, na América Latina, sendo admirada até em Cuba, onde foi recebida com honras por Fidel Castro. “Uma carreira artística de sucessos, da televisão ao teatro. E admiração do público. Teve participações políticas decisivas, e corajosas, na campanha pelas Diretas-Já”, lembra o autor do artigo publicado na revista Política Democrática Online.

Em seu discurso de posse, no dia 4 de março de 2020, Regina Duarte exaltou a cultura diversificada, com exemplos, talvez para agradar o chefe, até pueris em suas metáforas de “puns de palhaços”, mas, de acordo com o autor do artigo, com uma clara demonstração que defende uma cultura plural e livre. “Até relativista, do ponto de vista antropológico”, assevera ele. Por isso, vem sofrendo ataques do que chamou de “facção de terrorismo digital”, associados ao guru Olavo de Carvalho, que mora nos EUA, onde também forma fiéis seguidores, segundo Feijó.

É neste quadro tenebroso, de inseguranças e temores, de promessas de censuras e vetos, que a atriz Regina Duarte, de uma carreira artística plena de sucessos, na televisão e teatro, renovou seu compromisso de uma vida com a arte e a cultura, da qual ninguém pode duvidar. “Apesar das opções ideológicas, que nunca escondeu, resolveu se meter, em uma história de um ‘casamento’, que só o futuro vai esclarecer, não só para si própria, mas também, principalmente, para um público que se mobiliza para ver a mocinha vencer uma realidade bem mais complexa”, afirma o autor no artigo da revista Política Democrática Online.

 

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