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Fortaleza e a segurança viária: iniciativas da capital cearense para priorizar a bicicleta

Ao lado de São Paulo, Fortaleza está entre as dez cidades selecionadas em 2015 pela Bloomberg Philanthropies para fazer parte de sua Iniciativa para a Segurança Viária Global. 

Bicicletas de uso gratuito e integradas à rede de transporte coletivo da cidade. A proposta do programa Bicicleta Integrada, lançado em Fortaleza em primeiro de junho, chama a atenção pelo avanço. Pioneiro no país e sem custo para os usuários, o novo sistema foi planejado com o objetivo de integrar dois dos principais modos de transporte sustentável: bicicletas e ônibus.

A capital cearense já contava com o Bicicletar, programa de compartilhamento de bicicletas semelhante aos de outras capitais brasileiras, e agora dá um passo à frente na priorização do modo. Para utilizar as bicicletas do novo programa, basta ter o Bilhete Único, cartão utilizado na cidade, e fazer o cadastro no sistema. Uma vez retirada a bicicleta, o usuário pode permanecer com ela por até 14 horas – o que implica a possibilidade de retirar a bike depois do trabalho, por exemplo, ir para casa com ela, e devolvê-la na manhã seguinte. Além disso, nos fins de semana e feriados, as horas não são computadas, de forma que as bicicletas retiradas a partir das 17h de uma sexta ou véspera de feriado podem ser devolvidas até as 9h do dia útil subsequente.

A estações terão espaço para em média 50 bicicletas cada e serão instaladas em terminais de integração, como é o caso do Terminal da Parangaba, que recebeu a primeira estação inaugurada. O entorno será equipado com as infraestruturas cicloviárias necessárias para o uso das bicicletas, como paraciclos. O novo programa é uma entre as ações previstas no Plano Diretor Cicloviário, lançado pela cidade em setembro de 2015.

Cidade segura

Ao lado de São Paulo, Fortaleza está entre as dez cidades selecionadas em 2015 pela Bloomberg Philanthropies para fazer parte de sua Iniciativa para a Segurança Viária Global. Desde então, a capital cearense vem trabalhando na implementação de uma série de medidas para qualificar e priorizar o transporte ativo e intensificar a segurança viária, a fim de evitar acidentes e salvar vidas no trânsito.

O Plano Cicloviário foi traçado a partir da visão de Fortaleza para o futuro: ser reconhecida como a cidade mais ciclável do Brasil. Para isso, foram estabelecidos metas e prazos e as medidas necessárias para atingi-los. No que diz respeito à malha cicloviária, o objetivo é triplica-la em quatro anos e alcançar a marca de 524 quilômetros de rotas para ciclistas. Atualmente, a cidade conta com 155 quilômetros; até o final do ano, essa extensão deve chegar a 216 quilômetros.

Readequação da infraestrutura cicloviária existente, implantação de bicicletários e paraciclos, ações de educação incentivo e fiscalização e a criação de uma coordenadoria de gestão cicloviária são outros tópicos estabelecidos pelo Plano.

O programa Bicicletar, sistema de compartilhamento de bicicletas convencional da cidade, começou a operar também em 2015. Com 80 estações e quase 900 mil viagens registradas em um ano e meio de operação, o sistema é o mais utilizado do Brasil entre as capitais. Contagens volumétricas nas principais ciclovias também apontaram para o crescente número de ciclistas e a demanda existente por esse tipo de serviço. Assim, todos os domingos, são liberados dez quilômetros de ciclofaixas de lazer, entre as 7h e as 13h, por onde circulam cerca de quatro mil ciclistas.

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Tanto para as bicicletas quanto para a segurança viária de forma mais ampla, o cenário em Fortaleza é promissor. Por meio do Programa de Ações Imediatas de Trânsito e Transportes (PAITT), a cidade também introduziu outras medidas em prol da segurança viária. Já foram implementados 17 prolongamentos de calçadas em pontos estratégicos, nove travessias elevadas, faixas diagonais (duas concluídas, duas em andamento), além de uma área de trânsito calmo na Rua Alexandre Baraúna, compreendendo quatro quarteirões entre as ruas Capitão Francisco Pedro e Papi Júnior, onde o limite de velocidade será de 30 km/h.

Em todo o mundo, cidades tidas como referências no uso da bicicleta como meio de transporte, como Copenhague e Amsterdã, não chegaram aonde estão hoje ao acaso ou de um dia para o outro. São décadas de trabalho, conscientização e implementação de infraestruturas para de fato priorizar o transporte sustentável e transformar o ambiente urbano. Fortaleza já deu início a esse processo. Se o trabalho feito até aqui seguir avançando, podemos esperar uma cidade mais humana, segura e sustentável no futuro.


Por Priscila Pacheco

Matéria publicada no portal The City Fix Brasil.


Depois das bicicletas, Prefeitura de Vitória anuncia compartilhamento de carros elétricos

A capital capixaba também terá o serviço de carros elétricos compartilhados, como já ocorre em cidades como Curitiba e Recife. A novidade foi anunciada em primeira mão pelo prefeito de Vitória, Luciano Rezende, durante a solenidade de lançamento do projeto Bike Vitória, neste domingo (15), na praia de Camburi.

“Estamos estudando uma forma de trazer o compartilhamento de carros elétricos para Vitória. Para isso, iniciamos conversa com a Samba, operadora do sistema Bike Vitória, para que possamos rapidamente avançar com os carros elétricos compartilhados aqui na capital, como já acontece em Curitiba e no Recife”, adiantou o prefeito.

Rua de Lazer

O Bike Vitória começou a operar ontem. Inicialmente, moradores e turistas poderão retirar as bikes em cinco estações: Escola da Vida, na rodovia Serafim Derenzi, em São Pedro; Tancredão; e três na praia de Camburi (ponte de Camburi, em frente ao Clube dos Oficiais e no SOE de Jardim Camburi), Em cada local, estão disponíveis 10 bikes.

A Rua de Lazer da praia de Camburi ganhou uma nova cor. Logo após o lançamento do projeto, o verde das bicicletas do Bike Vitória já chamava a atenção das pessoas que foram se divertir na orla. Muitas se aglomeravam na estação para conhecer o projeto e outras para retirar e utilizar as magrelas.

A farmacêutica Clarisse de Oliveira Cosa foi uma dessas pessoas. “Não tenho bike em casa e quis aproveitar essa oportunidade. Foi muito fácil fazer todo o processo, desde baixar o aplicativo, fazer o cadastro e retirar a bicicleta. Agora é só curtir essa maravilha”, disse.

A perita criminal Emanuela Silva também fez a mesma coisa. “Esse é um projeto bacana que precisava ser implantado em Vitória. Já baixei o aplicativo, fiz meu cadastro e agora quero aproveitar que é domingo e tem a ciclofaixa para pedalar bastante”, contou.

Bicicleta

A bicicleta tem estrutura de alumínio, não enferruja e pode ficar exposta ao sol e à chuva. Ela pesa 16 quilos, possui três marchas e itens de segurança como espelho, buzina e material reflexivo para identificação durante a noite, além de chip para rastreamento.

Para a Prefeitura, o Bike Vitória não teve custo algum. Os parceiros Unimed Vitória, Siccob e Samba, junto com a administração municipal, montaram o sistema com a maior empresa que opera essa modalidade na América Latina. Até as 10 horas deste domingo, mais de 1.100 pessoas já haviam feito o cadastro pelo site ou aplicativo do Bike Vitória.

Para usar, basta baixar o aplicativo Bike Vitória ou fazer o cadastro no site www.bikevitoria.com. Veja aqui como utilizar. Basta contratar com cartão de crédito a diária de R$ 5,40, a mensalidade de R$ 10,80 ou o plano anual de R$ 67,50.

Solenidade

A solenidade de lançamento do projeto ocorreu perto do SOE de Jardim da Penha, na praia de Camburi, e contou com a presença de muitos moradores, além de secretários municipais, parlamentares e representantes das empresas parceiras da iniciativa.

Na sequência, no palco montado para o evento, aconteceram as apresentações das bandas 522 e Amaro e os Mandrakes. Um outro evento de inauguração também ocorreu em São Pedro, na estação do Bike Vitória instalada ao lado da Escola da Vida.

Projeto metropolitano

Na ocasião, o prefeito Luciano Rezende destacou que espera ver o projeto em nível metropolitano. “Ele precisa ser expandido para as demais cidades da Grande Vitória pela sua importância”, ressaltou, lembrando que o uso das bikes contribui para a mobilidade urbana.

“Nós queremos que a cidade faça a solução da mobilidade urbana usando também meios sustentáveis, como a bicicleta, o uso de calçadas cidadãs com espaços mais seguros para caminhadas, a diminuição de uso de automóvel, a melhoria do sistema de transporte público”, disse.

E o prefeito finalizou: “Vamos andar de bike porque Vitória é a capital saudável e também do esporte do País”.

Sucesso

A secretária municipal de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana, Joseane de Fátima Geraldo Zoghbi, disse que o Bike Vitória já é um sucesso na cidade. “A capital tem uma população bastante inovadora, que gosta da qualidade de vida e do meio ambiente. Tem tudo para dar certo, como ocorreu em São Paulo, Porto Alegre e Rio de janeiro, além de Londres, Paris e Nova Iorque”, afirmou.

Ela disse que graças ao apoio dos parceiros e da iniciativa do prefeito Luciano, foi possível implantar o serviço em Vitória, que tem como características a praia, uma boa infraestrutura cicloviária e pessoas jovens e com caráter esportivo.

“A gente acha que o projeto será um sucesso, e já temos percebido isso em conversas com as pessoas, com ligações para o call center e no número de cadastros logo após o aplicativo ser lançado. Estamos muito animados e otimistas”, disse Israel Leite, representante da Samba, empresa operadora do sistema Bike Vitória.

Parcerias

Já o diretor executivo do Sicoob Espírito Santo, Nailson Dalla Bernardina, trata-se de um modelo de mobilidade urbana e conscientização para preservação do meio ambiente.

“Nós queremos estar sempre associados a isso. O banco tem isso como seu lema central e o desenvolvimento das regiões onde ele atua. Esse projeto vai movimentar toda a nossa capital, dando oportunidades para a pessoas se encontrarem por meio do lazer e por meio da bicicleta”.

“As parcerias público-privadas têm tudo para dar certo. Parabéns pelo empreendedorismo, pioneirismo de todos os envolvidos. Por meio do esporte e lazer há possibilidade de diminuição do índice de criminalidade nesse país “, ressaltou o representante da Unimed Vitória, Renegildo Gava Milanez. (Secom/Prefeitura de Vitória)


Dia do Ciclista no #ProgramaDiferente: Pedala, Renata, pedala!

Neste 19 de agosto, Dia do Ciclista, o #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, exibe uma entrevista exclusiva com Renata Falzoni, jornalista, fotógrafa, repórter, ciclista e pioneira no cicloativismo. Ela fala sobre a vida e a profissão, além de conversar sobre mobilidade urbana e sustentabilidade, e debater as polêmicas ciclovias e ciclofaixas implantadas em São Paulo. Assista.

É impossível não associar Renata Falzoni com a protagonista do filme "Corra, Lola, Corra". Não apenas pelo indefectível cabelo laranja, mas pela hiperatividade e agilidade desta nossa personagem da vida real, que passa a vida correndo atrás daquilo que deseja e acredita.

Às vésperas de completar surpreendentes 62 anos, Renata Falzoni literalmente não para!

Formada em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie em 1977, foi nas ruas que ela descobriu as suas paixões por fotografia, reportagem, bicicletas e aventuras.

Criou o Night Biker´s Club do Brasil em 1989 e introduziu na pauta do jornalismo nacional o tema das bicicletas não só como modalidade esportiva e de lazer, mas também como modal de transporte moderno, limpo, sustentável e alternativo para as grandes cidades.

Atualmente desempenha suas múltiplas funções na TV Gazeta, no portal Bike é Legal e no Instituto Pedala Brasil, mas como repórter já passou pela Rádio Eldorado e ESPN, e como fotógrafa por diversas publicações, há 36 anos.

Fica aqui a nossa homenagem a todos os ciclistas, através desta que é, sem dúvida, a mais emblemática e empenhada defensora da causa.

Pedala, Renata, pedala!