Day: abril 22, 2025

Enem 2025: Abertas inscrições para cursinho preparatório Educafro, em Brasília

Aulas serão oferecidas em espaço da Biblioteca Salomão Malina, vinculada à Fundação Astrojildo Pereira, do Cidadania 23

Comunicação FAP

Estão abertas as inscrições online para a segunda edição do Cursinho Pré-Enem Educafro, destinado a estudantes de baixa renda do Distrito Federal e que será realizado na Biblioteca Salomão Malina, vinculada à Fundação Astrojildo Pereira (FAP), do Cidadania 23. As inscrições são gratuitas, e as vagas, limitadas.

O início das aulas está previsto para 5 de maio. O curso seguirá até 24 de outubro, de segunda-feira a sexta-feira, das 19h às 21h10.

O diretor-geral da FAP, Marcelo Aguiar, ex-secretário de Educação do DF, disse que o cursinho é uma oportunidade de aumentar e democratizar o acesso ao ensino superior no Brasil, que tem o desafio de investir em tecnologia e inovação para a produção do conhecimento. “É parte da missão da FAP promover o estudo e a reflexão crítica sobre a sociedade, a educação e desenvolvimento da cidadania”, ressaltou. “Investir na educação e na juventude é o caminho para o desenvolvimento socioeconômico do país”, acrescentou o dirigente.

Segundo o diretor-executivo da Educafro Brasil, Frei David Santos, o cursinho é vetor de inclusão social no Brasil. "A Educafro Brasil quer ver os pobres descobrindo e priorizando os pré-vestibulares comunitários, como uma das melhores ferramentas de empoderamento e transformação de suas vidas. Os jovens afro-brasileiros estão voltando a descobrir o caminho da universidade e isso nos alegra muito. Estamos aqui para ajudá-los', enfatizou.

A ONG Educafro Brasil reúne pessoas voluntárias, solidárias e beneficiárias, que lutam pela inclusão de negros, em especial, e pobres em geral, nas universidades públicas, prioritariamente, ou em uma universidade particular com bolsa de estudos. O objetivo é possibilitar empoderamento e mobilidade social para população pobre e afro-brasileira.

O curso

A mensalidade do curso custa de 20 reais. As aulas serão oferecidas no Espaço Arildo Dória, na parte superior da biblioteca, em um espaço climatizado com poltronas confortáveis. O material escolar será fornecido aos estudantes inscritos.

Aulas de redação, língua portuguesa, literatura, matemática, biologia, física, química, matemática, história, geografia, língua estrangeira, sociologia, filosofia. Haverá duas aulas por dia, com dez minutos de intervalo.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) O Inep ainda vai publicar os editais específicos com as regras e datas do Enem 2025. Os interessados em realizar o Enem 2025, isentos ou não da taxa de inscrição, deverão realizar sua inscrição na Página do Participante, no período que ainda será divulgado.

Biblioteca Salomão Malina

Inaugurada em 28 de fevereiro de 2008, a Biblioteca Salomão Malina é um importante espaço de incentivo à produção do conhecimento em Brasília. Localizada no Conic, tradicional ponto de cultura urbana próximo à Rodoviária do Plano Piloto, a biblioteca foi reinaugurada em 8 de dezembro de 2017, após ser revitalizada. Isso garantiu ainda mais conforto aos frequentadores do local e reforçou o compromisso da biblioteca com a cultura.

O espaço integra a Fundação Astrojildo Pereira (FAP), mantida pelo Cidadania23, e conta com mais de 7 mil títulos para empréstimos, que são constantemente atualizados por meio de doações e pela aquisição de obras de pensadores contemporâneos. O acervo é especializado em Ciências Sociais e Humanas, contando também com livros da literatura que fazem menção à crítica social e dos costumes, na transição do Brasil rural para o urbano.


Livro A Construção da Democracia no Brasil, 1985-2025, será lançado em Recife

Fundação Astrojildo Pereira e Annablume editaram obra, que é parte do projeto de 40 anos do regime no país

Comunicação FAP

O livro A Construção da Democracia no Brasil, 1985-2025: Mudanças, metamorfoses, transformismos (232 páginas), do historiador Alberto Aggio, terá seu terceiro evento de lançamento, nesta quinta-feira (24/4), em Recife. O trabalho, editado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Cidadania 23, e pela editora Annablume, é parte do projeto 40 anos de democracia no Brasil, organizado pela entidade e pelo partido, e será comercializado na internet.

O lançamento será realizado, a partir das 18 horas, no auditório do Sofitex, na Rua da Guia, 142. O evento contará com a presença do autor, que vai recepcionar o público em uma noite de autógrafos. Aggio já lançou o livro em Brasília, no dia 14 de março, e em São Paulo, no dia 2 de abril. Também está marcado novo lançamento, no dia 19 de maio, no Rio de Janeiro.

O autor é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP), livre-docente e titular pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Também tem pós-doutorado pela Universidade de Valencia, na Espanha, e pela Universidade Roma Tre, na Itália.

“Neste livro, procuro realizar uma reflexão sobre o processo político brasileiro das últimas quatro décadas. Uma ideia organiza o livro: a construção da democracia. Nesse processo, coincidem mudanças, metamorfoses e transformismos que marcam os principais atores políticos dessa construção”, diz o autor, convidando o público para marcar presença no lançamento.

O processo de construção democrática dos últimos 40 anos no Brasil, segundo o texto, defronta-se hoje com um cenário global no qual os desafios à democracia são cada vez mais evidentes. “Tal situação produz mal-estar e desorientação ao conjunto da sociedade brasileira”, diz um trecho do livro.

“É reconhecível, quase que consensualmente, que há uma crise de legitimação democrática, que se vem impondo às democracias hodiernas, produzida por um gradativo e persistente arrefecimento da formulação programática dos partidos políticos, enfraquecendo as estruturas de representação, acompanhado por processos de colonização da lógica de mercado, o que tem proporcionado um enfraquecimento das possibilidades de consenso democrático”, afirma.

No livro, Aggio ressalta que o elevado índice de desigualdade social, chamada por ele de “marca dolorosa que ainda se mantém”, a despeito da ampliação do consumo das classes populares, nas últimas décadas, continua como um dos principais obstáculos que se colocam à construção de uma democracia de maior qualidade no Brasil. Essa constatação, segundo o autor, é possível ao analisar o caminho percorrido e o lugar a que se chegou o país.

“Apesar da diminuição da extrema pobreza, o país não conseguiu resolver o problema da desigualdade social e racial dentro de parâmetros aceitáveis. Não há como não reconhecer que isso afeta a convicção de que a democracia pode mudar a vida para melhor”, observa o autor.

De acordo com o livro, depois de 20 anos de autoritarismo e da imposição de uma modernização avassaladora que alterou a morfologia da sociedade brasileira e 40 anos de uma construção democrática exitosa, mas com reconhecidos déficits, não é facultado ao Brasil perder o rumo que o mantém atrelado à trilha do moderno. Isto é expresso principalmente nos atores representativos da política democrática.

Apesar de todas as dificuldades e das poderosas dúvidas a respeito do presente, segundo o texto, resta a expectativa de que o país possa ser capaz de romper os entraves que bloqueiam os avanços democráticos e, simultaneamente, inventar maneiras de aprofundar, em novo patamar, a modernidade política que, de alguma forma, a construção democrática dos últimos 40 anos estabeleceu como uma aspiração compartilhada. Isso, de acordo com o autor, é possível em um contexto que valoriza o que se fez de positivo e projeta aberturas e inovações correspondentes às irreversíveis mudanças tecnológicas.

A democracia, segundo o livro, se consolidou institucionalmente, prova disso é que conseguiu suportar a realização de dois processos de impeachment – um acontecimento político sabidamente traumático –, o que, de acordo com o autor, ocorreu “sem sobressaltos dramáticos”.

A partir de 2018, no entanto, a democracia brasileira viveu sob risco com a chegada da extrema-direita ao poder, mas os órgãos de controle institucionais conseguiram barrar as iniciativas de erosão democrática colocadas em marcha durante o governo de Jair Bolsonaro, impedindo que sua “guerra de movimento” contra as instituições políticas prosperasse.

O livro afirma, ainda, que a democracia brasileira conseguiu suportar a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, que fazia parte de um dispositivo previamente preparado de quebra da ordem institucional para impedir que se consumasse o retorno de Lula à presidência da República.

A fortaleza institucional da democracia contrasta, todavia, com a fragilidade da forma como a sociedade vivencia e participa da política, segundo o texto. Os partidos políticos, organismos centrais da vida democrática, foram e ainda são incapazes de se abrirem para a dinâmica de transformações que ocorrem na vida social e econômica. “Os partidos se oligarquizaram e se enrijeceram”, diz o livro.

“[Os partidos] passaram a ser estruturas voltadas para o enriquecimento de suas lideranças – e aqui não estamos nos referindo à corrupção –, o que gera um sentimento de rejeição da sociedade em relação aos partidos. O resultado é a perda de confiança na política, processo que acaba se generalizando por todos os setores sociais”, diz um trecho.

O livro reconhece avanços nessa dimensão, especialmente no que se refere à mecânica eleitoral, transformando o Brasil numa democracia de massas, legitimada interna e internacionalmente. Contudo, diz o autor, o sistema político presidencialista, com seu hibridismo característico, no qual o Executivo é eleito majoritariamente e o Parlamento proporcionalmente, não tem permitido e tampouco impulsionado reformas políticas significativas no campo da representação, o que afeta a qualidade da democracia.

Muitas oportunidades foram perdidas, nesses 40 anos, para serem realizadas reformas que melhorassem a estrutura de representação, como a implantação do voto distrital misto. Segundo o autor, algumas que foram feitas, como a cláusula de desempenho para os partidos nas eleições parlamentares, tardarão a ser implementadas integralmente.

“Esses dois exemplos apenas evidenciaram a dificuldade de legitimação das instituições na sociedade. Por isso, o êxito da construção democrática e o mal-estar diante da dificuldade de legitimação das instituições políticas parecem compor, paradoxalmente, duas faces de uma mesma moeda. Em razão disso, acaba predominando a desconfiança em relação às instituições políticas que dão sustentáculo à democracia. Mesmo assim, apesar das imperfeições e ineficiências, as instituições políticas têm sido um fator real de sobrevivência da democracia no Brasil”, diz o livro.

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