Seminário da FAP aponta reformas estruturais e investimentos em tecnologia como saídas para um Estado sustentável

Evento na capital brasileira foi o último de três promovidos pela Fundação Astrojildo Pereira com o intuito de subsidiar as discussões a serem realizadas durante a Conferência Nacional do Partido Popular Socialista (PPS), nos próximos dias 24 e 25 de março, em São Paulo
Foto: Germano Martiniano
Foto: Germano Martiniano

Evento na capital brasileira foi o último de três promovidos pela Fundação Astrojildo Pereira com o intuito de subsidiar as discussões a serem realizadas durante a Conferência Nacional do Partido Popular Socialista (PPS), nos próximos dias 24 e 25 de março, em São Paulo

Por Germano Martiniano

Ajuste fiscal, reformas estruturais, investimento em ciência e tecnologia, redução de custos e fim da burocracia para ações voltadas ao desenvolvimento da produção local foram algumas das propostas elencadas no seminário – Desenvolvimento Sustentável e Inclusão Social – organizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), neste sábado (10), na Biblioteca Salomão Malina, no Conic, em Brasília. Transmitido ao vivo por meio do perfil da FAP no Facebook (http://www.facebook.com/facefap), o evento registrou  52.470 impressões nas redes Twitter, Facebook e Instagram, além de 6.519 visualizações do vídeo no período da manhã e de 527 visualizações no período da tarde.

O seminário na capital brasileira foi o último de três promovidos pela Fundação com intuito de subsidiar as discussões a serem realizadas durante a Conferência Nacional do Partido Popular Socialista (PPS), nos próximos dias 24 e 25 de março, em São Paulo.

Com a ausência de Cristovam Buarque, que por motivos de saúde não pôde comparecer ao evento; a mesa principal foi composta por André Amado, secretário executivo do evento; Alberto Aggio, historiador; Felipe Salto, economista e Maria Amélia Rodrigues, economista e PhD em desenvolvimento sustentável.

Debate
O economista Felipe Salto, que abriu o debate, apontou que o ajuste fiscal é essencial para o país poder investir em políticas públicas que promovam a sustentabilidade e, consequentemente, a inclusão social. “Precisamos aumentar a produtividade da economia e também de uma agenda fiscal que seja ampla e plural. As despesas do Estado, como salários dos servidores públicos e previdência, estão crescendo acima da inflação”, criticou Salto.

Maria Amélia Rodrigues, também economista e responsável pelo texto base do seminário, avalia que as escolhas políticas feitas pelo Estado brasileiro, ao longo do tempo, tiveram seu alicerce no modelo econômico adotado pelo país, que está assentado em um tripé: sistema financeiro hipertrofiado, economia voltada para commodities e o sistema de ciência e tecnologia assentado em uma base educacional frágil.

“É necessário fazer uma transição entre um velho modelo econômico para outro mais sustentável, baseado em elementos endógenos. Essa transição requer: voltar partes dos ganhos das commodities para uma economia sustentável; incentivar a produção local e reduzir custos e burocracia; investir em capital humano, educação e tecnologia”, afirmou Maria Amélia.

Alberto Aggio finalizou fazendo uma análise da apresentação dos outros dois expositores. Para o historiador, as abordagens anteriores comprovam que o modelo econômico brasileiro está falido e que “compor um quadro de reformas, convencer a sociedade dessa necessidade e fazer nascer lideranças novas para vencer a desconfiança que os cidadãos têm nos atuais políticos” são uns dos desafios que a sociedade brasileira enfrenta.

Após a exposição da mesa os participantes puderam debater os pontos propostos. Combate às drogas, questões de gênero, intolerância religiosa, violência urbana, proteção do meio-ambiente, avanço tecnológico, educação e outros pontos fizeram parte do debate. “Quando tratamos de sustentabilidade, não se trata apenas de olhar o viés ambiental, como muitos pensam. Mas, também de como integrar todos estes pontos citados em uma proposta de modelo de sociedade”, concluiu Maria Amélia Rodrigues.

Confira o roteiro de discussões utilizado no seminário:

– Assumir o compromisso com uma gestão cuidadosa do dinheiro público
– Resgatar o papel dos bancos de agente de financiamento da produção
– Direcionar parte dos ganhos da exportação de commodities para fortalecer a nova economia sustentável baseada em conhecimento
– Redirecionar os incentivos do modelo de commodities para outro modelo com maior valor agregado, inclusão social e renda
– Reduzir os custos e a burocracia para quem produz, gera empregos e recolhe impostos no país
– Mobilizar a capacidade criativa, empreendedora e inovadora da sociedade
– Priorizar o investimento em capital humano
– Mobilizar forças sociais em prol de uma conduta centrada em valores

Confira entrevistas com os participanntes do seminário:

Privacy Preference Center