maoísmo

Cláudio de Oliveira: Que fim levou o maoísmo?

Estudantes da classe media francesa, filhos do baby boom e dos anos dourados do pós-Guerra, ocuparam a Sorbonne sob influência das ideias do líder comunista chinês Mao Tse Tung, muito em voga nas manifestações estudantis de 1968, em Paris.

As ideias de Mao, de extrema-esquerda, estão resumidas na Wikipedia:

“Uma das características do maoísmo que o distancia do leninismo é o voluntarismo, segundo o qual as condições objetivas da sociedade não são muito importantes para a revolução se as condições subjetivas, isto é, a vontade revolucionária do povo, estão presentes. Isso leva os maoístas a defender a insurreição armada como método de tomar o poder em todas as sociedades, e não só nas agrárias.”

No Brasil, o maoísmo foi seguido pelo PCdoB, que, baseado na teoria maoísta do papel do campesinato na “guerra do campo para a cidade”, organizou a Guerrilha do Araguaia em fins dos anos 1960 e início dos anos 1970.

Enquanto o PCB, muito longe do revolucionarismo maoísta, ao analisar o grau elevado de desenvolvimento industrial do Brasil e o papel central dos trabalhadores urbanos, defendia desde 1958 uma ação democrática e social-reformista dentro da democracia representativa.

Com o golpe de 1964, o PCB foi uma das correntes que fundaram e organizaram o MDB para a resistência democrática, vitoriosa com a eleição de Tancredo Neves e com a instalação da Constituinte de 1987/1988, liderada por Ulysses Guimarães.

Com a derrota da Guerrilha do Araguaia em 1972, o PCdoB deixou o maoísmo em 1976 e se integrou ao MDB. Alguns dos antigos maoístas fundaram o PCR e depois participaram como corrente fundadora do PT, cujo líder mais expressivo foi José Genoino Neto. Não por acaso, a estrela vermelha do boné de Mao Tse Tung e da boina de Che Guevara virou o símbolo do partido.

Após a morte de Mao e “através das reformas iniciadas por Deng Xiaoping em 1978, a definição e o papel da ideologia de Mao Tse Tung na China mudou de modo radical e tem hoje um papel meramente decorativo.”

O maoísmo animou vários grupos de extrema-esquerda no mundo, mas depois saiu de moda, com pouquíssimo adeptos, alguns deles localizados especialmente no chamado terceiro mundo. No Brasil de hoje, não há nenhum grupo expressivo que o reivindique.

Cláudio de Oliveira, jornalista e cartunista


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maoismo