O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, entrevista o teólogo, filósofo, escritor e professor universitário Leonardo Boff, maior expoente da Teologia da Libertação no Brasil, exatamente no dia em que completou 50 anos da sua partida para fazer doutorado em Teologia e Filosofia na Alemanha, na Universidade de Munique, onde passou cinco anos. Assista.
Embarcado no navio que o levaria à Alemanha pelo então professor e coordenador dos estudantes de Petrópolis, recebeu dele, na época, em 1965, um bilhete que guarda até hoje: “O Brasil precisa de pessoas inteligentes, que ajudem a pensar a nossa realidade, muito complexa. Vá em nome de Deus”.
Quem foi o autor do bilhete? Paulo Evaristo Arns, frade franciscano que se tornaria cardeal-arcebispo de São Paulo em 1970, igualmente adepto dos direitos humanos, da justiça social e da teologia para os pobres na perspectiva da sua libertação.
Já a tese de doutorado, um calhamaço de 600 páginas, toda escrita em alemão, que lançava as bases da Teologia da Libertação, foi aceita e publicada por um teólogo daquele país. Seu nome? Joseph Ratzinger, que ao se tornar cardeal aplicaria as punições que acabaram por afastar o Frei Leonardo Boff da Igreja e, décadas mais tarde, seria eleito Papa e adotaria o nome de Bento XVI.
Nesta entrevista exclusiva, Leonardo Boff conta um pouco da sua trajetória como religioso e intelectual; fala dessa relação conturbada com o Papa Bento XVI, de quem era amigo e por quem acabou perseguido; mostra entusiasmo com o Papa Francisco, que “tem a ternura de São Francisco e o rigor de um jesuíta”, além de introduzir “uma ruptura com a velha cristandade européia e abrir o horizonte como nenhum outro papa abriu”.
Ele também fala do papel da Igreja num Estado Laico, de política, democracia, ideologia, esquerda x direita, economia global, extremismo religioso, fundamentalismo, violência e da onda conservadora que desponta no mundo. Faz ainda uma defesa apaixonada do meio ambiente.
Critica o PT, que “se deixou contaminar pelo poder e perdeu a sua vinculação orgânica com a base”, mas também “as forças poderosas, as grandes corporações multinacionais que pressionam os governos e não querem as políticas sociais”.
Genézio Darci Boff, ou simplesmente Leonardo Boff, diz que, aos 76 anos, continua o mesmo que ingressou na ordem franciscana aos 21 anos. Além de assistir esta entrevista exclusiva, você pode acompanhar abaixo a íntegra da palestra ministrada no Sesc Pinheiros, encerrando a “Campanha de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa”, com o tema “Em 2050 seremos muitos: o cuidado começa agora” e a conferência “Cuidado: maneira amorosa de se relacionar com os outros”.