Nelson de Sá: China se volta para o risco crescente da soja brasileira

'É fundamental resolver dependência e expandir canais de importação para diversificar riscos', reporta o financeiro Yicai.
Foto: Brasil Rural
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‘É fundamental resolver dependência e expandir canais de importação para diversificar riscos’, reporta o financeiro Yicai 

Ecoada por portais chineses, extensa reportagem no Yicai, site de notícias financeiras do Grupo de Mídia de Xangai, destaca que “a estabilidade da importação de soja se tornou foco de atenção generalizada”.

O avanço do coronavírus no Brasil, EUA e Argentina, maiores exportadores ao mercado chinês, “vai trazer incerteza maior nos próximos meses”.

O Brasil responde por 65%, daí a atenção maior, a ponto de detalhar a cobrança do sindicato dos portuários de Santos por “equipamentos de proteção” e o risco de greve dos caminhoneiros, que podem “paralisar mais de metade do transporte de soja, dado o transporte ferroviário subdesenvolvido”.

Em suma, citando fontes diversas, “é fundamental resolver o problema da dependência, ampliar a autossuficiência e expandir os canais de importação de soja para diversificar os riscos”.

SORTE
Despacho da agência Xinhua mostra banda brasileira que se apresentaria em Xiam, na China, foi surpreendida pelo isolamento e ficou por lá. “No início, achamos azar, mas agora parece que tivemos muita sorte”, afirma músico.

ETNOCÍDIO
O New York Times, com fotos de Victor Moriyama, foi à tribo dos Uru Eu Wau Wau para noticiar que “Bolsonaro cumpre promessas para Amazônia e indígenas temem etnocídio”. Ele abre “agressivamente” a floresta à agricultura “no momento em que coronavírus apresenta ameaça mortal”.

TESTES, TESTES
NYT, Wall Street Journal e Washington Post atravessaram o fim de semana voltados para, no dizer do WSJ, o quadro de “desordem, escassez, atrasos” nos testes do coronavírus no país.

Nova York e Nova Jersey, “epicentros”, pressionam Washington por testes, mirando-se na Alemanha, que segundo o NYT busca sair da quarentena com testes de anticorpos.

CHINA, CHINA
Também por NYT e WP, respectivamente, “Republicanos visam fazer da China o bode expiatório” e “Campanha de Trump vê vantagem em ligar Biden à China”, com nova propaganda. A campanha democrata já respondeu, com anúncio ligando Trump a Xi Jinping.

Os dois candidatos reagem a pesquisas que, segundo o Los Angeles Times, apontam que a maioria dos americanos quer até compensação financeira da China pela pandemia.

*Nelson de Sá é jornalista, cobre mídia e política na Folha desde a eleição de 1989.

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