Conservar Floresta Amazônica é essencial para o agronegócio, diz Guilherme Accioly à Política Democrática online

Em artigo publicado na revista da FAP, economista faz alerta sobre investidas da bancada ruralista no Congresso Nacional.
Foto: Welington Pedro de Oliveira/Amazonas Atual
Foto: Welington Pedro de Oliveira/Amazonas Atual

Em artigo publicado na revista da FAP, economista faz alerta sobre investidas da bancada ruralista no Congresso Nacional

Cleomar Almeida

O economista Guilherme Accioly diz que o agronegócio é fundamental para a economia brasileira. Segundo ele, o setor contribui com cerca de 24% no PIB, gera um em três empregos e é responsável por quase metade das exportações brasileiras. “Somos uma potência no setor. Entretanto, todo esse sucesso pode vir a ser destruído com a participação decisiva de representantes do agronegócio no Congresso Nacional”, afirma ele.

» Acesse aqui a oitava edição da revista Política Democrática online

Em artigo publicado na oitava edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, o economista ressalta que diversas iniciativas em curso visam a diminuir o arcabouço legal da proteção ambiental no tocante ao desmatamento, em especial o da floresta amazônica. Ele, que trabalhou por 37 anos no BNDES, dez deles no Fundo Amazônia, entende que a proteção dos demais biomas é também fundamental, mas a maior floresta tropical do mundo é insubstituível por diversos motivos, um em particular.

“É simples. A agricultura. Desde que o mundo é mundo, depende essencialmente de dois fatores: terra e água. Pode-se produzir, com baixa produtividade, sem tecnologias avançadas, sem sementes aprimoradas, sem maquinário”, assinala. “Sem água e terra, não há produção agropecuária. No limite, até sem terra é possível (aquicultura, produção hidropônica), mas sem água, não dá. Ocorre que boa parte da água que irriga o agronegócio no Centro-oeste, Sul e Sudeste se origina na Floresta Amazônica”.

O autor também destaca que a umidade chega do oceano, no Caribe, soprada pelos ventos alísios, vem se renovando pelo ciclo chuva/transpiração das árvores, é refletida na Cordilheira dos Andes e carregada pela atmosfera para aquelas regiões, principais produtoras agropecuárias brasileiras. “Não é pouca coisa. O volume de água que chega às principais regiões produtoras por meio desse fenômeno é equivalente à vazão do Rio Amazonas, o maior do mundo. Sem a floresta, o agronegócio fica sem água, se inviabiliza (as cidades, também)”, diz.

O eventual aumento na produção decorrente da utilização de áreas a serem desmatadas não chega perto da perda pela provável seca, que afetaria inclusive essas mesmas áreas desmatadas.

 

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