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‘Crime comum e organizado existe em toda parte’, afirma Henrique Herkenhoff à Política Democrática

Publicação da FAP mostra, em sua nova edição, crítica do presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-ES

Tema da segurança pública ganhou tanto espaço nas discussões políticas e nas últimas eleições, que cada candidato precisou apresentar soluções convincentes e de fácil digestão pelo eleitorado. Essa é a análise do presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-ES (Ordem dos Advogados do Brasil seção Espírito Santo), Henrique Geaquinto Herkenhoff, em artigo publicado na nona edição da revista Política Democrática online.

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Produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), a nova edição da revista mostra posicionamento crítico de Herkenhoff. “Há alguns anos, em um raro momento de racionalidade e responsabilidade, nossos representantes eleitos propuseram a completa proibição do comércio e da propriedade privada de armas de fogo, que se tornariam exclusivos das forças públicas”, observa ele.

Herkenhoff também já atuou como secretário de Segurança do Estado do Espírito Santo (2011/2013), desembargador federal (2007/2010), procurador e procurador regional da República (1996/2007), integrando a Missão Especial de Combate ao Crime Organizado e o Conselho Penitenciário Estadual.

De acordo com ele, de fato, os EUA, único país relevante a não adotar aquela medida, têm estatísticas de homicídios e assaltos que, se não espantam aos brasileiros, sempre foram escandalosamente maiores que as da Europa, Ásia, Oceania e mesmo de parte da África. “Crime comum e organizado existe em toda parte, mas a violência grave é atualmente um fenômeno circunscrito ao continente americano”, acentua.

Na avaliação do autor, não faz o menor sentido portar uma arma para se defender de um roubo, muito ao contrário. “Como o assaltante sempre escolhe o melhor momento, geralmente está em grupo e conta com o fator surpresa, as circunstâncias são francamente desvantajosas para os que tentam reagir”, afirma, para continuar: “E mesmo os policiais correm muito mais risco quando fazem ‘bico’ como seguranças do que em serviço”.

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Reportagem contou mais de 50 movimentos que reúnem a juventude no Distrito Federal

O engajamento de jovens de periferias do Distrito Federal em movimentos socioculturais são o destaque da nona edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira). De acordo com a reportagem, eles têm saído cada vez mais do anonimato e usam poesias, letras de música e outras formas de manifestação político-cultural como “arte de protesto”.

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Os jovens sobreviventes da guerra às periferias se mobilizam, conjuntamente, para fortalecer a maior arma de suas comunidades pela vida: a conscientização. A reportagem destaca que, assim como em outras partes do país, o número de movimentos socioculturais tem aumentado em Brasília e cidades próximas.

Dessa forma, os jovens deixam de ser socialmente invisíveis para travarem uma incessante luta por garantia de direitos. Eles já não se perdem nos números dos mais diversos levantamentos, que, às vezes, até se contradizem por conta das distintas fontes de dados, embora sejam importantes para a definição e a melhoria de políticas públicas. Cada vez mais, eles têm saído do anonimato para ocupar ruas, praças, parques e regiões centrais das cidades e mostrar suas artes. Só no Distrito Federal, há mais de 50 movimentos que reúnem jovens de periferia, conforme apurou a reportagem.

“Na escola, ainda criança, já era xingada por causa do meu cabelo. Por isso, passei a escovar a franja e enchê-lo de creme para não ficar alto. Me chamavam de bombril. O bullying e o racismo são muito perversos, mas o empoderamento veio com o tempo”, afirma  a assistente social Luana Rocha de Queiroz, de 22 anos, conhecida como Nega Lu.

Para o estudante Werick Heslei Pereira da Silva, de 20, é preciso vencer o estigma de que “ser da periferia é feio”. “A periferia é muito rica. O samba veio da periferia e a capoeira ganha força no contexto de pessoas marginalizadas. A guerra pintada contra a periferia reforça uma face cruel do poder simbólico. A burguesia acha que quem é da periferia tem que limpar chão e não pode ascender na vida, mas não é assim”, diz ele.

A poesia como protesto chega de repente para a balconista de padaria Naiara de Jesus Barbosa, de 27 anos, conhecida como Araian Poeta.  “O que me inspira é minha visão sobre a realidade, o sentimento do momento, como revolta, amor, aflição, tristeza. Ultimamente, estou sentindo mais revolta porque cada notícia é gritante”, afirma.

O estudante João Vitor Brito Araújo, de 20, diz que seus sonhos são o impulso para usar a arte como manifestação. “É preciso viver com sonhos. Meu maior sonho é dar uma casa para a minha mãe, mais conforto pra ela. E conseguir ter o conforto que mereço com a minha arte. Quero pelo menos ter sossego onde moro”, acentua.

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