Live de artistas da periferia do DF mostra a importância da poesia em tempo de crise

Artistas da periferia do DF fazem live sobre importância da poesia em tempo de crise.
Arte: FAP
Arte: FAP

Com apoio da Biblioteca Salomão Malina, encontro online teve transmissão ao vivo no site e Facebook da FAP

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Com apoio da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) e Biblioteca Salomão Malina, o grupo Slam-DéF realizou a segunda edição da live sobre a importância da poesia em tempos de crise nesta terça-feira (16), às 19h, com transmissão pelo site e pela página da entidade no Facebook. O encontro online reuniu artistas da periferia de Brasília e região, mobilizando p pessoas a usarem o poder da palavra para protesto e reivindicação de direitos, assim como força para denunciar crimes e preconceitos contra minorias.

Confira como foi a live!

https://www.facebook.com/salomaomalina/videos/1321729308163489/?t=1

O poeta e professor Will Junio, criador do Slam-DéF, diz que a poesia é um meio de unir as pessoas. “Em tempos como este, a poesia é importante porque é o ‘artigo científico’ do poeta-cientista”, afirma ele. “O poeta é visionário, um cientista do seu tempo, um artista de percepção inigualável que estuda o seu meio, para filtrá-lo, retratá-lo com eufemismos que nos acalmam, com hipérboles que nos incomodam ou com metáforas que nos fazem refletir”, destaca.

De acordo com Wiil Junio, a vida real é o grande instrumento de inspiração da poesia como arte de protesto. “O material de estudo do poeta é a vida. Portanto, o gênero lírico é fundamental para nos acolher, nos incentivar, nos criticar e, principalmente, nos mostrar o que muitas vezes fingimos não ver”, diz. “Acredito que a arte, em tempos de crise sanitária, é a ‘válvula de escape’ dos cidadãos em todo mundo. Sem a cultura, as pessoas estariam com problemas psicológicos seríssimos e, consequentemente, descumpririam, com mais facilidade, as recomendações dos especialistas”, pondera o professor.

Na avaliação de Will, diante do desconhecido, que tem capacidade de colocar vidas em risco, além de criar crise econômica global e tirar a liberdade de se locomover livremente, as pessoas podem se tornar negativas, depressivas e tendenciosas ao vício. “Por isso, a cultura e a arte, no âmbito social, são os maiores combatentes contra a epidemia do novo coronavírus. Parafraseando Clarice Lispector (1996), nós queremos é morrer de saúde e não morrer de doença”, afirma o poeta.

Coordenadora da Biblioteca Salomão Malina, que é mantida pela FAP, Thalyta Jubé diz que a realização de uma discussão por meio de live concretiza a missão da biblioteca junto à sociedade para promoção da cultura. “A biblioteca não é somente uma depositária de acervos, sua função é servir como facilitadora de acesso à informação, educação e cultura”, destaca ela.

Ao promover trabalhos como este, de acordo com Thalyta, a biblioteca gera oportunidades a artistas e poetas para expressarem sua arte, sua visão de vida e seus protestos por meio da poesia performada. “A biblioteca atua então como uma plataforma de formação cultural”, diz ela, lembrando que, antes da epidemia, o Slam-DéF realizada encontros de batalhas de poesias no Espaço Arildo Dória, o que deve ser retomado após o período de isolamento social, recomendado pelas autoridades de saúde do mundo todo.

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