O jornalista Marco Antonio Rocha fala à TVFAP.net sobre Vlado e o Brasil

No dia em que o assassinato de Vladimir Herzog completa 40 anos, o seu amigo Marco Antonio Rocha, veterano jornalista com 57 anos de profissão, relata no jornal O Estado de S. Paulo os Dias de Terror que viveu na ditadura e conta a sua história em entrevista ao #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, que você assiste aqui com exclusividade.

O presidente do PPS paulistano, Carlos Fernandes, também nos lembra que viveu situação parecida dentro de casa. Veja o depoimento sobre esta família histórica da luta pela redemocratização no PCB:

“Com o meu pai Annibal Fernandes aconteceu o mesmo que com o Marco Antonio Rocha uns meses antes, no primeiro semestre de 1975. Ele tinha acabado de sair para o trabalho, eu e meu irmão estávamos nos arrumando para ir à escola, aí toca a companhia de casa. Minha mãe Florita atende, é um jovem perguntando se o Sr.Annibal estava em casa. Ela, como toda a família, já era escolada nessas investidas militares. Logo percebe, pelos indícios (como o cabelo do jovem cortado batido, estilo milico, fazendo perguntas secas sobre o paradeiro dele, etc.) que era o DOI-Codi agindo ilegalmente, fazendo prisões sem mandato, torturando e só depois vendo como ficava… Uns sumiam, outros morriam em acidentes…”

“Ela rapidamente dispensa o jovem militar, liga para o trabalho do meu pai e avisa para ele sair de lá e não voltar para casa. Por sorte, ele seguiu a sugestão e `viajou` por um período, até articular sua apresentação de forma oficial ao DOI-Codi.”

“Foram dias de tensão, com um suspeito ´casal de namorados´ toda a noite em frente de casa. Toda manhã aparecia um reco (militar) a paisana perguntando se o Sr. Annibal estava em casa. E tinha ainda o grampo do telefone, que a gente percebia quando tirava o telefone do gancho, pois antes do som de sinal aparecia um clic revelador.”
 
“Hoje não me lembro quanto tempo foi esse perrengue, se dias ou semanas, mas até que um dia apareceu um militar a caráter com a intimação para ele se apresentar no DOI-Codi. Diferente de Herzog, meu pai foi um dos que entrou e saiu vivo do DOI-Codi.”

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