Vírus zika e condições associadas

Brasil e outros países das Américas ‘prestaram serviço ao mundo’ lutando contra o zika, destaca OMS

Perigos envolvendo a epidemia do vírus levaram nações das Américas a somarem esforços de prevenção. Cooperação colocou países na dianteira da pesquisa e foi elogiada por agências das Nações Unidas, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e seu escritório regional, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Em sessão de abertura do 55º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), na segunda-feira (26), representantes de Estados-membros e das Nações Unidas celebraram a cooperação regional entre países das Américas, onde a gravidade da epidemia de zika ao longo dos últimos 12 meses levou governos a somarem esforços de pesquisa e prevenção.

“Além da resposta aos surtos, os países contribuíram em grande medida para a compreensão científica do vírus, suas formas de transmissão e suas consequências, especialmente para o feto em desenvolvimento”, afirmou a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan.

A chefe da agência da ONU elogiou as estratégias adotadas pelo Brasil e outros Estados, ressaltando que a região das Américas “prestou um serviço ao resto do mundo”.

“Por causa da investigação de vocês, as evidências científicas confirmaram uma associação causal entre a infecção por zika durante a gravidez e a microcefalia e outras anomalias congênitas graves”, acrescentou em mensagem às autoridades nacionais de saúde presentes no encontro.

Chan disse ainda que os olhos do planeta estarão voltados para a região quando surgirem dúvidas sobre a eficácia das novas tecnologias de controle das populações de mosquitos, como o uso da bactéria Wolbachia.

https://twitter.com/opsoms/status/780528681479446528

Também presente na cerimônia, a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, destacou o trabalho do organismo regional que conseguiu “catalisar a ação pública de saúde e os compromissos políticos e financeiros firmes dos governos”.

A dirigente também elogiou a “dedicação incansável e persistente” dos profissionais de saúde atuantes em todos os Estados-membros da OPAS e agradeceu aos parceiros e organizações não governamentais pelas doações.

A secretária de saúde e serviços humanos dos Estados Unidos, Sylvia Mathews Burwell, reiterou o apoio do país à cooperação regional. “Nós nos associamos com centros acadêmicos da América Latina e Caribe para entender o risco que uma infecção do vírus zika coloca para uma mulher grávida e seu filho”, disse.

“Recentemente demos início a um importante estudo internacional chamado ‘Zika em bebês e na gestação’, que está em desenvolvimento em países e territórios que apresentam atualmente uma transmissão ativa do vírus. Estamos comprometidos a trabalhar estreitamente com a OPAS para ajudar toda a nossa a região a responder coletivamente a esse vírus”, ressaltou.

Outros desafios de saúde

Ainda na cerimônia de abertura, Burwell alertou para os perigos crescentes envolvendo o uso de drogas, sobretudo nos Estados Unidos, e também a overdose de medicamentos prescritos e opiáceos ilíticos. A representante do estado norte-americano pediu mais iniciativas de cooperação para mitigar os riscos desses problemas de saúde.

https://twitter.com/SecBurwell/status/780463268406124546

Já Etienne lembrou de outros desafios que as Américas enfrentaram no último ano, incluindo o terremoto no Equador, tempestades tropicais no Caribe e inundações e secas provocadas pelo fenômeno climático El Niño. Desastres naturais como esses exigiram a criação de programas específicos por governos nacionais e pela própria OPAS.

Outros obstáculos ao bem-estar de toda a população americana envolvem também o aumento da resistência de agentes patogênicos a medicamentos antimicrobianos, a desigualdade socioeconômica e o envelhecimento da população.

“A construção de uns poucos hospitais a mais não vai produzir, por si só, uma melhor saúde para qualquer nação”, disse a chefe da OPAS. “Devemos revisar nossas estruturas do sistema de saúde e financiamento se quisermos alcançar um progresso tangível rumo ao acesso universal à saúde.”


Fonte: nacoesunidas.org


OMS publica recomendações a pessoas que viajarem ao Rio para as Olimpíadas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou recomendações de segurança e saúde para pessoas que viajarem ao Brasil durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

A agência manteve a recomendação às mulheres grávidas de não viajar para o Rio ou qualquer área onde o vírus esteja circulando. Recomendou também reduzir o risco de mordidas de mosquito e praticar sexo seguro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou na terça-feira (21) recomendações de segurança e saúde para pessoas que viajarem ao Brasil durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

De acordo com a OMS, antes da partida, os turistas precisam consultar as recomendações de viagem emitidas por suas autoridades nacionais.

Para viajantes com sérios riscos de complicações por gripe H1N1, a vacinação deve ser considerada ao menos duas semanas antes da partida. A OMS recomenda vacinação para grávidas, idosos, indivíduos com condições médicas crônicas específicas, crianças entre 6 e 59 meses e trabalhadores do setor de saúde.

A OMS também manteve a recomendação às mulheres grávidas de não viajar ao Rio ou qualquer área onde o zika vírus esteja circulando. Recomendou também reduzir o risco de mordidas de mosquito e praticar sexo seguro.

Dependendo do itinerário da viagem, vacinas devem ser consideradas de acordo com as recomendações dos países. Segundo a OMS, o risco de hepatite A e hepatite B no Brasil é intermediário e baixo, respectivamente, enquanto o risco de febre tifoide é maior nos estados do Norte e Nordeste.

A OMS disse ainda que uma dose única de vacina contra febre amarela é recomendada para viajantes com mais de 9 meses que visitarem áreas de risco, e deve ser administrada ao menos 10 dias antes da partida. A agência afirmou que a vacina não é necessária caso os viajantes se limitem às cidades de Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

A organização também alertou para outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, entre as quais dengue e chikungunya, e lembrou que não há vacina para chikungunya, enquanto a vacina contra a dengue não é recomendada para viajantes.


Fonte: nacoesunidas.org