Economista alerta para queda do nível das reservas internacionais

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Ao analisar a leve recuperação nos preços dos ativos nacionais diante da expectativa de maior cautela em relação à condução da política monetária do FED, que nesta quarta-feira anuncia decisão sobre a taxa de juro, o economista e analista de mercado Fabio Berghella disse ao Portal do PPS que a situação do Brasil “ficou ainda mais favorável”, mas que a expectativa do mercado em relação ao País está piorando com a possibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornar ministro.

Segundo ele, o “mercado teme que não só Lula fortaleça o governo”, como também adote medidas econômicas nada usuais, dentre elas o uso das “reservas internacionais para subsidiar o crédito”.

“Já manifestei meu ponto de vista contrário ao uso das reservas e creio que a piora do mercado nos últimos dias fundamenta-se neste ponto central”, disse o economista, ao argumentar que “nos últimos dias houve queda expressiva no nível das reservas internacionais”.

“Se o último galho que o PT estava sentado eram sobre as reservas, esse galho acaba de quebrar”, afirma Berghella.

Veja abaixo o comentário do economista.

O mercado, Lula no governo e as reservas internacionais

Houve uma pequena recuperação nos preços dos ativos nacionais nas últimas semanas, fato atribuído, principalmente, a expectativa de maior cautela em relação à condução da política monetária pelo FED e também devido ao aumento das apostas de que tanto as commodities quanto os ativos de países emergentes já encontram-se com preços atrativos.

No Brasil, a situação ficou ainda mais favorável na medida que o mercado precificava o impedimento da presidente Dilma.

Contudo, nos últimos dias a situação mudou um pouco. Ontem os mercados pioraram bastante com a expectativa de que o embarque de Lula fortaleceria o governo – diminuindo assim a possibilidade do impeachment.

Esse fato é incontestável, a contrapartida do PT – a exemplo do que foi o discurso de raiva do ex-presidente após seu depoimento – deve ser forte e incisiva quanto à mudança na política econômica.

O mercado teme que não só Lula fortaleça o governo, convocando a reação – a exemplo do que Chaves e a mídia faziam muito bem na Venezuela – como também as medidas econômicas não sejam as mais usuais: o uso das reservas internacionais para subsidiar o crédito interno.

Já manifestei meu ponto de vista contrário ao uso das reservas e creio que à piora do mercado nos últimos dias fundamenta-se neste ponto central.

As reservas possuem divulgação diária pelo BACEN e por isso o argumento acima será facilmente defendido caso haja piora deste indicador.

O mercado já antecipa a possibilidade de um Lula “bravão” tomar de assalto as reservas, que nos últimos dias registrou queda expressiva no nível das reservas internacionais.

Se o último galho que o PT estava sentado eram sobre as reservas, esse galho acaba de quebrar.”

Fonte: PPS

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