João Vitor*, equipe FAP
Condenado diversas vezes por propagar ideias marxistas e, também, pertencer ao Partido Comunista Turco, o poeta Nazin Hikmet (1902 – 1963) passou mais de 15 anos da sua vida encarcerado. É o que diz o historiador Ivan Alves Filho, licenciado pela Universidade Paris-VIII (Sorbonne), em artigo produzido para a revista Política Democrática online de dezembro (38ª edição). “Plenamente integrado ao Partido Comunista”, afirma.
A revista é editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. A instituição disponibiliza, gratuitamente, em seu portal, todo o conteúdo da publicação mensal na versão flip. No artigo, Ivan destaca que o dramaturgo foi uma das primeiras vozes, em seu país, a se insurgir contra o massacre dos armênios pelos turcos, em 1915.
O historiador lembra que Hikmet foi preso em 1932, anistiado em 1935 e encarcerado mais uma vez em 1938 por ter “incitado a Marinha à insurreição”. “O poeta parte para o exílio na Polônia, então socialista. Nazin Hikmet faleceria em Moscou, a cidade de seus sonhos de juventude, em 1963”, observa Filho.
Segundo o autor do artigo, apenas em 2009 as autoridades devolveram, simbolicamente, a nacionalidade turca ao poeta. “Somente quarenta anos após sua morte é que os livros de Nazin Hikmet obteriam autorização para serem editados na Turquia”, ressalta.
Para Hikmet, conforme analisa o historiador, a poesia era “a mais sangrenta das artes”. “Isso talvez se devesse ao fato de que Nazin Hikmet, mais do que ninguém, conhecesse os perigos que rondavam a liberdade de expressão”, analisa.
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De acordo com o historiador, o escritor viveu uma vida de romance. “Nazin Hikmet soube ser a voz da Turquia moderna”, afirma, para acrescentar que ele se colocava como representante de operários, camponeses, oprimidos. “De todos, Nazin Hikmet talvez tenha sido aquele de vida mais trágica e bela”, diz.
A íntegra do artigo de Ivan Alves Filho pode ser conferida na versão flip da revista, disponível no portal da FAP, gratuitamente.
A nova edição da revista da FAP também tem reportagem especial sobre a variante Ômicron da covid-19, entrevista especial com Hussein Kalout, além de artigos sobre política, economia e cultura.
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Compõem o conselho editorial da revista o diretor-geral da FAP, sociólogo e consultor do Senado, Caetano Araújo, o jornalista e escritor Francisco Almeida e o tradutor e ensaísta Luiz Sérgio Henriques. A Política Democrática online é dirigida pelo embaixador aposentado André Amado.
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