Silvio Meira

Dora Kaufman aponta ‘supervalorização e demonização da inteligência artificial’

Pesquisadora vai participar de webinar da FAP, no dia 25 de outubro, a partir das 17h30

Cleomar Almeida, da equipe da FAP

A pesquisadora e professora do Programa de Tecnologias Inteligentes e Design Digital da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP) Dora Kaufman aponta “supervalorização e demonização da inteligência artificial” na sociedade por causa do que ela chama de “desconhecimento sobre essa tecnologia”. A pesquisadora vai participar, na segunda-feira (25/10), do webinar com o tema “O espaço público é Figital: consequências para a política e para os partidos?”

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Realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília, o webinar também terá participação do pós-doutor em computação pela University of Kent at Canterbury (Inglaterra) Silvio Meira, que também é professor extraordinário da Cesar School e cientista-chefe da TDS Company. O engenheiro Fersen Lambranho, que é sócio-presidente do conselho da GP Investments, também confirmou presença no webinar.

O evento será transmitido, a partir das 17h30, em tempo real, no portal, na página da FAP no Facebook e no canal da entidade no Youtube. Interessados podem enviar perguntas para o departamento de tecnologia de informação da fundação, por meio do WhatsApp (61 98419-6983).

Colunista da Época Negócios com foco nos impactos éticos e sociais da inteligência artificial, Dora observa que a inteligência artificial ainda não foi usada em eleições no Brasil. “Mecanismo de reproduzir fake News não é inteligência artificial. Não vi nada de estudo nem qualquer outra indicação de que foi usada em campanha eleitoral no país”, pondera

Na campanha de Donald Trump, que venceu Hillary Clinton nas eleições dos Estados Unidos em 2016, toda a estratégia de campanha usou inteligência artificial. No entanto, de acordo com pesquisas, não se pode afirmar que essa tecnologia interferiu no resultado das eleições de forma relevante.

“Pesquisas sobre a eleição de 2016 mostram que há uma supervalorização da inteligência artificial e de todas as tecnologias digitais no resultado da eleição de Trump”, afirma Dora. “Está acontecendo demonização da inteligência artificial por falta de conhecimento. A gente tem que entender como ela funciona, os limites dela. A técnica é muito restrita ainda para a gente poder identificar as questões reais”, ressalta.


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Na avaliação da pesquisadora, ao supervalorizar a inteligência artificial, as pessoas “entram no universo da ficção científica". "Parece que a sociedade não tinha problemas antes. Tem certa tendência a atribuir a essas tecnologias problemas históricos da sociedade, como polarização, fake News. Tem nada mais fake News que propaganda eleitoral oficial. Nela, o candidato diz o que quer para conseguir voto. A campanha eleitoral é absolutamente fake News”, critica.

A colunista diz não acreditar que algumas pessoas supervalorizam os efeitos da inteligência artificial de forma proposital. “Não acho que ninguém faz isso propositalmente. Não tenho nenhuma evidência de que isso seja feito de propósito”, acentua, para continuar: “É difícil mesmo”.

Do ponto de vista da adoção da inteligência artificial por parte das empresas, Dora acredita que o Brasil está atrasado. “Mas a vida dos brasileiros é mediada por algoritmos de inteligência artificial. Todas as plataformas e aplicativos que a gente usa no cotidiano é tudo modelo de negócio baseado na inteligência artificial”, explica.

“Os algoritmos de inteligência artificial estão mediando sociabilidade e a comunicação atual. Eles têm reflexo, de alguma forma, na política, que é um evento social e de comunicação. Toda campanha política é uma ação de comunicação”, analisa.

Webinar | O espaço público é Figital: consequências para a política e para os partidos?
Data: 25/10/2021
Horário: 17h30
Transmissão: Portal e redes sociais (Facebook e Youtube) da Fundação Astrojildo Pereira
Realização: Fundação Astrojildo Pereira


Das páginas amarelas da Veja para a TVFAP.net: o jurista Joaquim Falcão e o lançamento do livro "Reforma Eleitoral no Brasil"

O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, acompanha o lançamento do livro "Reforma Eleitoral no Brasil - Legislação, Democracia e Internet", obra organizada pelo jurista e professor Joaquim Falcão com uma série de 15 artigos sobre o tema.

O evento foi precedido por um debate com o presidente do TRE paulista, Antônio Carlos Mathias Coltro, os professores da FGV Direito Rio, Eduardo Muylaert e Silvio Meira, e os jornalistas de "O Estado de S. Paulo" José Roberto de Toledo e Iuri Pitta.

Publicado pela editora Civilização Brasileira, o livro é fruto de uma parceria entre o Estadão e a Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, que primeiro deu origem ao blog Conexão Eleitoral, com análises da campanha presidencial de 2014.

Organizador do livro, o renomado jurista Joaquim Falcão é professor e diretor da FGV Direito Rio, mestre em direito pela Universidade Harvard (EUA) e doutor em educação pela Universidade de Genebra. Integrou o Conselho Nacional de Justiça de junho de 2005 a junho de 2009 e está nesta semana nas "páginas amarelas" da Revista Veja.
Veja a cobertura completa do evento realizado na Livraria da Vila, em São Paulo, os principais trechos das entrevistas exclusivas com Joaquim Falcão, Antonio Carlos Mathias Coltro, Alberto Zacharias Toron, José Roberto de Toledo,Silvio Meira, Luis Fernando Moncau, Iuri Pitta e também alguns bons momentos do debate, principalmente com a apresentação do livro e discussões sobre a justiça eleitoral, as redes sociais e a urna eletrônica.