Day: abril 13, 2023

Workshop poesia haicai | Arte: Washington Reis/FAP

Biblioteca Salomão Malina realizará workshop sobre poesia haicai

Comunicação FAP

A Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), realizará na segunda-feira (17/4), a partir das 19 horas, um worshop on-line sobre poesia hacai, a ser ministrado pelo professor argentino Javier Valado. O evento será realizado na mesma data em que o gênero literário é celebrado no Japão. Interessados poderão realizar as inscrições, gratuitamente. Haverá emissão de certificado para os participantes.

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Para realizar as inscrições, as pessoas devem acessar o link do Google Forms disponibilizado pela biblioteca. O Workshop será realizado por meio da sala virtual do Zoom. O link de acesso ao evento será enviado para o WhatsApp ou e-mail cadastrado de cada inscrito. Mais informações podem ser obtidas diretamente pelo canal de comunicação oficial da biblioteca, pelo número: 61 98401-5561

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De acordo com a organização do evento, o objetivo do workshop é incentivar a escrita criativa e instigar a leitura por meio do gênero de poesia haicai. Os participantes irão aprender sobre a origem da poesia no século XVII, sua estrutura gramatical tradicional (Aware, Kigo e Kireji) e sua relação com a natureza, a espiritualidade e o cotidiano. Também será discutido o haicai no Brasil e suas diversas estéticas e identidades poéticas.

O que é haicai

O haicai é uma poesia originada no Japão no século XVII (1600) e que está conformada por 17 sílabas, organizadas em seus 3 versos de 5, 7 e 5 sílabas, respectivamente. A métrica das 17 sílabas não determina o que é um haicai, e, sim, que a musicalidade, a percepção, a admiração e a reflexão sejam suas bases poéticas.

Também é um gênero conhecido por ser uma prática e uma brincadeira poética a partir da qual as pessoas podem expressar e compartilhar sentimentos frutos das vivências cotidianas.

Professor convidado

Javier Valado é argentino, professor de espanhol, residente no Brasil desde 2013. No ano seguinte, começou a escrever haicais. Em 2019, mudou-se para o Distrito Federal.

Desde 2020, Valado ministra aulas, oficinas e cursos de haicai em parceria com escolas, bibliotecas, ONGs e espaços de cultura de Sobradinho e do Distrito Federal. 


Quando se mobilizam retoricamente as paixões, sempre se coloca sob suspeição a civilidade e se constitui uma ameaça à democracia | Foto: Shutterstock

Revista online | Editorial: O problema e suas raízes

Editorial da revista Política Democrática online (53ª edição)

Assistimos todos, neste fim de março, ao retorno ao Brasil do candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2022. Foram quase três meses de ausência, passados na Flórida, estado norte-americano governado pelos Republicanos, que vem se constituindo em refúgio de próceres da extrema direita latino-americana.

O desembarque, projetado para ser um ato político expressivo em seu apoio, reuniu poucos partidários, frustrados pelas medidas de segurança tomadas pelas autoridades, que, ao proteger o viajante, impediram, simultaneamente, qualquer manifestação política dos presentes. Não houve discursos nem carreatas, apenas a dispersão dos presentes.

O evento foi, contudo, revelador da estratégia adotada pelo comando político da direita autoritária, após sua derrota nas urnas. Manifestações, marchas, motociatas e carreatas serão organizadas, o contraponto presencial necessário aos comandos de agitação permanente, lançados nas redes sociais. O propósito desses chamados, nas redes e nas ruas, é manter aceso o ânimo dos correligionários e simpatizantes, o apoio a seu líder e sua hostilidade profunda ao conjunto de inimigos imaginários que alimentam a adesão ao movimento: globalistas, comunistas, ambientalistas, ideologia de gênero, entre outros. Além de, claro, prosseguir nesse rumo até as eleições de 2024, momento em que um bom resultado eleitoral, ao menos similar ao conseguido nas eleições legislativas do ano passado, é esperado.

O chamado às ruas dificilmente terá respostas positivas, dado que as mobilizações presenciais chamadas pela extrema direita deveram, como sabemos agora, muito do seu sucesso relativo ao investimento pesado de recursos públicos. No entanto, trazer periodicamente um punhado de militantes às ruas pode ser o contraponto suficiente para a agitação permanente divulgada nos diversos grupos de partidários organizados nas redes sociais.

A estratégia pode ter sucesso, se considerarmos principalmente o percentual de eleitores convencidos pelas notícias falsas despejadas todos os dias, ao longo de mais de quatro anos, nas redes sociais. Pesquisa recente revelou, por exemplo, que quase metade dos eleitores considera a transformação do Brasil num país comunista uma possibilidade real, ao longo do atual governo.

Compete aos democratas de todos os matizes, socialistas, social-democratas, liberais e conservadores, trabalhar, de forma coordenada e permanente, contra a situação de desinformação que assola hoje parte importante do eleitorado. Repetir os argumentos em favor da ciência e da democracia, contra as teorias da conspiração, os diversos negacionismos, as soluções violentas e autoritárias de problemas políticos.

Dizer, sempre, que não há maquinações globalistas, mas problemas globais; que nas democracias a definição dos culpados de corrupção é monopólio da Justiça; que a mudança climática já é uma ameaça que pesa sobre todos; que não existe um perigo comunista que nos aflige; que ideologia de gênero é o nome de um fantasma criado há pouco tempo para assustar os cidadãos; que pobreza, desigualdade e exclusão social são os verdadeiros problemas deste país, cuja solução é premente e indispensável para todos nós; finalmente que racismo, sexismo e homofobia são também problemas reais, responsáveis por uma extensa gama de violências praticadas contra seus alvos, violências que chegam, em muitos casos, à morte das vítimas.

Esse é o debate de fundo, que deve ser travado por todos os democratas contra os temores que alimentam a adesão à extrema direita no país.

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