Roda de conversa debate álbum de Charles Mingus, “homem furioso do jazz”

Comunicação FAP*

A Biblioteca Salomão Malina, vinculada à Fundação Astrojildo Pereira (FAP), realiza nesta segunda-feira (18/3) a roda de conversa online Por Dentro do Jazz, para debater o álbum Pithecathropus Erectus, de Charles Mingus. Apelidado de “homem furioso do jazz” por seu temperamento explosivo, ele é um dos mais influentes músicos da história do gênero por sua criatividade para composição e por sua técnica no tocar do contrabaixo.

Natural do Arizona, Mingus trazia na música marcas do ativismo em causas raciais nos Estados Unidos e se inspirava nos sentimentos das ruas de onde viera.

A roda de conversa online será realizada por meio da sala virtual do Zoom. Pessoas interessadas em participar podem enviar mensagens para o Whatsaap oficial da biblioteca (61 98401 5561) e solicitar o envio do link.

O público também tem a opção de assistir à roda de conversa por meio do site, da página da FAP no Facebook e do canal da entidade no Youtube.

Ouça, abaixo, parte do álbum

https://www.youtube.com/watch?v=p0H2G_W-O0I

Conheça a biblioteca

Inaugurada em 28 de fevereiro de 2008, a Biblioteca Salomão Malina se tornou um importante espaço de incentivo à produção do conhecimento em Brasília. Localizada no Conic, tradicional ponto de cultura urbana próximo à Rodoviária do Plano Piloto, a biblioteca foi reinaugurada em 8 de dezembro de 2017, após ser revitalizada. Isso garantiu ainda mais conforto aos frequentadores do local e reforçou o compromisso da biblioteca em servir como instrumento para análise e discussão das complexas questões da atualidade, aberta a todo cidadão.

O espaço integra a FAP, mantida pelo Cidadania, e conta com quase 6 mil títulos para empréstimos, que são constantemente atualizados por meio de doações e pela aquisição de obras de pensadores contemporâneos. O acervo é especializado em Ciências Sociais e Humanas, contando também com livros da literatura que fazem menção à crítica social e dos costumes, na transição do Brasil rural para o urbano.

*Com informações da EBC


Em SP, FAP realiza 3º lançamento do livro sobre história do PCB na resistência à ditadura

Obra reconstitui a trajetória do Partidão na luta clandestina contra a ditadura e na formação da ampla frente política que redemocratizou o Brasil

Comunicação FAP

O livro-reportagem Longa Jornada até a Democracia – Volume II, de autoria do jornalista Eumano Silva, terá o seu terceiro lançamento no dia 4 de abril. O evento será realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), editora da obra, na Rua Tinhorão, nº 60, na Consolação, a partir das 19h30. Na ocasião, também será lançado o livro Ainda respira... a democracia sob ameaça, da editora Appris e de autoria do historiador e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Alberto Aggio.

O livro de Eumano Silva conta a história do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no enfrentamento à ditadura e na redemocratização do país. Lastreada em documentos oficiais inéditos, entrevistas, reportagens e farto material bibliográfico, a obra editada pela FAP recompõe a trajetória do Partidão – apelido do PCB – de 1967 até 1992.

Escrito pelo jornalista Eumano Silva, o livro reproduz o clima sombrio da Guerra Fria, com relatos minuciosos sobre a vida clandestina de dirigentes e militantes, fugas, prisões, torturas, mortes e desaparecimentos de comunistas. O roteiro de histórias entrelaça personagens que parecem saídos dos romances policiais, como espiões e informantes infiltrados pela repressão nas organizações de esquerda. Mostra também o trabalho silencioso, e essencial para o partido, de caseiros, motoristas e distribuidores de jornais.

Encontro de militantes marca lançamento de livros no Rio de Janeiro

FAP lança no Rio livro sobre história do PCB na resistência ao regime militar

Ação do PCB na redemocratização é destaque em lançamento de livro, em Brasília

FAP lança em Brasília livro de Eumano Silva sobre o PCB na resistência ao regime militar

A CIA e da KGB aparecem em vários episódios do mundo real retratado pelo autor. O caso mais conhecido envolveu o “Agente Carlos”, apelido de um assessor do então secretário-geral do PCB, Luiz Carlos Prestes, que passou para o lado da repressão e trabalhou para a CIA.

O texto jornalístico percorre o submundo da ditadura e repassa, em ordem cronológica, os fatos e os personagens mais destacados na longa jornada dos brasileiros rumo à democracia, como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e José Sarney. A reportagem reconstitui as agruras da clandestinidade e a participação do PCB, desde o final da década de 1960, na ocupação de espaços na sociedade e na formação da frente democrática de oposição ao regime militar.

O Volume II de “Longa jornada até a democracia” trata de fatos transcorridos entre dezembro de 1967, data do VI Congresso, e janeiro de 1992, quando o PCB realizou o X Congresso, encontro que decidiu pela mudança de nome para Partido Popular Socialista (PPS).

O primeiro volume, lançado em 2022, escrito pelo jornalista Carlos Marchi, aborda o período compreendido entre 1922, ano da fundação do PCB, e 1967, marco da mudança na estratégia da organização comunista. No VI Congresso, a definição por mudança na linha política tornou o PCB a única organização comunista a tomar o caminho pacífico no enfrentamento ao governo instalado no Brasil com o golpe de 1964. As demais forças originadas no partido fundado em 1922 optaram pela luta armada.

Apesar da opção pelo caminho pacífico, o Partidão se tornou alvo da repressão na mesma medida que as demais organizações de esquerda. Uma dezena de dirigentes do Comitê Central do PCB foi assassinada pelo governo militar.

Mesmo clandestino, e com perdas irreparáveis, o partido teve expressiva influência na política institucional ao atuar dentro do MDB, legenda legal de oposição. Os comunistas foram responsáveis, por exemplo, pela incorporação, pelos emedebistas, das bandeiras da anistia, da Assembleia Nacional Constituinte e da eleição direta para presidente.

Arquivos militares obtidos pelo autor documentam a montagem da máquina repressiva pelo governo fardado. Os papeis registram o passo a passo da estruturação dos Departamentos de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codis). Descrevem também as disputas entre o Exército e a Marinha pelo controle do aparato criado pelas Forças Armadas para perseguir adversários.

Análise: PCB, da luta armada à defesa da democracia

Carlos Marchi lança livro Longa Jornada até a Democracia, no Rio

Livro Longa Jornada até a Democracia, de Carlos Marchi, será lançado em São Paulo

Os anexos do livro contêm fotos inéditas de dirigentes do Partidão procurados pela repressão e imagens de presos nas dependências militares. Apresentam ainda fac-símiles de páginas de exemplares raros do jornal Voz Operária.

Entre os episódios mais impressionantes narrados pelo livro, está a cinematográfica operação montada no exterior para retirar do Brasil o dirigente Giocondo Dias. A transferência do arquivo de Astrojildo Pereira, fundador do PCB, para a Europa também teve lances espetaculares. Outra façanha dos comunistas foi manter durante dez anos, longe das garras da repressão, uma gráfica no Rio de Janeiro, no subsolo de uma casa, onde era produzido o material impresso do partido. Os documentos oficiais também identificam um sargento da Polícia Militar de São Paulo infiltrado pelo PCB no DOI-Codi do estado. Quando tomava conhecimento de prisões de militantes, o policial avisava o partido e ou as famílias.

As artimanhas dos comunistas para enganar os órgãos de segurança incluíam disfarces, documentos falsos. Camaradas instalados nas fronteiras ajudavam nas travessias de militantes e dirigentes nas fronteiras com os países vizinhos – muitas vezes com malas de dólares.

“Longa Jornada até a democracia” resgata a experiência no exílio e os abalos sofridos pelo partido em decorrência da ação de dirigentes do partido cooptados pelos órgãos de segurança. O livro também desenredou mistérios que, durante décadas, suscitaram especulações. As apurações elucidaram, por exemplo, o segredo do “ouro de Moscou”, expressão usada pelos adversários dos comunistas para designar os recursos enviados ao PCB pelo bloco comunista. Com base em depoimentos dos responsáveis pelo transporte do dinheiro, o autor calculou valores anuais repassados ao Partidão.

O colapso da União Soviética, acelerado no final dos Anos 1980, teve contribuição determinante para as mudanças de rumo que levaram à mudança de nome em 1992. O desempenho eleitoral insatisfatório, e dissidências internas, como a saída do grupo de Prestes, abalaram e enfraqueceram o Partidão. O surgimento do Partido dos Trabalhadores (PT) no final da ditadura também reduziu o espaço de atuação dos comunistas e ajuda a explicar a perda de relevância do PCB depois da redemocratização.

AINDA RESPIRA A DEMOCRACIA

De acordo com a editora Appris, o livro Ainda respira… a democracia sob ameaça convida o público a pensar os problemas políticos atuais a partir de uma perspectiva global, convergindo a análise para a história presente do Brasil e do Chile, especialmente de 2019 até os dias que correm.

Cada uma de suas partes expressa um enfoque inovador e estimulante no sentido de possibilitar uma compreensão maior dos dilemas do nosso tempo. O Brasil de Jair Bolsonaro e o Chile da revolta popular que levou Gabriel Boric à presidência da República são os referenciais nacionais aqui trabalhados como paradigmas para essa reflexão.

O pano de fundo é a situação paradoxal que vive a democracia ao redor do mundo, no seu momento de maior generalização e também de profunda crise. Daí o necessário tratamento de temas que incidem sobre a realidade atual como o populismo, o iliberalismo, a antipolítica, a crise da socialdemocracia e o espectro da revolução.

 O desafio que o livro de Aggio apresenta é o de a sociedade ser capaz de superar modelos explicativos estanques visando a elaboração de indagações produtivas que possibilitem a formulação de interpretações abertas e orientadas a desvendar as contradições que nos cercam.

SOBRE EUMANO SILVA

Formado em jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) em 1987, Eumano Silva trabalhou em alguns dos principais veículos da imprensa brasileira. Nascido em 1964 em Iturama (MG), especializado em política, o autor foi repórter da revista Veja e dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Começou a carreira na cobertura da Assembleia Nacional Constituinte, dirigiu as sucursais de Brasília das revistas Época e Istoé, ocupou as funções de editor de política do jornal Correio Braziliense e editor-executivo do site Congresso em Foco e da revista Veja Brasília. Há mais de três décadas, realiza pesquisas sobre a ditadura militar. Concentrou-se, sobretudo, na busca e análise dos arquivos secretos das Forças Armadas.

O jornalista foi ainda observador independente nas buscas de desaparecidos na região da Guerrilha do Araguaia e participou dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. É também autor dos livros “A morte do diplomata” e “Nas asas da mamata”. Como analista político, fez trabalhos para Rádio CBN, Portal Metrópoles, TV Democracia, programa Sua excelência, o fato, e Broadcast Político.

Eumano ganhou os seguintes prêmios: Jabuti de melhor livro-reportagem com o livro “Operação Araguaia – Os arquivos secretos da guerrilha”; Esso, com uma série de reportagens sobre a Guerrilha do Araguaia. Excelência Jornalística, na categoria meio ambiente, da Sociedade Interamericana de Imprensa, com a reportagem digital “O Levante dos ribeirinhos”, posteriormente editada como livro impresso.

Atualmente, Eumano exerce a função de especialista em inteligência política da Oficina Consultoria.


Encontro de militantes marca lançamento de livros no Rio de Janeiro

Volume II de Longa Jornada até a democracia – os cem anos do Partidão 1922/2022 teve tarde de autógrafos na capital fluminense

Reencontros, abraços e lembranças de momentos compartilhados. Esse foi o tom do lançamento, nesta quinta-feira (14/3), no Rio de Janeiro, do segundo volume do livro Longa Jornada até a democracia, escrito pelo jornalista Eumano Silva. O local escolhido foi a quase centenária Taberna da Glória, na região central da cidade, e reuniu políticos e lideranças que participaram ativamente da construção do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e dos diferentes partidos surgidos a partir de sua trajetória de resistência.

O lançamento foi em dose dupla, na ocasião também chegou ao público o livro Uma vida bem vivida, autobiografia de Roberto Percinoto, ex-membro do Partidão e ex-presidente do Sindicato dos Bancários Rio durante o período da ditadura. O evento compartilhado teve razão de ser, Percinoto foi um dos 50 militantes comunistas entrevistados por Eumano para a elaboração de Longa Jornada. Em conjunto, as duas obras retratam, cada uma a seu modo, a luta por direitos, liberdade e democracia.

FAP lança no Rio livro sobre história do PCB na resistência ao regime militar

Ação do PCB na redemocratização é destaque em lançamento de livro, em Brasília

FAP lança em Brasília livro de Eumano Silva sobre o PCB na resistência ao regime militar

“Embora com diretrizes diferentes, considero dois livros com a mesma dimensão: a da memória da luta política de esquerda aqui no Brasil. Memórias que trazem às gerações mais jovens o conhecimento da atuação de militantes daquela época, que entregavam sua vida em prol de um projeto de país melhor”, afirma o ex-presidente da OAB-RJ, ex-deputado federal e atual secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous.

Para o vereador do município do Rio de Janeiro e ex-ministro da Igualdade Racial Edson Santos (PT-RJ), os dois livros são fundamentais para que se possa ter noção da importância comunista no processo de redemocratização. “São cofres fechados que se abrem hoje e a gente vê, tanto do ponto-de-vista da abnegação dos dirigentes comunistas, quanto do sofrimento que a ditadura impôs a essas pessoas”, conta.

A também vereadora do Rio Teresa Bergher (Cidadania) parabenizou os dois autores e ressaltou o poder da literatura para disseminação do conhecimento. “A oportunidade de poder conhecer a história de uma sigla como o PCB é muito importante. Nada supera a leitura, a cultura, então que os dois autores façam muito sucesso com seus livros”, disse ela.

Análise: PCB, da luta armada à defesa da democracia

Carlos Marchi lança livro Longa Jornada até a Democracia, no Rio

Livro Longa Jornada até a Democracia, de Carlos Marchi, será lançado em São Paulo

Documento da luta democrática

Longa jornada até a democracia – Volume II foi um trabalho de pouco mais de dois anos de pesquisa intensa, que incluiu acesso a documentos militares inéditos guardados no Arquivo Nacional, registros oficiais do próprio PCB, além de entrevistas com militantes. O resultado são mais de 800 páginas de um registro minucioso de uma trajetória com relevância ímpar até os dias atuais.

“Quando eu iniciei, não imaginava encontrar tanto material, tanto documento. O livro ficou maior do que eu imaginava, mas é uma história que merece isso. Estou muito satisfeito pela oportunidade de contar um pedaço da história do Brasil pouco conhecido. É um relato de como o país recuperou a democracia, que acho uma discussão muito atual. Hoje, no momento em que nós temos a nossa democracia sendo atacada, acho que o livro ajuda a entender como é que se se luta por uma democracia e o quanto isso é importante para o Brasil”, conta Eumano Silva.

O livro faz parte de um projeto amplo da Fundação Astrojildo Pereira para celebrar, por meio de diferentes linguagens, eventos e produções, os cem anos da fundação PCB e os frutos da luta do Partidão. O conselheiro e ex-diretor-geral da FA Caetano Araújo teve participação direta na condução do projeto e comemora o lançamento do segundo livro. “Nós publicamos outros livros, fizemos eventos, seminários, estamos finalizando um filme. O primeiro volume de Longa Jornada, escrito por Carlos Marchi abordou desde a fundação, em 1922, até 1967. Agora o volume dois abarca o período pós-67 em diante, até a mudança da sigla para PPS. Enquanto o livro do Marchi se debruçou sobre a bibliografia, dando a ela uma nova visão, o do Eumano traz informação factual nova obtida com as entrevistas e a pesquisa em documentos inéditos”, explica Araújo.

De acordo com Araújo, esse resgate histórico realizado nas obras é essencial no atual contexto brasileiro, com resquícios das consequências da ascensão da extrema-direita no país e no mundo. “Nós tivemos um presidente que foi apologista da ditadura. Então, isso mostra que esse livro tem uma função pedagógica e política importante hoje. O álibi de todos os autoritários é o anticomunismo, e esse álibi precisa ser desmistificado, ser combatido. Esse livro é uma ferramenta importante para esse combate”, afirma.

O ex-governador do Rio Moreira Franco parabeniza o esforço da FAP para esse resgate histórico. “Essa memória é fundamental para se conhecer o Brasil de hoje. Essa conquista democrática se deve à lucidez da estratégia tomada naquela época, que foi a de mobilização popular, de acreditar na força do povo como a arma mais importante para a conquista da democracia, ” ressalta.

O jornalista Paulo César Pereira relembra a inspiração que a resistência do Partidão foi para a sociedade civil durante os anos de chumbo e a importância do registro das pessoas que construíram a legenda. “Não se escreve a história política do Brasil sem que a gente ouça os comunistas”, diz.

E foi ouvindo pessoas, como o também jornalista Ricardo Moraes, filiado ao partido desde 1971, que o livro de Eumano Silva foi construído. “Minha história é familiar porque meu pai também foi do partido no período da Segunda Guerra Mundial, foi preso em 1964, eu fui preso pelo DOI-CODI junto com o Vladmir Herzog. O Eumano é um grande jornalista e conta todas essas histórias no livro, o que me emociona porque a gente construiu o partido e o partido continua vivo hoje”, comenta.

Testemunha particular da história

De personagem a escritor. Na tarde de autógrafos no Rio de Janeiro, o militante comunista e líder sindical Roberto Percinoto figurou como entrevistado de Eumano Silva e também como autor de seu próprio livro. A obra Uma vida bem vivida relata suas memórias desde a infância como trabalhador rural, depois, já um jovem adulto na cidade como bancário, dirigente sindical, militante social e político. “Eu me filiei clandestinamente no Partido Comunista pós-64, depois do golpe. Na minha atividade sindical tive momentos muito bons, mas outros um tanto difíceis, como um mandato cassado pelo Jarbas Passarinho, ministro da ditadura, em 1969, e passei um período de três meses preso na Ilha das Flores. Mas também fizemos a lua pelas eleições diretas, fui um dos oradores naquele comício da Candelária que, segundo a imprensa, teve um milhão de pessoas e figuras importantes falaram como Guimarães Neves, Sobral Pinto e Roberto Freire, representando o PCB. Estive também no comício da Central do Brasil em 1964, estava lá com o Jango. Criamos aqui no Rio o MIA – Movimento Intersindical Anti-arroxo, para revogação da lei de arroxo salarial do Delfim Neto” conta ele, afirmando que seu livro é uma contribuição singela para os movimentos sociais. Diante de uma trajetória tão singular, o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa (PSD/RJ) compara Percinoto ao antigo Repórter Esso, com o diferencial de que não apenas testemunha, mas também constrói a história. “Ele passou pelo longo e duro período da ditadura, trabalhou pela reconstrução do processo democrático, jamais se afastou da luta política e sempre sonhou com um Brasil mais justo, mais humano, com democracia. Um socialdemocrata em sua essência. Tenho uma grande admiração pelo Percinoto porque ele é um homem de ação que entendeu os tempos em que vivemos, se adaptou a eles, sem jamais abandonar suas convicções. ”


FAP lança no Rio livro sobre história do PCB na resistência ao regime militar

Obra reconstitui a trajetória do Partidão na luta clandestina contra a ditadura e na formação da ampla frente política que redemocratizou o Brasil

Comunicação FAP

O livro-reportagem Longa jornada até a democracia – Volume II, de autoria do jornalista Eumano Silva, terá o seu segundo lançamento nesta quinta-feira (14/3). O evento será realizado no Taberna da Glória, no Rio de Janeiro, a partir das 17 horas.

A obra conta a história do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no enfrentamento à ditadura e na redemocratização do país. Lastreada em documentos oficiais inéditos, entrevistas, reportagens e farto material bibliográfico, a obra editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) recompõe a trajetória do Partidão – apelido do PCB – de 1967 até 1992.

O livro-reportagem Longa jornada até a democracia – Volume II conta a história do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no enfrentamento à ditadura e na redemocratização do país. Lastreada em documentos oficiais inéditos, entrevistas, reportagens e farto material bibliográfico, a obra editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) recompõe a trajetória do Partidão – apelido do PCB – de 1967 até 1992.

Escrito pelo jornalista Eumano Silva, o livro reproduz o clima sombrio da Guerra Fria, com relatos minuciosos sobre a vida clandestina de dirigentes e militantes, fugas, prisões, torturas, mortes e desaparecimentos de comunistas. O roteiro de histórias entrelaça personagens que parecem saídos dos romances policiais, como espiões e informantes infiltrados pela repressão nas organizações de esquerda. Mostra também o trabalho silencioso, e essencial para o partido, de caseiros, motoristas e distribuidores de jornais.

Análise: PCB, da luta armada à defesa da democracia

Carlos Marchi lança livro Longa Jornada até a Democracia, no Rio

Livro Longa Jornada até a Democracia, de Carlos Marchi, será lançado em São Paulo

A CIA e da KGB aparecem em vários episódios do mundo real retratado pelo autor. O caso mais conhecido envolveu o “Agente Carlos”, apelido de um assessor do então secretário-geral do PCB, Luiz Carlos Prestes, que passou para o lado da repressão e trabalhou para a CIA.

O texto jornalístico percorre o submundo da ditadura e repassa, em ordem cronológica, os fatos e os personagens mais destacados na longa jornada dos brasileiros rumo à democracia, como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e José Sarney. A reportagem reconstitui as agruras da clandestinidade e a participação do PCB, desde o final da década de 1960, na ocupação de espaços na sociedade e na formação da frente democrática de oposição ao regime militar.

O Volume II de “Longa jornada até a democracia” trata de fatos transcorridos entre dezembro de 1967, data do VI Congresso, e janeiro de 1992, quando o PCB realizou o X Congresso, encontro que decidiu pela mudança de nome para Partido Popular Socialista (PPS).

O primeiro volume, lançado em 2022, escrito pelo jornalista Carlos Marchi, aborda o período compreendido entre 1922, ano da fundação do PCB, e 1967, marco da mudança na estratégia da organização comunista. No VI Congresso, a definição por mudança na linha política tornou o PCB a única organização comunista a tomar o caminho pacífico no enfrentamento ao governo instalado no Brasil com o golpe de 1964. As demais forças originadas no partido fundado em 1922 optaram pela luta armada.

Apesar da opção pelo caminho pacífico, o Partidão se tornou alvo da repressão na mesma medida que as demais organizações de esquerda. Uma dezena de dirigentes do Comitê Central do PCB foi assassinada pelo governo militar.

Mesmo clandestino, e com perdas irreparáveis, o partido teve expressiva influência na política institucional ao atuar dentro do MDB, legenda legal de oposição. Os comunistas foram responsáveis, por exemplo, pela incorporação, pelos emedebistas, das bandeiras da anistia, da Assembleia Nacional Constituinte e da eleição direta para presidente.

Arquivos militares obtidos pelo autor documentam a montagem da máquina repressiva pelo governo fardado. Os papeis registram o passo a passo da estruturação dos Departamentos de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codis). Descrevem também as disputas entre o Exército e a Marinha pelo controle do aparato criado pelas Forças Armadas para perseguir adversários.

Os anexos do livro contêm fotos inéditas de dirigentes do Partidão procurados pela repressão e imagens de presos nas dependências militares. Apresentam ainda fac-símiles de páginas de exemplares raros do jornal Voz Operária.

Entre os episódios mais impressionantes narrados pelo livro, está a cinematográfica operação montada no exterior para retirar do Brasil o dirigente Giocondo Dias. A transferência do arquivo de Astrojildo Pereira, fundador do PCB, para a Europa também teve lances espetaculares. Outra façanha dos comunistas foi manter durante dez anos, longe das garras da repressão, uma gráfica no Rio de Janeiro, no subsolo de uma casa, onde era produzido o material impresso do partido. Os documentos oficiais também identificam um sargento da Polícia Militar de São Paulo infiltrado pelo PCB no DOI-Codi do estado. Quando tomava conhecimento de prisões de militantes, o policial avisava o partido e ou as famílias.

As artimanhas dos comunistas para enganar os órgãos de segurança incluíam disfarces, documentos falsos. Camaradas instalados nas fronteiras ajudavam nas travessias de militantes e dirigentes nas fronteiras com os países vizinhos – muitas vezes com malas de dólares.

“Longa Jornada até a democracia” resgata a experiência no exílio e os abalos sofridos pelo partido em decorrência da ação de dirigentes do partido cooptados pelos órgãos de segurança. O livro também desenredou mistérios que, durante décadas, suscitaram especulações. As apurações elucidaram, por exemplo, o segredo do “ouro de Moscou”, expressão usada pelos adversários dos comunistas para designar os recursos enviados ao PCB pelo bloco comunista. Com base em depoimentos dos responsáveis pelo transporte do dinheiro, o autor calculou valores anuais repassados ao Partidão.

O colapso da União Soviética, acelerado no final dos Anos 1980, teve contribuição determinante para as mudanças de rumo que levaram à mudança de nome em 1992. O desempenho eleitoral insatisfatório, e dissidências internas, como a saída do grupo de Prestes, abalaram e enfraqueceram o Partidão. O surgimento do Partido dos Trabalhadores (PT) no final da ditadura também reduziu o espaço de atuação dos comunistas e ajuda a explicar a perda de relevância do PCB depois da redemocratização.

SOBRE O AUTOR

Formado em jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) em 1987, Eumano Silva trabalhou em alguns dos principais veículos da imprensa brasileira. Nascido em 1964 em Iturama (MG), especializado em política, o autor foi repórter da revista Veja e dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Começou a carreira na cobertura da Assembleia Nacional Constituinte, dirigiu as sucursais de Brasília das revistas Época e Istoé, ocupou as funções de editor de política do jornal Correio Braziliense e editor-executivo do site Congresso em Foco e da revista Veja Brasília. Há mais de três décadas, realiza pesquisas sobre a ditadura militar. Concentrou-se, sobretudo, na busca e análise dos arquivos secretos das Forças Armadas.

O jornalista foi ainda observador independente nas buscas de desaparecidos na região da Guerrilha do Araguaia e participou dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. É também autor dos livros “A morte do diplomata” e “Nas asas da mamata”. Como analista político, fez trabalhos para Rádio CBN, Portal Metrópoles, TV Democracia, programa Sua excelência, o fato, e Broadcast Político.

Eumano ganhou os seguintes prêmios: Jabuti de melhor livro-reportagem com o livro “Operação Araguaia – Os arquivos secretos da guerrilha”; Esso, com uma série de reportagens sobre a Guerrilha do Araguaia. Excelência Jornalística, na categoria meio ambiente, da Sociedade Interamericana de Imprensa, com a reportagem digital “O Levante dos ribeirinhos”, posteriormente editada como livro impresso.

Atualmente, Eumano exerce a função de especialista em inteligência política da Oficina Consultoria.


Ação do PCB na redemocratização é destaque em lançamento de livro, em Brasília

FAP realizou lançamento do volume 2 da obra Longa Jornada até a Democracia

Comunicação FAP

Centenas de pessoas formaram fila para terem o primeiro contato com o livro-reportagem Longa Jornada até a Democracia – Volume II, lançado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), na noite desta terça-feira (12/3), no Bar Beirute, o mais tradicional de Brasília. Empilhados, à disposição do público em uma mesa de madeira, os exemplares passaram a ter o conteúdo desvendado após serem folheados pelo público, curioso para conhecer a obra que registra a trajetória do Partidão na luta clandestina contra a ditadura e na formação da ampla frente política que redemocratizou o Brasil. O autor, jornalista Eumano Silva, encontrou no abraço a forma de agradecer a cada leitor depois do autógrafo que selou sua gratidão com mensagem escrita à mão com caneta de tinta azul.

Lançamento | Longa jornada até a democracia VOL II - Brasília 12/03/2024
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O livro, que também é comercializado por meio da aba Estante Virtual, no site da FAP, fez do presente o momento oportuno para, com base no resgate do passado, lançar conhecimento para o futuro e contribuir para o fortalecimento da democracia brasileira, que, nos últimos anos, resistiu à tentativa de golpe por causa da solidez de suas instituições. A obra ainda terá lançamentos no Rio de Janeiro, no dia 14 de março, e em São Paulo, em 4 de abril.

Diretor-geral da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), o jurista e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Marco Aurelio Marrafon disse que o Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi imprescindível na luta democrática, ainda que atuando na clandestinidade na época do regime militar. “Contar essa história é fazer reviver o passado para que as novas gerações compreendam e não repitam o que aconteceu, entendam quanto sangue e quanta luta se deram para que tivéssemos hoje o direito de votar, de ter liberdade de expressão, de buscar os direitos fundamentais e, assim, viver em busca de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária”, afirmou.

De acordo com o ex-deputado federal constituinte Augusto Carvalho, a obra é um documento valioso para a história brasileira, não apenas para quem passou pelo PCB. “Aqui está narrada parte da história nacional que marcou a luta pela conquista da democracia após tanto tempo de ditadura militar. Este lançamento é uma noite de confraternização e de muitas memórias que se reúnem, com lembranças muitos especiais”, acentuou.

A relevância do partido para o Brasil também foi reconhecida pela jornalista Tereza Cruvinel, que construiu sua trajetória profissional nos principais veículos de comunicação do país. “Resgatar a história do PCB é preencher uma lacuna importantíssima na história do Brasil. O partido, por conta da estigmatização do comunismo, sempre teve sua história omitida, mal contada ou deformada. O trabalho de Eumano Silva supre essa lacuna”, ressaltou ela, que também destacou a importância do volume 1, escrito pelo jornalista Carlos Marchi.

Ex-governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg afirmou que a obra é “extremamente importante porque resgata a longa jornada de conquista da democracia no país, especialmente no momento em que a democracia correu riscos recentemente. “Nós precisamos fortalecer a democracia a cada dia. A obra é uma oportunidade de conhecer com mais profundidade a história do PCB, do nosso país e de nossas conquistas políticas”, asseverou.

A jornalista Memélia Moreira alertou para a necessidade de a formação das pessoas mais jovens considerar o passado como pilar de produção do conhecimento. “Este livro deveria ser distribuído nas escolas. O problema da geração mais nova é não conhecer a resistência. A resistência do PCB ocorreu no mais duro período que o Brasil enfrentou, que foi na ditadura de Getúlio Vargas, nos anos 1930. Fez a resistência e continua fazendo”, pontuou.

 O jornalista Fernando Tolentino, que foi militante do PCdoB, disse que reconhece a importância do Partidão para a democracia e a história do Brasil. “Tenho duplo olhar para esta obra. Primeiro é um olhar afetivo, pessoal e intimista, por reencontrar aqui pessoas daquele período de luta. O segundo é um olhar de história, já que, como jornalista, cobri e vivi essa história, que é fundamental para a sociedade”, afirmou. A também jornalista Marta Salomon completou: “O livro é sempre motivo de descoberta permanente”.

Consultor do Senado, Arlindo Fernandes também destacou a força da obra resultante do trabalho de Eumano Silva. “É muito importante para registrar tanto a luta pela democracia, por parte das forças progressistas, quanto também para que nós façamos uma revisão autocrítica dos erros praticados nesse processo”, observou.


FAP lança em Brasília livro de Eumano Silva sobre o PCB na resistência ao regime militar

Livro reconstitui a trajetória do Partidão na luta clandestina contra a ditadura e na formação da ampla frente política que redemocratizou o Brasil

O livro-reportagem Longa jornada até a democracia – Volume II conta a história do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no enfrentamento à ditadura e na redemocratização do país. Lastreada em documentos oficiais inéditos, entrevistas, reportagens e farto material bibliográfico, a obra editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) recompõe a trajetória do Partidão – apelido do PCB – de 1967 até 1992.

Escrito pelo jornalista Eumano Silva, o livro reproduz o clima sombrio da Guerra Fria, com relatos minuciosos sobre a vida clandestina de dirigentes e militantes, fugas, prisões, torturas, mortes e desaparecimentos de comunistas. O roteiro de histórias entrelaça personagens que parecem saídos dos romances policiais, como espiões e informantes infiltrados pela repressão nas organizações de esquerda. Mostra também o trabalho silencioso, e essencial para o partido, de caseiros, motoristas e distribuidores de jornais.

Análise: PCB, da luta armada à defesa da democracia

Carlos Marchi lança livro Longa Jornada até a Democracia, no Rio

Livro Longa Jornada até a Democracia, de Carlos Marchi, será lançado em São Paulo

A CIA e da KGB aparecem em vários episódios do mundo real retratado pelo autor. O caso mais conhecido envolveu o “Agente Carlos”, apelido de um assessor do então secretário-geral do PCB, Luiz Carlos Prestes, que passou para o lado da repressão e trabalhou para a CIA.

O texto jornalístico percorre o submundo da ditadura e repassa, em ordem cronológica, os fatos e os personagens mais destacados na longa jornada dos brasileiros rumo à democracia, como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e José Sarney. A reportagem reconstitui as agruras da clandestinidade e a participação do PCB, desde o final da década de 1960, na ocupação de espaços na sociedade e na formação da frente democrática de oposição ao regime militar.

O Volume II de “Longa jornada até a democracia” trata de fatos transcorridos entre dezembro de 1967, data do VI Congresso, e janeiro de 1992, quando o PCB realizou o X Congresso, encontro que decidiu pela mudança de nome para Partido Popular Socialista (PPS).

O primeiro volume, lançado em 2022, escrito pelo jornalista Carlos Marchi, aborda o período compreendido entre 1922, ano da fundação do PCB, e 1967, marco da mudança na estratégia da organização comunista. No VI Congresso, a definição por mudança na linha política tornou o PCB a única organização comunista a tomar o caminho pacífico no enfrentamento ao governo instalado no Brasil com o golpe de 1964. As demais forças originadas no partido fundado em 1922 optaram pela luta armada.

Apesar da opção pelo caminho pacífico, o Partidão se tornou alvo da repressão na mesma medida que as demais organizações de esquerda. Uma dezena de dirigentes do Comitê Central do PCB foi assassinada pelo governo militar.

Mesmo clandestino, e com perdas irreparáveis, o partido teve expressiva influência na política institucional ao atuar dentro do MDB, legenda legal de oposição. Os comunistas foram responsáveis, por exemplo, pela incorporação, pelos emedebistas, das bandeiras da anistia, da Assembleia Nacional Constituinte e da eleição direta para presidente.

Arquivos militares obtidos pelo autor documentam a montagem da máquina repressiva pelo governo fardado. Os papeis registram o passo a passo da estruturação dos Departamentos de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codis). Descrevem também as disputas entre o Exército e a Marinha pelo controle do aparato criado pelas Forças Armadas para perseguir adversários.

Os anexos do livro contêm fotos inéditas de dirigentes do Partidão procurados pela repressão e imagens de presos nas dependências militares. Apresentam ainda fac-símiles de páginas de exemplares raros do jornal Voz Operária.

Entre os episódios mais impressionantes narrados pelo livro, está a cinematográfica operação montada no exterior para retirar do Brasil o dirigente Giocondo Dias. A transferência do arquivo de Astrojildo Pereira, fundador do PCB, para a Europa também teve lances espetaculares. Outra façanha dos comunistas foi manter durante dez anos, longe das garras da repressão, uma gráfica no Rio de Janeiro, no subsolo de uma casa, onde era produzido o material impresso do partido. Os documentos oficiais também identificam um sargento da Polícia Militar de São Paulo infiltrado pelo PCB no DOI-Codi do estado. Quando tomava conhecimento de prisões de militantes, o policial avisava o partido e ou as famílias.

As artimanhas dos comunistas para enganar os órgãos de segurança incluíam disfarces, documentos falsos. Camaradas instalados nas fronteiras ajudavam nas travessias de militantes e dirigentes nas fronteiras com os países vizinhos – muitas vezes com malas de dólares.

“Longa Jornada até a democracia” resgata a experiência no exílio e os abalos sofridos pelo partido em decorrência da ação de dirigentes do partido cooptados pelos órgãos de segurança. O livro também desenredou mistérios que, durante décadas, suscitaram especulações. As apurações elucidaram, por exemplo, o segredo do “ouro de Moscou”, expressão usada pelos adversários dos comunistas para designar os recursos enviados ao PCB pelo bloco comunista. Com base em depoimentos dos responsáveis pelo transporte do dinheiro, o autor calculou valores anuais repassados ao Partidão.

O colapso da União Soviética, acelerado no final dos Anos 1980, teve contribuição determinante para as mudanças de rumo que levaram à mudança de nome em 1992. O desempenho eleitoral insatisfatório, e dissidências internas, como a saída do grupo de Prestes, abalaram e enfraqueceram o Partidão. O surgimento do Partido dos Trabalhadores (PT) no final da ditadura também reduziu o espaço de atuação dos comunistas e ajuda a explicar a perda de relevância do PCB depois da redemocratização.

SOBRE O AUTOR

Formado em jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) em 1987, Eumano Silva trabalhou em alguns dos principais veículos da imprensa brasileira. Nascido em 1964 em Iturama (MG), especializado em política, o autor foi repórter da revista Veja e dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Começou a carreira na cobertura da Assembleia Nacional Constituinte, dirigiu as sucursais de Brasília das revistas Época e Istoé, ocupou as funções de editor de política do jornal Correio Braziliense e editor-executivo do site Congresso em Foco e da revista Veja Brasília. Há mais de três décadas, realiza pesquisas sobre a ditadura militar. Concentrou-se, sobretudo, na busca e análise dos arquivos secretos das Forças Armadas.

O jornalista foi ainda observador independente nas buscas de desaparecidos na região da Guerrilha do Araguaia e participou dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. É também autor dos livros “A morte do diplomata” e “Nas asas da mamata”. Como analista político, fez trabalhos para Rádio CBN, Portal Metrópoles, TV Democracia, programa Sua excelência, o fato, e Broadcast Político.

Eumano ganhou os seguintes prêmios: Jabuti de melhor livro-reportagem com o livro “Operação Araguaia – Os arquivos secretos da guerrilha”; Esso, com uma série de reportagens sobre a Guerrilha do Araguaia. Excelência Jornalística, na categoria meio ambiente, da Sociedade Interamericana de Imprensa, com a reportagem digital “O Levante dos ribeirinhos”, posteriormente editada como livro impresso.

Atualmente, Eumano exerce a função de especialista em inteligência política da Oficina Consultoria.


Nota de pesar: Morre o sociólogo Luiz Werneck Vianna, aos 86 anos

Equipe FAP

Morreu nesta quarta-feira (21/02/2024) o cientista social Luiz Werneck Vianna, aos 86 anos, no Rio de Janeiro. Também graduado em Direito, o intelectual lecionou em universidades do país e publicou livros considerados fundamentais para a sociologia brasileira.

Intelectual da mais alta qualidade, sempre teve o entendimento de que a política feita de maneira honesta e transparente e baseada na busca de consensos é o único caminho para o desenvolvimento social e econômico de uma Nação.

Werneck é autor de de grandes clássicos da sociologia brasileira com os livros “Liberalismo e sindicato no Brasil”, de 1976; “A revolução passiva: iberismo e americanismo no Brasil”, de 1997; “A judicialização da política e das relações sociais no Brasil”, 1999; “Democracia e os três poderes no Brasil”, de 2002; e “A modernização sem o moderno, 2011.

Nascido 1938, lecionou em várias universidades brasileiras, dentre as quais a Universidade Federal de Juiz de Fora, a PUC-Rio e a Unicamp. Também foi professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), presidiu a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) e foi um dos fundadores do Centro de Estudos Direito e Sociedade (Cedes).

Fica uma lacuna na intelectualidade do país, mas também o ensinamento que o entendimento e a união em torno dos anseios da população são o único caminho para a construção de um país mais forte e justo com todos.

Nós, conselheiros, diretores e colaboradores da FAP manifestamos a todos os seus familiares, amigos e companheiros os nossos votos de profundo pesar. Luiz Werneck Vianna ficará para sempre em nossa memória.


Nas entrelinhas: Werneck Vianna, intérprete do Brasil contemporâneo

Luiz Carlos Azedo/Entrelinhas/Correio Braziliense

O sociólogo carioca Luiz Jorge Werneck Vianna faleceu, nesta quarta-feira, aos 85 anos. Fez parte de uma geração de artistas e intelectuais que formou o pensamento crítico da esquerda brasileira nas décadas de 1960, 1970 e 1980, entre os quais, destacam-se Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Joaquim Pedro, Walter Lima Jr., Zelito Viana, Luiz Carlos Barreto, Glauber Rocha, Leon Hirszman, Ferreira Gullar, Leon Amoedo, Tereza Aragão, Zuenir Ventura, Milton Temer, Norma Pereira Rego, Leandro Konder, Darwin Brandão, Marilia Kranz, Ziraldo, Jaguar, Albino Pinheiro, Ferdy Carneiro, Hélio Oiticica e Hugo Bidet, Hugo Carvana, Paulo Góes, Vergara, Carlinhos Oliveira, Zózimo Amaral, Tom Jobim, Carlos Lira, Vinicius do Moraes e Oduvaldo Viana Filho.

Residentes no Rio de Janeiro, em sua maioria, formavam a chamada República de Ipanema. Apesar da influência do antigo PCB no meio cultural carioca, muitos não eram comunistas e tinham profundas divergências com os militantes do setor cultural do velho Partidão, do qual Werneck fez parte. Com raízes familiares na aristocracia cafeeira fluminense, Werneck Vianna foi criado em Ipanema e estudou nos melhores colégios da Zona Sul carioca, mas teve trajetória rebelde, influenciado por autores como Monteiro Lobato, Eça de Queiroz, Fiódor Dostoiévski e Miguel de Cervantes.

Em 1958, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Estado da Guanabara (atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro/Uerj), concluindo o curso em 1962. Em 1967, graduou-se em ciências sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e, dois anos após, ingressou na primeira turma de mestrado do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj). Sua trajetória acadêmica, porém, foi interrompida na década de 1970, por cinco inquéritos policiais-militares, que o levaram a se exilar no Chile.

Retornou do exílio um ano após. Ao chegar, foi detido por seis meses. Acolhido em São Paulo por Francisco Weffort, seu orientador no doutorado em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), começou a trabalhar no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), fundado em 1969, com financiamento da Fundação Ford, por professores da Universidade de São Paulo (USP) afastados pelo regime militar, entre os quais, Boris Fausto, Elza Berquó, Fernando Henrique Cardoso, Francisco de Oliveira, José Arthur Giannotti, Octavio Ianni, Paul Singer e Roberto Schwarz.

Em 1974, com outros intelectuais que estudavam O Capital, de Karl Marx, como Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho, foi aluno de Anastacio Mansilla na Escola de Quadros do PCUS. No mesmo ano, de volta ao Brasil, foi um dos redatores do programa político do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 1975, fugindo da repressão ao PCB em São Paulo, retornou ao Rio de Janeiro e, escondido na casa do dramaturgo Paulo Pontes, companheiro da época de CPC, escreveu sua tese de doutorado: Liberalismo e sindicato no Brasil (Paz e Terra, 1976).

Modernização autoritária

Por três décadas, Werneck foi professor do Iuperj e, durante o biênio 2003-2004, presidiu a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs). Encerrou sua carreira acadêmica como professor de sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Um dos grandes responsáveis pela difusão do pensamento gramsciano no Brasil, no rastro do jornalista Luiz Mario Gazzaneo, produziu ensaios que servem de referência para o estudo do pensamento social brasileiro, principalmente o liberalismo, do papel do Judiciário e da modernização do Brasil.

Destacam-se entre seus trabalhos, pela atualidade: A revolução passiva: iberismo e americanismo no Brasil (Revan, 1997); A judicialização da política e das relações sociais no Brasil, com Maria Alice Rezende de Carvalho, Manuel Palacios Cunha Melo e Marcelo Baumann Burgos (Revan, 1999); Esquerda brasileira e tradição republicana: estudos de conjuntura sobre a era FHC-Lula (Revan, 2006); Uma sociologia indignada — Diálogos com Luiz Werneck Vianna, de Rubem Barboza Filho e Fernando Perlatto (Ed. UFJF, 2012); Modernização sem o moderno: análise de conjuntura na era Lula (Contraponto/Fundação Astrojildo Pereira) e Diálogos gramscianos sobre o Brasil (Fundação Astrojildo Pereira, 2018).

Liberalismo e Sindicato no Brasil é um esforço de compreensão das profundezas da nossa “modernização conservadora”, no contexto das obras de Simon Schwartzman, Florestan Fernandes (1975) e José Murilo de Carvalho (1980). Estudou o liberalismo numa sociedade marcada pelo escravismo e pelo patrimonialismo. Sua tese de que a modernização brasileira não significava ruptura e/ou desaparecimento das elites tradicionais, mas a renovação dessas forças, continua atualíssima.

Segundo Werneck Vianna, numa sociedade excludente e autoritária, que não incorporou os valores liberais, o caminho da modernização foi o Direito e suas instituições, em meio a rupturas e negociações entre elites. Em síntese, a modernização brasileira ocorreu e ainda ocorre em meio a negociações entre o moderno e a cultura do atraso, sem rupturas com ele, mas em compromisso. Werneck condenou a luta armada e apostou na luta política pelas liberdades e na mobilização da sociedade civil durante o regime militar; após a redemocratização, na participação política radicalmente comprometida com a democracia representativa como valor universal.


FAP lançará livro de Eumano Silva sobre o PCB, em Brasília

Autor realizará noite de autógrafos do segundo volume do livro Longa Jornada até a Democracia

Comunicação FAP

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao partido Cidadania23, lançará o segundo volume do livro Longa Jornada até a Democracia (844 p.), do jornalista Eumano Silva, no dia 12 de março, a partir das 19 horas, no Bar Beirute, considerado o mais tradicional de Brasília. A entrada é gratuita. O livro será colocado à venda no site da entidade, responsável pela edição da obra, na parte “Estante Virtual”. Exemplares também estarão disponíveis para compra durante o evento.

O livro é a segunda parte de um projeto de reconstituição da história do Partido Comunista Brasileiro (PCB), também conhecido como Partidão, conforme explica o professor titular de Sociologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) José Antonio Segatto, na apresentação da obra. O primeiro volume, de autoria do jornalista Carlos Marchi, aborda o período compreendido a fundação da sigla, em 1922 – como Seção Brasileira da Internacional Comunista –, até o VI Congresso do PCB, realizado em 1967.

Análise: PCB, da luta armada à defesa da democracia

Carlos Marchi lança livro Longa Jornada até a Democracia, no Rio

Livro Longa Jornada até a Democracia, de Carlos Marchi, será lançado em São Paulo

O segundo volume abarca sua fase derradeira (1967-1992), considerados os últimos vinte e cinco anos de existência do Partidão. Composto por 181 pequenos capítulos, a obra é considerada, pelo autor, como um livro-reportagem. Ao longo dos capítulos são expostas as transformações e desventuras do PCB; a perseguição e repressão imposta a seus dirigentes e militantes pelo terrorismo do Estado ditatorial e as cizânias e dissidências políticas.

O livro é resultado de uma ampla análise da documentação do PCB (resoluções, manifestos, declarações etc.) e de informações produzidas por órgãos governamentais, principalmente, os encarregados da investigação policial e da repressão (SNI, DOI-Codi, Cenimar, Deops e outros). Conforme registrado na obra, muito desses aparelhos, operaram nos porões da ditadura do regime ditatorial ou mesmo clandestinos.

Eumano Silva também se baseou em uma variedade de depoimentos de dirigentes e militantes, alguns com protagonismo proeminente e outros coadjuvantes ou meramente laterais.

Ao abordar a história do Partidão em sua fase terminal, expondo-a na forma de uma extensa reportagem, o autor fornece a uma contribuição inédita e significativa para o entendimento do PCB, uma das mais importantes instituições da sociedade civil e política, e de um período histórico-político considerado extremamente sombrio da República brasileira.


FAP e IEPfD lançam livro O Horizonte Democrático, de Alessandro Ferrara

Comunicação FAP

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao partido Cidadania 23, e o Instituto de Estudos e Pesquisas para o Fortalecimento da Democracia (IEPfD) realizarão, no dia 27 de fevereiro, a partir das 18 horas, a mesa redonda online para o lançamento do livro O Horizonte Democrático: o hiperpluralismo e a renovação do liberalismo político (303 p.). A obra, editada pela FAP em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp), é do autor Alessandro Ferrara, professor de filosofia política no Departamento de História, Cultura e Sociedade da Universidade de Roma. “A democracia encontra-se numa encruzilhada”, diz ele, no livro.

O diretor-geral da FAP e professor associado na Faculdade de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Marco Aurelio Marrafon, e o presidente do IEPfD, João Rego, realizarão a abertura da mesa redonda. O debate será coordenado pelo historiador e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Alberto Aggio, ex-diretor da Fundação Astrojildo Pereira. O evento será transmitido, em tempo real, no site da FAP, na página da FAP no Facebook e no canal da entidade no Youtube.

A mesa redonda também terá participação do professor de história econômica no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e conselheiro da FAP, Vinicius Müller, e do pesquisador Gabriele de Angelis (Ciência Política da Universidade Nova de Lisboa).

O livro foi pensado a partir de uma preocupação com a democracia, a herança do “liberalismo político” e as fontes estéticas da normatividade. A obra lembra que, em todo o mundo, a o regime democrático enfrenta desafios sem precedentes, atribuídos, em parte, a seu próprio sucesso em se estabelecer no horizonte como a única forma de governo plenamente legítima.

Dividida em oito capítulos, a obra discute, entre outros pontos, a autonomia da política no horizonte global; democracia e abertura, pluralismo reflexivo e a volta conjectural; o hiperpluralismo e a polis democrática multivariada e democracias múltiplas. Também questiona negação ou realização do liberalismo; governança e democracia deliberativa; e verdade justificação e liberalismo político.

Segundo o autor, daqui a algumas décadas, o mundo global poderá testemunhar o confronto de dois regimes igualmente desagradáveis para qualquer democrata. “Por um lado, os regimes neoliberais ocidentais que, após contrabandearem com sucesso a ideia de Hobbes de que menos leis trazem mais liberdade como uma noção liberal, usam os vestígios de uma democracia representativa agora colonizada pela mídia e pelo dinheiro para desviar da atenção do público qualquer coisa além da estabilização de um mercado orientado pelas finanças e, ao mesmo tempo, tentar atrair para sua esfera de influência as populações seduzidas pelas sirenes do consumo”, afirma.

Por outro lado, segundo a obra, regimes não democráticos, como o chinês, no qual as elites partidárias e burocráticas tentam manter o consenso garantindo níveis crescentes de consumo e afastando as sirenes da democracia, ao mesmo tempo tentam atrair para sua esfera de influência as elites do Sul global que são igualmente cautelosas com a democracia.


Série Brasileiros e Militantes é reconhecida internacionalmente

Ivan Alves Filho*

A plataforma digital Arquivo Marxista na Internet (MIA) é uma das maiores do mundo. Publicada em 80 idiomas, com nada mais nada menos do que 25 milhões de acessos por ano, ela decidiu publicar os vídeos da série Brasileiros e Militantes em sua seção em língua portuguesa. Idealizada e dirigida por mim, a referida série tem o apoio da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília.

Desde 2003, quando os Brasileiros e Militantes começaram, foram mais de 40 vídeos editados.

Homens do peso de Oscar Niemeyer, Ferreira Gullar, Abelardo da Hora e Nelson Pereira dos Santos tiveram suas trajetórias profissionais e partidárias documentadas.

Trata-se de um reconhecimento internacional que muito nos honra.

Confira a Playlist:



TítuloEntrevistadoDuraçãoData de produção
Um democrata no PantanalCarmelino Resende24 minutosabril de 2022
Socialismo com cidadaniaGivaldo Siqueira33 minutosmarço de 2022
Um democrata exemplarLuiz Mario Gazzaneo31 minutosfevereiro de 2022
Um homem, uma Lei, com o jornalista e homem públicoCarlos Alberto de Oliveira, Caó28 minutosjaneiro de 2022
Sete décadasAlberto Negri28 minutosnovembro de 2016
O Partido fardadoSergio Cavalari29 minutosjulho de 2016
Um comunista chamado SantosAlberto Santos28 minutosjunho de 2016
Foice, martelo e CruzPretextato Cruz26 minutosmaio de 2016
A vida é um teatroJoacyr Castro29 minutosabril de 2016
O advogado da anistiaMarcello Cerqueira27 minutosmarço de 2016
O vermelho e o negroJoel Rufino dos Santos25 minutosmaio de 2011
Memórias do cinemaNelson Pereira dos Santos25 minutosnovembro de 2010
Documentário sobre o jornalistaMilton Coelho da Graça23 minutosagosto de 2010
Em busca da liberdade, sobre o engenheiro e militante políticoSergio Augusto de Moraes23 minutosjunho de 2010
O longo caminho de MoacirMoacir Longo20 minutosmaio de 2010
Abelardo de todas as horasAbelardo da Hora22 minutosmarço de 2010
A vida como missãoPaulo Elisiário Nunes22 minutosnovembro de 2009
Homenagem aos velhos militantesFAP10 minutossetembro de 2009
Uma paixão pela democraciaGilvan Melo18 minutosoutubro de 2009
O cabo FrankCarlos Frank20 minutosagosto de 2009
Uma menina de engenhoSocorro Ferraz22 minutosjulho de 2009
A seiva do PartidoJoão Falcão26 minutosabril de 2009
Um homem bem-vindoBemvindo Sequeira26 minutosfevereiro de 2009
Com a mão na massaAdalberto Temóteo da Silva24 minutosnovembro de 2008
Uma vida de lutasJosé Júlio18 minutosoutubro de 2008
Guerreira, mãe e florGraziela Melo25 minutossetembro de 2008
A casa de AstrojildoAstrojildo Pereira25 minutosjulho de 2008
A democracia como meio e fimArmênio Guedes25 minutosjunho de 2008
Morrer se preciso forMércio Gomes26 minutosmaio de 2008
Codireção e roteiro do documentário-demonstração Brasileiros e MilitantesFAP10 minutossetembro de 2007 e, com acréscimos, março de 2008
Os igarapés da liberdadeJosé Maria Monteiro21 minutosmarço de 2008
O último de 35Severino Teodoro de Mello29 minutosfevereiro de 2008
A certeza do amanhãWilliam Moreira Lima10 minutosagosto de 2007
O Partido do sambaSérgio Cabral31 minutosabril de 2007
A necessidade da filosofiaLeandro Konder32 minutosjaneiro de 2007
Navegar é precisoGeraldo Campos30 minutosnovembro de 2006
Nada além da liberdadeAntônio Ribeiro Granja30 minutosjulho de 2006
A luta poéticaFerreira Gullar38 minutosjunho de 2006
O Construtor de SonhosOscar Niemeyer22 minutosabril de 2006
Uma mulher na História Zuleika Alambert20 minutosmarço de 2005
Uma voz do povoJayme Miranda29 minutosfevereiro de 2005 (ampliado em 2006).
Um libertário nos pampasJoão Avelino33 minutos
A Luta na Massa do SangueJarbas Marques30 minutos
60 anos de LutaJosé Maria Platilha29 minutos

*Ivan Alves Filho é historiador, jornalista e documentarista brasileiro


Curso Online para Candidatos e Assessores voltará em fevereiro de 2024

Comunicação FAP

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) informa que serão retomadas em fevereiro de 2024 as aulas do Curso Online para Candidatos e Assessores, com foco nas eleições municipais. No segundo módulo da capacitação, realizada em parceria com o Cidadania 23, a turma matriculada terá acesso a uma série de novos conteúdos indispensáveis e estratégicos para a campanha política e a gestão nos municípios.

Clique aqui e veja notícias sobre o curso!

O curso é ministrado na modalidade de formação continuada, por meio da sala virtual do Zoom. O link é enviado diretamente para a turma antes de cada aula. Os interessados ainda podem se inscrever no site da entidade, gratuitamente. As aulas do primeiro módulo começaram no dia 19 de setembro.

As aulas são ministradas às terças-feiras, a partir das 19 horas, e todas ficam disponíveis para acesso ilimitado no canal da fundação no Youtube. Será enviado certificado para todos as pessoas concluintes do curso de formação política.

Clique aqui e veja vídeo de todas as aulas do curso no Youtube!