InfoMoney: Alckmin cresce no Sudeste e chega a 10% pela primeira vez, mostra XP/Ipespe

Foto: Alexandre Carvalho/A2img/Fotos Públicas
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Segundo pesquisa, tucano oscila positivamente em todos os cenários de primeiro turno testados. Interesse nas eleições cresce e “não voto” começa a ceder timidamente

SÃO PAULO – Na semana em que formalizou uma aliança com os partidos do chamado “blocão” (DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade) para sua candidatura à presidência da República, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) atingiu seu maior patamar já registrado em intenções de voto em mais de dois meses. É o que mostra pesquisa feita pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) entre 23 e 25 de julho, a décima por encomenda da XP Investimentos. O estudo está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelo código BR-07756/2018 e tem margem máxima de erro de 3,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo.

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Segundo o levantamento, o tucano chega a marcar 10% em dois dos quatro cenários de primeiro turno testados e não aparece mais numericamente atrás do ex-governador do Ceará Ciro Gomes, nome recém-confirmado pelo PDT para a disputa. É a primeira vez que isso ocorre nas pesquisas XP/Ipespe, realizadas semanalmente desde 15 de maio. Excluindo a simulação que considera a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (tida como improvável), Alckmin ocupa a segunda posição no primeiro turno em todos os demais cenários, tecnicamente empatado com outros candidatos, mas numericamente atrás da ex-senadora Marina Silva (Rede).

Contribuiu para a melhora do desempenho do tucano, dentro da margem de erro, em todos os cenários avaliados, um apoio maior entre eleitores do Sudeste, com maior nível de escolaridade e no grupo com idade entre 35 e 54 anos. Para exemplificar, na simulação que considera o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) candidato, as intenções de voto de Alckmin no Sudeste foram de 12% uma semana atrás para 15%. Entre eleitores com Ensino Superior, o tucano foi de 8% para 13%, ao passo que no grupo com Ensino Médio completo, seu desempenho foi de 6% para 8%. Veja os detalhes dos votos de cada candidato clicando aqui.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) continua na liderança da disputa nos cenários que desconsideram a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em segunda instância a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo o levantamento, o parlamentar tem entre 20% e 23% das intenções de voto, mantendo o patamar registrado uma semana atrás em três dos quatro cenários testados. Bolsonaro conta com vantagem de pelo menos 10 pontos percentuais em relação ao adversário que aparece logo atrás nas simulações.

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A ex-senadora Marina Silva (Rede) pontua entre 13% e 8%, ao passo que o desempenho do ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) varia de 8% a 10%. Alckmin, por sua vez, agora apresenta pontuação de 9% ou 10% das intenções de voto. Ontem, o tucano formalizou aliança com lideranças do chamado “blocão”, grupo composto por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, o que amplia seu espaço na televisão e rádio, além de dar maior capilaridade à candidatura nos estados.

Outro destaque do levantamento foi uma oscilação para baixo no percentual do grupo dos “não voto” nos quatro cenários de primeiro turno testados. Agora, brancos, nulos e indecisos somam entre 17% (com Lula) e 34% (sem candidato do PT) nos cenários estimulados e 59% no espontâneo, quando nomes de candidatos não são apresentados aos eleitores. Uma semana atrás, os respectivos percentuais eram de até 36% e 61%. A quase dois meses da corrida às urnas, o patamar atual ainda é considerado elevado, o que reforça o clima de indefinição da disputa.

A pesquisa também mostrou que cresceu o nível de atenção dos entrevistados sobre as eleições. Segundo o levantamento, 29% responderam estar muito interessados no que vai ocorrer no pleito de outubro. O resultado corresponde a um crescimento de 5 pontos percentuais em comparação com uma semana atrás. Outros 22% disseram estar mais ou menos interessados, uma oscilação negativa de dois pontos no mesmo comparativo. Já o percentual de desinteressados foi de 34% para 31%.

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Com os resultados dos cenários estimulados, se a eleição fosse hoje, não seria possível cravar quem seria o adversário de Bolsonaro em eventual disputa de segundo turno (apesar do bom desempenho, o militar da reserva está longe de ser presença garantida da disputa final). No cenário mais indefinido e que possivelmente melhor projeta a largada da corrida presidencial, quatro candidatos aparecem tecnicamente empatados: Marina Silva, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad, mediante apoio de Lula. O ex-prefeito de São Paulo salta do patamar de 2% das intenções de voto para 12% com a simples inclusão da informação de que seria o nome apoiado por Lula, em um exercício que testa o poder de transferência de votos do ex-presidente.

Confira os cenários de primeiro turno testados pela pesquisa:

Pesquisa espontânea: sem apresentação de nome dos candidatos

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Cenário 1: sem candidato do PT

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Cenário 2: com Fernando Haddad candidato pelo PT

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Cenário 3: com Lula candidato

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Cenário 4: com Fernando Haddad, “apoiado por Lula”

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Para ter acesso à estratificação dos votos dos candidatos mais votados em cada um dos cenários de primeiro turno testados, clique aqui.

Confira a série histórica das pesquisas XP/Ipespe.

Segundo turno

Assim como na última semana, foram testadas sete situações de segundo turno. Em eventual disputa entre Alckmin e Haddad, o tucano venceria por 36% a 22%, com 43% de brancos, nulos e indecisos. A diferença chegou a ser de 16 pontos percentuais a favor do candidato do PSDB na terceira semana de maio.

Em uma simulação de disputa entre Lula e Bolsonaro, o petista aparece à frente, com 40% das intenções de voto contra 34% do parlamentar, acima do limite máximo de margem de erro de ambos, e com 26% de brancos, nulos e indecisos. Três semanas atrás, a vantagem era de 6 pontos, o que configurava empate técnico. No início da série histórica, o deputado aparecia 2 pontos à frente, também em situação de empate técnico, já que, pela margem de erro (3,2 p.p.), o petista poderia até superá-lo.

Caso Bolsonaro e Alckmin se enfrentassem, a situação seria de empate técnico, com o deputado numericamente à frente por placar de 35% a 34%. É o maior patamar registrado pelo tucano nesta simulação e a menor diferença entre ambos. Brancos, nulos e indecisos somam 32%. A diferença entre os candidatos chegou a ser de 7 pontos percentuais na quarta semana de maio. Em nenhum momento até aqui o tucano liderou a disputa.

Em eventual disputa entre Marina Silva e Bolsonaro, o cenário também é de empate técnico, com a ex-senadora numericamente à frente por 36% a 34%. Brancos, nulos e indecisos somam 30%. O deputado esteve numericamente à frente nos dois primeiros levantamentos da série, realizados na terceira e quarta semanas de maio, quando a diferença chegou a ser de 6 pontos percentuais a seu favor, também dentro do limite da soma das margens de erro de ambos os candidatos.

Empate técnico também é observado na simulação de disputa entre Alckmin e Ciro, com o tucano numericamente à frente por 34% a 29%. A diferença nunca foi tão grande a favor do tucano neste cenário. Brancos, nulos e indecisos somam 37%. Na última semana de junho, os dois apareciam com 32% das intenções de voto cada. Já na primeira semana daquele mês, o pedetista esteve numericamente à frente por diferença de 3 pontos percentuais.

Se Bolsonaro e Ciro se enfrentassem em uma disputa de segundo turno, o cenário também seria de empate técnico (como nas últimas sete semanas), com o parlamentar numericamente à frente, com 34% das intenções de voto contra 32% do pedetista. Brancos, nulos e indecisos somam 34%. Nos dois primeiros levantamentos, o deputado vencia a disputa com diferença superior à soma das margens de erro dos candidatos.

Assim como no levantamento anterior, a pesquisa desta semana incluiu a simulação de segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Neste cenário, o parlamentar venceria por 38% a 27% das intenções de voto. O grupo dos “não voto” soma 36%.

Rejeição aos candidatos

A pesquisa também perguntou aos entrevistados sobre os candidatos em que não votariam sob nenhuma hipótese. O líder em rejeição continua sendo Lula, com taxa de 60%, tecnicamente empatado com cinco outros possíveis candidatos: Ciro Gomes (58%), Geraldo Alckmin (58%), Marina Silva (59%) e Fernando Haddad (59%). A trajetória dos principais nomes nas últimas sete pesquisas está na tabela abaixo:

CANDIDATODE 11 A 13/06DE 18 A 20/06DE 25 A 27/06DE 02 A 04/07DE 9 A 11/07DE 16 A 18/07DE 23 A 25/07
Lula60%60%61%62%61%60%60%
Jair Bolsonaro52%53%52%52%54%53%55%
Marina Silva57%60%57%58%58%57%59%
Ciro Gomes56%60%59%59%60%59%58%
Geraldo Alckmin60%60%59%59%59%58%58%
Álvaro Dias41%45%48%48%47%47%48%
Fernando Haddad57%58%58%57%57%56%59%

Fonte: XP/Ipespe

Para acessar a íntegra desta e de todas as outras pesquisas, clique aqui.

Metodologia

A pesquisa XP/Ipespe foi feita por telefone, entre os dias 23 e 25 de julho, e ouviu 1.000 entrevistados em todas as regiões do país. Os questionários foram aplicados “ao vivo” por entrevistadores (com aleatoriedade na leitura dos nomes dos candidatos nas perguntas estimuladas) e submetidos a fiscalização posterior em 20% dos casos para verificação das respostas. A amostra representa a totalidade dos eleitores brasileiros com acesso à rede telefônica fixa (na residência ou trabalho) e a telefone celular, sob critérios de estratificação por sexo, idade, nível de escolaridade, renda familiar etc.

O intervalo de confiança é de 95,45%, o que significa que, se o questionário fosse aplicado mais de uma vez no mesmo período e sob mesmas condições, esta seria a chance de o resultado se repetir dentro da margem de erro máxima, estabelecida em 3,2 pontos percentuais. O levantamento está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelo código BR-07756/2018 e teve custo de R$ 30.000,00.

O Ipespe realiza pesquisas telefônicas desde 1993 e foi o primeiro instituto no Brasil a realizar tracking telefônico em campanhas eleitorais, a partir de 1998. O instituto tem como presidente do conselho científico o sociólogo Antonio Lavareda e na diretoria executiva, Marcela Montenegro.

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