Indústria; inovação e infraestrutura

Comércio exterior é vital para futuro crescimento da América Latina, diz Banco Mundial

Os países da América Latina e do Caribe estão começando a mostrar sinais de recuperação econômica e de um aumento no volume das exportações, de acordo com o novo relatório do Banco Mundial. Segundo a instituição, a região não pode depender de suas economias domésticas para crescer, e precisa se abrir para o mercado global. A projeção é de que o Brasil cresça 1,8% em 2017 após uma retração de 1,1% prevista para este ano.

Os países da América Latina e do Caribe estão começando a mostrar sinais de recuperação econômica e de um aumento no volume das exportações, de acordo com o novo relatório semestral do Banco Mundial sobre a América Latina e o Caribe publicado esta semana (5).

A economia da região deve apresentar uma contração de 1,1% em 2016, com projeção de crescimento de 1,8% em 2017, segundo a Consensus Forecasts. Essa melhora é, em grande parte, atribuída a uma retomada econômica na América do Sul, onde o crescimento deverá alcançar 1,5% em 2017.

México, América Central e Caribe, considerados uma sub-região menos dependente da exportação de commodities e mais diretamente afetada pela recuperação econômica dos Estados Unidos, devem manter os percentuais positivos de crescimento de 2,4% e 2,7% neste e no próximo ano, respectivamente.

“Parece que enfim a desaceleração econômica regional está chegando ao fim e o crescimento médio deve se tornar positivo em 2017”, afirmou Augusto de la Torre, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.

“Agora, estamos enfatizando a necessidade de um grande redirecionamento dos recursos (mão de obra, capital, empreendedorismo, financiamento) para a produção de bens e serviços que são oferecidos nos mercados internacionais — ou seja, orientados para as atividades comercializáveis.”

O relatório explica que, com o atual cenário de baixo preço das commodities, a região não pode mais depender da demanda doméstica para impulsionar o crescimento, como ocorreu durante os anos de bonança. O redirecionamento para o mercado externo será essencial para estimular a atividade econômica.

No entanto, no exato momento em que a região se mostra pronta para realizar os esforços necessários para fortalecer sua presença nos mercados internacionais, o mundo parece estar caminhando na direção oposta, uma vez que o volume do comércio mundial está estagnado, se não diminuindo, de modo geral, pela redução no volume de importações da China e do leste da Ásia.

A boa notícia é que algumas evidências preliminares mostram que os países da região já estão aumentando a produção destinada à exportação com itens novos e de maior qualidade, que estão encontrando nichos de mercado nos Estados Unidos e na Europa.

Além disso, as taxas de câmbio mais competitivas, obtidas durante o ajuste aplicado nos últimos dois anos, abrem espaço para o aumento do comércio regional, substituindo as importações de outras regiões por produtos e serviços produzidos internamente com eficiência. O relatório também mostra que os países que contam com uma taxa de câmbio flexível estão diversificando suas exportações, assim como o destino desses produtos.

“Uma pergunta a ser feita é se a transformação estrutural necessária para esse redirecionamento da produção é coerente com o processo dos ajustes macroeconômicos que ainda estão sendo realizados em muitos países, com vistas a uma adaptação à nova realidade pós-bonança”, salientou De la Torre. “Para manter o crescimento, o processo de ajuste deve evitar sacrificar indevidamente os investimentos, que são tão essenciais para impulsionar o crescimento futuro.”

Os ajustes macroeconômicos pendentes tendem a se concentrar na América do Sul, onde estão muitos dos países exportadores de commodities que mais sofreram com a queda nos preços das matérias-primas. Até agora, pelo menos três países ‒ Peru, Chile e Paraguai ‒ concluíram seus ajustes e podem concentrar mais livremente sua energia no crescimento com equidade social. Contudo, o controle de gastos fiscais provou ser um difícil desafio para muitas nações.

Colocar o equilíbrio macroeconômico sobre uma base sólida abrirá espaço no médio prazo para o investimento em mais e melhor educação e infraestrutura, necessárias para apoiar o redirecionamento para a produção de bens e serviços comercializáveis. Sem essa mudança, a região terá dificuldade em alcançar os níveis de crescimento necessários para retomar o ritmo dos avanços sociais observados durante a alta de preço das commodities.

PIB do Brasil deve avançar em 2017

A projeção do Banco Mundial é de que a economia brasileira tenha retração de 3,2% este ano, com avanço de 1,1% em 2017. Segundo a instituição, Brasil, Uruguai e Colômbia precisarão de ajustes fiscais de curto prazo para manter a dívida pública sob controle, além de reformas que abram espaço para o investimento.

O relatório afirmou também que já é possível perceber uma retomada das exportações em países latino-americanos com taxas de câmbio mais flexíveis, como Brasil, Chile e Colômbia. “A depreciação das taxas de câmbio parece estar funcionando. No entanto, as commodities primárias ainda respondem pela maior parte dos aumentos nas exportações”, afirmou o documento.


Fonte: nacoesunidas.org


CEPAL: Internet avança na América Latina, mas desigualdade permanece

Estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) mostrou que 54,4% da população regional usou Internet em 2015, 20 pontos percentuais a mais que em 2010, crescimento impulsionado principalmente pela navegação via celular. Apesar desses avanços, persistem problemas relacionados com a qualidade (velocidades de conexão) e a desigualdade no acesso (diferenças segundo a localização geográfica e a situação socioeconômica).

Estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) divulgado na segunda-feira (12) mostrou que 54,4% dos cidadãos da região usaram a Internet em 2015, 20 pontos percentuais a mais que em 2010, crescimento impulsionado principalmente pela navegação via celular.

O percentual de usuários de Internet em relação ao total da população de América Latina e Caribe cresceu 10,6% ao ano entre 2000 e 2015, o que permitiu reduzir a brecha existente com os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — passou de uma diferença de 37,2 pontos percentuais em 2010 para 25,2 pontos em 2015.

O documento mostrou que o número de lares conectados à Internet na região subiu 14,1% anualmente nos últimos cinco anos, atingindo 43,4% do total dos lares em 2015, valor que quase duplicou desde 2010.

No entanto, há grande diferença nos níveis de acesso entre os países da região. Dos 24 analisados em 2015, três tinham uma penetração nos lares menor de 15% (Nicarágua, El Salvador e Guatemala); 15 estavam entre 15% e 45%; três entre 45% e 56% (entre eles o Brasil, com 56%) e apenas Chile, Costa Rica e Uruguai chegavam a 60%.

Segundo o relatório, o acesso a conexões de banda larga aumentou fortemente no período analisado, particularmente na modalidade móvel, que passou de 7% para 58% da população entre 2010 e 2015.

Em 2010, o percentual de pessoas com acesso à banda larga fixa e banda larga móvel era praticamente o mesmo. Mas, na comparação com os patamares do ano passado, o número de assinaturas móveis subiu 802,5% em cinco anos e o de conexões fixas, 68,9%.

O país com maior penetração da banda larga móvel em relação ao total da população é a Costa Rica, com 95,5%. A penetração da banda larga móvel é de 88,6% no Brasil, segundo o documento.

Enquanto em 2010 o custo de contratar um serviço de banda larga fixa de 1Mbps ficava em torno de 18% da renda média mensal, no início de 2016 esse número caiu para 2%. A acessibilidade também aumentou significativamente para os usuários de dados pré-pagos. Em vários países, esses planos com vigência de 30 dias têm custos inferiores a 2% da renda, destacou o relatório.

Apesar desses avanços, persistem problemas relacionados com a qualidade (velocidades de conexão) e a desigualdade no acesso (diferenças segundo a localização geográfica e a situação socioeconômica da população), segundo o documento.

Segundo o documento, nenhum país da região tem ao menos 5% de suas conexões com velocidades maiores de 15Mbps, enquanto nos países avançados esse percentual é de 50%.

Além disso, observa-se nos países de América Latina e Caribe uma diferença de até 41 pontos percentuais da penetração da Internet entre áreas urbana e rurais, o que mostra importantes desigualdades na região. Em termos de renda, a expansão do acesso concentrou-se “nos locais mais ricos, aumentando a distância em relação aos mais pobres”, apontou o relatório.

Leia aqui o relatório completo.


Fonte: nacoesunidas.org


Portal reúne dados sobre investimento em infraestrutura na América Latina

INFRALATAM é o portal lançado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apresentando, incialmente, dados de investimento em infraestrutura de 15 países da região, incluindo Brasil.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançaram nesta terça-feira (30) o portal INFRALATAM, que apresenta dados de investimento em infraestrutura dos países da região.

A iniciativa conjunta, que busca medir e promover análises de investimentos no setor, apresenta, numa primeira fase, dados de 15 países da região para o período 2008-2013: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.

INFRALATAM reúne o registro de dados anuais e inclui investimentos do setor público e privado destinado a aquisição de ativos de infraestrutura econômica (água e saneamento, prevenção contra enchentes, energia, irrigação, telecomunicações e transporte). A plataforma propõe a atualização anual dos valores, assim como uma ampliação da cobertura do número de países, em um processo de atualização contínua dos dados disponíveis. O objetivo é que a informação seja útil para as entidades responsáveis pelas políticas públicas e de planejamento dos países da América Latina e Caribe, assim como para atores públicos, privados e internacionais, como investidores, acadêmicos, construtores, fornecedores e organizações da sociedade civil, entre outros.

A nova base dados também é um instrumento importante para a análise e desenvolvimento de infraestrutura de qualidade, confiável, sustentável e resiliente, assim como previsto no 9o. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) proposto pela Agenda 2030, aprovada pelas Nações Unidas em 2015. A inclusão do ODS 9 marca um passo fundamental no posicionamento da infraestrutura na busca pelo desenvolvimento sustentável, implicando também em maior responsabilidade nas políticas públicas para melhorar a qualidade de vida na região.

A informação disponível na INFRALATAM busca compartilhar conhecimento sobre o setor,  promover a discussão e  enriquecer o debate em torno da construção de infraestrutura no caminho do desenvolvimento sustentável.

Informações para a imprensa

CEPAL: Unidad de Información Pública: prensa@cepal.org


Fonte: nacoesunidas.org


Democracia ambiental precisa avançar na América Latina e Caribe, dizem especialistas em evento da CEPAL

Segundo Antonio Prado, secretário-executivo adjunto da CEPAL, a democracia ambiental — ou seja, o direito de acessar a informação, a tomada de decisões e a justiça em temas ambientais — está no coração da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada pelos Estados-membros das Nações Unidas em 2015.

“A região da América Latina e Caribe é rica em recursos naturais, especialmente mineiros. É nossa convicção profunda que nessa região a governança dos recursos naturais é uma alavanca para o cumprimento da Agenda 2030”, afirmou.

Para erradicar a pobreza, reduzir as desigualdades e proteger o planeta, as democracias precisam ser mais participativas e transparentes, onde as pessoas estejam ativamente envolvidas nas decisões sobre o tipo de sociedade que se deseja construir, afirmaram autoridades e especialistas reunidos em um seminário na sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), em Santiago, no Chile.

O seminário “A Mineração, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Democracia Ambiental nos Países Andinos”, organizado pela CEPAL com o apoio da Cooperação Alemã, reunirá até quarta-feira (13) funcionários governamentais e acadêmicos de vários países da região, além de especialistas internacionais das Nações Unidas, que debaterão como o setor mineiro pode contribuir para alcançar os ODS na região.

O encontro foi aberto na segunda-feira (11) por Antonio Prado, secretário-executivo adjunto da CEPAL, que disse que a democracia ambiental — ou seja, o direito de acessar a informação, a tomada de decisões e a justiça em temas ambientais — está no coração da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada pelos Estados-membros das Nações Unidas em 2015.

Prado explicou que esses direitos foram reconhecidos internacionalmente no princípio número 10 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (de 1992), que constitui a base da democracia ambiental.

“A região da América Latina e Caribe é rica em recursos naturais, especialmente mineiros. É nossa convicção profunda que nessa região a governança dos recursos naturais é uma alavanca para o cumprimento da Agenda 2030”, afirmou.

Esta governança inclui administrar a propriedade, os modos de apropriação e a distribuição dos lucros obtidos com recursos naturais, para que o conjunto da sociedade possa se beneficiar de sua exploração, disse o secretário-executivo adjunto do órgão regional das Nações Unidas.

Michael Roesch, diretor residente da Cooperação Alemã, afirmou por sua vez que a Agenda 2030 e os ODS estabelecem um marco muito claro e explícito que irá reger a cooperação para o desenvolvimento nos próximos anos. Disse ainda que se trata de uma agenda que envolve vários setores, não só os governos, mas também o setor privado e a sociedade civil.

Em relação à mineração, reconheceu que será um grande objetivo aplicar a Agenda 2030 às atividades mineiras, não apenas por sua importância como setor econômico, mas porque engloba situações de alto conflito que afetam as sociedades onde se realizam projetos de mineração.

Ignacio Moreno, subsecretario de mineração do Chile, afirmou que não existe outro setor que gere tanto impacto à economia do país. Segundo ele, a mineração respondeu por 57% das exportações chilenas no ano passado e representou 11% do Produto Interno Bruto (PIB) médio do país nos últimos cinco anos.

Ele reconheceu que é necessário avançar com projetos de mineração de valor compartilhado, onde haja maiores possibilidades de participação, com um relacionamento melhor com as comunidades afetadas, que estão cada mais organizadas, e assim reverter a degradação da imagem do setor. “Devemos construir um novo paradigma na relação entre Estado, setor mineiro e as comunidades”, disse Moreno.

Durante a primeira sessão do seminário, o diretor da Divisão de Desenvolvimento Sustentável e Assentamentos Humanos da CEPAL, Joseluis Samaniego, apresentou os resultados do projeto sobre o Fortalecimento da Democracia Ambiental na Mineração, que a instituição realiza em conjunto com a Cooperação Alemã.

Além de explicar as dimensões da Agenda 2030 para América Latina e Caribe, Samaniego detalhou o papel do Estado, da sociedade civil e do setor privado no cumprimento dessa nova agenda, e indicou os desafios que a mineração ainda tem para se inserir nessa equação de democracia ambiental que busca criar um círculo virtuoso entre direitos humanos, meio ambiente e direitos de acesso, consagrados pelo princípio 10 da Declaração do Rio.


Fonte: nacoesunidas.org


VÍDEO: A agricultura na África Ocidental mostra o caminho para produzir mais alimentos

Para desenvolver e distribuir inovações agrícolas e construir um sistema alimentar sustentável na região, o Programa de Produtividade Agrícola na África Ocidental (WAAPP) trabalha com agricultores, agroindústrias e pesquisadores em 13 países do oeste da África.

Mais em http://bit.ly/29wMKi5; projetos do Banco Mundial no Brasil em www.bancomundial.org.br


Fonte: nacoesunidas.org