Pacheco e Lira desafiam ordem do STF e agora tentam ganhar tempo

Senador Alessandro Vieira acusou a cúpula do Congresso de mentir para a ministra Rosa Weber
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Míriam Leitão / O Globo

Mais um capítulo da novela Orçamento Secreto e emendas do relator. Agora, o senador Rodrigo Pacheco quer seis meses para cumprir a ordem do Supremo de dar transparência a essas despesas. É uma forma de ganhar tempo e de liberar o dinheiro das emendas de 2021 que está retido por ordem do STF.

Quando saiu a ordem da ministra Rosa Weber, referendada pela maioria do Supremo, de que era para divulgar os nomes dos parlamentares que liberaram as emendas, e que emendas foram liberadas, na chamada RP9, emendas do relator, os presidentes das duas casas, senador Rodrigo Pacheco e deputado Arthur Lira soltaram um pronunciamento conjunto dizendo ser impossível cumprir a ordem. Isso colocava o Congresso na situação de descumprir ordem judicial.

O senador Alessandro Vieira acusou a cúpula do Congresso de mentir para a ministra Rosa Weber e está coletando assinaturas para uma CPI para investigar as emendas de relator.

Agora Lira e Pacheco voltaram atrás. O senador Rodrigo Pacheco enviou à ministra uma manifestação prometendo cumprir a ordem de transparência em relação às emendas. Mas diz que precisa de seis meses.

Se Pacheco e Lira disseram antes que é impossível divulgar e depois passam a dizer que podem divulgar, mas apenas em seis meses, é porque de fato estavam mentindo da primeira vez. Mas essa nova posição é aceitável?

Senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. Foto: Pedro França/Agência Senado
Rodrigo Pacheco, Bolsonaro e Arthur Lira no dia da posse dos novos presidentes da Câmara e do Senado. Foto: PR
Arthur Lira durante anúncio sobre o voto impresso ir ao plenário. Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados
Arthur Lira, presidente da Câmara e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, no início do ano legislativo. Foto: Agência Senado
Arthur Lira e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara
Arthur Lira durante a sessão sobre o voto impresso. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Jair Bolsonaro acompanhando de Ministros, entregam a MP do Auxílio Brasil ao Presidente da Câmara, Arthur Lira. Foto: Marcos Corrêa/PR
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Senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. Foto: Pedro França/Agência Senado
Rodrigo Pacheco, Bolsonaro e Arthur Lira no dia da posse dos novos presidentes da Câmara e do Senado. Foto: PR
Arthur Lira durante anúncio sobre o voto impresso ir ao plenário. Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados
Arthur Lira, presidente da Câmara e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, no início do ano legislativo. Foto: Agência Senado
Arthur Lira e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara
Arthur Lira durante a sessão sobre o voto impresso. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
 Jair Bolsonaro acompanhando de Ministros, entregam a MP do Auxílio Brasil ao Presidente da Câmara, Arthur Lira. Foto: Marcos Corrêa/PR
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O líder da oposição, senador Randolfe Rodrigues, disse que esse prazo não é razoável. Segundo ele: “se precisa de 180 dias para saber as indicações das emendas isso é extremamente grave. É algo grave porque mostra que não há controle”.

O assunto continua enrolado só comprovando que o Orçamento era mesmo secreto, como definiu a série de reportagens premiada do  “Estado de S.Paulo”. E é secreto porque é com base nessa distribuição farta de dinheiro que o governo tem comprado apoio no Congresso.

Com o passado e o presidente não resolvido, a Comissão Mista do Orçamento vai votar essa semana a aprovação dos R$ 16 bilhões de emendas do relator para 2022. A novela vai continuar e o único fim aceitável é divulgar com toda a transparência possível que parlamentares em 2020 e 2021 liberaram despesas executadas pelos ministérios. Não pode ter segredo com dinheiro público. Isso é uma ordem da Constituição.

Fonte: O Globo
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/pacheco-e-lira-tentaram-descumprir-ordem-do-stf-e-agora-tentam-ganhar-tempo.html

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