‘Brasil vive momento paradigmático’, diz Alberto Aggio à revista Política Democrática

Em artigo, historiador e diretor da FAP afirma que a sociedade se repolariza e falta o mínimo de “orientação à política”.
Foto: Agência Brasil
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O Brasil sempre foi um país cheio de deficiências e incompletude, com a economia decrescendo, a sociedade se repolarizando e sem o mínimo de orientação à política

O Brasil sempre foi um país cheio de deficiências e incompletude, com a economia decrescendo, a sociedade se reportaríamos e sem o mínimo de orientação no plano político. A avaliação é do historiador Alberto Aggio, em artigo publicado na nona edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira)

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“Em momento algum de sua história, sejam quais tenham sido seus protagonistas de proa, sejam quais os intelectuais que se esforçaram para lhe dar um sentido e o povo que se animou em saudá-lo como benfazejo, o país se concretizou como uma experiência integralmente generosa de vida a partir deste Ocidente particularíssimo, visto em alguns momentos como extremo e longíquo”, diz o analista político, que também é professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

De acordo com Aggio, que é diretor da FAP, o país vive hoje mais um momento paradigmático da dificuldade para visualizar o que realmente se passa entre nós. “A economia decresce, a sociedade se repolariza e falta o mínimo de orientação à política”, afirma, para continuar: “Compreender a democracia e sustentá-la tem sido mais difícil do que caminhar de forma esperançosa rumo a ela”.

No Brasil de hoje, conforme escreve o autor do artigo, “tudo parece revirado”. “A operação Lava Jato, importante marco contra a corrupção desenfreada que se alastrou nos anos petistas, acaba de sofrer um contra-ataque”, observa Aggio. Ele lembra que o atual presidente do STF, ministro Dias Toffoli, praticamente suspende os inquéritos que tramitam em todas as instâncias da Justiça que tenham partido de dados detalhados e compartilhados por órgãos de controle, como o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), sem prévia autorização judicial.

A decisão, na opinião de Aggio, beneficia o atual senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro, e paralisa a investigação que está sendo realizada pelo MP do Rio de Janeiro, envolvendo seu então assessor, Fabrício Queiroz. “O Judiciário, sempre tão cioso de sua autonomia, favorece assim diretamente o presidente Bolsonaro por meio de uma decisão que interrompe concretamente uma operação marcada pelo republicanismo a que, a despeito das eventuais críticas a seus procedimentos, a sociedade dava e dá imenso apoio”, afirma.

 

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