pluralismo

Portal PPS: Aberto Aggio diz que manifesto do polo democrático orienta forças que prezam o pluralismo

O historiador e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) participou nesta terça-feira (05), em Brasília, do lançamento do “Manisfesto Por um polo democrático e reformista”, e disse que o documento não é eleitoral e sim de cunho político por se inserir no atual cenário. eleitoral, mas com alcance “bem maior”.

“Ele busca cumprir uma função de reorientação para as forças democráticas do País, nessa quadra de incertezas e ameaças à convivência democrática entre os brasileiros, vindas de dois extremismos: o de uma esquerda ancilosada e autoritária e de uma extrema-direita com proposições de caráter proto-fascista que quer levar o País de volta ao triste passado da ditadura”, disse Aggio no lançamento do manifesto (veja abaixo).

Para o historiador, o Manifesto “vem em muito boa hora” e disse esperar esperar que o documento “possa se espraiar por todo canto, como nova orientação para as forças que prezam o pluralismo e a democracia, sempre buscando uma vida mais justa para os brasileiros”.

“Lançamento do ‘Manifesto Por um polo democrático e reformista’

A primeira constatação é que o Manifesto não é um documento eleitoral. É um documento político, que se insere no atual cenário eleitoral, mas cujo alcance é bem maior.

Ele busca cumprir uma função de reorientação para as forças democráticas do país, nessa quadra de incertezas e ameaças à convivência democrática entre os brasileiros, vindas de dois extremismos: o de uma esquerda ancilosada e autoritária e de uma extrema-direita com proposições de caráter proto-fascista que quer levar o país de volta ao triste passado da ditadura.

O Manifesto nos possibilita uma nova respiração, uma saudável oxigenação no ambiente político, uma vez que se afirma como intransigentemente democrático – , e revela isso ao se pautar pelas balizas da Constituição de 1988 e pelas instituições da nossa jovem democracia -, e, ao mesmo tempo, afirma seu realismo, ao se definir no campo reformista, assumindo esta categoria como método e estratégia voltada para medidas incrementais, no sentido da melhoria de vida do povo brasileiro. O Manifesto é sinteticamente a formulação constituinte de uma nova política. Em suma, o Manifesto afirma taxativamente que não há atalhos a serem seguidos e que eles serão sempre ilusórios e falsos. O destino do Brasil é avançar em democracia.

O Manifesto é efetivamente uma luz que pode orientar a saída desta noite tão espessa que adentramos a partir do desastre promovido pelos governos petistas e pela incapacidade do atual governo em perceber que o Brasil merecia mais do que o que se tem feito, em termos de combate à corrupção, retomada do crescimento, ampliação das oportunidades de emprego e atenuação da violência, especialmente sobre os mais pobres.
Espero que este Manifesto, lançado aqui e agora, possa ajudar a convocar os intelectuais, os pesquisadores, os técnicos e especialmente os jovens das universidades brasileiras, a ultrapassarem as verdadeiras madrassas em que se transformaram nossas universidades e fazerem com que elas possam voltar a ser um espaço de debate sobre alternativas reais para os problemas do país, sem exclusão de nenhuma espécie.

A história e o presente nos cobram um sentido de urgência e realismo para com o Brasil. Conseguimos superar a ditadura porque nos unimos. Em seguida, nos fragmentamos e não soubemos reformar nossas instituições políticas para convivermos com esta nova realidade, normal em regimes democráticos. E isto nos levou à polarização nefasta que hoje nos assola.

É hora de retomarmos o pulso para darmos um novo rumo ao país. Este Manifesto vem em muito boa hora e espero que ele possa se espraiar por todo canto, como nova orientação para as forças que prezam o pluralismo e a democracia, sempre buscando uma vida mais justa para os brasileiros.