Folha de S. Paulo: Vale suspende pagamento de dividendos e bônus após rompimento de barragem

Também foram suspensos os pagamentos variáveis a executivos.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Também foram suspensos os pagamentos variáveis a executivos

A Vale suspendeu o pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio, a recompra de ações de sua própria emissão e os pagamentos de remuneração variável a executivos, após o rompimento de sua barragem de mineração em Brumadinho (MG) na sexta-feira (25).

O Conselho de Administração da Vale também criou dois Comitês Independentes de Assessoramento Extraordinário. Um tem o objetivo de acompanhar as providências destinadas à assistência às vítimas e à recuperação da área atingida pelo rompimento da barragem.

O segundo será voltado à apuração das causas e responsabilidades pelo rompimento da barragem.

Na última sexta-feira (25), data da tragédia, os recibos de ações (ADRs) da empresa negociados na bolsa de Nova York despencaram 8%.

A Bolsa brasileira esteve fechada devido ao feriado do aniversário da cidade de São Paulo.

A barragem que se rompeu em Brumadinho faz parte do complexo Paraopeba, que produziu 7,3 milhões de toneladas de minério do terceiro trimestre de 2018, dado mais recente divulgado pela companhia. O volume representa 7% da produção total de minério de ferro da Vale no período.

Analistas ouvidos pela Folha afirmam que, mais do que um dano financeiro, a empresa sofrerá com o desgaste de sua imagem.

Entre as consequências que deverão ser enfrentadas pela companhia estão a maior dificuldade para atrair bons profissionais e obter investimentos.

No cenário internacional, há potencial para contaminar todo o mercado de mineração no Brasil, pelo fato de ter acontecido pouco mais de três anos após o desastre de Mariana (MG).

A agência de classificação de risco S&P anunciou no sábado (26) que poderá rebaixar a nota da Vale em vários degraus em razão das implicações financeiras do desastre.

A vale recebeu três pedidos de bloqueios de valores de suas contas, totalizando R$ 11 bilhóes.

Eles vieram da Justiça de Minas Gerais, da Advocacia Geral do estado. e do Ministério Público.

Até a madrughada desta segunda (28), 58 corpos haviam sido localizados, dos quais 19 identificados. Havia 305 desaparecidos e 192 resgatados.

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