Day: maio 27, 2021

Livro destaca heroísmo e bravura de negros no Exército Brasileiro durante Guerra do Paraguai

Cleomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP

O protagonismo e o patriotismo dos negros do Exército Brasileiro na Guerra do Paraguai, o maior conflito armado internacional na América Latina de 1864 a 1870, foram decisivos para a defesa da integridade do território do Brasil. Apesar de pouco lembrada, a presença de afrodescendentes na história militar do país é significativa, marcada por bravura e heroísmo.

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Os relatos estão no novo livro Kamba’Race: Afrodescendências no Exército Brasileiro (156 páginas), do jornalista Sionei Ricardo Leão. Editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), a publicação será lançada em evento virtual da entidade, nesta quinta-feira (27/5), com transmissão neste portal e nas redes sociais, a partir das 20h30.


Confira o vídeo!

https://www.facebook.com/fundacaoastrojildofap/videos/3104680913102392/


20 anos de pesquisa

O livro é resultado de um estudo realizado durante 20 anos, desde 1999, que também apresenta uma relação inédita de poucos generais negros brasileiros. Em 2005, a pesquisa também foi usada na produção de documentário do mesmo nome, que recebeu o Prêmio Palmares de Comunicação, realizado pela Fundação Palmares e Ministério da Cultura.

O nome da pesquisa se refere ao lugar onde a tropa paraguaia assassinou soldados brasileiros com cólera, em uma região de Mato Grosso do Sul. De acordo com o autor, moradores relatam que, na área de uma clareira ouvem os gemidos dos homens que ali foram sacrificados. “Portanto tornou-se comum na região divulgar que aquele lugarejo é mal-assombrado”, escreve o autor.

Kamba, no idioma guarani, significa “negro”; race, “choro”, “lamento”.  “Ainda hoje, você ouve o gemido, o choro, dos negros que morreram. É até uma metáfora sobre a população negra, que continua sofrendo, o grito continua ecoando”, afirma, em entrevista ao portal da FAP. “O livro é um registro de valorização da população negra, que continuam contribuindo para o país e precisam ser reconhecidos por isso”.

1 branco para 45 negros

O livro reforça que o nome dado ao lugar, provavelmente por paraguaios, serve de referência à participação de afrodescendentes brasileiros na guerra. “Existem relatos segundo os quais a proporção nas tropas brasileiras era de um branco para 45 negros. Portanto, sobram evidências sobre essa massiva participação nos corpos de voluntários da pátria do Exército Imperial”, analisa o jornalista, na obra.

As indagações de historiadores abordam a condição desses homens, de acordo com Sionei. Ou seja, a proporção entre negros livres e escravizados entre os que foram lutar naquele conflito. Na avaliação dele, as mortes massivas de negros “explicam a construção do mito de

Professor Doutor do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) e autor do livro A maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai, Francisco Doratioto analisa, no prefácio, que o documentário mostra a reconstituição de episódio do abandono de mais de 100 militares brasileiros, em sua maioria negros, atingidos pelo cólera em 1867.

Eles foram abandonados por não mais poderem ser transportados pela coluna, que se encontrava em difícil situação, quase sem munição e perseguida pelos soldados paraguaios. “Estes executaram os coléricos”, lembra Doratioto.

Na época, de acordo com o professor da UnB, a coluna militar enviada pelo governo imperial para socorrer a província de Mato Grosso, invadida por soldados paraguaios, recuou após invadir o Paraguai, sem ordens superiores, e começou a ser perseguida pelo inimigo.

Segundo Doratioto, o livro Kamba’Race: afrodescendências no Exército Brasileiro é mais abrangente, vai além, e pesquisa a participação dos brasileiros negros no Exército brasileiro.

“Trata-se de uma contribuição à História Militar brasileira quanto ao aspecto da composição étnica da Força Terrestre, no qual desde a Guerra do Paraguai há forte presença de negros e pardos entre soldados, cabos, sargentos e em determinados níveis do oficialato”, ressalta.

Lançamento virtual | livro Kamba’Race: Afrodescendências no Exército Brasileiro
Data: 27/05/2021
Transmissão: a partir das 20h30
Onde: Portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade.
Realização: Fundação Astrojildo Pereira

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Um dos marcos do Cinema Novo, filme Macunaíma se mantém como clássico

Cleomar Almeida, coordenador de publicações da FAP

Baseado em obra do mesmo nome de Mário de Andrade e  um dos marcos do Cinema Novo, o filme Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade, se mantém como um clássico marcado pelo seu múltiplo personagem. O herói sem qualquer caráter, por não ser canônico, está em constante transformação.

Depois de dois anos de escritas, cortes, acréscimos e revisões, em 26 de julho de 1928, nasceu “Macunaíma: o herói sem nenhum caráter”, obra-prima de Mário de Andrade e do Movimento Modernista Brasileiro.


Confira o vídeo!

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Quatro décadas mais tarde, em 3 de novembro de 1969, depois de devidamente analisado e recortado pela censura vigente à época, o longa “Macunaíma” chegou às grandes telas para consagrar seu diretor.

Na quinta-feira, o filme será analisado no segundo evento online do ciclo de debates quinzenais realizados pela Biblioteca Salomão Malina, da FAP, sobre o modernismo no cinema brasileiro. O webinário é parte da pré-celebração ao centenário da Semana da Arte Moderna, realizada em fevereiro de 1922, em São Paulo, e que inaugurou o movimento no Brasil. Abaixo, veja mais detalhes.

No elenco da comédia de 1h43 de duração, estão Dina Sfat, Grande Otelo, Jardel Filho, Joana Fomm, Milton Gonçalves, Paulo José, Rodolfo Arena

Índio nascido preto, sem pai, Macunaíma torna-se branco. Nasce no fundo do mato-virgem, renasce na metrópole. Reúne vários personagens em um só. É uma espécie a ser moldada pelo medo e pelo prazer. Malandro que cai na conversa dos mais espertos. Aquele que mente para sobreviver e tirar vantagem. Egoísta tragado pelo egoísmo dos outros.

No press book de 1969, o diretor afirma que considera o filme um comentário ao livro. As mudanças do longa-metragem são precisas e circunstanciais, oriundas de um homem consciente da história do Brasil e do modernismo.

O cineasta soube trabalhar bem os propósitos do escritor. O objetivo era voltar contra a arte dos salões, representada pelo Parnasianismo, com sua dicção afrancesada, através do uso da linguagem oral e da cultura popular, parodiando os discursos dos oradores.

A iconoclastia ganhou forma no Manifesto Antropofágico. “Joaquim Pedro de Andrade digeriu Mário de Andrade com o estômago de Oswald de Andrade e o olhar aguçado da sua câmera”, como escreveu o editor da revista Em Tese, publicação do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política (PPGSP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)Josnei di Carlo.

No texto Macunaíma é a cara do Brasil – de ontem e de hoje, Carlo avalia que o diretor atualizou Macunaíma à conjuntura política (Ci era guerrilheira) e parodiou a estética julgada ultrapassada da chanchada (o humor burlesco).

Além disso, segundo ele, o cineasta ironizou o kitsch tropicalista (o figurino de Anísio Medeiros) e deu algumas cutiladas na ditadura militar (a canção ufanista em momentos grotescos ou trágicos).

De acordo com o mediador do debate, o cineasta e documentarista brasileiro Vladimir de Carvalho, os debates online em pré-celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna vão se estender ao longo deste ano.

Cada evento vai discutir um filme que será exibido, no próprio dia, a partir das 17 horas, pelo perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e também pelo canal da FAP no Youtube e no @facefap, o perfil da fundação na rede social, para mostrar a influência do pensamento modernista no Brasil e nas artes. O debate, que também será retransmitido pelo portal da FAP, começará duas horas depois do início da exibição (às 19h).

Centenário da Semana de Arte Moderna
2º evento online da série: O modernismo no cinema brasileiro
Dia: 27/5/2021
Transmissão: a partir das 17h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Fundação Astrojildo Pereira

O arquivo do vídeo do evento fica disponível para o público nesses canais, por tempo indeterminado

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‘Polo democrático precisa construir agenda mínima e ter cara’, diz consultor estratégico

Cleomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP

consultor estratégico Orlando Thomé Cordeiro faz um alerta sobre a necessidade de se criar uma alternativa aos nomes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “É imprescindível que o chamado Polo Democrático construa uma agenda mínima, olhando para frente, para o futuro”, afirma, em artigo publicado na revista Política Democrática Online de maio.

O polo democrático deve “deixar claro quais os pontos básicos que uma candidatura desse campo tem a oferecer para a população”, afirma, na publicação, produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania. “Em complemento, há que se produzir a narrativa adequada para que as ideias-força sejam comunicadas de maneira a emocionar, engajar e mobilizar”.

Veja a versão flip da 31ª edição da Política Democrática Online: maio de 2021

Na avaliação do consultor, a agenda e a narrativa mobilizadoras necessitam de um nome que as represente. “Precisa ter cara! Ser percebida pelo eleitorado como competitiva para conseguir chegar ao segundo turno e derrotar qualquer um dos dois atuais favoritos. É uma decisão pra já! Como disse o poeta, não temos tempo a perder”, escreve ele, na revista Política Democrática Online.

“É evidente que Bolsonaro não joga sozinho nesse campo, e a oposição não petista, mesmo não tendo encontrado ainda o melhor caminho para derrotá-lo, tem procurado se mexer. Uma coisa é certa, porém: uma dispersão de candidaturas provocará a repetição do que aconteceu em 2018”, afirma. “É possível evitar isso?”, questiona.

De acordo com Cordeiro, a polarização representada pelas candidaturas de Lula e Bolsonaro só interessa a eles. “Afinal, trata-se de um processo de retroalimentação. Não tem, no entanto, efeito prático algum criticar tal polarização sem apresentar alternativa capaz de atrair aquela parcela do eleitorado que prefere não votar em nenhum dos dois”, assevera.

Confira todos os autores da 31ª edição da revista Política Democrática Online

A íntegra do artigo de Cordeiro está disponível, no portal da FAP, para leitura gratuita na versão flip da revista Política Democrática Online, que também tem artigos sobre política, economia, tecnologia e cultura.

O diretor-geral da FAP, sociólogo Caetano Araújo, o escritor Francisco Almeida e o ensaísta Luiz Sérgio Henriques compõem o conselho editorial da revista. O diretor da publicação é o embaixador aposentado André Amado.

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Cursos a distância crescem no Brasil, apesar de acesso à internet não ser para todos

Cleomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP

Em andamento na plataforma Somos Cidadania (somos23.somoscidadania.org.br), curso Gestão Cidadã, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e parceria com o Cidadania, ao qual é vinculada, é mais um retrato do fortalecimento de formações online no Brasil.

Iniciado no dia 3 de maio deste ano, o curso foi destaque da reportagem especial da revista Política Democrática Online de maio (31ª edição). Oferece aulas telepresenciais para novos líderes, prefeitos, vereadores e demais gestores filiados ao Cidadania, como oportunidade de capacitar os gestores dos municípios brasileiros, principalmente.

Veja a versão flip da 31ª edição da Política Democrática Online: maio de 2021

Mesmo com as dificuldades, as formações online têm avançado no país. Em 10 anos, por exemplo, o número de novos alunos em cursos superiores a distância aumentou 4,7 vezes. Saltou de 330 mil estudantes, em 2009, para mais de 1 milhão e meio, em 2019, o que equivale a um crescimento de 378,9%.

Já o índice de ingressantes em graduações presenciais foi ampliado em escala bem menor: 17,8%. Os dados são do Censo de Educação Superior, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Três em cada quatro brasileiros acessam a rede, o que equivale a 134 milhões de pessoas, de acordo com a mais recente pesquisa TIC Domicílios, baseada em dados oficiais de 2019.

Realizado por meio da plataforma Somos Cidadania, o curso Gestão Cidadã tem o objetivo de elevar o padrão das administrações municipais e conta com um time de professores considerados de alto nível.

Clique aqui e conheça o curso Gestão Cidadã

A fundação, desde que foi criada, em 2000, tem atuação bastante forte na formação política, primeiro com cursos exclusivamente presenciais. Depois, a FAP passou a fortalecer suas atividades no segmento de cursos a distância.

Apenas no ano passado, a fundação realizou dois cursos online de formação política, com entrega de certificados para 606 concluintes, no total. A Jornada da Cidadania formou 391 alunos e a Jornada da Vitória, 215.

Além de incluir as duas jornadas na lista de seus cursos de formação a distância, o mineiro Pedro Auarek agora ocupa seu tempo com dedicação ao Gestão Cidadã. “Fiz mais de 20 cursos online, a maioria deles no período da pandemia”, comemora.

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A íntegra do artigo da reportagem está disponível, no portal da FAP, para leitura gratuita na versão flip da revista Política Democrática Online, que também tem artigos sobre política, economia, tecnologia e cultura.

O diretor-geral da FAP, sociólogo Caetano Araújo, o escritor Francisco Almeida e o ensaísta Luiz Sérgio Henriques compõem o conselho editorial da revista. O diretor da publicação é o embaixador aposentado André Amado.

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