Folha UOL*
No fim da breve conversa que teve com Geraldo Alckmin (PSB), na semana passada, Jair Bolsonaro (PL) mostrou que continua assombrado por falsas ameaças.
Alckmin contou a aliados que, já na porta do gabinete presidencial, Bolsonaro agarrou seu braço e disse: “Por favor, nos livre do comunismo”.
O vice-presidente eleito fez o relato a pelo menos três pessoas que estiveram com ele nos últimos dias. A frase de Bolsonaro variou em cada reprodução feita por Alckmin, mas todas as versões falavam de uma necessidade de proteger o país de um fantasma que não está no horizonte.
Alckmin demonstrou ter achado graça no episódio. O ex-governador paulista fez carreira no PSDB como um político de centro-direita e nunca ligou Lula a uma ameaça comunista, mesmo quando os dois eram adversários. Agora, ele se tornou o símbolo de uma caminhada do petista em direção ao centro.
Na conversa com Bolsonaro, também chamou a atenção de Alckmin a decoração do gabinete presidencial. Ele disse a aliados que, assim que entrou na sala, viu pendurado um enorme lençol com um escudo do Palmeiras.
O encontro entre Alckmin e Bolsonaro, na última quinta-feira (3), não estava previsto. O vice-presidente eleito saía de uma reunião com o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) quando foi chamado por um assessor do presidente para subir ao gabinete.
Texto publicado originalmente no portal Folha UOL.