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Biblioteca Salomão Malina oferece empréstimo de livro em casa, de forma gratuita

Entrega de obras é feita em endereço cadastrado, todas às quintas-feiras; interessados devem entrar em contato pelo whatspp 61 984015561

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Mantida pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) em Brasília, a Biblioteca Salomão Malina lançou o serviço de empréstimo de livros delivery, com entrega gratuita de obras literárias na casa de moradores da capital federal e região, durante a pandemia do coronavírus, sem qualquer custo para os interessados. O prazo de empréstimo é de 15 dias úteis e pode ser renovado até três vezes pela internet.

As pessoas interessadas podem entrar em contato pelo whatsapp oficial da Biblioteca Salomão Malina (61 984015561), localizada no Conic, um importante centro comercial e de cultura de Brasília, para solicitarem o catálogo online com mais de 2 mil livros disponíveis para empréstimo. O serviço é oferecido a todos os leitores cadastrados na unidade. Para se cadastrar, é necessário enviar foto do documento oficial e comprovante de residência pelo whatsapp, além de fornecer demais dados pessoais necessários e de contato.

A coordenadora da Biblioteca Salomão Malina, Thalyta Jubé, explica que a unidade é especializada em ciências sociais e humanas. Toda às quintas-feiras, a equipe da biblioteca separa os pedidos da semana, higieniza as capas dos livros com álcool 70%, embala as obras em plásticos apropriados e faz a entrega nesse mesmo dia.

O serviço de empréstimo delivery inclui a entrega do livro na residência da pessoa interessada. A devolução é marcada no sistema da biblioteca, que disponibiliza profissional com transporte individual para buscar a obra literária no mesmo endereço cadastrado e na data agendada.

Após serem devolvidos, conforme explica Thalyta, os livros são armazenados em local separado e apropriado e submetidos aos procedimentos indicados nas recomendações do SNBP (Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas). A Biblioteca Salomão Malina é privada, mas, em períodos normais, fica aberta ao público, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.

Por causa da pandemia, a biblioteca precisou ser fechada ao público, no dia 16 de março, mas, desde então, mantém as atividades administrativas internas. Para garantir o acesso à leitura da população, o diretor-geral da FAP, Luiz Carlos Azedo, teve a ideia de fazer o serviço de empréstimo delivery, o que foi viabilizado e organizado pela coordenação da biblioteca.

Desde abril, o serviço passou a ser divulgado nas redes sociais da biblioteca e via e-mail para os usuários já cadastrados. Com o intuito de alcançar mais leitores, o cadastro passou a ser feito de forma remota. Assim, o serviço não é mais restrito somente a quem já era cadastrado. A partir da próxima semana, o site da FAP passará a divulgar histórias de pessoas que usam o serviço de empréstimo delivery.


Livro Senhor das Moscas, que aborda poder e violência, é discutido em webinar

Biblioteca Salomão Malina organiza conferência online do Clube de Leitura Eneida de Moraes

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Curiosidades e detalhes do best-seller Senhor das Moscas (1954), um clássico do inglês William Golding e que aborda a natureza do mau e a tênue linha entre o poder e a violência desmedida, foram discutidos em webinar do Clube de Leitura Eneida de Moraes, organizado pela Biblioteca Salomão Malina, sediada em Brasília. Mediado pelo escritor Paulo Souza e aberto ao público, o debate, realizado nesta segunda-feira (1), a partir das 18h30, foi transmitido pelo site da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) e em sua página no Facebook.

Acesse aqui o acervo da Biblioteca Salomão Malina!

Com a realização de mais uma edição do clube de leitura, a Biblioteca Salomão Malina mantém seu compromisso de promover o incentivo à leitura por meio de obras escolhidas pelos próprios participantes, disponibilizando o seu acervo para o projeto. De acordo com os organizadores, o objetivo é também integrar ainda mais o público em geral com escritores. As reuniões do clube de leitura ocorrem em toda primeira segunda-feira do mês.

Confira aqui ou no vídeo abaixo!

Senhor das Moscas é um dos romances essenciais da literatura mundial. Adaptado duas vezes para o cinema e traduzido para 35 idiomas, o clássico já foi visto por críticos como uma alegoria, uma parábola, um tratado político e mesmo uma visão do apocalipse.

Durante a Segunda Guerra Mundial, um avião cai numa ilha deserta, e seus únicos sobreviventes são um grupo de meninos. Ao narrar a história de meninos perdidos numa ilha, aos poucos se deixando levar pela barbárie, Golding constrói uma reflexão sobre a natureza do mau e a tênue linha entre o poder e a violência desmedida.

De acordo com críticos, a nova tradução para o português mostra como Senhor das Moscas mantém o mesmo impacto desde seu lançamento: um clássico moderno; um livro que retrata de maneira inigualável as áreas de sombra e escuridão da essência do ser humano.

Paulo Souza é escritor de dois livros, um de contos (Ponto Para Ler Contos, Kindle 2016) e uma novela em realismo fantástico (Clarice, a última Araújo, Penalux 2018). Tem participação na Antologia Sombria, organizada por André Vianco, em 2017.

Por meio do seu site e canal no youtube, o escritor divulga seu trabalho como blogueiro e escritor, além de promover a literatura brasiliense. Em 2013, ele criou o blog e canal Ponto Para Ler, que se manteve até o início deste ano. Foi jurado do Prêmio de Literatura da Caixa Econômica Federal nas edições de 2017 e 2018.


“O que virá depois?” é tema de webinar da Biblioteca Salomão Malina

Conversa online vai abordar mundo pós-pandemia do coronavírus e crise política no Brasil

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

A Biblioteca Salomão Malina realiza, nesta sexta-feira (15), a partir das 18h30, roda de conversa online (webinar) com o tema “O que virá depois?”, para discutir o pós-pandemia do coronavírus. A webconferência terá a participação do ex-governador do Distrito Federal Cristovam Buarque, do jornalista Luiz Carlos Azedo, do sociólogo Caetano Araújo e do historiador Victor Missiato. A transmissão será realizada pelo página da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) no Facebook e pelo canal da entidade no Youtube.

Assista ao vivo aqui!

https://www.youtube.com/watch?v=IJThUExWJn0

Cristovam lamenta a crise sanitária global provocada pela pandemia, que já matou mais de 11 mil pessoas no Brasil e 284 mil no mundo até o início desta semana, mas reforça que a sociedade precisa se organizar e participar de debates virtuais no período de isolamento social. “Não podemos deixar que a epidemia nos confia e impeça o desenvolvimento de nossas ideias”, afirma. “Já que estamos confinados, é fundamental fazermos rodas de conversas pelos meios de comunicação a distância. Não podemos ser vencidos pela epidemia”, diz.

O sociólogo Caetano Araújo, que também é diretor executivo da FAP, ressalta a importância da webinar da Biblioteca Salomão Malina também em razão da crise política que atinge o Brasil. “Eventos como esse são particularmente importantes porque estamos enfrentando problemas complexos, agudos. De um lado, uma crise sanitária sem precedentes no país nos últimos 100 anos e, de outro lado, estamos enfrentando crise política que envolve escalada golpista de extrema direita”, assevera.

De acordo com Araújo, a sociedade deve debater política mesmo durante o isolamento social. “A pior coisa a se fazer é parar de discutir política. Como não podemos fazer reuniões presenciais e manifestações, o que temos de fazer é organizar discussões e debates sobre esses temas pela via do possível, que é a da internet”, pondera, para continuar: “Temos que persistir, conversar, trocar ideias, avançar na formulação de possíveis soluções, prospectar cenários futuros”.

Na avaliação de Missiato, doutor em história pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), a webinar da biblioteca Salomão Malina é um exemplo de que a pandemia do coronavírus vem acelerando a tendência da “participação democrática dos cidadãos” no mundo digital. “Acaba sendo aceleração de uma tendência até por conta das dificuldades de as pessoas se reunirem em cidades com muito trânsito ou em eventos que tenham que demandar diferentes atores de vários lugares, por exemplo”, afirma.

Ele observa que a pandemia do coronavírus é a primeira grande pandemia globalizada no que diz respeito à informação, por meio da participação dos cidadãos nas redes sociais. “De certa forma, as redes sociais ampliaram, globalmente, o debate em torno desse assunto. Mesmo que muitas vezes de forma tumultuada, democratizaram muito o debate”, acentua.

Victor acentua que, apesar da grande participação popular nas discussões, o poder de decisão sobre os assuntos debatidos ainda é concentrado. “Todos os debates nas redes sociais trouxeram uma politização muito grande em relação à própria humanidade”, pontua. “A participação política do cidadão na era digital conferiu ao cidadão enorme participação. Não quer dizer que o ambiente esteja mais plural, mais respeitoso”, observa.


Jovens de periferias de Brasília usam poesia como protesto em unidade da FAP no Conic

Espaço Arildo Dória passa a ser ocupado para batalha de poesias do Slam DéF todo mês

Cleomar Almeida

A língua portuguesa é usada como grito de protesto. “Não vamos nos calar.” A rima ecoa como símbolo de resistência. “Marielle vive.” As palavras se casam na voz da periferia para desconstruir preconceitos. “Para a polícia, tráfico só existe na favela. Nas mãos do branco, maconha é apenas um baseado.”

Jovens de regiões da periferia de Brasília ocuparam, na noite desta quarta-feira (19), o Espaço Arildo Dória, conjugado com a Biblioteca Salomão Malina. Ambos são administrados pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) e ficam no Conic, na área central de Brasília. Eles se encontraram na segunda edição da batalha de poesias, realizado pelo grupo Slam DéF.

“A FAP tem entre seus objetivos trabalhar com cultura e política de forma que vá muito além da política-partidária. Abrir espaço para promover cultura não está fora do nosso escopo”, ressalta o diretor da fundação, Caetano Araújo. “Isto é importante para a cidade e para os grupos que não têm opções de fazer as suas atividades. Por isso, a expectativa é de que o projeto aqui tenha muito sucesso e dure por bastante tempo”, acrescenta ele.

Apesar do tom descontraído, o evento reúne jovens que usam as palavras para protestar por uma sociedade menos desigual, menos injusta e mais solidária. Na voz de poetas e poetisas ainda desconhecidos, a poesia ganha poder. O som sai da garganta em tom de desabafo. As identidades deles e de suas comunidades, como Ceilândia, Santa Maria, Riacho Fundo, revelam dor e ganham vida.

Participantes
Durante a competição, com transmissão ao vivo pela página da FAP no Facebook, os jovens gritam e encenam contra o que eles chamam de problemas já banalizados pela sociedade, mas que ocorrem todos os dias: violência contra mulheres, negros e homossexuais; racismo; machismo; intolerância e discriminação religiosa; violência estatal e policial; e criminalização das drogas e de jovens negro e da periferia.

Um dos participantes da batalha de poesias é o estudante Werick Heslei, 20 anos. Morador de Santa Maria, ele traz a realidade em suas palavras. “É importante que as pessoas ocupem os espaços. Com iniciativas como esta, da FAP, fica mais fácil que várias pessoas de várias quebradas [periferias] se aproximem e criem redes”, afirma ele.

Mãe de Werick, a chefe de cozinha Waldirene da Silva, 42, diz que faz questão de acompanhá-lo sempre que possível. Ela avalia como muito importante a Biblioteca Salomão Malina e o Espaço Arildo Dória serem ocupados pela periferia em eventos como a batalha de poesias. “É uma forma de conscientização e quebra de barreiras e preconceitos. Reúne pessoas com estilos totalmente diferentes”, acentua.

A estudante de Direito Lari Martinez, 21, também participa do programa evento Slam DéF como forma de protesto pela defesa de igualdade de direitos e condições para as mulheres na sociedade. Ela, que também é MC, aproveita a poesia falada para abordar o empoderamento das mulheres no hip hop.

“A sociedade é machista e o movimento hip hop não deixa de reproduzir isso. As minas do hip hop são resistência dentro de um movimento de resistência”, destaca Lari.

Competição
Coordenado pelo procurador de língua portuguesa Will Júnior, o projeto Slam DéF é uma competição de poesia falada. Qualquer pessoa interessada pode participar, sem inscrição prévia. Basta comparecer ao evento com uma poesia de sua própria autoria. A entrada é gratuita.

“A ideia é trabalhar poesia e trazer vida para aos artistas que, muitas vezes, não têm espaço para trazer sua arte. Para esse tipo de arte, esse tipo de proposta, praticamente não tem oportunidade em Brasília”, afirma o coordenador. Na competição, os participantes têm de recitar poesia de, no máximo, três minutos. Os jurados são escolhidos na hora do evento, aleatoriamente, para que o projeto seja mais dinâmico e mais próximo da sociedade.

Além de mostrar o domínio da fala em poesias, os jovens são um retrato de esperança por um mundo que pare de ver periferias como espaços de violência e criminalidade. É expectativa. É força. É luta. É poesia. A periferia existe e vive.


Autores contam suas histórias no lançamento do Clube de Leitura Eneida de Moraes

Realizado pela FAP, evento no Espaço Arildo Dória, conjugado com a Biblioteca Salomão Malina, teve participação do público e entrada gratuita

Cleomar Almeida

“Desde criança, eu inventava histórias. Plantava feijões na minha infância e cada um deles tinha um nome”, disse a romancista e historiadora Eneida Queiroz. “Hoje sou historiadora, leio mais livro de pesquisa do que romance. No entanto, sou mais romancista”, afirmou ela.

Ao lado de outros três autores, a escritora participou do lançamento do Clube de Leitura Eneida de Moraes, criado em homenagem à escritora, jornalista, militante e pesquisadora paraense que viveu de 1904 a 1971. O evento foi realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), no Espaço Arildo Dória, localizado em cima da Biblioteca Salomão Malina, no Conic, em Brasília.

Com transmissão ao vivo pela sua página no Facebook, a FAP mostrou a participação do público no evento, em interação com os autores que contaram suas histórias e as motivações para serem leitores e escritores de obras literárias.

A historiadora e romancista Eneida de Queiroz é autora de livros, entre os quais Úmida Trama e A Mulher e a Casa. Já o jornalista Rubens Valente, que escreveu livros como Os Fuzis e as Flechas, destacou a importância da leitura inicial para criar o hábito. “Comparo a literatura com [a prática de] andar de bicicleta. Tenho muita crítica a quem ataca leitor de youtuber. Melhor quem lê youtuber do que não está lendo nada. É como andar de bicicleta. Você vai aprendendo e aprimorando”, afirmou ele.

“As grandes alegrias da minha profissão estão nos livros. Com os livros, abri portas que nunca imaginava”, disse Valente. Ele tem trabalhos também sobre os índios na ditadura.

Imigrante libanesa, editorialista do jornal Correio Braziliense e ex-professora do Instituto Rio Branco, a escritora Dad Squarasi, autora de livros como Dicas da Dad e a Arte de Escrever Bem, também compareceu ao lançamento do clube de leitura.

“Quando cheguei ao Brasil, falava árabe, francês e espanhol. Foi fácil aprender português. Lia qualquer coisa, em qualquer ordem. Interrompia leitura, lia revista, jornal. Tinha muito gosto pelas letras e os professores sempre achavam que eu escrevia bem. Ganhei minha vida na área da escrita”, disse Dad, destacando sua trajetória até a chegada ao território nacional.

O escritor alagoano Daniel Barros, referência em romance policial e escritor dos livros Canto Escuro, Enterro sem Defunto e Enquanto a Noite Durar, compareceu ao evento e disse como foi conquistado pelo hábito de escrever. “Meu gosto por escrever foi por conta de histórias que ouvia na infância”, lembrou.

A mesa de conversa dos autores teve a mediação do produtor cultural Paulo Souza, responsável pelo perfil no Instagram Ponto para Ler, mesmo nome de um canal voltado para a divulgação da literatura. “Um clube de leitura no coração de Brasília é um motivo pelo qual devemos estar muito felizes. Acredito que viver este momento, ver o Conic sair das cinzas, é um privilégio para poucos”, disse. Ele ressaltou que o clube de leitura é uma aposta para resgatar a movimentação cultural no centro da capital federal.


FAP lançará Clube de Leitura Eneida de Moraes na Biblioteca Salomão Malina nesta terça (18)

Evento será realizado nesta terça-feira, 18 de junho, com participação de cinco autores de obras literárias

Cleomar Almeida

A FAP (Fundação Astrojildo Pereira) vai lançar, nesta terça-feira, 18 de junho, a partir das 19 horas, o Clube de Leitura Eneida de Moraes, na Biblioteca Salomão Malina, localizada no Espaço Arildo Dória, no Conic, na área central de Brasília. Na ocasião, também será lançada a Roda de Leitura: as mil faces da literatura. O objetivo dos dois eventos é incentivar ainda mais a prática de leitura e discussões dos temas abordados nas obras. A entrada é gratuita.

Além disso, de acordo com o projeto da biblioteca pública, o clube de leitura também tem como finalidade captar membros e interessados para integrar o grupo e reunir um público mais qualificado e apreciadores da literatura para aproveitarem mais a unidade mantida pela fundação. A FAP é vinculada ao Cidadania, que, segundo a direção do partido, deu nova identidade política ao PPS (Partido Popular Socialista).

Com transmissão ao vivo pela página da fundação no Facebook, o evento de lançamento também pretende promover trabalhos de autores e valorizar e tornar ainda mais conhecido o acervo da biblioteca, que conta com 6,5 mil livros para empréstimo ao público em geral. Segundo a coordenadora da biblioteca, Thalyta Jubé, Brasília tem sido palco e um movimento muito grande de clubes de leitura.

“A ideia do clube de leitura é fazer um momento em que as pessoas possam discutir os livros. No fundo, quem lê quer compartilhar a leitura com outra pessoa que tenha o mesmo hábito e seja leitor do mesmo autor. Com o encontro mensal, também podemos motivar o pessoal a ir mais a biblioteca”, diz Thalyta.

A roda de conversa, segundo a proposta da biblioteca pública, é uma metodologia que reproduz um ambiente mais informal, estimulando o diálogo entre os participantes. Ela tem como objetivo promover a discussão sobre as diferentes formas que a literatura pode se apresentar. Para demonstrar isso, os autores convidados para o lançamento irão compartilhar as suas diferentes abordagens ao escreverem literatura.

Entre eles está a escritora de romances históricos Eneida Queiroz, autora cujo nome batiza o clube de leitura. Ela escreveu, por exemplo, dos livros Úmida Trama e A Mulher e a Casa. Também estão nesse time os autores Rubens Valente, que escreveu o livro-reportagem Os Fuzis e as Flechas, e Daniel Barros, referência em romance policial e escritor dos livros Canto Escuro, Enterro sem Defunto e Enquanto a Noite Durar, entre outros. Também está confirmada a presença da libanesa Dad Squarasi, colunista do Correio Braziliense e autora de livros, como Dicas da Dad e a Arte de Escrever Bem.

“As pessoas de sorte vivem com o dinheiro contado, mas a maioria vive devendo. Como fazê-las comprar livros e arranjar um tempo livre não apenas para ler, mas também para se encontrar com um outro grupo de pessoas que queiram debater esse livro? A ideia de um clube de leitura numa biblioteca pública, em área central de Brasília, facilitará esse processo”, afirma Eneida.

Segundo a autora, os interessados não precisarão comprar os livros, como fazem os demais frequentadores de outros clubes de leitura, já que, conforme acrescenta, a biblioteca da FAP providenciará o maior número possível de exemplares a serem emprestados. “Os encontros tentarão leves e interessantes, para cativar o público e incutir o gosto pela leitura”, destaca.

O evento será direcionado pelo mediador Paulo Souza, que integrará a mesa ao lado dos autores convidados. Ele é produtor cultural, editor e escritor. Na lista das obras de sua autoria, está o livro Ponto para Ler, mesmo nome de um perfil no Instagram e canal voltados para divulgação da literatura. Seu último trabalho é a novela Clarice, a Última Araújo.

“A abertura de um clube de leitura bem no coração da capital é, além de uma grande ação, uma enorme conquista, pois ajuda a desenvolver as melhores aptidões que um cidadão pode ter, que são a compreensão, saber escutar, empatia e, principalmente, o exercício do diálogo”, diz Paulo.

A sociedade brasileira, de acordo com o mediador, está caminhando para o amadurecimento e, acrescenta, “dentro desta evolução o papel da biblioteca vem ganhando novas definições”. “A biblioteca pública deixou de ser um espaço averso e de, unicamente, empréstimos de livros. Está começando a ser um ponto de convívio saudável que prega, acima de tudo, a evolução intelectual e interpessoal de seus frequentadores”, assevera o produtor cultural

De acordo com Thalyta, o evento se propõe, ainda, a viabilizar a execução de algumas das missões da biblioteca, como promover o conhecimento sobre a herança cultural, fomentar o diálogo intercultural e a diversidade cultural, além de apoiar a tradição oral.

 


FAP promove palestra gratuita sobre internet segura

Evento será realizado em alusão ao Dia Mundial da Internet Segura; publicitário Nuan Rodrigues vai ministrar palestra

Cleomar Almeida

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) vai promover, das 13h às 14h de quarta-feira (6), a palestra gratuita e educativa Internet Segura: proteja-se dos perigos na rede, na Biblioteca Salomão Malina, no Conic, em Brasília. O evento, em alusão ao Dia Mundial da Internet Segura, será realizado com a presença do publicitário Nuan Rodrigues, especialista em Inbound Marketing e Diretor Estratégico da agência L2ZD. Os interessados não precisam fazer inscrição prévia.

O publicitário vai direcionar a palestra em forma de parceria, o que não gerará ônus para a fundação, de acordo com a coordenadora da biblioteca, Thalyta Jubé. Segundo ela, quem comparecer receberá um certificado de participação por e-mail, com as especificações do evento. “Aprender a utilizar a internet de forma positiva pode ajudar muitas pessoas que não têm conhecimento a se precaverem contra possíveis ameaças no mundo virtual”, afirma ela.

O Dia Mundial da Internet Segura ou Safer Internet Day (SID, sigla em inglês) é uma iniciativa mundial que mobiliza 65 países a promover o uso seguro e responsável das tecnologias de informação e comunicação. A ideia foi organizada inicialmente pela Rede Insafe, que reúne organizações que trabalham na promoção do uso consciente da rede nos países da União Europeia. A ONG (organização não-governamental) SaferNet Brasil realiza, há 11 anos, mobilizações em diversos pontos para promover o tema.

De acordo com o palestrante, com o crescimento rápido do uso da internet no Brasil, o curso Internet Segura é importante para conscientizar as pessoas dos perigos ligados ao uso da internet e também para ensiná-las a utilizá-la, de maneira segura, evitando ao máximo cair nos golpes e até mesmo nas mãos de criminosos que utilizam o meio de maneira nociva. “Acredito que, com a conscientização, podemos combater e evitar possíveis golpes e exposições prejudiciais através da internet”, ressalta Nuan.

A campanha do Dia Mundial da Internet Segura, conforme lembra Thalyta Jubé, preconiza a conscientização de um tema importante para o dia a dia das pessoas que utilizam a internet como ferramenta de trabalho, pesquisa, entretenimento e afins. “Todos, independentemente da motivo pelo qual utilizam as tecnologias e a internet, são vulneráveis a ações mal intencionadas de hackers, por exemplo, quando não se tem o conhecimento prévio de como identificar suas ações”, diz ela.

Segundo a coordenadora da biblioteca, a propagação de notícias e links falsos e de outros meios ilegais utilizados na rede tem aumentado consideravelmente devido à facilidade de sua disseminação pelas redes sociais. “Por isso, é importante orientar e educar a população para alertá-la desses indícios”, ressalta, para acrescentar: “Promover temas que colaborem com a educação e formação da sociedade é um dos papéis da biblioteca como centro de informação”.

O palestrante reforça que “quanto mais pessoas forem conscientizadas e aprenderem a prevenir os perigos, mais saudáveis se tornará o uso da internet”. “Por esse motivo, é de muita relevância a conscientização sobre os perigos para que se aprenda a fazer prevenção e, posteriormente, replicar o aprendizado a amigos e familiares e, assim, combater esses perigos e golpes cada vez mais”, acentua Nuan Rodrigues.

A seguir, confira a programação do conteúdo previsto para a palestra:

- Fake News
- O que são Fake News?
- Como identificar as Fake News?
- Como combater as Fake News?

- Proteja suas senhas
- Cuidados ao criar suas senhas.
- Altere suas senhas regularmente.
- Se proteja de phishing e códigos maliciosos.
- Proteja seus dispositivos móveis.
- Tenha cuidado ao usar dispositivos de outras pessoas.

- Segurança no Comércio Eletrônico
- Facilidades do comércio eletrônico.
- Riscos de golpes no comércio eletrônico.
- Principais riscos de golpe.
- Cuidados a serem tomados.

- Privacidade
- Aviso ou consentimento prévio.
- Riscos principais.
- Cuidados a serem tomados.


Livro A Pintura como Conto de Fadas, de Ivan Alves Filho, é adotado pela pós-graduação da UFMS

Obra se propõe a contar a rica trajetória da artista plástica Aparecida Azedo, reconhecida internacionalmente

Cleomar Almeida

Editado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) em 2003, o livro A Pintura como Conto de Fadas, de Ivan Alves Filho, foi adotado pelo programa de pós-graduação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). A obra, de acordo com o autor, propõe-se a retratar “a rica trajetória humana, política e artística de Aparecida Azedo, artista plástica autodidata reconhecida internacionalmente”.

Aparecida Azedo morreu, aos 77 anos, em 19 de junho de 2006, no Rio de Janeiro, vítima de parada cardíaca. Conhecida como autora do maior quadro naïf do mundo, intitulado "Brasil, Cinco Séculos de Luta", ela é a soma de uma larga experiência na vida. “Bóia-fria aos 10 anos de idade; operária de fábrica aos 13; comunista desde os 16, enfrentando clandestinidade e inúmeras prisões, mãe de seis filhos”, escreveu o autor na apresentação.


A obra se encontra no Mian (Museu Internacional de Arte Naïf. A tela, com 24,7 m de extensão por 1,42 m de altura, é o maior quadro naïf do mundo e foi pintada ao longo de cinco anos. Com o significado de arte primitiva e popular, Naïf é palavra francesa (pronuncia-se na-if) e foi incorporada ao português pelo dicionário Novo Aurélio Século 21 no início dos anos 2000.

De acordo com o livro de Ivan Alves Filho, Aparecida Azedo “reserva um espaço fundamental à natureza em sua obra. Mas a natureza estendida como natureza-bruta, e não domada, como jardim”. “Geralmente, os elementos mais característicos da fauna e do meio físico brasileiros estão sobejamente representados. É o caso dos tamanduás, araras, tucanos ou das montanhas onduladas, cachoeiras e fontes, como a lembrar o período edênico antes de antes da chamada Descoberta (sic)”, registrou o autor.

Nos últimos anos de vida, Aparecida Azedo também se dedicou à pintura de festas juninas e outras manifestações folclóricas. Em relação estilo, conforme escreveu Ivan Alves Filho, é possível reconhecer os trabalhos dela “não somente pelo uso de cores e tons vibrantes ou pela ocorrência de planos ligeiramente inclinados, como, sobretudo, pela representação de folhagens”. “Eu me arriscaria a dizer que poucos artistas criam com a força e a originalidade de Aparecida Azedo”, afirma ele, em outro trecho do livro.

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https://www.youtube.com/watch?v=i3QBbwpr49c


Pública, Biblioteca Salomão Malina tem 5,9 mil usuários em 2018

Mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em Brasília, biblioteca também recebeu 2.310 obras doadas no período

Por Cleomar Almeida

A Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) no Conic, em Brasília, alcançou 5.939 usuários no ano de 2018, de acordo com levantamento oficial. No total, a biblioteca pública também recebeu 2.310 obras doadas no período, o que, segundo a coordenadora Thalyta Jubé, contribuiu ainda mais para otimizar o acervo de mais de 6,5 mil livros disponíveis para empréstimo.

» Acesse aqui o Relatório Anual de Serviços da Biblioteca Salomão Malina

http://www.fundacaoastrojildo.com.br/2015/wp-content/uploads/2018/12/relatorio_anual_servicos_BSM.pdf

De acordo com o levantamento, os meses que registraram maior número de usuários foram, pela ordem, maio (730), abril (670), março (586), agosto (574), setembro (564) e outubro (534). Completam a lista, na sequência, os meses de junho (529), julho (435), novembro (387), janeiro (328), dezembro (308) e fevereiro (300).

Localizada no Espaço Arildo Dória, onde também funciona o Cineclube Vladimir Carvalho, a Biblioteca Salomão Malina oferece empréstimo facilitado de obras para o público em geral da capital do país por meio de um simples cadastro de dados pessoais. Nela, além de obras literárias, estão disponíveis Wi-Fi grátis, assim como jornais e revistas nacionais atualizados, diária e semanalmente, para leitura.

» Acesse aqui o acervo da biblioteca

Thalyta Jubé afirma que os livros doados foram analisados conforme a área temática de cada obra e autor. De acordo com a coordenadora, os exemplares que não corresponderam à área temática do acervo da biblioteca foram dispostos no quiosque cultural como livros de livre circulação, aos quais o público também tem acesso de graça.

Como fazer empréstimos
Para utilizar o serviço de empréstimo de livros, o usuário deve se cadastrar pessoalmente no balcão de atendimento e apresentar documento oficial com foto e comprovante de residência. Cada pessoa tem direito à retirada de até quatro livros por vez. A devolução da obra fora do prazo (dez dias úteis) implica em pagamento de multa de dois reais, por dia de atraso e para cada obra.

Além de consulta e empréstimos de livros, a biblioteca disponibiliza ao público um quiosque cultural, onde as pessoas podem pegar gratuitamente as publicações da FAP e outros livros de diversos temas. O local fica aberto de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.

Eixos temáticos
A coordenadora da biblioteca ressalta, ainda, que as obras estão organizadas em seis eixos temáticos. A seguir, veja cada uma deles:

1. Coleção geral: contém obras de áreas temáticas que permeiam as ciências Sociais e humanas. Está disponível para consulta e empréstimo.

2. Coleção PCB-PSS: contém obras que registram a memória do PCB, a transição do PCB para o PPS e, também, obras sobre o PPS. Está disponível para consulta e empréstimo.

3.Coleção Astrojildo Pereira: disponível somente para consulta. Não é disponibilizada para empréstimo por se tratar de obras que foram escritas pelo autor e sobre o autor.

4. Coleção infantil: contém livros diversos de literatura infanto-juvenil de diferentes autores. Está disponível para consulta e empréstimo.

5. Coleção de referência: não é disponibilizada para empréstimo por se tratar de obras de consulta rápida, como dicionários gerais e especializados, enciclopédias, vocabulários, guias e repertórios biográficos. Disponível somente para consulta.

6. Coleção reserva técnica: contém obras da mesma área temática que a da coleção Geral, mas são alocadas na Fundação Astrojildo Pereira. As obras desta coleção ficam disponíveis para empréstimos, caso sejam solicitadas na biblioteca

Memória viva
Inaugurada em 28 de fevereiro de 2008, a Biblioteca Salomão Malina se tornou um importante espaço de incentivo à produção do conhecimento em Brasília. Sua missão é servir como instrumento para análise e discussão das complexas questões da atualidade, aberta a todo cidadão. Ela foi reinaugurada em 8 de dezembro de 2017, após uma ampla reforma.

A biblioteca leva o nome do último secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB), entre 1987 e 1991. Ele ingressou no PCB no início dos anos 1940 e, durante sua vida, passou alguns anos presos e cerca de 30 anos na clandestinidade. Seus livros foram o embrião da biblioteca.

Salomão Malina combateu, como oficial da força Expedicionária Brasileira (FEB), nos campos da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi agraciado, por sua bravura, com a cruz de combate de Primeira Classe, a maior condecoração do Exército Brasileiro. Também atuou como diretor do Jornal Imprensa Popular, do PCB, nos anos de 1950.

Serviço
Biblioteca Salomão Malina
Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.
Endereço: Conic – Setor de Diversões Sul – Bloco P – Edifício Venâncio III, Loja 52, em Brasília (DF), próximo à Rodoviária do Plano Piloto.

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» Doação de livros para modernizar o acervo da Biblioteca Salomão Malina

 

 

Confira as novas aquisições da Biblioteca Salomão Malina

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Confira a lista de livros catalogados na Biblioteca Salomão Malina
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Confira a lista de livros cadastrados na Biblioteca Salomão Malina

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Pessoas com deficiência encontram oportunidade de trabalho na FAP

Mantida pelo Partido Popular Socialista, a FAP é a primeira fundação privada a fechar parceria com a Apae-DF para o programa de inclusão social

Por Cleomar Rosa

Às 6h25, a higienizadora de livros Rafaela de Faria Pugas, de 24 anos, levanta e se arruma para pegar o ônibus, uma hora depois, perto da casa na qual vive com os pais, em Planaltina, no Entorno do Distrito Federal (DF). No percurso de 60 quilômetros até Brasília, onde trabalha, ela segue pensando num futuro com possibilidades de mais perspectivas e menos exclusão. Sonha cursar gastronomia ou letras.

Rafaela faz tratamento para autismo e, desde o dia 20 de agosto, trabalha no acervo de livros da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), instituição mantida pelo Partido Popular Socialista (PPS). É a primeira fundação privada a realizar parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (Apae-DF) para o programa de inclusão social que coloca em prática o Estatuto da Pessoa com Deficiência.

“Estou gostando muito do trabalho, do local e das pessoas. Eu me sinto preparada para trabalhar”, diz Rafaela, que concluiu o ensino médio. “Estava com dificuldade de encontrar emprego”, conta ela. A parceria com a FAP também celebra os 10 anos do início de contratações por meio do programa de inclusão da Apae-DF junto a instituições em Brasília.

Na fundação, Rafaela encontra o seu colega de trabalho, Domilson da Silva Xavier, de 20 anos, outro beneficiado pela parceria. Ele mora em Itapoã, no Entorno do DF, e tem deficiência intelectual. Juntos, durante a jornada de trabalho de 20 horas semanais, eles também têm direito a intervalo e fazem ginástica laboral.

Durante a manhã, de segunda a sexta-feira, os dois são responsáveis pela higienização de cada folha dos livros da FAP, que regula o vínculo com eles por meio de um contrato de trabalho. Depois da limpeza, as obras ficam disponíveis ao público para consulta e empréstimo na Biblioteca Salomão Malina, localizada no Conic, perto da Rodoviária do Plano Piloto. A biblioteca tem 6,5 mil livros.

Competência
Segundo o gerente administrativo da FAP, Gustavo Loiola da Silva, Rafaela e Domilson recebem da fundação todo o suporte necessário para o desempenho da função. Além da competência e das habilidades profissionais, a instituição valorizou, como critério de seleção, a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

A demanda da FAP começou a ser planejada em agosto de 2017, quando a coordenadora da Biblioteca Salomão Malina, Thalyta Jubé, passou a analisar o acervo de livros. Com isso, foram identificadas a necessidade de higienização e a de reparação em 500 obras.

A bibliotecária Joana Darc Pereira de Jesus atua como instrutora dos higienizadores de livro e atesta a importância do programa para a socialização deles. “Eles trabalham em um lugar normal, assim como todos os funcionários da fundação, e sem qualquer tipo de discriminação no ambiente. Com isso, abre-se a possibilidade para desenvolverem ainda mais as habilidades que têm”, ressalta.

Antes de serem encaminhados para esse trabalho, Rafaela, Domilson e Joana Darc passaram por treinamento no Programa de Conservação de Bens Culturais  da Apae. A proposta é promover a qualificação profissional de pessoas com deficiência intelectual diretamente na área de higienização, conservação e pequenos reparos de livros e documentos impressos.

Responsável técnica do programa pela Apae, Mônica Kanegae explica que a higienização é fundamental para manter as obras em bom estado de conservação. Ela diz que os livros, normalmente, acumulam sujeira e poeira por ficarem expostos em prateleiras.

A limpeza das obras pode ser feita com borracha, trincha ou lixa. “Dependendo da acidez do livro, é muito delicado. Tem que tomar cuidado para não quebrar”, explica. Ela ressaltou que, a partir dos anos 1960 e 1970, houve uma melhora na qualidade do papel com a retirada adequada da lignina extraída da madeira para a produção dele.

Símbolos de comemoração
Rafaela e Domilson simbolizam a comemoração dos 10 anos de início de contratação de pessoas com deficiência por meio de parcerias realizadas pela Apae-DF. Desde 2008, 62 pessoas com deficiência começaram a trabalhar em órgão públicos, em Brasília, apoiados por 11 instrutores, que são formados por meio de um convênio firmado entre a associação e a Fundação Universidade de Brasília. O convênio começou a vigorar em 2006.

Além da FAP, nove órgãos públicos valorizam o trabalho dessas pessoas na capital do país. O primeiro deles foi a Câmara dos Deputados. Depois, o programa também foi adotado pelo Senado Federal, Supremo Tribunal Federal (STF), Ministério das Relações Exteriores e Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Em seguida, o programa se expandiu por meio de parcerias com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ministério da Justiça e a Advocacia-Geral da União (AGU).

Rafaela e Domilson torcem para que o programa se estenda ainda mais para outras instituições públicas e privadas. Eles concordam que o Estatuto da Pessoa com Deficiência deve ser respeitado e colocado em prática, em vez de ficar apenas no papel. “Estou muito feliz e espero crescer muito ainda com o trabalho”, afirmou o jovem.


Biblioteca Salomão Malina renova acervo e conta com 6,5 mil livros para empréstimo

Obras são provenientes de compras, permutas e doações. Local integra a Fundação Astrojildo Pereira (FAP), no Conic, em Brasília

Por Cleomar Rosa

Estudantes, pesquisadores e demais segmentos da população de Brasília têm à disposição 1.674 novos livros do ramo de ciências sociais na Biblioteca Salomão Malina, no Conic, um importante ponto de cultura urbana próximo à Rodoviária do Planto Piloto. Com as novas aquisições, a biblioteca pública, que integra a Fundação Astrojildo Pereira (FAP), passa a oferecer à população um acervo de 6,5 mil obras para empréstimo. A FAP é a fundação mantida pelo Partido Popular Socialista (PPS).

Entre os novos livros adquiridos - e que estão à disposição de todos os frequentadores da biblioteca - estão obras como As consequências da modernidade, de Anthony Giddnes; Modernidade líquida, de Zygmunt Bauman; A Revolução Global: História Do Comunismo Internacional 1917-1991, de Silvio Pons; Pensadores da Nova Esquerda, de Roger Scruton; História Da Riqueza No Brasil, de Jorge Caldeira; A Quarta Revolução de John Micklethwait; Uma Breve História da Humanidade - Sapiens, de Yuval Noah Harari; Pós-Guerra - História da Europa desde 1945 e Pensando o século XX, de Tony Judt; a série sobre a Ditadura, de Elio Gaspari (quatro volumes) e Redes de Indignação e Esperança, de Manuel Castells, entre outras.

Os empréstimos são feitos após um simples cadastro dos usuários no local e sem qualquer custo. Além de livros, a biblioteca oferece ao público jornais diários e revistas semanais, como a Veja e a Piauí e jornais como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Valor Econômico, O Globo, Correio Braziliense, por exemplo, para leitura no local e rede wi-fi grátis, em um ambiente climatizado. O acervo predominante é do ramo de ciências sociais, com obras de história, sociologia, filosofia, economia e política.

Do total do novo acervo, a fundação comprou 140 novos livros, no valor de R$ 6.382,19, de acordo com a coordenadora da biblioteca, Thalyta Jubé. Segundo ela, 34 obras foram adquiridas por meio de permuta, enquanto outras 1,5 mil foram doadas por usuários do local, integrantes da diretoria ou conselheiros da FAP e simpatizantes do Partido Popular Socialista (PPS).

As doações começaram em setembro de 2017 e a mais recente foi cadastrada neste mês de agosto. Interessados ainda podem fazer novas doações. Antes de disponibilizá-las ao público, a biblioteca realiza uma seleção conforme o perfil do acervo. As obras que têm perfis diferentes são doadas, posteriormente, pela biblioteca, com o intuito de favorecer a cultura.

Para consultar o acervo da biblioteca, clique aqui e aqui.

Eixos temáticos
Conselheiro da FAP, Caetano Ernesto Pereira de Araújo explica que o acervo da biblioteca se baseia em três linhas temáticas, prioritariamente. A primeira, segundo ele, é sobre a história do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido Popular Socialista (PPS).

A segunda linha temática envolve obras de grandes escritores brasileiros que foram filiados ao PCB. Ele citou, por exemplo, Raquel de Queiroz, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade e Jorge Amado. “Há diversos outros. A influência do PCB nas artes e no meio intelectual foi muito forte”, afirmou o conselheiro.

O terceiro eixo temático é mais teórico. “Tem as obras da teoria marxista e do leninismo, que inspirou a formação de partidos comunistas no mundo”, disse o representante da FAP. Ele ressaltou, ainda, que a biblioteca conta com obras que surgiram a partir das formulações marxistas e obras de teóricos que pensam uma esquerda pós-comunista.

Sistema informatizado
A Biblioteca Salomão Malina está em processo de nova catalogação de todas as obras em um sistema informatizado, que também serve para o cadastro de usuários e empréstimo de livros. “As novas aquisições possibilitam aos usuários mais opções de pesquisa a conteúdos mais atuais e relevantes para a formação de opinião e formação crítica”, diz Thalyta Jubé.

Para utilizar o serviço de empréstimo de livros, o usuário deve se cadastrar pessoalmente no balcão de atendimento e apresentar documento oficial com foto e comprovante de residência. Cada pessoa tem direito à retirada de até dois livros por vez. A devolução da obra fora do prazo (dez dias consecutivos) implica em pagamento de multa de dois reais, por dia de atraso e para cada obra.

Além de consulta e empréstimos de livros, a biblioteca disponibiliza ao público um quiosque cultural, onde as pessoas podem pegar gratuitamente as publicações da FAP e outros livros de diversos temas. O local fica aberto de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.

Memória viva
Inaugurada em 28 de fevereiro de 2008, a Biblioteca Salomão Malina se tornou um importante espaço de incentivo à produção do conhecimento em Brasília. Sua missão é servir como instrumento para análise e discussão das complexas questões da atualidade, aberta a todo cidadão. Ela foi reinaugurada em 8 de dezembro de 2017, após uma ampla reforma.

A biblioteca leva o nome do último secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB), entre 1987 e 1991. Ele ingressou no PCB no início dos anos 1940 e, durante sua vida, passou alguns anos presos e cerca de 30 anos na clandestinidade. Seus livros foram o embrião da biblioteca.

Salomão Malina combateu, como oficial da força Expedicionária Brasileira (FEB), nos campos da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi agraciado, por sua bravura, com a cruz de combate de Primeira Classe, a maior condecoração do Exército Brasileiro. Também atuou como diretor do Jornal Imprensa Popular, do PCB, nos anos de 1950.

Serviço
Biblioteca Salomão Malina
Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.
Endereço: Conic - Setor de Diversões Sul – Bloco P – Edifício Venâncio III, Loja 52, em Brasília (DF), próximo à Rodoviária do Plano Piloto.

 

Confira as novas aquisições da Biblioteca Salomão Malina

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Confira a lista de livros catalogados na Biblioteca Salomão Malina
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Confira a lista de livros cadastrados na Biblioteca Salomão Malina

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Biblioteca Salomão Malina e Espaço Arildo Dória são reinaugurados em Brasília

Arildo Dória, antigo militante do PCB, destacou o trabalho coletivo encabeçado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) para que o projeto saísse do papel

Por Germano Martiniano

A Biblioteca Salomão Malina foi reinaugurada nesta sexta-feira (8/12) em evento promovido pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), que contou com a participação de dirigentes históricos do Partido Comunista Brasileiro (PCB), legenda que antecedeu o Partido Popular Socialista (PPS). Na ocasião, também foram entregues, completamente revitalizados, o Cineclube Vladimir de Carvalho e o Espaço Arildo Dória.

Arildo, militante histórico do PCB, e o único dos três homenageados com a colocação de seus nomes nos respectivos espaços que foram revitalizados (a Biblioteca Salomão Malina, Cineclube Vladimir de Carvalho e o Espaço Arildo Dória) que esteve presente na celebração (Malina já falecido e Vladimir não pôde comparecer), destacou o trabalho coletivo para que esse projeto saísse do papel: “A revitalização deste espaço é resultado de um trabalho coletivo, que leva meu nome."

Antes que todos convidados conhecessem os novos espaços, Luiz Carlos Azedo, diretor-geral da FAP, discursou na parte externa da Biblioteca, em frente a “Praça Vermelha” do Conic, o edifício Venâncio III, em Brasília, onde ocorreram diversos encontros, comícios e reuniões durante a existência do PCB. Azedo destacou a importância simbólica da localização da Biblioteca Salomão Malina, “palco de resistência política”, assim como o trabalho árduo de todos os envolvidos no projeto de revitalização.

Após o discurso do diretor-geral da FAP, o presidente do Conselho Curador da Fundação, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) e o deputado e presidente do PPS nacional, Roberto Freire (SP), abriram em conjunto a porta de acesso do local. Entre as mudanças ocorridas na revitalização, o público pôde  conferir a Biblioteca Salomão Malina ampliada e atualizada e o novo auditório, que foi completamente modernizado, com instalações adequadas para o acesso de pessoas com deficiência de locomoção, inclusive com um elevador, e que será um espaço multiuso, de sessões de cinema a dinâmicas de grupo.

Em seguida, Cristovam Buarque, Roberto Freire, Chico Andrade, presidente do PPS do Distrito Federal; Lenise Loureiro, dirigente do PPS, Luiz Carlos Azedo e Arildo Dória compuseram a mesa do auditório, onde puderam discorrer sobre a importância do espaço multiuso revitalizado pela FAP. “Fiquei encantado com cada detalhe que foi modernizado, ficou tudo muito bonito. Porém, o maior desafio, a partir de agora, será fazer este espaço estar sempre movimentado”, ressaltou Cristovam Buarque.

No auditório revitalizado, o público também assistiu à exibição do curta “A última visita”, de Zelito Viana, que conta a preocupação que teve Astrojildo Pereira em promover as obras de Machado de Assis.

Biblioteca Salomão Malina
Inaugurada em 28 de fevereiro de 2008 e localizada no Conic (Setor de Diversões Sul – Bloco P – Edifício Venâncio III, Loja 52), em Brasília (DF), a Biblioteca Salomão Malina dispõe de todo o acervo da FAP – mais de cinco mil títulos – além de obras diversas, principalmente sobre história, sociologia, filosofia, economia e política. Também conta com um vasto acervo digitalizado, totalmente disponível para consulta e com muitas das obras disponíveis para download gratuito. É aberta diariamente ao público e oferece acesso gratuito à internet, imprime currículos e disponibiliza também revistas e os jornais do dia para leitura e pesquisa.

Salomão Malina
O patrono da Biblioteca Salomão Malina foi o último secretário geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB), entre 1987 e 1991. Ingressou no PCB no inicio dos anos 1940 e, durante sua vida, passou alguns anos presos e cerca de 30 anos na clandestinidade. Combateu, como oficial da força Expedicionária Brasileira (FEB), nos campos da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Foi agraciado, por sua bravura, com a cruz de combate de Primeira Classe, a maior condecoração do Exército Brasileiro. Foi diretor do Jornal Imprensa Popular, do PCB, nos anos de 1950. A biblioteca que leva o seu nome tem, como missão, “servir como instrumento para análise e discussão das complexas questões da atualidade, aberta a todo cidadão, independentemente de ser filiado ou não a agremiação partidária e de suas concepções políticas e filosóficas.”

Saiba mais:
O Espaço Arildo Dória e a Biblioteca Salomão Malina estarão abertos ao público a partir desta segunda-feira (11/12).
Local: Setor de Diversões Sul – Bloco P – Edifício Venâncio III, Loja 52 – Conic

 

Galeria de fotos\ Fotos: Germano Martiniano

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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