Com jovialidade e escrita clara, romance de Rachel Queiroz é discutido em webinar

Sessão do Clube de Leitura Eneida de Moraes continua debate sobre obras de escritoras clássicas brasileiras
Arte: Matheus Lacerda/FAP
Arte: Matheus Lacerda/FAP

João Vitor*, com edição do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida

A professora mineira Gilka Maria, de 59 anos, aponta “jovialidade e escrita clara” no romance O Quinze (1930), de Rachel de Queiroz. O livro será tema do próximo debate Clube de Leitura Eneida de Moraes, realizado pela Biblioteca Salomão Malina, na terça-feira (29/03), a partir das 19 horas, em evento online.

A biblioteca é mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. A roda de conversa virtual será transmitida tanto na página do Facebook da biblioteca quanto no site e no canal da FAP no Youtube. A professora de literatura Margarida Patriota também confirmou presença no webinar.

Gilka contou que leu o livro de Rachel de Queiroz durante o ensino fundamental. Ela diz que o desenrolar do romance, o êxodo e as mortes por causa da fome, como retratados na obra, ainda são abordados nos noticiários mundo afora. “Tudo muito atual”, afirmou.

Na sua visão, a importância de Rachel de Queiroz para a literatura é a abordagem de um tema triste de forma ampla, com personagens admirados, dentre eles o Vicente, filho de um proprietário rural. Diante da seca, ele tem como desafio tentar manter a fazenda e seus bens.

Gilka disse descobriu o clube de leitura pela Fundação Astrojildo Pereira. Ela acredita que pode transformar, formar e motivar novos leitores. “É muito bom. Gosto e indico”, enfatizou.

Já a professora Margarida, que lecionou por 28 anos Teoria da Literatura, destacou a linguagem simples e coloquial do livro, que levou o drama dos retirantes da seca nordestina ao centro da atenção nacional.

“A importância de Rachel de Queiroz está em ter desenvolvido uma literatura regional crítica, comprometida com a denúncia das desigualdades sociais e de qualidade estilística apta a cativar o famoso ‘eixo Rio São Paulo’ e o país como um todo”, analisou a professora.

O Quinze é o primeiro romance da escritora modernista Rachel de Queiroz. Publicada em 1930, a obra regionalista e social apresenta como tema central a seca de 1915 que assolou o nordeste do país.

Sobre o Clube de Leitura Eneida de Moraes

Com encontro mensal, a roda de conversa existe desde junho de 2019 e leva o nome da jornalista e escritora Eneida de Moraes, que morreu, em 2003, aos 92 anos.

Nos meses de fevereiro e março deste ano, ficou estabelecido, por meio de votação nas redes sociais da biblioteca, que os livros debatidos fossem de escritoras clássicas brasileiras. O livro Laços de Família, de Clarice Lispector, foi discutido no mês passado.

Para participar do clube, basta entrar em contato com a coordenação da biblioteca pelo WhatsApp oficial (61) 98401-5561. Todos os participantes são reunidos em um grupo no próprio aplicativo em que são divulgadas as informações sobre encontros, votação de livros, para cada mês, e assuntos de literatura em geral.

Clube de Leitura Eneida de Moraes
Dia: 29/03/2022
Horário da transmissão: 19h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP)

*Integrante do programa de estágio da FAP, sob supervisão do jornalista, editor de conteúdo e coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida

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