Day: abril 16, 2020

Prime thriftconsignment merchants in Atlanta

This essay that you are able to download below is intended to be an instance of the notions within this post. British Article Author consistently has the option to take your aspect and supply specialist assistance. They purchase composition on line aid. Probably the most important thing to actually maintain at heart in writing essay assessments is you have a small time period and room to get upon the information you've got in addition to your capacity to put it to use.Read more


Bruno Boghossian: Osmar Terra também errou previsão sobre gripe suína em 2009

Dentro do Planalto, ministro demissionário submete presidente a uma humilhação pública

Nos salões de mármore do Planalto, a algumas dezenas de passos do gabinete presidencial e com transmissão ao vivo pela TV oficial do governo, Luiz Henrique Mandetta submeteu Jair Bolsonaro a uma humilhação pública. Até o último minuto, o ministro demissionário decidiu pintar o chefe como inimigo do esforço de combate ao coronavírus.

Naquela que pode ter sido sua última entrevista no cargo, Mandetta reconheceu haver “um descompasso” entre sua equipe e o presidente.

Mediu o peso da palavra, mas deixou claro o contraste. “Nossa bússola é a ciência”, disse, mostrando o que espera do outro lado: “Ou você se baseia na ciência, ou fica no ‘eu acho’”.

O ministro ironizou os planos de substituir medidas de distanciamento por um isolamento vertical (“não sei de onde vêm essas angulações”), negou recomendação ao uso indiscriminado de cloroquina e criticou veladamente os palpiteiros que cercam o governo.

“Não somos astrólogos, não fazemos previsões. Pegamos as informações”, declarou.

A missão de Mandetta foi expor os riscos do comportamento do presidente. “Baseado em ciência, tenho esse caminho pra oferecer”, resumiu.

Bolsonaro quer trocá-lo por alguém alinhado a suas convicções —ou seja, um subordinado que não denuncie sua tentativa maluca de minimizar o perigo do vírus. O chefe precisará arcar com os custos dessa decisão.
****
Quando o Rio Grande do Sul registrou a primeira morte por gripe suína, em 2009, o secretário de Saúde gaúcho disse que ninguém deveria se preocupar.

“O risco é inferior ao da gripe comum”, contemporizou, em entrevista ao jornal Zero Hora. “O fato de ter morrido uma pessoa no estado é uma circunstância lotérica.”

Ele desdenhou da pandemia e errou feio. Naquele ano, o país teve 2.060 mortes provocadas pelo H1N1. Só 142 entraram na conta de outras variações de influenza.

O secretário era o doutor Osmar Gasparini Terra –oráculo de Bolsonaro em seu trabalho de sabotagem ao próprio país.


Eliane Cantanhêde: Troca de Mandetta é questão de tempo. Ou de nome

Mandetta sabe que o presidente busca um substituto para ele e Bolsonaro sabe que Mandetta e sua equipe estão com um pé fora

Ao dizer na estreia do Estadão Live Talks, na quarta-feira, 14, que o ministro Luiz Henrique Mandetta “fez uma falta, merecia cartão”, quando cobrou uma “fala única” do governo sobre isolamento social, o vice-presidente Hamilton Mourão não estava manifestando uma posição apenas pessoal, mas dos generais, como ele, que têm gabinete no Palácio do Planalto e compõem hoje o núcleo de bom senso do governo. (Quem diria?, a turma da guerra virou a turma do deixa-disso.)

Depois de defender Mandetta e convencer o presidente Jair Bolsonaro a moderar o tom, esse núcleo não gostou – como disse Mourão com todas as letras – de o ministro manter as provocações contra o chefe nos balanços diários da pandemia e, sobretudo, na entrevista à Globo no domingo, quando admitiu que os brasileiros ficam confusos porque o presidente fala uma coisa e o ministro, outra.

Além de reproduzir a posição comum dos generais, Mourão, de certa forma, também abriu caminho para Bolsonaro demitir o ministro e essa discussão esquentou ontem, quando vários nomes já pululavam na mídia e redes sociais para a Saúde e a pergunta não era mais se Mandetta seria substituído, mas quando e por quem. Um paulista, possivelmente.

Assim, o espanto foi geral quando Mandetta surgiu no fim da tarde para a entrevista diária com os fiéis escudeiros João Gabbardo e Wanderson de Oliveira, demissionário. É, no entanto, só questão de tempo. Mandetta sabe que o presidente busca um substituto para ele e Bolsonaro sabe que Mandetta e sua equipe estão com um pé fora. O coronavírus deve estar morrendo de rir.


William Waack: O vírus vai decidir

Ninguém lidera em qualquer direção no principal cisma da política

O grande racha no governo e fora dele ocorre entre os que acreditam que a crise do coronavírus já está passando e os que acreditam que mal está começando. Não é simplesmente uma questão de opinião de quem confia possuir os melhores dados ou a melhor avaliação de riscos.

O conflito entre as duas linhas é de ampla natureza política e já tem severas implicações no relacionamento entre entes da Federação (presidente versus governadores, por exemplo), no sistema de governo (Executivo versus Legislativo) e no arcabouço jurídico mais abrangente (quais os poderes constitucionais do chefe de Estado, por exemplo). Além de ter profundo impacto nas medidas emergenciais para enfrentar a recessão trazida pela crise do coronavírus.

O presidente da República tem fé na versão de que o impacto econômico poderia ter sido bem menor não fosse o interesse de adversários políticos (governadores, a esquerda, “elites políticas” nebulosas, o “sistema”) em criar caos social para tirá-lo do poder. Está convencido de que a cloroquina não deixará o custo em vidas humanas ser tão alto como, por exemplo, nos Estados Unidos do ídolo Trump, que imita até nos erros.

Portanto, a principal linha de ação política do presidente no momento consiste em evitar que governadores e prefeitos transformem as medidas de ajuda emergenciais numa grande operação que teria como objetivo – claro, qual outro? – prejudicá-lo diretamente. “Reabrir” a economia virou sinônimo, para Bolsonaro, de sobrevivência política muito além de mobilizar sua base de seguidores.

Nisto entrou em sintonia fina com a equipe de Paulo Guedes, para a qual a Câmara dos Deputados criou um “seguro” contra a inevitável perda de arrecadação por parte de Estados e municípios que, na verdade, incentivaria a irresponsabilidade de prefeitos e governadores e, perversamente, os induziria a prorrogar medidas de isolamento que prejudicam a economia. Fala-se no gabinete de Guedes em “farra eleitoral” por parlamentares, governadores e prefeitos aproveitando uma crise de saúde.

Para a equipe econômica, “isolamento social” virou sinônimo de abuso fiscal e probabilidade alta de depressão após a recessão, apesar de destacados integrantes dela reconhecerem que a experiência internacional recente recomenda medidas restritivas (que prejudicam a economia) como única opção garantida para diminuir a proporção da tragédia de saúde pública.

Uma tragédia anunciada, antecipada e que a ala do governo menos comprometida com postulados ideológicos assume que é um risco iminente.

O resultado desse racha é uma perigosa paralisia política. O embate em torno das medidas emergenciais mobiliza setores do Executivo em busca de provocar uma divisão no Congresso (entre Senado e Câmara), enquanto setores do Legislativo buscam vantagens no que identificam corretamente como rachas dentro do Executivo. O presidente enfrenta os governadores e prefeitos em vários campos de atuação, levando o fracionado STF a arbitrar disputas políticas que arranham a Constituição, enquanto o poderoso corporativismo do funcionalismo público se defende nos três setores para não perder numa crise que empobrecerá o País inteiro.

Os graves contornos dessa crise indicam que ela é bem maior do que a capacidade dos principais atores políticos de manter qualquer controle dos acontecimentos de fundo, ou de liderar efetivamente em qualquer direção dos dois lados do “racha” apontado acima. Ficou para o vírus decidir.


El País: Morre Rubem Fonseca, o contista por excelência da realidade brasileira

Autor de 'Feliz ano novo’, escritor mineiro sofreu um infarto, aos 94 anos, em sua casa, no Rio de Janeiro

Rubem Fonseca, um gigante da literatura nacional e um contista por excelência, faleceu na tarde desta quarta-feira no Rio de Janeiro, a poucas semanas de completar 95 anos. O escritor sofreu um infarto em casa, no Leblon, Rio de Janeiro, e chegou a ser levado ao Hospital Samaritano, mas não resistiu.

Um dos maiores nomes da letras brasileiras da segunda metade do século XX, algumas das obras mais consagradas de Fonseca são Agosto (1990), Feliz ano novo (1976), A coleira do cão (1963) e O cobrador (1979). Sempre lúcido e criativo, publicou há dois anos Carne crua, seu último livro de contos inéditos.

Nascido em Juiz de Fora (MG) em 11 de maio de 1925, José Rubem Fonseca mudou-se aos oito anos para o Rio, onde inaugurou uma corrente na literatura brasileira contemporânea que foi cunhada como brutalista por Alfredo Bosi, em 1975. A democratização da violência era quase um personagem a mais em suas histórias, nas quais os protagonistas eram, ao mesmo tempo, os narradores de seus infortúnios e mistérios. Seus romances têm a estrutura de narrativas policiais, muito marcadas pela oralidade, quiçá pelo fato de Fonseca ter atuado como advogado e comissário de polícia no subúrbio carioca dos anos 1950. Não à toa, muitos de seus protagonistas são delegados, inspetores, detetives particulares, advogados criminalistas. Ou escritores.

Esse tom policialesco, com crimes ou mistérios a serem desvendados, rendeu-lhe comparações com nomes como Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes. Sua obra, no entanto, também pode ser lida como uma paródia do gênero policial, já que os crimes são pano de fundo para elaboradas críticas sociais. Em certo ponto, Fonseca era um niilista na visão de uma sociedade como opressora do indivíduo: o que ele narrava era o cotidiano violento das grandes cidades e os dramas humanos que ele desencadeia.

Seus bandidos são amorais, aversos a qualquer sentimento de culpa, sejam ricos ou pobres. Fonseca dominava com maestria o jogo entre os arquétipos de bandido e mocinho, mas sem cair nos lugares comuns. Com frequência, é difícil saber quem em um ou outro em seus textos. Um exemplo é A grande arte, em que, tanto o leitor quanto um dos personagens, Wexler, chegam a desconfiar que o grande criminoso da história seja o mocinho Mandrake. “Pode ter sido qualquer pessoa. Pode ter sido você, Mandrake”, diz ele na página 296.

O domínio das muitas nuances da alma humana permitiu-lhe escrever com a mesma verossimilhança sobre halterofilistas e executivos, marginais e financistas, delegados de polícia e assassinos profissionais, garotas de programa e pobres diabos que vagam sem destino pelas ruas do Rio de Janeiro. Se os extremos da sociedade não lhe intimidavam, muito menos o faziam as palavras. “Eu escrevi 30 livros. Todos cheios de palavras obscenas. Nós, escritores, não podemos discriminar as palavras. Não tem sentido um escritor dizer: ‘Eu não posso usar isso’. A não ser que você escreva um livro infantil. Toda palavra tem que ser usada”, disse ele em 2015 ao receber o Prêmio Machado de Assis, entregue pela Academia Brasileira de Letras (ABL). Quase sempre recluso, foi um dos poucos eventos públicos aos que consentiu sua presença —outro foi em 2003, quando recebeu das mãos de Gabriel García Márquez em Guadalajara, no México, o prestigioso Prêmio Juan Rulfo.

Para Antonio Sáez Delgado, crítico literário de EL PAÍS, Fonseca foi um “mestre em examinar os labirintos da violência psicológica” através de seus personagens que vivem nos limites do mundo e de si mesmos. “Seu universo é, portanto, social e obsessivo, perturbador, com um estilo direto e penetrante, perfeitamente administrado na arte de, ao mesmo tempo, dizer e se esconder”.


El País: Mandetta eleva críticas a Bolsonaro e adverte sobre troca na Saúde

Novela da demissão se alonga porque presidente não escolheu substituto. Após coletiva desafiante, ministro fala à ‘Veja’ e diz que saída é irreversível

A quarta-feira 15 de abril ficará marcada como o décimo dia de fritura pública do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. No mais recente capítulo da arrastada novela sobre a permanência ou não de Mandetta na pasta, o ministro estrelou uma longa entrevista coletiva em tom de despedida, na qual assegurou a permanência da sua equipe, ao menos enquanto ele ficar, e dobrou a aposta contra o presidente Jair Bolsonaro. O ministro manteve o tom de enfrentamento que resultou na perda do apoio da ala militar do Governo e reforçou que não mudará sua conduta à frente da pasta no combate ao coronavírus, já que ele se apoia “na ciência”. “Claramente há um descompasso entre o Ministério da Saúde [e a presidência]. A gente vai trabalhar até 100% do limite de nossas capacidades, enquanto eu estiver no Ministério da Saúde”. A expectativa no Palácio do Planalto é que a demissão de Mandetta ocorra ainda nesta semana, o problema é que ainda não há consenso para substitui-lo. Em mais uma demonstração de que cairá fazendo estragos na imagem do presidente, o ministro falou à revista Veja sobre a saída que parece iminente e sobre os problemas com Bolsonaro: “Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. Já chega, né?”

A entrevista à revista foi o último lance de mais um dia turbulento. O país se prepara para entrar numa fase mais aguda da pandemia, com hospitais de referência em São Paulo com mais de 80% das UTIs ocupadas, mas a energia em Brasília e na própria pasta segue drenada pelo impasse. No momento em que Mandetta fazia ao vivo nas TVs e para os principais meios do país a atualização diária dos registros de óbitos de coronavírus no Brasil —os falecimentos registrados já são 1.736—, o presidente Jair Bolsonaro mandava beijos e fazia sinal de corações para jornalistas que o questionavam no Palácio do Alvorada se ele demitiria seu escolhido para a Saúde.

Desde o início da crise, Bolsonaro e Mandetta divergem. O presidente defende um afrouxamento nas regras de distanciamento social e o uso amplificado da cloroquina como tratamento para todos infectados, na contramão dos principais países do mundo afetados pela pandemia. Já o ministro diz que as regras rígidas de isolamento social impostas por prefeitos e governadores devem, em sua maioria, ser mantidas para evitar um colapso no sistema de saúde. É obrigado a repetir diariamente que não há comprovação científica de que a cloroquina seja eficaz no tratamento de pacientes de Covid-19 em geral. “O vírus se impõe. A população se impõe. O vírus não negocia com ninguém. Não negociou com o [Donald] Trump, não vai negociar com nenhum Governo”, disse, à Veja nesta quarta, quando questionado sobre mudanças de rumo no ministério com sua provável saída.

Mandetta só não caiu ainda porque não há consenso sobre o nome de um substituto. Os candidatos são: o deputado Osmar Terra, um declarado opositor da atual gestão do ministério, e os médicos Roberto Kalil (cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, conhecido por acompanhar pacientes ilustres, como ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva), Claudio Lottenberg (presidente do conselho de administração do Hospital Albert Einstein que foi secretário municipal de Saúde de São Paulo em 2005) e Nise Yamaguchi (imunologista e oncologista, entusiasta do uso da cloroquina contra a doença). Quem quer que aceite o desafio terá limitações para atender os desígnios do chefe contra as medidas de isolamento e em prol da reabertura da economia, já que nesta quarta o pleno do Supremo Tribunal Federal decidiu que Estados e municípios têm, sim, autonomia para decidir que serviços podem funcionar durante a emergência.

Em uma das evidências da situação surreal na pasta, Mandetta chegou a dizer durante a coletiva coletiva que recebeu telefonemas dos sondados para substitui-lo. À Veja, repetiu: “Fico até encontrarem uma pessoa para assumir meu lugar”, disse o ministro, que goza de apoio popular —além do endosso majoritário medido pelo Datafolha, de acordo com pesquisa do Atlas Político, desta quarta-feira, nada menos que 76% da população se opõem à sua demissão. O ministro ainda conta com o suporte da frente parlamentar da saúde e de entidades médicas, mas perdeu o prestígio junto aos ministros militares depois que disse para a TV Globo, em entrevista ao Fantástico no domingo, que, durante a crise do coronavírus a população “não sabe se escuta o ministro ou o presidente”.

O descontentamento dos militares ficou estampado em uma manifestação do vice-presidente, o general Hamilton Mourão, ao jornal O Estado de S. Paulo, que ele mesmo repisou na sua conta no Twitter. “A respeito da entrevista do Ministro Mandetta, eu vou utilizar uma linguagem do polo: o ministro cruzou a linha da bola, ele não precisava ter dito determinadas coisas”.

Políticos que acompanham os bastidores desse cabo de guerra dizem que Mandetta não pedirá demissão. “Ele está na trincheira. Vai trabalhar até o último minuto. A decisão da saída ou não compete só ao presidente”, disse um deputado do Democratas. O próprio ministro repetiu nesta quarta, de novo, que só sairia em três ocasiões: quando o presidente Jair Bolsonaro não quiser o seu trabalho, se é infectado e obrigado a se afastar e quando sentir que o trabalho que vem fazendo já não é mais necessário. Aproveitando os holofotes, o ministro ressaltou que, enquanto for ministro, fará uma defesa intransigente “da vida, da ciência e do SUS (Sistema Único de Saúde)”.

Turbulência na ponta
Secretários de Saúde ouvidos pelo EL PAÍS relataram que nos últimos dias já havia um “cenário ruim” por conta da clara divergência entre o Ministério da Saúde e o Planalto na condução do combate ao coronavírus, especialmente após a entrevista de Mandetta ao Fantástico. E que esse clima se agravou nesta quarta-feira, com a divulgação do pedido de demissão do secretário Wanderson de Oliveira, visto por grande parte dos gestores como um profissional capacitado na condução da estratégica Secretaria de Vigilância em Saúde. Tanto secretários estaduais quanto municipais de Saúde participam frequentemente de reuniões com os gestores do ministério. No início da crise, eles haviam pleiteado essa participação mais ativa e foram atendidos por Mandetta.

Pelo menos três secretários de Saúde que conversaram com o EL PAÍS, e que preferiram não ter seus nomes divulgados, afirmaram que todos são cargos de confiança e que o presidente tem liberdade para mudar seus gestores. Ainda assim, a avaliação é que qualquer mudança no comando da crise neste momento seria ruim para o Brasil. Um secretário municipal de saúde pediu equilíbrio e disse temer que alterar o comando em áreas tão sensíveis agora podem impactar no trabalho construído e planejado até o momento. “As ações vêm sendo conduzidas com muita técnica. Não vejo mudança como algo interessante. Tem que ter equilíbrio e bom senso para uma troca”, afirmou.

Empoderados pelas semanas de exposição e reconhecimento públicos, Wanderson de Oliveira e o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo, fizeram coro Mandetta na entrevista coletiva desta quarta —eles participam quase diariamente das falas à imprensa desde o começo da crise. Oliveira, que havia se queixado em carta do temor de ser demitido num tuíte, reclamou do “cansaço” pelos embates com o Planalto. Gabbardo recordou sua trajetória: “Quando sair, saio com ele. Ano que vem, completo 40 anos de Ministério da Saúde. Eu não vou jogar no lixo esse patrimônio. Vou ficar o tempo que for necessário para fazer a transição. A sociedade espera continuidade do nosso trabalho”. A eles, Mandetta fez uma promessa: “Entramos no ministério juntos, estamos no ministério juntos e sairemos do ministério juntos”. Ficou evidente que nenhum dos três quer sair de cena sem que suas mensagens fiquem bastante claras ao público. O Brasil espera a sequência da novela.


Luiz Carlos Azedo: A troca do virabrequim

“A decisão de afastar Mandetta já está tomada, o problema de Bolsonaro é montar uma nova equipe para tocar o Ministério da Saúde sem paralisá-lo”

É jogo jogado: o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, será demitido pelo presidente Jair Bolsonaro tão logo tenha quem o substitua. Político hábil, ontem, o ministro assumiu as divergências com o presidente da República e disse que está pronto para passar o cargo, quando seu substituto for anunciado, sem prejuízo para o funcionamento do SUS durante a troca de equipe. Jogou água na “fritura” a que vinha sendo submetido no Palácio do Planalto e pôs uma saia justa em Bolsonaro, que será responsabilizado por tudo o que der errado se a política de isolamento social for abandonada pelo governo.

A decisão de afastar Mandetta já está tomada, o problema de Bolsonaro é montar uma nova equipe para tocar o Ministério da Saúde. Alguns nomes já foram sondados e não aceitaram o cargo. Chegou-se a especular com a possibilidade de o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo, assumir o comando da Saúde, mas essa hipótese foi rechaçada por ele próprio. Gabbardo anunciou que sairá junto com Mandetta, pois não pretende “jogar no lixo” 40 anos de trabalho como funcionário do Ministério da Saúde. Gaúcho, Gabbardo foi secretário de Saúde de Osmar Terra na Prefeitura de Santa Rosa (RS), são amigos de longa data.

Quem quase deixou a equipe foi o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, que chegou a pedir demissão do cargo, mas foi demovido por Mandetta. A crise na equipe se instalou depois da entrevista de terça-feira, quando o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, fez um discurso duro, sinalizando alinhamento absoluto da equipe ministerial com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de flexibilizar o distanciamento social e focar a atenção do governo na retomada da economia.

Mandetta não confrontou Onyx, o que foi interpretado como um recuo por sua equipe, principalmente Wanderson, que é o principal estrategista do combate à epidemia. Também houve muito assédio ao secretário-executivo. Gabbardo é uma espécie de “virabrequim” da engrenagem do Sistema Unificado de Saúde. No motor de um automóvel, o virabrequim é responsável por receber as forças dos pistões e transformá-las em torque. Por ser muito exigido e estar em contato com partes muito quentes do veículo, ele precisa ser forte e robusto. Se não estiver em bom estado, o carro enguiça.

Substituir Gabbardo sem paralisar o ministério é como trocar o virabrequim com o carro em movimento. Ele centraliza todas as operações do ministério e faz a ponte com o comitê de gerenciamento da epidemia coordenado pelo ministro da Casa Civil, general Braga Netto. Entretanto, Mandetta disse que todos vão colaborar com a transição e ninguém deixará o barco à deriva em meio à tempestade. A epidemia já matou 1.736 pessoas, com 28.320 casos confirmados até ontem.

Quarentena
Em meio à crise no governo, os demais poderes estão em pleno funcionamento. Por decisão unânime, o Supremo Tribunal Federal (STF), em videoconferência com nove ministros presentes, reconheceu a competência dos governos estaduais e municipais para determinar regras de isolamento, quarentena e restrição de transporte e trânsito em rodovias em razão da Covid-19. Por maioria, também entendeu que governadores e prefeitos têm legitimidade para definir quais são as chamadas atividades essenciais, aquelas que não ficam paralisadas durante a epidemia do coronavírus.

Os ministros julgaram uma ação do PDT contra medida provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro com o objetivo de concentrar no governo federal o poder de editar uma norma geral sobre os temas. A MP alterou uma lei de fevereiro, que previa quais ações poderiam ser tomadas durante a crise gerada pela pandemia. O ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso, havia concedido liminar (decisão provisória) em março para reforçar que tanto União quanto estados e municípios têm competência para legislar sobre medidas de saúde.

Também por videoconferência, o Senado aprovou em primeiro turno, por 58 votos a 21, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria o chamado Orçamento de Guerra, destinado, exclusivamente, a ações de combate à Covid-19. Entretanto, o texto retornará à Câmara, porque o relator no Senado, Antonio Anastasia (PSD-MG), modificou alguns pontos da matéria aprovada pelos deputados. O objetivo da PEC é separar do Orçamento-Geral da União os gastos emergenciais para conter os danos causados pelo coronavírus no Brasil, para não gerar impacto fiscal em um momento de desaceleração da economia.

http://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-a-troca-do-virabrequim/


‘Não vejo riscos à democracia no Brasil’, afirma Denise Frossard em entrevista exclusiva

Revista Política Democrática Online publica entrevista com juíza aposentada e ex-deputada federal que teve papel de destaque no combate à organização criminosa

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

"Julguei e decidi que havia, sim, no Brasil uma organização criminosa do tipo mafioso, numa sentença que se apoiava em jurisprudência italiana, pela ausência de precedente no Brasil", relembra a juíza aposentada e ex-deputada federal pelo Rio de Janeiro Denise Frossard, sobre ampla investigação contra o crime organizado no Brasil, da qual fez parte e que a tornou conhecida nacionalmente, em 1993. Entrevista exclusiva para a 17ª edição da Revista Política Democrática Online, ela também é enfática ao falar sobre o regime político do país: “'Não vejo riscos para a democracia no Brasil'.

» Acesse aqui a 17ª edição da revista Política Democrática Online

A revista é produzida a editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), que disponibiliza todos os conteúdos da publicação, gratuitamente, em seu site. Denise aposentou-se do Judiciário em 1998 e, em 2002, foi eleita deputada federal com a maior votação para o cargo nas eleições pelo Rio de Janeiro.

Denise Frossard destaca que, na poca em que atuou contra o crime organizado, o Congresso Nacional entendeu a importância da proposta e contribuiu ao longo de uns 20 anos com legislação absolutamente moderna, de acordo com as melhores leis dos países mais adiantados. "Estabeleceu-se cooperação com países que combatiam a lavagem do dinheiro, o crime organizado, o tráfico de entorpecentes", afirma.

"Valeu a pena? Claro que valeu, pois foi a partir dali que chegamos a Lava Jato. Relembro que vi as entranhas do crime organizado não só como juíza, mas também como parlamentar, quando participei, pelo antigo PPS, hoje Cidadania23, da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito que acabou por desvendar a tentativa de captura do Estado brasileiro pelo crime organizado, conforme é do conhecimento de todos", completa Denise.

Sobre o momento atual que o país atravessa, com o governo de Jair Bolsonaro e os atritos entre o Executivo, o Judiciário e o Legislativo, Denise reforça que não vê risco algum para a democracia, nenhum risco de golpe. "Isso não existe. Apesar de ainda adolescente, o povo já entendeu que, quanto à democracia, não há qualquer transação - é ela ou ela", destaca.

 

Leia mais:

» Alta do dólar é ponta de iceberg, afirma Luiz Paulo Vellozo Lucas

» Futuro vai esclarecer ‘casamento’ de Regina com Bolsonaro, diz Martin Cezar Feijó

» ‘Não seremos os mesmos depois do coronavírus”, diz analista à Política Democrática Online

» Coronavírus: ‘Nem tudo é terrível e negativo’, diz historiador Joan del Alcázar

» ‘Reação ao bolsonarismo nas urnas é legítima defesa da nação’, diz Alberto Aggio

» Coronavírus agrava crise do governo Bolsonaro, diz editorial da revista Política Democrática

» Coronavírus e naufrágio de Bolsonaro são destaques da revista Política Democrática

» Acesse aqui todas as edições da revista Política Democrática online


Paper Topics for School

Paper Topics for School

Why Everyone Is Dead Mistaken About Education Day and Why You Should View This Document Children's parties are quite popular franchise opportunities also. Our event is presently at capacity at this time, but we do anticipate openings. " Today's events provided a superb opportunity to determine what's working for our regional students and classrooms. The first couple of sessions consisted of all the normal fluff you'd anticipate. You're likely to be PLAYING for the entire period of the session. As parents, you must ensure they get sufficient sleep every couple of hours to make sure that they're well rested and much less cranky. Every year the day concentrates on another handicap. Celebrated annually on June 6, it is a day to champion the worthiness of high education and also to admit all the tough work that needs to be done to ensure everyone can share inside. Each day contains games write my essay and hiking. The forthcoming few months will be quite exciting and we are excited about connecting with lots of new and current international erectile dysfunction buddies!

But this activity involves hardwork, commitment, and treatment.

If you're planning for ten decades, trees. What Education Day Is - and What it Is Not Generally speaking, there are four childcare option readily available to young adults. Solving higher education's most significant challenges will not occur immediately, but if we want to reaffirm the worth of college for alllearners, we have to never drop sight of these. Human resources are among the key resources of a company. More info can be located in www.etrade.com. Registration isn't complete until payment was received. It is required! The program contains the contact information for each of your other CCL meeting group members. п»ї

I discovered the desert eagle.44 really pleasurable to blast.

The Do's and Don'ts of Education Day Most parents wish to supply their kids with a exceptional birthday encounter and hiring someone to care for the specifics takes a number of the breed in the circumstance. Several new parents are fearful to leave their children even for a couple of hours through the first two or three months so looking beyond the family for child may appear terrifying. If you're a first-time parent or you remained home with preceding kids, you might not know about exactly what your choices are. Folks become parents everyday and for this reason, children's franchises are still an superb small business prospect. Kids will need spending money to produce purchases at the occasion. Although you may get a younger child, not believe that specific topics are associated with you, you are likely to be shocked at how much advice and insight you will gain from attending these sessions. As long because there are new infant's being born daily, your pipeline of possible clients will remain full. The Hidden Treasure of Education Day College provides an unbelievable value to students.

Guidelines that allow segregation are unfounded because these laws produce a group poor.

Schools have gone out of a location of education into a location for children to go through the day. In my experience, they have to have a circumstance for which they're planning to leverage devices and tools. School and education may seem different for each kid. School is a small society. Charter schools have come to be the fastest growing method of solving a broad choice of issues. Globally competent teachers are an indispensable portion of developing internationally competent students. Inexperienced young workers are more inclined to obtain hurt at work and are less inclined to learn about employment standards compared to more experienced employees.

One of these simple troubles is choosing the great dissertation subject.

Typically, three young folks will die at work and over 4,000 young workers will experience a workplace injury in Saskatchewan annually. As you have expertise with a kind of pneumonia, I think you need to start looking in that area.