Com PP, PL e Republicanos, Bolsonaro terá verba de campanha 30 vezes maior

Adesão do Centrão garante R$ 376 milhões à campanha de reeleição do presidente
Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

Adesão do Centrão garante R$ 376 milhões à campanha de reeleição do presidente

Jussara Soares, Daniel Gullino e Bernardo Mello / O Globo

BRASÍLIA E RIO – Com filiação ao PL prevista para o próximo dia 22 e uma aliança apalavrada com PP e Republicanos, o presidente Jair Bolsonaro vislumbra uma estrutura com capilaridade e dinheiro em caixa para tentar a reeleição, num cenário bem distinto ao de 2018. A tríade de partidos deve dispor de cerca de R$ 376 milhões de fundo eleitoral em 2022, segundo levantamento do GLOBO com base na lei orçamentária do ano que vem. O montante é 30 vezes maior do que somou na última campanha a coligação entre o então nanico PSL e o PRTB, partido do vice-presidente Hamilton Mourão.

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Estimado na proposta do governo em R$ 2,1 bilhões, o valor do fundo eleitoral ainda pode mudar durante a tramitação do Orçamento. O Congresso chegou a aprovar um fundo de R$ 5,7 bilhões, vetado por Bolsonaro. Considerando a estimativa atual, o PL deve contar com R$ 127 milhões. Já o PP e o Republicanos receberiam R$ 143 milhões e R$ 106 milhões, respectivamente. Em 2018, PSL e PRTB somavam R$ 12,8 milhões do fundo eleitoral, dos quais cerca de R$ 500 mil foram repassados para a campanha de Bolsonaro. Dentro dessa estrutura de campanha, o presidente atribui até hoje sua vitória ao trabalho nas redes sociais, liderado por um dos filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), com o suporte da agência AM4, acusada posteriormente de financiar disparos em massa.

Se antes Bolsonaro criticava o fundo eleitoral e dizia ter intenção de se filiar a um partido pequeno, para ter controle total da montagem de candidaturas em 2022, mais recentemente ele foi convencido por outro filho, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), a selar a aliança com o Centrão, que tem maiores recursos para bancar despesas de propaganda e viagens pelo país. Como presidente, Bolsonaro só pode viajar em voos da Força Aérea Brasileira e acompanhado por seguranças da Presidência, mesmo na campanha eleitoral — neste caso, os valores precisam ser ressarcidos ao erário.

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Em meio ao desgaste na imagem do governo e de olho numa polarização com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro também busca maior exposição no horário eleitoral em 2022. Integrantes do Centrão que fazem parte do governo, como o ministro Fábio Faria (Comunicações), que costura se filiar ao PP, defendem que Bolsonaro precisa de tempo de TV porque “vai ter muita coisa o que mostrar”. Só o PL já deve garantir cerca de 51 segundos, em um bloco de 12,5 minutos. Caso a coligação com PP e Republicanos seja confirmada, esse número pode chegar a 2 minutos e 20 segundos.

A combinação de fundo partidário com tempo de TV pode ser musculatura política de que Bolsonaro precisa para compensar a queda de popularidade que vem sofrendo nos últimos meses e que o fez aderir ao Centrão, grupo criticado por ele durante a campanha de 2018 e no início de governo.

— Esse é um governo que tem que mudar de estratégia agora, porque se elegeu no contrapé da política. Ou seja, no “não à política”, e agora precisa mostrar o que fez por ela ou com ela — afirma o cientista político Humberto Dantas, gestor de Educação do Centro de Liderança Pública.

Motociata de Santa Cruz do Capibaribe para Caruaru. Foto: Marcos Corrêa/PR
Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
Leilão 5G. Foto: Isac Nóbrega/PR
Reunião com o Emir de Dubai, Mohammed bin. Foto: Alan Santos/PR
Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
Bolsonaro participa de cerimônia do 7 de Setembro, no Palácio da Alvorada. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
Cerimônia em Memória dos Pracinhas. Foto: Alan Santos/PR
Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
05/11/2021 Cerimônia de Anúncios do Governo Federal ao Estado
Motociata na cidade de Piraí do Sul com destino a Ponta Grossa. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR
Reunião com o representante para Política Externa e de Segurança da União Europeia e Vice-Presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell Fontelles. Foto: Alan Santos/PR
Apoiadores na rampa do Palácio do Planalto. Foto: Marcos Corrêa/PR
Encontro com o Presidente da Funai, Marcelo Xavier e lideranças indígenas. Foto: Isac Nóbrega/PR
Visita à Estátua de Padre Cícero em Juazeiro do Norte - CE Foto: Marcos Corrêa/PR
Cerimônia Militar em Comemoração ao Aniversário de Nascimento do Marechal do Ar Alberto Santos-Dumont. Foto: Marcos Corrêa/PR
Solenidade Militar de Entrega de Espadins aos Cadetes da Força Aérea Brasileira. Foto: José Dias/PR
Missa com parlamentares e familiares. Foto: Marcos Corrêa/PR
Bolsonaro bate um pênalti na Arena da Condá, Chape, em Chapecó. Foto: Alan Santos/PR
Presidente, ministros e aliados posam para fotografia nos trilhos da FIOL. Foto: Marcos Corrêa/PR
Motociata de Santa Cruz do Capibaribe para Caruaru. Foto: Marcos Corrêa/PR
Inauguração das novas instalações da Escola de Formação de Luthier e Archetier da Orquestra Criança Cidadã (Recife-PE). Foto: Marcos Corrêa/PR
Motociata pelas avenidas de Goiânia. Foto: Alan Santos/PR
Operação Formosa - 2021. Foto: Marcos Corrêa/PR
Centenário da Convenção de Ministros e Igrejas Assembléia de Deus no Pará. Foto: Isac Nóbrega/PR
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Motociata de Santa Cruz do Capibaribe para Caruaru. Foto: Marcos Corrêa/PR
Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
Leilão 5G. Foto: Isac Nóbrega/PR
Reunião com o Emir de Dubai, Mohammed bin. Foto: Alan Santos/PR
 Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
 Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
 Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
Bolsonaro participa de cerimônia do 7 de Setembro, no Palácio da Alvorada. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
 Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
Cerimônia em Memória dos Pracinhas. Foto: Alan Santos/PR
 Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
05/11/2021 Cerimônia de Anúncios do Governo Federal ao Estado
Motociata na cidade de Piraí do Sul com destino a Ponta Grossa. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
 Cúpula de Líderes do G20. Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR
Reunião com o representante para Política Externa e de Segurança da União Europeia e Vice-Presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell Fontelles. Foto: Alan Santos/PR
Apoiadores na rampa do Palácio do Planalto. Foto: Marcos Corrêa/PR
Encontro com o Presidente da Funai, Marcelo Xavier e lideranças indígenas. Foto: Isac Nóbrega/PR
Visita à Estátua de Padre Cícero em Juazeiro do Norte - CE Foto: Marcos Corrêa/PR
Cerimônia Militar em Comemoração ao Aniversário de Nascimento do Marechal do Ar Alberto Santos-Dumont. Foto: Marcos Corrêa/PR
Solenidade Militar de Entrega de Espadins aos Cadetes da Força Aérea Brasileira.  Foto: José Dias/PR
Missa com parlamentares e  familiares. Foto: Marcos Corrêa/PR
Bolsonaro bate um pênalti na Arena da Condá, Chape, em Chapecó. Foto: Alan Santos/PR
Presidente, ministros e aliados posam para fotografia nos trilhos da FIOL. Foto: Marcos Corrêa/PR
Motociata de Santa Cruz do Capibaribe para Caruaru. Foto: Marcos Corrêa/PR
Inauguração das novas instalações da Escola de Formação de Luthier e Archetier da Orquestra Criança Cidadã (Recife-PE). Foto: Marcos Corrêa/PR
Motociata pelas avenidas de Goiânia. Foto: Alan Santos/PR
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Centenário da Convenção de Ministros e Igrejas Assembléia de Deus no Pará. Foto: Isac Nóbrega/PR
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A tríade de partidos também oferecerá capilaridade política a Bolsonaro: juntas, as legendas somam 1.210 prefeituras, 116 deputados e 12 senadores. Pessoas envolvidas no projeto da reeleição dizem que os caciques de PL, PP e Republicanos tendem a organizar os palanques regionais, além de acompanhar a estratégia nacional, enquanto Bolsonaro e os filhos devem atrair para si as diretrizes e o tom da campanha.

Em 2018, as três siglas integraram a coligação de Geraldo Alckmin (PSDB), que contou ainda com partidos como PSD e DEM, e totalizou mais de cinco minutos de tempo de TV, cerca de metade da duração de cada bloco. Apesar da estrutura, Alckmin teve menos de 5% dos votos válidos.

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Do outro lado da disputa, Lula também costura alianças, mirando siglas como PSB e PCdoB, podendo somar um volume de recursos similar ao da chapa de Bolsonaro. Sem o presidente, o PSL encaminhou fusão com o DEM para gerar o novo União Brasil, responsável por cerca de R$ 335 milhões do fundo eleitoral. A nova sigla estuda lançar o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, mas também avalia alianças com partidos como Podemos, que apresentou o também ex-ministro Sergio Moro como pré-candidato, e PSDB.

— O alinhamento para alianças tem que estar conectado a princípios apresentados por Moro, como combater a corrupção como meio de viabilizar reformas — afirmou a presidente do Podemos, Renata Abreu.

Outras siglas da terceira via, como PSD e MDB, que pretendem lançar, respectivamente, os senadores Rodrigo Pacheco (MG) e Simone Tebet (MS), podem formar coligações nas quais agregariam, cada um, cerca de R$ 150 milhões de fundo.

Mais distante do PSB após a volta de Lula e com impasses, especialmente no plano econômico, para se coligar na terceira via, Ciro Gomes pode repetir 2018, quando firmou aliança apenas com o Avante, e sair em campanha basicamente com recursos do PDT.

Fonte: O Globo
https://oglobo.globo.com/politica/com-pp-pl-republicanos-bolsonaro-tera-verba-de-campanha-30-vezes-maior-que-de-2018-1-25276578

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