Forças Armadas: em defesa do povo e contra excessos de autoridades e manifestantes

Divulgado nesta sexta-feira, o texto é assinado pelos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
Foto: Reprodução/Twitter
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O Antagonista

Em nota conjunta divulgada hoje, os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica  afirmaram que sempre atuarão “em defesa do povo” e condenaram excessos de autoridades e manifestantes.

O texto é subscrito pelo almirante de esquadra Almir Garnier Santos, comandante da Marinha; pelo general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército, e pelo tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica.

Na nota, eles dizem que a solução a possíveis controvérsias no seio da sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do Estado Democrático de Direito” e que “as Forças Armadas permanecem vigilantes, atentas e focadas em seu papel constitucional”. 

Após a derrota de Jair Bolsonaro para Lula na eleição, apoiadores do atual presidente que não aceitaram o resultado da eleição passaram a bloquear estradas e se reunir em frente a quartéis do país. Nos protestos, bolsonaristas têm defendido uma intervenção militar no país.

O ministro Alexandre de Moraes, por sua vez, tem determinado a dispersão dos protestos com uso das políticas, a investigação de seus organizadores e censura a perfis nas redes que instigam o movimento. 

Leia a íntegra da nota das Forças Armadas:

“Às Instituições e ao Povo Brasileiro

Acerca das manifestações populares que vêm ocorrendo em inúmeros locais do País, a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira reafirmam seu compromisso irrestrito e inabalável com o Povo Brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e social do Brasil, ratificado pelos valores e pelas tradições das Forças Armadas, sempre presentes e moderadoras nos mais importantes momentos de nossa história.

Constituição Federal estabelece os deveres e os direitos a serem observados por todos os brasileiros e que devem ser assegurados pelas Instituições, especialmente no que tange à livre manifestação do pensamento; à liberdade de reunião, pacificamente; e à liberdade de locomoção no território nacional.

Nesse aspecto, ao regulamentar disposições do texto constitucional, por meio da Lei nº 14.197, de 1º de setembro de 2021, o Parlamento Brasileiro foi bastante claro ao estabelecer que: ‘Não constitui crime […] a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais, por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais’.

Assim, são condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade.

A solução a possíveis controvérsias no seio da sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do Estado Democrático de Direito. Como forma essencial para o restabelecimento e a manutenção da paz social, cabe às autoridades da República, instituídas pelo Povo, o exercício do poder que ‘Dele’ emana, a imediata atenção a todas as demandas legais e legítimas da população, bem como a estrita observância das atribuições e dos limites de suas competências, nos termos da Constituição Federal e da legislação.

Da mesma forma, reiteramos a crença na importância da independência dos Poderes, em particular do Legislativo, Casa do Povo, destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua Liberdade.

A construção da verdadeira Democracia pressupõe o culto à tolerância, à ordem e à paz social. As Forças Armadas permanecem vigilantes, atentas e focadas em seu papel constitucional na garantia de nossa Soberania, da Ordem e do Progresso, sempre em defesa de nosso Povo.

Assim, temos primado pela Legalidade, Legitimidade e Estabilidade, transmitindo a nossos subordinados serenidade, confiança na cadeia de comando, coesão e patriotismo. O foco continuará a ser mantido no incansável cumprimento das nobres missões de Soldados Brasileiros, tendo como pilares de nossas convicções a Fé no Brasil e em seu pacífico e admirável Povo.”

Matéria publicada originalmente em O Antagonista

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