João Vitor*, da equipe FAP
Professor e pesquisador da Universidade Roma2, Gianluca Fiocco considera histórico o resultado das eleições na Alemanha que colocaram o partido União Democrata Cristã (CDU) em segundo lugar. “O afastamento da ex-chanceler Angela Merkel deixou o partido órfão de sua presença carismática e estabilizadora”, afirma o autor, em artigo publicado na revista Política Democrática online de novembro (37ª edição).
A revista é produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. A entidade disponibiliza, gratuitamente, todo o conteúdo ao público, em seu portal, na versão flip. No artigo, Fiocco diz que a eleição foi particularmente ruim para o partido A Esquerda (Linke).
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O pesquisador avalia como “significativa” a atitude de Merkel de visitar o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, e o papa Francisco após as eleições. “A própria conexão Merkel-Draghi se revelou fundamental para o lançamento das políticas de auxílio do Banco Central Europeu que têm salvaguardado o euro e a solidez da UE”, ressalta.
Ao contrário da Alemanha, conforme acrescenta Fiocco, as eleições em níveis locais na Itália mostraram descontentamento com a dimensão administrativa e rachaduras gritantes na relação entre os cidadãos e as forças políticas. “Um observador autorizado como Sabino Cassese chegou à amarga conclusão de que todos perderam”, destaca o professor.
Ele diz que é um sinal de alerta a ser levado em conta frente a futuras eleições para a renovação do Parlamento. “Os dados estatísticos dos últimos anos indicam que existe um interesse pelas questões políticas em comparação com os de muitos parceiros europeus. Mas a confiança nos mecanismos e no valor da participação na vida política tem caído”, afirma.
Fiocco analisa que resultados da Itália premiaram claramente a centro-esquerda, ao passo que a direita sofreu duro golpe. “Nestes casos, é difícil, talvez impossível, estabelecer em que medida os fatores locais ou nacionais favoreceram o êxito. Talvez, não seja tão forçado dizer que fatores europeus também pesaram”, escreve o pesquisador.
O autor do artigo diz que a aposta europeísta em sair da crise sanitária, econômica e social desencadeada pela pandemia será impulsionada a depender do novo chanceler, eleito em 26 de setembro, Olaf Scholz.
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A íntegra do artigo de Gianluca Fiocco pode ser conferida na versão flip da revista, disponível no portal da FAP, gratuitamente.
A nova edição da revista da FAP também tem reportagem especial sobre as novas composições familiares e entrevista especial com o economista Bernard Appy, além de artigos sobre economia, cultura e política.
Compõem o conselho editorial da revista o diretor-geral da FAP, sociólogo e consultor do Senado, Caetano Araújo, o jornalista e escritor Francisco Almeida e o tradutor e ensaísta Luiz Sérgio Henriques. A Política Democrática online é dirigida pelo embaixador aposentado André Amado.
*Integrante do programa de estágios da FAP, sob supervisão do jornalista Cleomar Almeida
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