IBGE

PNAD: Taxa de desemprego no Brasil sobe em todas as regiões no 1º trimestre

A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral) divulga nesta quinta-feira pelo IBGE mostra que a taxa de desemprego no Brasil, de 10,9% no 1º trimestre, aumentou em todas as grandes regiões na comparação com o mesmo período de 2015. De acordo com o índice, 11 milhões de brasileiros estão sem trabalho no País.

De acordo com a previsão feita pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles na última segunda-feira, a taxa de desemprego no Brasil este ano deve atingir 14%.

O resultado da PNAD Trimestral mostra que região Nordeste lidera a alta da taxa de desocupação, de 9,6% para 12,8%, seguida do Sudeste (de 8,0% para 11,4%), Norte (de 8,7% para 10,5%), Centro-Oeste (de 7,3% para 9,7%) e Sul (de 5,1% para 7,3%). No 4º trimestre de 2015, as taxas haviam sido de 10,5% no Nordeste, 9,6% no Sudeste, 8,6% no Norte, 7,4% no Centro-Oeste e 5,7% no Sul.

Entre as unidades da federação, as maiores taxas de desocupação no 1º trimestre de 2016 foram observadas na Bahia (15,5%), Rio Grande do Norte (14,3%) e Amapá (14,3%), enquanto as menores taxas estavam em Santa Catarina (6,0%), Rio Grande do Sul (7,5%) e Rondônia (7,5%).

O nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) ficou em 54,7% para o Brasil no 1º trimestre de 2016. Apenas a região Nordeste (49,0%) ficou abaixo da média do país. Nas demais regiões, o nível de ocupação foi de 59,8% no Sul, 58,6% no Centro-Oeste, 55,9% no Sudeste e 55,0% no Norte.

Santa Catarina (60,4%), Rio Grande do Sul (59,8%) e Mato Grosso do Sul (59,7%) apresentaram os maiores percentuais, enquanto Alagoas (42,8%), Rio Grande do Norte (46,7%) e Ceará (47,2%) apresentaram os níveis de ocupação mais baixos.

No 1º trimestre de 2016, os percentuais de empregados no setor privado com carteira de trabalho nas grandes regiões foram de 85,1% no Sul, 83,7% no Sudeste, 78,1% no Centro-Oeste, 63,5% no Norte e 63,1% no Nordeste. A média no Brasil foi de 78,1%.

Santa Catarina (89,1%), Rio de Janeiro (86,3%), São Paulo (85,5%) apresentaram os maiores percentuais de empregados no setor privado com carteira de trabalho, enquanto Maranhão (52,5%), Piauí (53,3%) e Paraíba (57,3%) apresentaram os menores.

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ficou acima da média do Brasil (R$1.966) nas regiões Sudeste (R$ 2.299), Centro-Oeste (R$ 2.200) e Sul (R$ 2.098), enquanto Norte (R$ 1.481) e Nordeste (R$ 1.323) ficaram abaixo da média.

O Distrito Federal apresentou o maior rendimento (R$ 3.598), seguido por São Paulo (R$ 2.588) e Rio de Janeiro (R$ 2.263). Os menores rendimentos foram registrados no Maranhão (R$ 1.032), Piauí (R$ 1.263) e Ceará (R$ 1.285).

A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ R$ 173,5 bilhões de reais para o país com um todo) ficou em R$ 90,6 bilhões da região Sudeste, R$ 29,5 bilhões no Sul, R$ 27,6 bilhões no Nordeste, R$ 15,7 bilhões no Centro-Oeste e R$ 9,8 bilhões no Norte.

53,6% dos desocupados têm ensino médio completo

Na população desocupada, o percentual de mulheres foi superior ao de homens. No 1º trimestre de 2016, elas representavam 50,8% dos desocupados no Brasil. Apenas na região Nordeste o percentual de mulheres na população desocupada (48,9%) foi inferior ao de homens. Já a maior participação das mulheres dentre os desocupados foi observada na região Sul (54,4%).

O grupo de 14 a 17 anos de idade representava 10,0% das pessoas desocupadas e os jovens de 18 a 24 anos eram 33,2% no Brasil. Os adultos de 25 a 39 anos de idade (34,7%) representam a maior parcela entre os desocupados. Esta distribuição não se alterou ao longo da série histórica da pesquisa, porém, em relação ao 1º trimestre de 2015, a participação dos menores de idade na população desocupada apresentou aumento de 0,2 ponto percentual.

No 1º trimestre de 2016, 53,6% das pessoas desocupadas no país tinham concluído pelo menos o ensino médio. Cerca de 23,8% não tinham concluído o ensino fundamental e aquelas com nível superior completo representavam 9,2%.


Fonte: PPS


Nações Unidas e IBGE discutem a formulação de indicadores para a Agenda 2030

Objetivo é desagregar dados para a elaboração de políticas públicas que contribuam para os ODS.

A identificação dos indicadores da Agenda 2030 foi tema de encontro, em Brasília, promovido palas Nações Unidas e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (26).

A desagregação de dados para a formatação de uma plataforma transparente de acompanhamento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foi o principal tópico debatido para a definição dos trabalhos nos próximos 15 anos.

O coordenador residente do Sistema ONU no Brasil e representante residente do PNUD no país, Niky Fabiancic, afirmou que o papel do IBGE na identificação dos indicadores é fundamental para a implementação da Agenda 2030. “A ONU reconhece a imprescindível liderança do IBGE no Grupo Interagencial de Peritos sobre os Indicadores para os ODS. Com o trabalho do Instituto, será possível termos dados desagregados, sobre diferentes grupos populacionais, raça, sexo e renda, por exemplo”, disse Niky Fabiancic.

Na avaliação da presidente do IBGE, de Wasmália Bivar, que também chefia a Comissão de Estatística da ONU desde março deste ano, a transparência de dados será fundamental para o sucesso da Agenda 2030 “Nosso trabalho trará informações claras para empoderarmos o cumprimento das metas dos ODS em todas as suas atribuições”, afirmou.

Durante o encontro, que também teve a participação de representantes de ministérios e chefes de agência, fundos e programas da ONU, foi reafirmado o compromisso do governo federal com a Agenda 2030. “Temos um decreto que estabelece uma arquitetura institucional para trabalharmos pelos ODS, e para que as políticas sejam avaliadas e monitoradas da melhor forma”, disse o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Francisco Gaetani.

Para o Ministério das Relações Exteriores, a identificação dos indicadores é um passo essencial no estabelecimento de prioridades de trabalho nos próximos 15 anos, em um esforço conjunto que envolva os 17 ODS. “São processos nacionais para a implementação equilibrada da Agenda 2030. A universalidade dos Objetivos Globais traz uma equidade nesse sentido. E os indicadores serão fundamentais nos próximos anos”, afirmou o Embaixador José Antonio Marcondes de Carvalho, diretor do departamento de meio ambiente do Itamaraty.

O diretor do Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (Centro Rio+) do PNUD, Rômulo Paes, também participou do evento, onde fez uma palestra sobre a implementação dos ODS.

Após a definição dos indicadores iniciais, serão feitas várias revisões periódicas para mensurar os resultados já alcançados e aprimorar o planejamento de políticas públicas no cumprimento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.


Fonte: PNUD


Economista diz que na “verdadeira fotografia” da economia brasileira, PIB encolheu 5,9%

O economista e consultor Fabio Berghella disse ao Portal do PPS que os números do PIB divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE são “muito piores” quando a comparação do desempenho da economia é feita entre o 4º trimestre de 2015 com o mesmo período do ano passado (5,9%) do que na anual (3,8%), conforme está sendo divulgado pela imprensa (veja abaixo).

“A verdadeira fotografia da economia brasileira é bem pior que a noticiada. Os indicadores econômicos referentes ao acumulado do ano de 2015 chegaram ao seu final – os dados que começam a ser divulgados a partir de agora comparam 2016 com 2015. Essa comparação é muito pior do que a mídia veicula, afirma Berghella.

Veja a seguir o comentário de Berghella sobre desempenho da economia em 2015.

“A verdadeira fotografia da economia nacional

De novo, a comparação noticiada pela imprensa foi o acumulado de 2015, queda de -3,8% do PIB.

Os dados são muito piores, na comparação anual (4º trimestre de 2015 com 4º trimestre 2014), ou seja, nos dados mais recentes, a economia encolheu -5,9%.

Esse número é próximo a queda de -7,1% (na mesma comparação anual) apontada pela PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) divulgada pelo IBGE, no dia 16 de fevereiro.

A forte correlação entre a PMC e o PIB ocorre porque 72% do PIB brasileiro depende do setor de serviços – fortemente ligado ao consumo.

Nos gráficos extraídos da pesquisa do IBGE (Contas Nacionais Trimestrais) é possível observar o seguinte:

http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3111

– a queda na FBCF indica que os investimentos recuaram -18,5%;

– a desvalorização cambial puxa a queda de -20,1% das importações e alimenta a alta de 12,6% nas exportações (nada a comemorar porque o peso do comércio externo no PIB é pequeno em relação a outros países);

– o governo diminuiu gastos – queda de -2,9% – contudo insiste em cortar menos que os outros setores;

– o consumo das famílias tem relação forte com o PIB (país consumista) – a queda já bate -6,8% – esse é o ponto-chave de preocupação, gastos diminuem, atividade recua, desemprego aumenta, insolvência dispara e crédito encolhe. O crédito é o oxigênio para o crescimento econômico numa economia sem poupança interna.

Abrindo o PIB, pelo lado da oferta (mesma comparação anual):

– comércio mergulhando -12,4%; o PÉSSIMO é resultado para o setor mais importante da economia brasileira, indicando claramente que o fundo do poço ainda está distante;

– construção civil caindo -5,2%; importante indicador porque este é um setor que agrega muito valor á cadeia produtiva, além de empregar muita gente;

– transporte com queda de -9% também é um péssimo sinal.

O fracasso econômico do governo do PT: PIB cai 3,8% em 2015, a maior queda em 19 anos

Na comparação com 4º trimestre de 2014, queda foi 5,9%; PIB per capta recuou 4,6% no ano passado

No ano passado, o PIB caiu 3,8% em relação a 2014, a maior queda da série histórica iniciada em 1996, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE.

Segundo o órgão, a queda do PIB resultou do recuo de 3,3% do valor adicionado a preços básicos e da contração de 7,3% nos impostos sobre produtos.

Nessa comparação, a agropecuária (1,8%) apresentou expansão, e a indústria (-6,2%) e os serviços (-2,7%) caíram. Em 2015, o PIB totalizou R$ 5,9 trilhões (valores correntes). O PIB per capita ficou em R$ 28.876 em 2015, com queda de 4,6%, em volume, em relação ao ano anterior.

PIB cai 5,9% em relação ao 4º trimestre de 2014

Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB sofreu contração de 5,9% no 4º trimestre de 2015, a maior queda desde o início da série histórica iniciada em 1996. Dentre as atividades econômicas, a Agropecuária cresceu 0,6% e a Indústria sofreu queda de 8,0%. Nesse contexto, a indústria de transformação apresentou contração de 12,0%.

(Assessoria IBGE/Portal do PPS)