roberto freire

Urna eletrônica e pessoas | Foto: reprodução/Agência Brasil

Roberto Freire: O Cidadania e a Primavera Negra

O Cidadania entende a decisão sobre os critérios raciais para divisão de tempo de propaganda no rádio e na televisão e do fundo eleitoral no pleito municipal deste ano como uma medida justa e estruturante. Uma decisão que muda para melhor o país. Esse passo, que ocorre em meio a uma campanha nacional e internacional denominada “Primavera Negra”, merece e terá todo o respeito e aval da nossa legenda.

Contamos com o suporte do coletivo Igualdade 23 nos esforços para que essa decisão seja cumprida e valorizada em todas as instâncias do partido. Compreendo que essa não será uma missão árdua em razão do histórico que, iniciado na fase do PCB, o partido sempre teve sobre a importância de promover a igualdade racial e combater o racismo.

Um dos núcleos pioneiros do PCB se chamava Grupo Comunista Zumbi, liderado por Astrojildo Pereira, dirigente reconhecido como um pilar, uma “alma” da legenda. Ele foi um dos primeiros intelectuais a “apontar para a grandeza épica” dos Quilombos dos Palmares, chamando Zumbi de “o nosso Spartacus negro”, como resgata o historiador Ivan Alves Filho.

O PCB contou com expoentes como Edson Carneiro e Décio de Freitas, autor de uma das mais importantes obras sobre o Quilombo de Palmares. O primeiro deputado negro do Brasil, Claudino José da Silva, eleito constituinte em 1946, era do PCB.

Outro marco que deve ser valorizado ocorreu também em 1946, quando o então deputado federal Jorge Amado, eleito pelo PCB-SP, propôs a emenda 3.218 à Constituição, aprovada e promulgada, que tratou do livre exercício da crença religiosa com foco na proteção das religiões de matriz africana. A se ressaltar que, como eu, ele era declaradamente ateu.
Nesse período em que se verificam tentativas de desconstrução da pauta e das conquistas dos movimentos negros, penso que é relevante valorizarmos esses marcos de luta e de vanguarda social e racial. Até porque nós sempre estivemos comprometidos com esses valores da cidadania afrodescendente.

Não seria diferente agora em que esse trágico assassinato ocorrido nos Estados Unidos – me refiro a George Floyd, que pereceu sob o joelho racista de um policial branco – despertou não só naquele país, mas ao redor do mundo, incluindo o Brasil, um sentimento de integração entre as populações negras, revolta contra as injustiças e de protestos por direitos há muito negados a esses cidadãos.

Todos esses levantes da assim chamada Primavera Negra integrados, em grande medida, também por cidadãos brancos e de outras etnias. O antirracismo, afinal, não pode ter cor, uma vez que o apelo que se faz é à nossa humanidade, que é plural, embora uma só.

No caso brasileiro, há um movimento que ganha força dia após dia, em todo o país, que clama por maior representatividade, sem a qual a democracia corre risco e o desenvolvimento econômico e social será permanentemente limitado. Esse resgate da cidadania ao qual nos lançamos passa, necessariamente, por uma mudança de composição nos legislativos e executivos do país afora, em sintonia com esse clamor.

A maior presença de afrodescendentes na política nacional representa, para nós do antigo PCB, um resgate e tem até mesmo uma dimensão revolucionária, embora sem armas. Uma revolução social feita com espírito republicano, por meio das regras democráticas, em linha com o que defende hoje o Cidadania. Os tempos mudam e nós mudamos com eles.

É nesse contexto que o papel do nosso coletivo Igualdade 23 torna-se ainda mais relevante. Que possa, como parte dessa Primavera Negra, levar para o centro das decisões, nas Câmaras Municipais e nas sedes de governo, as múltiplas cores do Brasil real, cooperando com a construção do Cidadania e da sociedade.

E que a diversidade, a criatividade, a inteligência e a vivência de negros e negras, que já fazem a diferença em diversas áreas, façam também na política, com um outro olhar para a construção de uma nação verdadeiramente melhor para todos.

*Roberto Freire, presidente do Cidadania


IstoÉ: Freire rejeita aliança com Lula e Bolsonaro em 2022 e diz que aceitar polarização é “pacto com o retrocesso”

Em live da revista IstoÉ, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou que recusaria eventual proposta de aliança eleitoral com o PT, em 2022, pois considera que o partido representa um dos eixos da polarização que impede o país de avançar. Para ele, um alinhamento com qualquer dos dois polos – lulista ou bolsonarista – sinalizará para a sociedade um “pacto com o retrocesso”.

“Pra eleição, não me aliaria ao petismo. Precisamos superar a política populista de ambos, contra a política que eles representam. São dois projetos contra o país. Como vou me aliar a um deles? Evidentemente, no lado de Bolsonaro, você ainda tem a barbárie protofascista, o fundamentalismo religioso. Com esse setor, além do populismo econômico, social e político, há uma concepção de mundo completamente retrógrada”, condenou.

Freire defendeu o combate à desigualdade como bandeira fundamental de uma eventual candidatura do apresentador Luciano Huck à Presidência e disse que ela tem de se dar a partir de um bloco de centro-esquerda com os liberais e inclusive com a direita democrática. “Precisamos, como forças democráticas, enfrentar esse governo obscurantista, e não devemos ter nenhuma ansiedade de imaginar que porque ele cresce na sua popularidade, que ganhou 2022. Temos muito caminho a percorrer”, pontuou.

Segundo ele, até lá, é preciso “fazer boa oposição, uma oposição democrática e nos preparar”. “Porque nós vamos ser vitoriosos em 2022 e esse Brasil vai voltar a sorrir. Não podemos ficar imaginando que só nos resta lulismo ou bolsonarismo. Isso tem de ser, em 2022, coisa do passado”, sustentou.

Ao ser questionado pelo jornalista Germano Oliveira, que conduziu a entrevista, o presidente do Cidadania elogiou a “atuação de estadista” do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas avaliou que seria um equívoco qualquer tentativa de mudar a legislação para permitir uma nova reeleição para o comando do Legislativo.

“Estava no Congresso quando FHC propôs a reeleição. Se fosse para outro presidente, após aquele mandato, você poderia admitir, mas não de casuísmo. Foi um erro ali. Éramos a favor da reeleição, mas não daquela ali. É um erro se tentar agora seja porque processo for. Esse ajeitadinho não é bom para a democracia”, analisou.

Confira os principais pontos da entrevista com o diretor da IstoÉ, Germano Oliveira.

Ataques à imprensa
Ataques à imprensa sempre fez. Faz independentemente de qualquer outro aspecto. É da essência dele, de sua incapacidade de conviver com o contraditório e com a imprensa livre. Quando você toca em Queiroz, nas relações com milicianos inclusive presos são relações estranhas que serão esclarecidas. Tão logo encerre seu mandato isso virá à luz do dia. Quando se toca no assunto, ele perde as estribeiras. Essa agressão aos jornalistas e que criou algo que todo brasileiro cria piadas em torno disso, porque esse cheque que tem fundo mas é voador, chegou na conta de sua esposa.

Polarização
Em 2018, você instituiu e isso é grave porque vemos uma repetição agora nos EUA, a articulação de uma extrema direita que mente com o maior descaramento. Mentiu na campanha e as pessoas infelizmente acreditaram. A questão das rachadinhas surgiu ainda na campanha. Quem não sabe que tinha auxílio, mesmo tendo imóvel? Já se sabia antes da eleição, mas passou batido. Aquela bolha de apoio nas redes não leva em consideração que se fale que sua esposa recebeu cheque sem ter a origem lícita. Seus aliados pouco se importam com isso. É a mesma coisa dos que acham que Lula é inocente. Com novidades aparecendo todo dia sobre rachadinhas. Rachadinha é corrupção.

Lulismo x Bolsonarismo
Eu só não comparo porque, de qualquer forma, você tem no PT uma maioria que tem uma concepção de mundo que não é a barbárie. Há setores que apoiam a ditadura, que é um grave equívoco, na Nicarágua, na Venezuela, desde que seja do agrado deles. Hoje, é uma visão anacrônica e profundamente antidemocrática. Mas eles têm uma visão, em sua maioria, que têm compromisso com visão humanista da sociedade. Bem diferente da barbárie protofascista que acompanha Bolsonaro e muitos dos seus áulicos.

Risco de ruptura
Não tem nenhuma segurança de que você não tenha no núcleo do governo a concepção de que o regime ideal é o implantado na ditadura de 1964. Convivem com alguns de seus ídolos que são o pior da concepção humana, torturadores. Disse que a ditadura não foi eficaz porque matou pouco, reprimiram de forma leniente. Essa visão ele já tinha, demonstrava isso e eu acompanhei porque era deputado com ele. Ele era do baixíssimo clero. Isso não mudou. Essa visão arcaica. Expôs à luz um movimento de ultradireita expressivo. Tivemos governos de retórica de esquerda, mas ficamos como um país dos mais desiguais do mundo. A direita nunca se preocupou com isso. Não tenho nenhum receio do enfrentamento político que teremos em 2022. Temos ainda muito chão pra andar, embora perto. As pesquisas com cenário definido pra 2022 não existem em termos de candidatos. Costumo brincar que não podemos morrer pela zoada do tiro.

Candidatura de Huck
Acredito que sim. Não posso afirmar porque ele não se decidiu. Mas pelo andar da carruagem, o ex-governador Antônio Brito, que também trabalhava na Globo quando saiu pra política, me disse ter a impressão de que Luciano estava atravessando a rua. É uma pessoa bem formada, tem uma visão de mundo, talvez conheça a realidade brasileira tão bem quanto qualquer outro, até porque o programa de televisão é muito ligado à realidade da imensa maioria da população brasileira, uma compreensão de que o grande problema do país é a desigualdade. O Cidadania torce pra que isso se concretize, pode ser a alternativa na construção de um polo democrático pra evitar polarização perniciosa lulismo x bolsonarismo, que é terrível para o país.

Desigualdade
Será a bandeira porque justifica nossa trajetória política. Pandemia expôs a desigualdade, que chega ao ponto de determinar quem vai morrer mais. Alguns partidos de esquerda entraram na Justiça agora contra o marco do saneamento. Você acredita que deve manter uma estrutura que condenou mais da metade da população a não ter saneamento, 30% sem água encanada? Uma das formas de evitar a doença é lavar as mãos, mas onde 30% da população lavariam se não têm água encanada? Manutenção de Estado patrimonialista, privatizado pelo interesse das elites econômicas? Precisamos superar essa desigualdade.

Centro?
Centro não é posição muito definida. Centro de quê? 2018 não foi uma polarização anterior, ela surgiu no segundo turno. No primeiro, movimento anti-establishment, numa articulação pelas redes, que surpreendeu a todos, embora já se falasse no Trump e no Brexit, manipulação e fake news, tínhamos conhecimento, mas não tivemos clareza do movimento aqui. Mesmo analistas que viam a política pelo velho endereço das ruas se viram com a surpresa de ver eleito alguém que não tinha nem partido direito. Teve componente do anti-petismo no segundo turno. Agora, isso está expresso, não tem porque não entender que, na sociedade, há um amplo campo democrático que precisa se coesionar. Tenho impressão de que há um nível de consciência que se não aglutinar num bloco só, ao menos um grupo de centro-esquerda, com setores liberais e da direita democrática pra pensar esse novo mundo.

Aliança com o PT
Não, pra eleição não me aliaria ao petismo. Se houver qualquer alinhamento com esses dois polos, mais uma vez será anunciado para o Brasil um pacto com o retrocesso. Precisamos superar a política populista de ambos, contra a política que eles representam. Não há nenhum projeto de Brasil se desenvolvendo. Tenho que imaginar que o país supere essa realidade. São dois projetos contra o país. Como vou me aliar a um deles? Evidentemente, no lado de Bolsonaro você ainda tem a barbárie protofascista, o fundamentalismo religioso. Com esse setor, além do populismo econômico, social e político, há uma concepção de mundo completamente retrógrada.

Toma lá, dá cá
No processo político, em sociedades democráticas, há relação entre Executivo e Legislativo. Claro que não governará sem apoio do Parlamento. Não é problema ter como composição do governo forças políticas do Parlamento. [Pensar diferente] Seria apostar num impasse, em conflito entre poderes. Quando se fala em toma lá, da cá, é uma referência a negociações espúrias. Posso dizer que existe como fazer diferente porque fui líder do governo Itamar Franco, não houve escândalo e havia composição política. Prática parlamentar de Bolsonaro sempre foi de baixíssimo nível, sei porque fui deputado 26 anos com ele. Por trás dessa integração com o Centrão, pode ter tido acordos promíscuos. Um deles? Todo o desmanche no que se criou em termos de combate à corrupção no país. Está destruindo tudo isso. Bolsonaro está desconstruindo isso, aparelhando a Polícia Federal, a PGR, o MP no Rio pra blindar os familiares e os amigos como se pronunciou naquela reunião ministerial.

Reeleição no Congresso
Não vejo isso como errado apenas porque alguém pode querer fazer o mesmo. Errado é errado. Estava no Congresso quando FHC propôs a reeleição. Fui até ele com Montoro, Gabeira e outros e questionamos porque não o parlamentarismo? Porque a reeleição ali era uma violência. Se fosse para outro presidente, após aquele mandato, você poderia admitir, mas não de casuísmo. Foi um erro ali. Éramos a favor da reeleição, mas não daquela. É um erro se tentar agora, seja porque processo for. Esse ajeitadinho não é bom para a democracia. Quero até dizer que Rodrigo Maia está surpreendendo. Era bom parlamentar, com boa visão, mas surpreendeu como presidente nesse período conturbado revelando-se até um estadista. Mas essa ideia de buscar reeleição é um equívoco.

Pandemia
Como é que se pode enfrentar uma pandemia sem ter uma política na saúde pública consistente, continuada e com estratégias? Exemplo maior é ter um interino há quatro meses no Ministério da Saúde, e no meio da pandemia mudou dois ministros. E por curandeirismo, charlatanismo, porque não queriam indicar uma droga que o presidente achava que tinha o poder de curar quando nenhum dos órgãos que cuidam dos fármacos no mundo indicava. Poderia ser como um experimento. O médico pode experimentar. Mas não é a recomendação e não pode ser indicado como ele fez num momento de pânico. Como autoridade máxima teria de dar o exemplo. Tivemos a balbúrdia, o conflito, o caos, a guerra com prefeitos e governadores como ele mesmo anunciou. Até hoje, a postura em relação ao sofrimento de mais de 121 mil famílias não tem um mínimo de empatia. Não tivemos unidade nacional e infelizmente não temos. Isso pra ele não tem a mínima importância. Erradicamos várias doenças por vacina e tratamentos importantes. Temos expertise nisso e não valeu nada porque temos um governo que retirou um técnico e colocou no lugar um veterinário que estava trabalhando num tribunal em Brasília. A que pontos chegamos.

Amazônia
É tão criminosa quanto o tratamento dado à pandemia, só que não está matando diretamente como a pandemia. Criando problemas para a sustentabilidade e para o mundo futuro. Vi surgir o movimento dos verdes e assumiu uma posição que toda a humanidade se preocupa com isso. Montou um governo que tem como tarefa a exploração da Amazônia, pouco importa o que é que vai fazer, garimpo ilegal, desmatamento, atividade atrasada de que não precisa desmatar pra que o Brasil continue potência do agronegócio que o Brasil é, com o desenvolvimento tecnológico, a Embrapa é de fundamental importância nisso. Temos muito a apresentar e estamos jogando fora nesse governo negacionista, que é contra toda e qualquer ideia de humanidade e sustentabilidade. É um desastre. Talvez ainda se possa resolver porque a própria atividade econômica brasileira vai se ressentir desse desmantelo do governo e de seu ministro. Quem salva um pouco é o vice-presidente, que tem um pingo de razão nesse mar de destruição.

Considerações finais
Quando a gente chega a certa idade, fica um pouco nostálgico. Algumas são nostalgias ótimas porque lembram bons momentos. Você lembrou de nos conhecermos em Londrina num dos momentos mais duros e sombrios da ditadura. Jovens em tempos difíceis tentando enfrentar aquilo, mas sabíamos que estávamos lutando pelo que de melhor o ser humano tem, sua liberdade, não ver no outro ser humano um inimigo, fraternidade, um mundo mais solidário. Precisamos como forças democráticas enfrentar esse governo obscurantista, e não devemos ter nenhuma ansiedade de imaginar que porque ele cresce na sua popularidade que ele ganhou 2022. Temos muito caminho a percorrer. Temos de fazer uma boa oposição e isso em alguns aspectos está faltando. O Congresso precisa atuar mais politicamente, mesmo de forma remota. Precisamos criar CPIs. O Congresso existe pra fiscalizar e controlar o Executivo. Não é porque tem pandemia, mas escândalos como os de rachadinhas e milícias tudo isso exigiria CPI. Precisamos fazer boa oposição, uma oposição democrática e nos preparar. Porque nós vamos ser vitoriosos em 2022 e esse Brasil vai voltar a sorrir. Não podemos ficar imaginando que só nos resta lulismo ou bolsonarismo. Isso tem de ser, em 2022, coisas do passado.


Nota Oficial do Cidadania em repúdio ao uso da LSN contra colunista da Folha de S.Paulo

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, divulgou nota na manhã deste sábado (22) em que classifica como um “atentado à liberdade de imprensa” a ação do Ministério da Justiça e da Polícia Federal contra o colunista da Folha de S.Paulo Hélio Schwartsman com base na Lei de Segurança Nacional.

“Se julgou os termos inadequados, como muitos julgaram, lançasse mão de papel e caneta. Acionar a PF e a LSN integra o rol de delírios autoritários dos que estão no poder e abominam o dissenso. Um projeto do deputado federal Daniel Coelho (Cidadania-PE) pede a revogação desse entulho da ditadura ao qual Bolsonaro e Mendonça já haviam recorrido na tentativa de calar o chargista Aroeira e intimidar o jornalista Ricardo Noblat”, diz Freire.

Leia a nota:

Nota Oficial

Acionar PF contra colunista da Folha é atentado à liberdade de imprensa

O Cidadania repudia a escalada do Estado policial sob Jair Bolsonaro, do que o mais recente episódio é o uso do aparato estatal para perseguir o jornalista Hélio Schwartsman. É inadmissível que o ministro da Justiça, André Mendonça, prócere desses novos tempos, tenha mandado a Polícia Federal intimar o colunista da Folha de S.Paulo, com base na Lei de Segurança Nacional, porque o presidente não gostou do que ele escreveu.

É possível discordar do conteúdo de seu texto e certamente o jornal abriria espaço para divergência – como abriu. Na democracia, as pessoas são livres pra se manifestar e há liberdade também para que outras discordem. Não existe delito de opinião. Não houve ataque à instituição Presidência da República nem incitação à quebra da ordem social, mas uma crítica à negligência de Bolsonaro na pandemia, que já deixou 113 mil mortos.

Se julgou os termos inadequados, como muitos julgaram, lançasse mão de papel e caneta. Acionar a PF e a LSN integra o rol de delírios autoritários dos que estão no poder e abominam o dissenso. Um projeto do deputado federal Daniel Coelho (Cidadania-PE) pede a revogação desse entulho da ditadura ao qual Bolsonaro e Mendonça já haviam recorrido na tentativa de calar o chargista Aroeira e intimidar o jornalista Ricardo Noblat.

O Cidadania considera uma prioridade nacional frear a criação de uma espécie de “gestapo bolsonarista” dentro do Ministério da Justiça, ímpeto alimentado pelo leilão promovido por Bolsonaro por uma vaga no Supremo Tribunal Federal. O clima de baguncismo que estão instalando nas instituições brasileiras é a verdadeira ameaça à democracia e à ordem política e social.

Roberto Freire


Roberto Freire: projeto Luciano Huck continua a todo vapor e pode dar protagonismo ao Cidadania em 2022

Para o presidente do partido, viabilidade eleitoral do apresentador incomoda lulistas e bolsonaristas e candidatura pode vingar com apoio de MDB, DEM e PSDB

Em reunião da Executiva Nacional do Cidadania, nesta quinta-feira (30), o presidente Roberto Freire afirmou que o projeto Luciano Huck continua a todo vapor, apesar de a discussão sobre a candidatura ter arrefecido em razão da pandemia, com o apresentador se dedicando mais a articulações em solidariedade aos mais afetados e vulneráveis à doença. Isso, embora, segundo ele, o próprio presidente Jair Bolsonaro já tenha colocado a sucessão na agenda política nacional e nas redes sociais.

“Houve um ataque nas redes sociais em volume muito grande contra Huck, porque ele aparece nas pesquisas como perspectiva e isso gera receio de ambos os lados da polarização. Estamos vendo sua capacidade de articulação. Temos que ter afirmação nacional de que a nossa candidatura não é uma candidatura que admita o lulismo no seu retorno ou a ideia de bolsonarismo na sua continuidade. Isso tem de ser afirmado inclusive nesta campanha”, avaliou.

Freire viu nos duros ataques contra Huck, partindo de bolsonaristas e lulistas no Twitter, uma afirmação de força do apresentador, dando perspectivas cada vez melhores a uma eventual candidatura. Ele considerou um movimento importante, nesse contexto, a saída de MDB e DEM do centrão e apontou uma “oportunidade histórica” de que o Cidadania protagonize o processo eleitoral de 2022, buscando apoio, ainda, de outros setores e partidos da centro-esquerda e da esquerda democrática.

“Junto com o PSDB, forma-se um bloco importante para discutir uma candidatura do polo democrático. Nós podemos ser protagonistas nesse cenário. É importante ter nessa campanha essa persectiva. [Luciano Huck] Pode vir a ser nossa alternativa, o que é um processo em construção, no campo correto, como candidato de centro-esquerda. Não vamos ganhar com candidatos da direita. Moro, Mandetta e Bolsonaro, se candidatos, ocuparão o campo da direita”, argumentou.

Autonomia nas alianças regionais
Na reunião, chamada para apresentar um balanço das perspectivas eleitorais para novembro, Freire ponderou que, apesar de cada estado trabalhar questões políticas com foco na realidade local, o partido tem uma posição nacional e deve reafirmá-la.

“Não somos um partido regional ou de um local. Estamos com boa capilaridade nacional e cada um dos estados tem suas especificidades, particularmente nas questões políticas. Suas tradições, alianças, questões que mais atraem a preocupação da população, com diversidade em cada um dos municípios, e isso dá, nessas eleições, a realidade local como fundamental para o debate político. Mas é importante saber que o partido existe por uma posição nacional”, destacou.

Ainda segundo Freire, mesmo que aspectos da conjuntura política nacional sejam tratados de forma diferente nos estados, o partido mantém a continuidade do seu projeto.

“Não há um hiato de dizer que o partido tem uma posição nacional e que para neste momento para depois ser retomada. Hoje, o prioritário são as eleições municipais e cada um tem que saber como conduzir suas campanhas, especialmente do ponto de vista político. São autônomos em fazer suas alianças, o partido não tem veto. Mas o partido não vai parar de ter suas posições e sua intervenção no processo político nacional”, sustentou.


Marina Silva e Roberto Freire discutem sustentabilidade em webinar

Biblioteca Salomão Malina realiza o evento online, que também terá participação de Bazileu Margarido, Sérgio Besserman, Guilherme Accioly e Maria Amélia Enríquez

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

A Biblioteca Salomão Malina realiza, nesta sexta-feira (3), a partir das 18h30, terceiro webinar da série “O que virá depois?”, para discutir sustentabilidade no período pós-pandemia do coronavírus. Participam do evento online a ex-senadora Marina Silva (Rede); o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire; o coordenador Executivo Nacional da Rede Sustentabilidade, Bazileu Margarido; e os economistas Sérgio Besserman e Guilherme Accioly. A mediação será realizada pela economista e professora da UFPA (Universidade Federal do Pará) Maria Amélia Enríquez.

O Webinar “O que virá depois?” terá transmissão ao vivo no site e na página da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) no Facebook. A entidade mantém a biblioteca no Conic, importante centro cultural e comercial no centro de Brasília. Durante o webinar, os debatedores deverão abordar assuntos de grande relevância para a sustentabilidade e o meio ambiente, como é o caso da audiência  pública convocada, para os dias 21 e 22 de setembro, pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso, para discutir “a situação do quadro ambiental no Brasil”.

Assista ao vivo!

https://www.facebook.com/facefap/videos/751133738991858

A decisão de agendar os encontros foi dada neste domingo (28), no andamento de ação apresentada pelos partidos PSB, PSOL, Rede e PT. As siglas apontam "atos comissivos e omissivos da União que comprometeriam o adequado funcionamento do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima) e o direito de todos os brasileiros a um meio ambiente saudável".

Em sua decisão, Barroso disse que o quadro apresentado pelos partidos na ação judicial "revela a existência de um estado de coisas inconstitucional em matéria ambiental, a exigir providências de natureza estrutural". “A proteção ambiental não constitui uma opção política, mas um dever constitucional", afirmou o ministro.

Outros assuntos relacionados à sustentabilidade também deverão ser discutidos pelos debatedores, como a situação do avanço das queimadas e do avanço do desmatamento no Brasil, especialmente na Amazônia.

Veja outros vídeos da série “O que virá depois?”

Especialistas participam de webinar para debater economia após pandemia

“O que virá depois?” é tema de webinar da Biblioteca Salomão Malina


Jornada da Cidadania: Construir identidade do partido e preservar a democracia é missão para formados

Live de encerramento do curso para 400 filiados e não filiados ao partido contou com a participação de Marco Marrafon, Luiz Carlos Azedo, Cristovam Buarque e Roberto Freire

Formados no curso Jornadas da Cidadania, 400 jovens têm a partir de agora a missão de ajudar a preservar a democracia, construir a identidade do partido e responder aos desafios que a eleição de um líder desumano e populista colocou para a política como espaço democrático de formação de consensos e avanços. Essa foi a provocação que fizeram lideranças do partido a filiados e não filiados que participaram da live de encerramento do curso neste sabádo (20).

Coordenador pedagógico do Jornadas da Cidadania, o professor de Direito do Estado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Marco Marrafon disse que o objetivo do curso é “preparar as pessoas pra defender as suas ideias com diálogo, baseando-se em evidências e discurso científico, especialmente em tempos tão sombrios em que vemos claramente que a eleição de 2018 foi uma eleição violenta e populista”.

Confira como foi a live!

https://www.facebook.com/jornadadacidadania/videos/626591014613675

Segundo ele, que é presidente do Cidadania-MT, o curso busca trazer aos alunos um “olhar que resgate a boa política”. Esse olhar, conforme Marrafon, envolve “mais encantamento pelo saber e pela inteligência, mais filosofia e menos grito, militarismo e ignorância”, que, segundo ele, “representam o forte retrocesso civilizacional que tem assolado o Brasil e outros países do mundo”. Para ele, a pandemia de Covid-19 reforça a necessidade de formar melhores quadros.

“Temos um problema em diferentes estados e municípios que está causando prejuízos econômicos gravíssimos e a morte de milhares de pessoas: incompetência de gestão. Gestões preocupadas com debates ideológicos estéreis, que só promovem o retrocesso e não se preocupam com o que é fundamental: resolver os problemas que existem, os problemas que afligem a vida dos brasileiros, as coisas mais simples do dia-a-dia hoje tão burocratizadas”, disse.

Nova geração
Alunos de todas as regiões do Brasil passaram por avaliações escritas e atividades complementares em 14 videoaulas e 42 miniaulas. De caráter acadêmico, o Jornadas exigiu um mínimo de 75% de aproveitamento dos participantes.

“Pessoas preparadas fazem a diferença. O bem não pode ser bobo nem preguiçoso. A razão ético-estratégica exige os melhores ideais e muito trabalho, porque a ética nos coloca limites que os que não estão preocupados com ela não têm. Isso significa que vocês vão dormir pouco, acordar cedo, levar a mensagem. Se pra 10 pessoas pouco importa, porque são 10 cidadãos. Não se preocupem com as fake news, mas sejam firmes pra rebater e impor suas ideais”, aconselhou.

Para o presidente da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), o jornalista Luiz Carlos Azedo, o curso se propôs a “discutir projetos utopias” e a pensar “a política como algo transformador da saciedade”, mas sem perder “a perspectiva de que é também é uma atividade prática, em que as pessoas precisam ter habilidade, vontade, empenho, criatividade e iniciativa”.

“Vocês representam uma nova geração de cidadãos que não vêem a politica apenas como articulação de bastidor, futrica e imediatista, que é o que predomina hoje e acaba rebaixando o papel e a importância desse exercício. O Cidadania é um novo partido que resulta de longa trajetória que vem do PCB, passando pelo PPS, e precisa construir agora sua identidade. Somos um somatório de várias tendências que ainda não conseguiram produzir uma síntese. Talvez essa tarefa seja de vocês. Vocês que vão construir para o futuro”, apontou.

Construção partidária
Presidente do Conselho Curador da FAP, o ex-governador e ex-senador Cristovam Buarque propôs aos formandos que buscassem responder a quatro cobranças: o que o Brasil esqueceu como nação que permitiu a eleição de alguém como Bolsonaro; como melhorar como país com o crescimento econômico inviabilizado pela pandemia; que mapa deve guiar os brasileiros no próximo centenário da independência; e como construir um partido que ajude na execução desses projetos.

“Esquecemos o povo ao longo da nossa história e isso levou a outros esquecimentos. A bandeira brasileira feita nos dias seguintes à proclamação tem escrito ordem e progresso e 65% dos brasileiros adultos eram analfabetos naquele momento. Aonde queremos chegar como potência? Na educação, na liberdade, na igualdade. E, definido onde, o que precisaremos fazer pra chegar lá, o que não poderemos esquecer. Precisamos fazer o povo acreditar. Como fazer o povo acreditar nesse projeto? Não nos deixem continuar esquecendo, nos ajudem a lembrar”, pediu.

Coube ao presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, o encerramento da live. Ele lembrou que os desafios que estão colocados “exigirão de todos nós uma prática”.

“Mesmo que não tivessem feito esse curso, vocês como cidadãos teriam de dar respostas. Com o curso, a resposta é de maior responsabilidade porque entenderam o poder da política para mudar a nossa realidade. Esse o nosso papel. Estamos vivendo uma rara infelicidade. A tragédia da pandemia e de ter na presidência alguém que não teve a minima capacidade para enfrenta-la unindo o povo. Ao contrário. Vemos alguém que, sem nenhuma empatia, apresentou sua face desumana”, sustentou.

Protagonismo em 2022
Freire, que vinha alertando para o risco da escalada autoritária de Bolsonaro, ponderou que as recentes investigações envolvendo o presidente e a prisão de seu ex-faz tudo Fabrício Queiroz tornam essa alternativa mais problemática para as Forças Armadas. Ele classificou Bolsonaro de “nacionalista exacerbado”, que “não respeita a liberdade nem a convivência democrática”e “tem na sua formação a violência e a destruição”. Segundo ele, trata-se de um órfão da ditadura como alguns de seus generais, mas a possibilidade de um golpe hoje está mais distante.

“A prisão do Queiroz colocou no colo do presidente da República a bomba da corrupção. Não é apenas rachadinha, que é um desvio criminoso de dinheiro. Lá estão caracterizados crimes muito maiores: vinculação com milicianos ligados a homicídios e venda de serviços como a construção de habitações ilegais, tendo como elo o atual prisioneiro Fabricio Queiroz. Impossível imaginar as Forças Armadas dando um golpe para entregar o poder a um corrupto ligado a milicianos”, argumentou.

Freire pontou, no entanto, que isso não deve fazer com que os jovens percam de vista a necessidade de se opor a qualquer risco de ruptura. “O país precisa daqueles que vão lutar pela defesa da democracia, pra que, superada essa fase de rara infelicidade, superada a pandemia, sustentem o processo democrático com essas eleições de 2020 e tenham o protagonismo que o Cidadania deseja ter em 2022”concluiu.


‘Tudo está em profunda transformação’, diz Roberto Freire na última aula da Jornada da Cidadania

Curso de formação política chega à etapa final com discussão sobre a Era Digital; alunos têm até 15 de junho para concluírem curso e receberem certificado

“Estamos no limiar de novo mundo e, portanto, não podemos imaginar que as instituições, as relações sociais entre as pessoas, o mundo do trabalho e a sociedade permaneçam como estão”, afirma o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, em videoaula de encerramento da Jornada da Cidadania. Realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), o curso multimídia de formação política disponibiliza, nesta quarta-feira (13), o último pacote de aula na plataforma de educação a distância totalmente online, interativa e com acesso gratuito.

Os conteúdos são disponibilizados, exclusivamente, para alunos cadastrados na Jornada da Cidadania, com login e senha. Em sua videoaula, Freire explica o futuro da política e dos partidos na Era Digital, a qual, segundo ele, é alcançada por meio da revolução da inteligência artificial e da comunicação em redes. “Tudo está em profunda transformação”, afirma o presidente nacional do Cidadania. Ele cita, por exemplo, que estão mudando as relações institucionais e a própria democracia representativa.

Em seguida, o historiador Alberto Aggio, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista), analisa o governo Bolsonaro no contexto da pandemia do coronavírus. Em seguida, o diretor de Treino da empresa Ideiais Radicais, Renato Diniz, explica gestão de voluntários e o especialista em educação Rafael Parente destaca pontos importantes da educação e formação continuada.

Na última aula multimidia, os alunos também deverão assistir a um vídeo do sociólogo Manuel Castelo, em que ele aborda escola e internet no mundo de constante aprendizagem dos jovens. Além disso, também terão de ler parte do livro A sociedade em rede e ouvir o podcast em que Roberto Freire complementa a sua aula ao analisar a pandemia da Covid-19 e o futuro do Brasil, antes de responderem ao questionário e à pesquisa de satisfação.

Etapa final

Todos os alunos terão até o dia 15 de junho para concluírem o curso na plataforma de ensino a distância e receberem certificado com camiseta e caneca personalizadas da Jornada da Cidadania, no endereço cadastrado no ato da inscrição. Possíveis alterações do endereço devem ser comunicadas pelos alunos à FAP, realizadora do curso.

A Jornada da Cidadania teve início no dia 12 de fevereiro, oferecendo 36 horas de conteúdo multimídia para os internautas, ao longo de 14 semanas. O objetivo é capacitar cidadãos acerca de conteúdos relevantes da política, além de fornecer bases fundamentais para possíveis candidatos que pretendem disputar as eleições municipais deste ano.

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Roberto Freire e Marco Marrafon discutem futuro do Estado e governança estratégica

Em última live da Jornada da Cidadania, presidente nacional do Cidadania e coordenador do curso traçam perspectivas para o país

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Futuro do Estado e governança estratégica serão debatidos na última live da Jornada da Cidadania, que será transmitida, nesta sexta-feira (15), a partir das 19h30, para alunos do curso multimídia de formação política, exclusivamente, na plataforma de educação a distância. O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, e o coordenador-geral do curso, advogado Marco Marrafon, vão abordar o assunto e interagir com o público na conversa online, que também marca o encerramento do curso.

Na live de Freire e Marrafon, que é doutor e mestre em Direito do Estado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), os alunos poderão conferir principais perspectivas sobre o Brasil, já que o país passa por uma crise política que agrava a pandemia do coronavírus. Além disso, eles destacam a importância da governança estratégica para êxito das ações.

A terceira e última live da Jornada da Cidadania também marca o encerramento do curso, que teve início no dia 12 de fevereiro, oferecendo 36 horas de conteúdo multimídia para os internautas, ao longo de 14 semanas. O último pacote de aulas foi disponibilizado, nesta quarta-feira (13), na plataforma de educação a distância.

Todos os alunos terão até o dia 15 de junho para concluírem o curso na plataforma de ensino a distância e receberem certificado com camiseta e caneca personalizadas da Jornada da Cidadania, no endereço cadastrado no ato da inscrição. Possíveis alterações do endereço devem ser comunicadas pelos alunos à FAP (Fundação Astrojildo Pereira), realizadora do curso.

O curso teve o objetivo de capacitar cidadãos acerca de conteúdos relevantes da política, além de fornecer bases fundamentais para possíveis candidatos que pretendem disputar as eleições municipais deste ano.

Primeira e segunda lives

No dia 24 de abril, os alunos assistiram à segunda live da Jornada da Cidadania. O ex-senador Cristovam Buarque abordou principais assuntos relacionados à perspectiva do mundo depois da pandemia do coronavírus.

No dia 20 de março, o curso de formação política realizou a sua primeira live, com a participação do jornalista Luiz Carlos Azedo, colunista político e especialista em mídias digitais, e do publicitário Moriael Paiva, pioneiro no uso de mídias digitais no segmento político. Eles abordaram o impacto da pandemia do novo coronavírus na vida das pessoas em tempos de comunicação em rede.

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Portal do Cidadania: Roberto Freire divulga nota oficial em homenagem aos 98 anos do PCB

O presidente Nacional do Cidadania, Roberto Freire, divulgou nota oficial nesta quarta-feira (25) em homenagem aos 98 anos do Partido Comunista Brasileiro, fundando em 25 de março de 1922

 

 

Leia abaixo:

“Nota Oficial – 98 anos do PCB

Eram poucos os que em 1922 sonharam grande e tinham sede de justiça. Assim o poeta Ferreira Gullar narrou a origem do Partido Comunista Brasileiro, o PCB, o nosso Partidão. Hoje trocamos o comunismo pela cidadania. Reinventados sim, mas também orgulhosos de nossa jornada e da memória dos nossos camaradas que tombaram na luta contra as ditaduras.

O tempo não para. As mudanças se sucedem. Mas uma essência segue perene. No DNA do Cidadania, permanece sequenciada aquela mesma sede de justiça do PCB de 98 anos atrás. No presente, o maior desafio é olhar para frente e decidir como avançar neste momento grave de pandemia, com a nação à deriva, desgovernada por um presidente desequilibrado e negacionista.

Pois então a realidade faz seu chamado: chegou a hora de sermos muitos. De trabalhar de sol a sol na tarefa de formar uma maioria democrática capaz de liderar os rumos do Brasil. Uma maioria com sensibilidade social para compartilhar os valores mais enraizados do nosso povo, sem abrir mão, porém, do respeito à diversidade e da inteligência econômica mais eficiente.

Formamos no Cidadania uma síntese entre a experiência e a renovação. Estamos prontos, assim, para combater a desigualdade e ampliar as oportunidades no país, agindo sempre solidariamente. Como em 1922, continuamos a sonhar grande.

Roberto Freire
Presidente Nacional do Cidadania”


Cidadania critica declarações sexistas de Bolsonaro contra repórter da Folha de S. Paulo

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, e os líderes do partido no Senado, Eliziane Gama, e na Câmara, Arnaldo Jardim, criticaram veementemente em nota pública (veja abaixo) as declarações misóginas e de cunho sexual do presidente da República, Jair Bolsonaro, contra a repórter do jornal Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello.

“O desatino de um presidente
O presidente da República, Jair Bolsonaro, ao agredir com ironias grosseiras a jornalista Patrícia Campos Mello, hoje pela manhã, mais uma vez demonstra o seu desrespeito à liturgia do cargo, às mulheres, às famílias e aos direitos consagrados na Constituição de 1988, sem esquecer as recorrentes afrontas a imprensa livre do nosso país. Com sua atitude, rasga o senso e usa o mandato para alimentar o ódio e conflitos desnecessários entre os cidadãos.

Por estar no vértice do poder republicano, a presidência deve ser referência moral e comportamental para toda a sociedade e não trincheira ideológica para aprofundar desarmonias sociais, de gênero e de brasilidade.

Com a suas declarações, além do mais, o presidente confronta a luta histórica e a conquista de direitos pelas mulheres, afirmando posturas sexistas e misóginas, não mais toleráveis em nossa democracia.

As declarações desastradas do presidente tornam-se também condenáveis se levarmos em consideração que estamos às vésperas das comemorações do Dia Internacional da Mulher, no próximo 8 de março.

O Cidadania manifesta a sua solidariedade à jornalista vilipendiada a todas às mulheres e também a família brasileira.

Roberto Freire – Presidente do Cidadania
Eliziane Gama – Líder do Cidadania no Senado Federal
Arnaldo Jardim – Líder do Cidadania da Câmara dos Deputados“


‘Vocês têm de construir novo partido’, diz Roberto Freire no IV Encontro de Jovens Lideranças

Presidente do Cidadania instiga juventude para não repetir erros da política tradicional

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

“Vocês tem de construir um novo partido, diferente”, disse neste sábado (18) o presidente nacional do Cidadania 23, Roberto Freire, durante o encerramento do IV Encontro de Jovens Lideranças. O evento foi realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Corumbá de Goiás, e teve toda a programação transmitida ao vivo pelo site e Facebook da entidade.

No total, 75 jovens dos 26 Estados e do Distrito Federal fizeram uma imersão em um curso de formação política e cidadã , que é realizado pela FAP anualmente. Entre os temas discutidos por eles estiveram democracia, sustentabilidade, corrupção, eleições 2020, exclusão social, liberalismo, progressismo, política no mundo contemporâneo e redes sociais.

https://www.facebook.com/facefap/videos/176094523466045/

Durante o encerramento, Freire destacou que os jovens precisam assumir o protagonismo na política, sem repetir os velhos erros da política tradicional. “A juventude não pode, em hipótese alguma, agir como era antes a juventude de partido tradicional. Vocês devem ter o cuidado para não querer repetir e dar continuidade à juventude dos partidos”, afirmou o presidente do Cidadania.

“Tenham a consciência de que não mudamos para o Cidadania para ter continuidade nem o PPS e o PCB, embora historicamente existam”, explicou Freire, referindo-se ao antigo Partido Popular Socialista e ao Partido Comunista Brasileiro, para os quais o Cidadania deu uma nova identidade.

O diretor-geral da FAP, Luiz Carlos Azedo, avaliou como “excepcional” o IV Encontro de Jovens Lideranças e agradeceu o empenho de todos os participantes e profissionais da fundação para o sucesso do evento, além da coordenadora-geral Terezinha Lelis e do consultor José Augusto Neves.

Azedo disse que a contradição entre velho e novo se resolve dentro de cada geração. “Esse embate é o embate a ser travado lá fora e, de certa maneira, esse encontro tem o objetivo de ajudar a se relacionarem com situações imprevistas e encontrar soluções, alem de estabelecer relações de cooperação e construir consensos”, afirmou ele.

A tarefa de construir o novo, segundo o diretor-geral da FAP, é muito mais dos jovens, embora os mais velhos também de contribuir bastante para isso. “Vocês têm uma sombra de futuro maior que a nossa. Não estou querendo jogar no ombro de vocês uma tarefa de que não damos conta, mas mostrar que vocês fazem parte desse esforço, se olharmos em perspectiva”, disse ele, dirigindo-se aos participantes.

O vereador Samuca (Cidadania), coordenador nacional da Juventude do Cidadania 23, ressaltou a importância do espaço garantido pelo presidente do Cidadania para a juventude e todos os demais interessados em estabelecer um diálogo civilizado. Além disso, o parlamentar conclamou os participantes a fortalecerem os vínculos e o comprometimento com o partido. “Chegou a hora de nos unirmos e apresentar um projeto [da juventude] para a direção”, disse ele, que é presidente do Cidadania em Guarapuava, a cerca de 250 quilômetros de Curitiba.

Mais cedo, os jovens participaram do Game da Jornada da Cidadania, um curso de formação política e cidadã totalmente gratuito e online que será oferecido pela FAP a partir de fevereiro. Orientados pela jornalista Jordana Saldanha, especialista em marketing digital e big data, os participantes se mobilizaram para divulgar ainda mais a iniciativa da fundação pelo país, a fim de buscar a formação e consciência política da sociedade.

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» Minorias são representadas em dinâmica do IV Encontro de Jovens Lideranças

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» Confira, ao vivo, a abertura do IV Encontro de Jovens

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Folha de S. Paulo: Não inventamos Huck, ele já era agente político, diz Roberto Freire

Presidente do Cidadania, Roberto Freire afirma que apresentador compete com Lula e não é 'um Silvio Santos'

Joelmir Tavares, Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Ex-comunista, Roberto Freire, 77, diz não ver mais sentido em um projeto de sociedade que considera derrotado. Presidente nacional do Cidadania (antigo PPS), ele comanda um partido que ainda tem saudosos do comunismo, mas reúne também liberais, sociais-democratas e neófitos que buscam um lugar no espectro político.

É nesse caldeirão que Freire sonha em enfiar Luciano Huck, o apresentador de TV sem filiação partidária que poderá unir o chamado centro político na eleição presidencial de 2022.

"Ele tem mostrado muita capacidade política, de se relacionar, de dialogar. Está se revelando um bom articulador", diz Freire à Folha.

Em um aceno a Huck —que tem na sigla interlocutores próximos—, o Cidadania atualizou seu estatuto para incluir na direção da legenda representantes de movimentos que pregam renovação política.

O apresentador, que por ora despista publicamente sobre o plano de candidatura, repete que hoje atua no debate público por meio de "organizações cívicas" como Agora! e RenovaBR.

Como o sr. descreveria o atual momento do partido?  
Uma nova sociedade está surgindo, com a revolução científica e tecnológica e as novas relações sociais e de trabalho. Isto aqui [pega o smartphone] mudou o mundo. Não pode alguém imaginar que, com tudo isso, os partidos continuem sendo organizados como antes. A forma de representação política acompanhou essas transformações.

Por isso a decisão do Cidadania de incorporar os ditos movimentos de renovação?  
Partido é algo datado, é um conceito do fim do século 19. Movimentos como Agora!, Acredito e Livres são uma tentativa de organizar uma representação política futura. O mais importante é entender que essa é a nova forma de partido.

A abertura a esses grupos ocorre no momento em que outras siglas, como Novo e PDT, querem brecá-los.  
É porque elas veem os movimentos como se fossem seus adversários. No Cidadania, os movimentos ajudaram a construir o novo estatuto. Não tenho que entendê-los como algo estranho.
Antigamente, alguém se preocupava que você tivesse no partido um dirigente sindical? Não. Ele era ao mesmo tempo dirigente sindical e filiado. Queremos que os movimentos sejam parte integrante, que nós tenhamos presença onde a sociedade estiver organizada.

Existe quem veja nessa articulação uma tentativa de cooptação dos movimentos.  
Se eles participam de tudo, se não estão impedidos de debater, se queremos que se engajem nas discussões, não há por que falar em cooptação. Agora, o que não se pode perder de vista é que isso aqui não será um ajuntamento nem de pessoas nem de organizações. Precisamos de políticas e de propostas para o país.

Nesta nova fase, o sr. acha possível conciliar as visões conflitantes internas? Há membros históricos de orientação comunista, liberais, representantes de novos movimentos...  
Nós vamos ter posição. Nada vai deixar de acontecer porque alguém não gostou. O partido vai ter uma posição, mas vamos respeitar as opiniões divergentes.

O Cidadania quer se firmar, como se ventila externamente, como o principal partido de centro do país?  
Esse negócio de centro, isso não existe. Centro tem a ver com o momento. O significado de ser esquerda ou direita nessa nova sociedade terá que ter outra substância, outro conteúdo. Se você ficar preso ao passado, deixa de existir. Não vejo mais o PT como de esquerda. E não é de agora. Quando chegou ao governo [em 2003], era só retórica de esquerda, mas não mudou coisa nenhuma.

O partido não quer rótulos?  
Uso uma imagem que é a da transição. Estamos construindo uma formação política no Cidadania em que vêm os liberais, que entendem a economia nesta nova fase e respeitam a democracia e os direitos humanos, e ao mesmo tempo os sociais-democratas, que nós representamos na nossa origem, com a preocupação social, em uma sociedade que continua entre as mais injustas do mundo. Então, se for para considerar os paradigmas passados, somos de centro-esquerda.

A iniciativa do partido de atrair movimentos é um chamariz para a filiação de Luciano Huck?  
Não, não é um chamariz. Não é casuísmo. Luciano é talvez a liderança maior desses movimentos. E não é de agora. Ele nos procurou para conversar em 2017. A partir daí surgiu a possibilidade de ele ser candidato. Só que era uma coisa ainda muito embrionária. Ele tinha que decidir rapidamente. Não deu tempo para a gente organizar isso.

Como nós tínhamos essa ideia de integrar [os movimentos], foi a faca e o queijo, sopa no mel. Começamos a conversar. E aí veio a ideia da nova conformação.

Então, lá atrás, ele procurou o sr. para dialogar?  
No primeiro encontro que tivemos, estavam ele e pessoas do movimento Agora!. Não fomos nós que fomos inventar Luciano, ele já existia como um agente político, com essas organizações. De lá para cá, ele ampliou isso e passou a conversar com outros setores. Hoje tem relacionamento com vários agentes da política.

O sr. acha que Huck sobrevive ao escrutínio e à exposição até 2022? Não corre o risco de ficar desgastado?  
O escrutínio, para ele, só o beneficia. Como ele não tem nenhuma passagem na vida pública, não tem muito o que sofrer. É diferente de ter algum problema e o problema ser esclarecido, como, por exemplo, essa bobagem do negócio do avião [comprado com financiamento do BNDES], que é uma idiotice. Quanto mais se falar desse falso escândalo, mais facilmente isso vai cair, porque não tem nenhuma substância.

Quem comprou [o jatinho] foi a empresa dele, dentro da lei. Não acho que tenha havido problema. Qualquer candidato, qualquer pessoa, é passível de enfrentar esse tipo de coisa. Não há nada que vá conter sua popularidade ou impedi-lo de se estruturar politicamente. E ele está se revelando um bom articulador.

Quão viável é uma candidatura de Huck?  
O que é a grande vantagem de Huck? Segundo as pesquisas, ele é forte onde Lula é: nos setores mais populares. E, no outro setor, é uma construção. Ainda há um preconceito, como se ele fosse apenas um bom profissional apresentador de televisão. Ele não é só isso. Aí demanda desenvolvimento, processo.
Estamos ajudando. Eu não ia chamar um Silvio Santos —com todo o respeito ao grande apresentador de TV que foi, mas que é só isso. Fernando Henrique [Cardoso], eu e outros estamos chamando uma pessoa que tem conteúdo.

Com Lula livre, o cenário muda, não?  
Muda, mas essa é a grande vantagem dele [Huck]. Ele tem voto e disputa com Lula. Acho que Lula pode continuar tendo grande popularidade, mas nunca voltará a ser o líder de antes. Acabou. Embora o PT seja uma força a ser levada em consideração.

Houve um convite do Cidadania à deputada federal Tabata Amaral, que tenta deixar o PDT?  
Não um convite formal, em respeito a ela. Mas ela sabe que será muito honroso para nós se quiser vir.

Ainda existem conversas com a Rede visando a uma eventual fusão dos dois partidos?  
Não. Eles decidiram tentar ver se conseguirão superar a cláusula de desempenho. Se desejarem, estamos abertos. Alguém aqui brinca um pouco que, se Huck vier, vamos ter é que criar uma porteira [para barrar filiações].

RAIO-X
Roberto Freire, 77 Pernambucano, começou a militar na política em 1962. Estudante de direito, entrou no velho Partidão, como o PCB (Partido Comunista Brasileiro) era chamado. Foi também filiado ao MDB e ao PPS (que deu origem ao Cidadania). Ocupou mandatos de deputado estadual, deputado federal e senador. Assumiu o cargo de ministro da Cultura em 2016 (governo Temer) e pediu para sair após o escândalo JBS. Tentou reeleição para deputado federal por São Paulo em 2018 e teve 24 mil votos, mas não conseguiu vaga.