Boa política

FAP, em parceria com Cidadania, lança curso de capacitação Gestão Cidadã

Capacitação é destinada a filiados ao partido; inscrições foram abertas nesta quinta-feira em plataforma on-line

Cleomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) abriu, nesta quinta-feira (15/4), as inscrições para o curso Gestão Cidadã, com aulas telepresenciais exclusivas para filiados ao Cidadania, ao qual a entidade é vinculada. As vagas são limitadas. A aula magna do curso está marcada para o dia 3 de maio.

As inscrições poderão ser feitas, diretamente, na plataforma de educação a distância Somos Cidadania, que também foi lançada nesta quinta-feira, de forma totalmente interativa, moderna, com acesso gratuito para matriculados e design responsivo (veja mais detalhes ao final da reportagem).

Clique aqui e conheça o curso Gestão Cidadã

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, diz que o curso reforça a tradição quase secular do partido, destinada a “políticas de formação de quadros”. “A diferença é que, mais do que anteriormente, a capacitação é bem mais fundamental neste mundo porque as transformações da sociedade e os processos de inovação se refletem também na gestão pública”, afirmou, em entrevista ao portal da FAP.

Para Freire, a Fundação Astrojildo Pereira tem se revelado, nesses últimos anos, um grande instrumento para formação de quadros do Cidadania. Foto: Lula Marques / AGPT

“Grande instrumento”

“O partido, se quiser ser atual e capaz de governar cidades, estados e o próprio país, precisa formar aqueles que serão responsáveis por essa gestão”, disse Freire. “O Cidadania tem grande instrumento para isso, a Fundação Astrojildo Pereira, que tem se revelado, nesses últimos anos, para a grande formação de quadros do partido”.

Presidente do Conselho Curador da FAP, coordenador do curso e ex-prefeito de Vitória (ES), o médico Luciano Rezende destacou que a atividade de formação é a base da construção do que chamou de “boa política”.

“O Brasil precisa da boa política. A nova política é uma expressão que embute dois preconceitos de que tudo que é novo é bom e tudo que é velho é ruim. O termo correto é boa política”, explicou Rezende. Ele foi prefeito da capital do Espírito Santo por dois mandatos, de 2013 a 2020, e deixou o governo com alta aprovação.

Valores da boa política

A boa política, de acordo com o coordenador do curso, se faz preservando virtudes. “São valores como ética, integridade, lealdade, comprometimento, mas também capacidade de gestão e de compreender o processo de gestão pública, como funciona o arcabouço legal de municípios, estados e país”, destacou.

Rezende: "A atividade de formação é a base da construção do que chamou de “boa política”. Foto: Ana Volpe/Agência Senado

É exatamente por isso que o curso ganha ainda mais relevância nesse momento, logo nos primeiros meses de mandatos de prefeitos, vices e vereadores eleitos, no final do ano passado, em todo o país. “Esse curso da FAP vai tratar de temas que preparam as lideranças para a boa política através da capitação”, disse.

Ouça o podcast da Rádio FAP

https://open.spotify.com/episode/3aZwAxD4z9njpXZ0Chmofr?si=EU2y2VwYToC1eJMV6cBtOQ

Ele citou que os participantes vão aprender como lidar com orçamento, gerenciar crise e usar adequadamente rede sociais, por exemplo, além de entenderem e executarem outras habilidades essenciais para a gestão pública de excelência.

“A agenda diária do cotidiano envolve a movimentação política, e a formação técnica é esquecida. Esse curso lembra que a formação técnica é fundamental”, destacou o ex-prefeito de Vitória.

Gestão pública com eficácia

Diretor-geral da FAP e consultor do Senado, o sociólogo Caetano Araújo ressaltou que o curso vai fornecer o conjunto de informações necessárias para a gestão pública ser eficiente, a fim de os serviços públicos serem realizados com a maior eficácia possível.

Caetano: "A fundação, desde que foi criada, em 2000, tem uma atuação bastante forte na parte de formação política". Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

“A fundação, desde que foi criada, em 2000, tem uma atuação bastante forte na parte de formação política, primeiro com cursos exclusivamente presenciais. Depois no segmento de cursos a distância, no qual temos experiência de sucesso”, disse, referindo-se aos cursos Jornada da Cidadania e Jornada da Vitória realizados no ano passado.

De acordo com o diretor-geral da FAP, o curso será realizado por profissionais altamente competentes em suas respectivas áreas. “São pessoas que têm competência acadêmico-gerencial, conhecidas pelos seus pares e com larga experiência nesses temas”, asseverou.

Araújo disse, ainda, que o curso, certamente, oferecerá um grande arcabouço de conhecimento ao público ao qual se destina. “É certo que os profissionais vão poder passar bastante conhecimento para os nossos alunos. O curso tem tudo para ser um sucesso e vai ter impacto muito positivo na gestão pública dos municípios, sobretudo”, acentuou.

Plataforma Somos Cidadania

Com design responsivo, que se adapta a diferentes dispositivos de acesso (celular, computador e tablet), a plataforma Somos Cidadania é um projeto ousado e robusto de integração partidária e de divulgação de ações do partido e da FAP.

Ao acessar a plataforma, o internauta vai visualizar uma mensagem com o seguinte aviso: “Este é um espaço democrático e amplo que conecta filiados e simpatizantes para promover o debate em torno dos principais temas de relevância nacional”.

Em seguida, para ter melhor experiência de utilização da plataforma, o internauta terá de responder se é filiado ao Cidadania ou simpatizante do partido. Se for filiado, terá de informar número do título de eleitor e do CPF, para confirmação da resposta.

Além de ser o canal de realização do curso, a plataforma servirá também um canal de comunicação e funcionará, ainda, como ponte entre os seus integrantes e todas as lideranças políticas do Cidadania em todo o país.

Nela, os internautas terão a opção de participar de diversos grupos temáticos. Abaixo, veja lista de alguns exemplos, por ordem alfabética:

Além dos grupos temáticos, há uma parte destinada ao perfil de cada uma das pessoas cadastradas na plataforma, assim como espaço para fóruns de discussão e informação sobre eventos do partido e da fundação.

Leia também

Filiados ao Cidadania recebem selo de candidato de qualidade em formatura da Jornada da Vitória

Live de aula inaugural Jornada da Vitória discute eleições 2020

‘Tudo está em profunda transformação’, diz Roberto Freire na última aula da Jornada da Cidadania

Jornada da Cidadania: Construir identidade do partido e preservar a democracia é missão para formados


Gestão Cidadã é tema de podcast da Fundação Astrojildo Pereira

Ex-prefeito de Vitória (ES) e presidente do Conselho Curador da FAP, Luciano Rezende adianta os principiais temas do curso

Capacitar filiados do Cidadania 23 na área de gestão pública com a finalidade de elevar o padrão das administrações municipais. Esse é o objetivo do curso Gestão Cidadã - desafios, prática e perspectivas, que está com inscrições abertas.

Ouça o podcast da Rádio FAP!

https://open.spotify.com/episode/3aZwAxD4z9njpXZ0Chmofr?si=EU2y2VwYToC1eJMV6cBtOQ

No quarto episódio da Rádio FAP, o coordenador da capacitação e presidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira, Luciano Rezende, explica a dinâmica e o conteúdo programático do curso. Médico e ex-prefeito de Vitória (ES), Luciano Rezende também fala sobre a importância da capacitação contínua na gestão pública e como a pandemia impulsionou a educação a distância no Brasil.

O programa de áudio é publicado em diversas plataformas de streaming como Spotify, Google Podcasts, Ancora, RadioPublic e Pocket Casts. O episódio conta com áudios de Stepan Nercessian e do canal no Youtube do partido Cidadania.

O Rádio FAP é publicado semanalmente, às sextas-feiras. O programa tem a produção e apresentação do jornalista João Rodrigues. A edição-executiva é de Renato Ferraz.

Confira também:

FAP, em parceria com Cidadania, lança curso de capacitação Gestão Cidadã

FAP cria grupos de trabalho para discutir temas relevantes para sociedade

Podcast homenageia 80 anos do poeta Capinan

Luiz Werneck Vianna explica, na RádioFAP, os riscos da crise militar para a democracia brasileira

RádioFAP: Centenário do PCB é tema do primeiro podcast da Fundação Astrojildo Pereira


Mauricio Huertas: “Nova”, “velha” e “boa” política

A emenda pior que o soneto, as reformas necessárias e a diferença entre “nova”, “velha” e “boa” política

Senta que lá vem polêmica! Quando pensei em uma imagem para ilustrar este artigo, foi inevitável lembrar da restauração desastrada da “velhinha de Borja”, como ficou conhecida a bondosa senhora octogenária, restauradora voluntária do interior da Espanha, que há alguns anos tentou “consertar”, por sua conta e risco (literalmente), uma pintura de Jesus Cristo do século 19.

Pois, mal comparando com a campanha eleitoral a sensação é a mesma ao confrontar a legislação antiga e desgastada que havia anteriormente com esse puxadinho improvisado, essa gambiarra apresentada pelo Congresso Nacional para as eleições de 2018, que agora já sentimos os efeitos, em vez de uma verdadeira, profunda e necessária reforma.

O que era ruim ficou pior. Se a população reclamava de campanhas caras e do desperdício de recursos gastos para eleger os políticos de sempre, a resposta deles, na contramão do bom senso, foi exatamente criar um fundo público eleitoral, ou seja, entregar de mão beijada mais de R$ 2,5 bilhões para os donos dos partidos, somados o fundo partidário tradicional com o novo caixa específico para esta eleição, uma farra bilionária inimaginável com dinheiro que deveria ser investido em saúde, educação e desenvolvimento para o país, no lugar de financiar a estrutura podre, viciada e carcomida das legendas partidárias.

Os campeões do financiamento público também são – e veja que nada é por acaso – os líderes no ranking das denúncias investigadas na Lava Jato e em outras operações do Ministério Público e da Polícia Federal: MDB, PT, PSDB e PP, entre outros menos aquinhoados. O que eles pretendiam, com essa legislação remendada em vigor, era cristalizar o domínio político e financeiro deste consórcio fisiologista. Somem-se ao esbanjamento do dinheiro público outras decisões como o monopólio do tempo de propaganda no rádio e na TV, a limitação do acesso aos debates e… pronto! Nem Pinky e Cérebro, aqueles ratinhos do desenho animado, tiveram uma ideia tão genial nas suas armações e trapaças para conquistar o mundo.

A eleição por lista fechada, uma excrescência barrada durante os debates na Câmara e no Senado, funciona na realidade quando os partidos definem livremente quanto e quem vai receber dinheiro público para a sua campanha, dentro da sua lista de candidatos preferenciais, praticamente inviabilizando os demais. O controle sobre o acesso à propaganda oficial também é exclusivo da cúpula dos partidos. Aparece na TV quem eles determinarem. Os outros que se virem sozinhos, quase clandestinos. É a mesma lógica do veto a candidaturas avulsas: o controle absoluto é dos partidos.

A renovação é dificultada a qualquer custo (e esse custo – caríssimo, como já ficou claro – é espetado na conta do povo). Alguns novos partidos tem insignificantes 4 ou 5 segundos de propaganda na TV. Não dá nem para se apresentar minimamente, como fazia no folclórico bordão “Meu nome é Enéas” o falecido presidenciável do igualmente finado Prona. Se o eleitor-espectador piscar o olho, não vê passar o candidato. Isso é justo? É democrático?

Dos debates só participa quem está em partido ou coligação com um número “x” de parlamentares. Ou seja, partido novo (e o Novo é mesmo um dos exemplos concretos e objetivos) está excluído dos confrontos entre candidatos mediados na TV, enquanto participam outros que aparentemente seriam barrados se houvesse teste psicotécnico ou exame antidoping para ocupar uma cadeira. Lamentável como se criam labirintos jurídicos e armadilhas políticas tendo como pano de fundo a “democracia”, essa palavrinha mágica que esconde tantos abusos e absurdos corporativistas e antiéticos, ilusão de ótica que segue beneficiando quem deseja manter tudo como está para ver como é que fica.

Democracia mesmo, aquela que existe quando a boa política (mais que “nova” ou “velha”, mas verdadeiramente “boa”, que corresponda plenamente ao que é exigido, desejado ou esperado quanto à natureza, adequação, função, eficácia e funcionamento da política) é posta em prática, não teremos ainda em 2018 ou até que as reformas estruturais do Brasil sejam tocadas com rigor, coragem, responsabilidade e independência. Por isso o voto em 7 de outubro é tão importante: para a Presidência da República e para o Governo do Estado, mas também – e principalmente – para o Senado Federal, a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa. Afinal, quem me representa?