Ricardo Noblat: Temer e Alckmin, tudo a ver

Em gestação, o pacto Pindamonhangaba-Baixada Santista.
Foto: Beto Barata/PR
Foto: Beto Barata/PR

Em gestação, o pacto Pindamonhangaba-Baixada Santista

Depois que se reuniu em São Paulo, na semana passada, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a qualquer momento o presidente Michel Temer deverá fazer o mesmo com o ex-governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à sua sucessão.

Por mais que negue ter desistido de se candidatar à reeleição, Temer parece convencido que o melhor que tem a fazer é tentar costurar uma aliança entre o PMDB e o PSDB para evitar a fragmentação da centro-direita nas eleições de outubro. Só assim não perderá relevância.

Pode estar nascendo o pacto Pindamonhangaba (Alckmin)-Baixada Santista (Temer), para desgosto de Rodrigo Maia (DEM) e Henrique Meirelles (PMDB). Se o pacto sair, a candidatura de Alckmin ganhará robustez e tempo suficiente de propaganda no rádio e na televisão.

Temer não cobrará de Alckmin que defenda seu governo impopular. Ficará satisfeito se ele não o criticar. Alckmin poderá em público manter distância de Temer, desde que pregue a continuação de reformas que ficaram pela metade e a realização de outras que nem saíram do papel.

Até 5 de agosto, fim do prazo para que os partidos lancem candidatos às eleições de outubro, Alckmin procurará se compor também com o senador Álvaro Dias (PODEMOS-PR), que sonha com a vaga de Temer. Dias represa cerca de 5 milhões de votos que poderiam ser de Alckmin.

O DEM de Maia acabará naturalmente se aliando ao candidato do PSDB por afinidade de pontos de vista e falta de candidato viável à presidência da República. E a ele se renderão finalmente outras legendas como o PP de Ciro Nogueira e o PR do ex-mensaleiro Valdemar Costa Neto.

Só então o jogo começará para valer.

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